Oie! Meu nome é Thais e este é o meu blog. Tem duas coisas que você precisa saber antes de ver qualquer texto aqui. 1) Este é um blog pessoal onde eu compartilho a MINHA Vida Organizada. Falo sobre diversos outros assuntos e também divulgo o meu trabalho em diferentes frentes, incluindo o Método Vida Organizada. 2) De 2022 para trás, todos os posts estão com problemas de caracteres que há anos tentamos resolver com os melhores programadores do Brasil e não conseguimos. Optei por manter no ar mas estamos consertando manualmente. São quase 7 mil textos. Sabemos do problema e, por favor, não precisamos receber mensagens e e-mails avisando. Era manter assim ou tirar o blog do ar, e optamos por mantê-lo, já que os textos novos estão consertados. Obrigada pela compreensão!
Como o meu filho dormiu a noite inteira.
Inspirada pelo post da Thais, quis relatar aqui também como o Paul acabou dormindo a noite inteira e espero que o meu relato possa dar uma luz a algumas mamães. Com certeza falaremos sobre pontos em comum, pois seguimos a mesma escola (Tracy Hogg – Encantadora de Bebês).
Ter uma rotina é a base de qualquer outra dica que eu possa dar ao longo desse post. Hoje, com 6 meses de Paul, sei que mimimis do tipo “nunca vou poder sair à noite?” ou “papai chega tarde e quer ver o filho” são frutos da falta de perspectiva. Em primeiro lugar, porque você precisa ter uma certa rigidez somente no começo, para a coisa engrenar e o bebê se acostumar. Em segundo, porque convenhamos: sua vida vai mudar SIM depois de ter um filho e, se você quiser que ele tenha uma boa qualidade de vida (e sono), precisa abrir mão de algumas coisas nos primeiros anos. Hoje, quando quero sair, o Ande fica com ele numa boa e vice-versa. Quando nós dois queremos sair juntos, outra pessoa precisa ficar com o Paul. Isso ainda não aconteceu durante a noite, porque até poucos dias atrás ele só dormia conosco e meu medo é que ele sentisse nossa falta, ficasse chorando etc. Como agora ele está dormindo sozinho no berço (e numa boa), já é possÃvel. Sinceramente? Não tenho a menor vontade de sair à noite. Acho que saà tanto desde que era adolescente que agora até prefiro ficar em casa. Quando o Ande vai tocar, fico me perguntando “será que seria legal estar lá?”, e sempre chego à conclusão de que estaria odiando ficar longe do Paul apenas para ver a banda dele que já vi 200 vezes, beber algumas cervejas e dormir menos. Qual a vantagem? Acho que só compensaria se fosse para irmos a um restaurante, ao cinema e passeios do tipo, quando realmente curtiremos um ao outro. Caso contrário, não faço questão. Os tais passeios, então, não precisam ser à noite, necessariamente, e não vão até a madrugada. Assim fica mais fácil e, aos poucos, vamos fazendo. Por enquanto, fazemos um rodÃzio e, para nós, tem dado super certo. Nada como ir jantar com as amigas depois de um dia estressante ou ele ir ao cinema depois de passar o dia trabalhando. Isso faz bem para os dois e reflete na qualidade de trato do casal e do bebê. Digo, então, que é uma medida que precisa ser conversada e acordada entre o casal, tão importante quanto qualquer outra coisa que se faça com o bebê especificamente. Pais descansados fazem tudo melhor.
Bom, essa é a primeira coisa fundamental então: as saÃdas noturnas, a perspectiva e tudo o mais. No começo, esqueça as saÃdas. Sério. Não fique achando que o mundo vai acabar na depressão se você não sair de casa à noite. Os primeiros três meses são essenciais para vocês estabelecerem uma rotina e, apesar de sair à noite ser bacana etc, é desnecessário. Foquem no bebê de vocês. Ficar em casa durante três meses (só à noite) não é nada de mais. Tenham perspectiva. É só nesse começo que a coisa precisa ser mais rÃgida, senão realmente não vai funcionar! Confiem em mim: depois de três meses fazendo a mesma rotina noturna, tudo fica tranquilo.
Ter uma rotina noturna, no entanto, não é o suficiente. A rotina engloba o dia inteiro. A maioria dos problemas de sono de qualquer bebê é, na verdade, problema com a alimentação. Se a vida de vocês está uma bagunça, eu recomendo que seja feito um diário de alimentação, sono e atividades do bebê. Nele você registrará, durante uns 5 dias, a hora em que ele acordou, as atividades, duração, quanto mamou, quanto e onde dormiu etc. Para quê? Para identificar o ritmo do seu bebê. Você saberá se ele sente mais fome à noite ou de manhã, se ele sente mais sono à tarde, quanto tempo aguenta acordado, esse tipo de coisa. Com base nesses dados, você montará uma rotina de vocês, baseada nas necessidades de vocês, somente, e não de livros ou de outros blogs.
