fbpx

Assine a Newsletter do blog - clique aqui

O que eu posso – e o que eu não posso – resolver agora

Nesse último sábado, dia 9, eu ministrei um curso em São Paulo de GTD com foco em projetos e prioridades. Como todo curso de GTD, é um dia feliz em que eu me sinto alegre por fazer aquilo que eu gosto, e o dia todo flui muito levemente, pois já sei todo o “script” de cor e me divirto muito falando, dando exemplos e tirando dúvidas.

Quanto mais falo sobre GTD, mais eu percebo o quanto é importante, quando se trata de produtividade, que a gente exercite o foco e o sentido de mente plena em tudo o que estiver fazendo.

Não me considero ainda “100% ok” após a morte da minha avó – se é que existe esse estado. Não sei se todos que acompanham este blog sabem, mas minha avó foi como uma mãe para mim. Fui morar com ela ainda muito jovem. Ela, de certa maneira, sempre foi meu ponto de apoio – a pessoa que eu sempre voltava quando precisava de colo ou alguma orientação para a vida. E, de repente, ela não existe mais. É um sentimento meio Marvin que me trouxe uma liberdade que tem seus prós e seus contras.

Um exemplo bem simples. Sempre quis morar fora do Brasil. Teve uma vez que isso realmente quase aconteceu de verdade. Tinha planos, economias, tudo caminhando. Mas, por motivos pessoais, não deu certo. E, toda vez que eu pensava sobre o assunto, eu concluía assim: “enquanto a minha avó estiver viva, vou querer estar perto dela”. E então veio o Paul (nosso filho), e viemos morar perto dela para que ela vivenciasse essa rotina com ele. Foi uma das coisas mais bonitas e acertadas que já fiz. Eles viveram ótimos momentos juntos, do cotidiano mesmo, de corrigir lição de casa da escola até jantar pizza em uma terça à noite. Quando ela se foi, percebi que minha vida era, de certa maneira, um pouco mais desapegada das coisas. Não estou dizendo que vamos sair do país – mas é um sentimento de que eu posso. Sabem? E para várias outras coisas também.

Junto com a morte de um ente querido, tem todas as questões emocionais, mas também as questões financeiras e burocráticas. Por mais organizado que você seja, é sinceramente uma chateação. É um dado novo que aparece e retarda o processo, um número que estava errado, a indisponibilidade das pessoas – e você tendo que resolver tudo mesmo sem estar 100% legal e com outras coisas acontecendo ao seu redor. (Prometo que falarei mais sobre esse tema em posts futuros).

Estou escrevendo tudo isso porque, no sábado, enquanto falava sobre projetos, sobre prioridades, eu fui me sentindo cada vez mais certa sobre o meu ritmo atual. Do meu ponto de vista (e isso obviamente vem do GTD), problemas servem para serem resolvidos, quando você pode resolvê-los. Se não pode, tudo bem, então não se estresse com isso. Tem coisas que simplesmente fogem do meu controle no momento, e eu não sou a “gerente” da vida de todo mundo – no máximo da minha. Tenho deixado mais as coisas rolarem e as pessoas aprenderem com seus próprios erros.

Todo mundo tem problemas. Todo mundo passa por situações difíceis. E eu sempre fui aquela pessoa preocupada com todo mundo, querendo ajudar – muitas vezes me doando excessivamente e prejudicando alguns aspectos da minha vida. Talvez seja algo que eu tenha pego da minha avó (ela também era assim).

Com a morte dela, eu aprendi que não é que a vida é breve, mas que ela deve ser leve. Tanto sofrimento, tanto problema, tanta preocupação, para um dia você nem estar mais aqui. Então minha resolução atual é: não vou mais me estressar, não vou mais me preocupar, com nenhum dos meus problemas. Para todas as coisas, vou analisar com carinho o que estou sentindo a respeito e tomar decisões que me permitam engajar de determinada maneira. Se eu posso ajudar, como posso fazer isso? Se não posso ajudar, como posso ficar bem a respeito? Eu mesma tenho bastante coisa para resolver na vida no momento, na minha vida. Então preciso estar 100% para mim e para os meus, para fazer as coisas andarem.

Por outro lado (dos problemas), tem as coisas boas. Tem as novas iniciativas, meus novos estudos, o fim do semestre no mestrado, o bolão da Copa com o Paul, novos hobbies, amizades. Eu me aproximei de muitas pessoas queridas nas últimas semanas. Pessoas que demonstraram seu carinho de uma maneira incrível para mim, e que eu quero ter por perto para demonstrar que tenho carinho por elas também.

Eu sinceramente não vou perder tempo com aquilo que não merece ou que não precisa ter a minha atenção no momento. Eu sei que é algo um tanto quanto óbvio e que todo mundo sabe que é bom fazer dessa maneira, mas ao mesmo tempo eu sinto que é um daqueles conselhos que ninguém aplica. E é um depoimento dessa prática que estou trazendo neste post hoje. Tem sido ótimo. Um novo estilo de vida para mim. Me sinto livre para sentir, pensar e criar a cada dia a vida que acredito ser a mais correta. E isso sinceramente não tem preço.

Boa semana.