Também é importante conhecer as necessidades dos bebês em cada fase. Algumas indicações de como aconteceu por aqui:
Recém-nascido – mama e dorme. o foco deve ser no ajuste da amamentação. você não vai dormir a noite toda nesse mês, conforme-se. durma quando o bebê dormir, inclusive durante o dia. não faça nenhuma outra atividade. esqueça o resto do mundo. tente manter uma rotina na medida do possÃvel, mas não espere milagres. a ideia é conhecer seu bebê e fazer adaptações. você já pode dar o banho noturno, não fazer qualquer atividade durante a noite etc.
De 1 a 3 meses – rotina um pouco mais estruturada e ápice aos 3 meses. é o perÃodo fundamental para estabelecer uma rotina. se passou disso, as dificuldades certamente serão maiores.
De 3 a 4 meses – adaptação da alimentação para espaçar as mamadas. mais atividades com o bebê.
De 4 a 6 meses – a rotina está mais tranquila e dá para programar saidinhas, fazer outras coisas.
O salto dos 6 meses – introdução dos alimentos sólidos, reestruturação da rotina. pode ser que você passe novas noites em claro, mas não se preocupe, pois “é fase”. aqui foi difÃcil reestruturar a rotina, mas parece que conseguimos. durou umas duas semanas punks.
Recém-nascido
Se alguém disser que você é chata e está monopolizando o bebê, dê de ombros. Ninguém merece parir um filho, estar dolorida, sem dormir, cansada, com os seios explodindo e ainda aguentar mimimi de parente. Alguém vai ficar com o bebê quando ele estiver berrando a noite toda? Não? Então se imponha. Superestimulação é a principal causa de sono perturbado dos bebês (e até das crianças maiores). Para um recém-nascido, superestimulação é qualquer atividade diferente de mamar, trocar a fralda e dormir. Papai chacoalhando, muita gente pegando no colo, TV (deos do ceo) é d-e-m-a-i-s!
O que pode ser feito com um recém-nascido, então:
– Amamentar em livre-demanda até você perceber que ele está ganhando peso, a pega está certinha etc. Depois disso, saiba diferenciar fome da vontade de sugar. RNs têm necessidade de sucção de até 16h por dia (!!!). Algumas mães não gostam de dar chupeta e preferem amamentar. Se for o seu caso, bom para você. Estou dando dicas que funcionaram comigo.
– Sabendo que está tudo certo com a amamentação, usar a chupeta para o bebê dormir. Isso evitará problemas mais tarde como “meu filho só dorme no peito”. É muito importante não dar a chupeta quando o bebê estiver com fome, pois desta forma ele cuspirá. Vou explicar mais para baixo.
– Uma sequência adequada é a seguinte: o bebê acorda, mama e você coloca para arrotar. Troque a fralda. Depois de 1h acordado, ele já está pronto para dormir novamente. Essa “1h” é desde o momento que ele acordou e foi mamar. Ou seja: se o bebê acordou à s 7h e mamou até à s 8h, depois de trocar a fralda já é hora de dormir. Não se preocupe que, com o passar do tempo, ele vai espaçando esse perÃodo acordado. Para colocar para dormir, tenha um “ritual do sono”.
– O ritual do sono diurno que eu fiz consistia no seguinte: eu apagava a luz do quarto, deixava a janela fechada e a porta aberta, para entrar alguma luz (mas pouca). Abria a manta na cama, enrolava o Paul e dava a chupeta. Colocava-o de pé no meu colo (com a cabecinha no meu ombro) e ficava sentada na cama com ele. Se ele estivesse calmo (sem chorar), coisa de 2m depois eu o colocava no berço, meio de ladinho (ele tinha refluxo). Se estivesse chorando, eu dava tapinhas leves nas costas ou no bumbum e fazia “shhhh” mais alto que o choro dele. Essas técnicas foram baseadas na teoria da extero-gestação, que simula o ambiente do útero aqui fora, para o bebê. Ele se acalma e dorme. Todo esse ritual durava cerca de meia hora até ele dormir (entre enrolar, acalmar, colocar no berço e finalmente dormir). Se ele acordasse antes de mamar novamente, eu o acalmava no berço mesmo, dando novamente a chupeta e fazendo o “shhh”. Se ele continuasse chorando, eu desconfiaria que existia algo de errado e verificava se era fome, fralda suja etc. Na maioria das vezes, era só dificuldade para pegar no sono novamente. Quando era fome, ele cuspia a chupeta e continuava chorando. Geralmente, quando ele acordava de repente, pouco tempo depois de dormir, era a fralda que tinha vazado (demorei demais para acertar a fralda dele). Lembrando, então: 1h depois de acordado, já começava o ritual do sono. Ele dormia em média de 1h30 a 2h e acordava com fome. Se ele passasse de 2h e já era hora de mamar, eu o acordava gentilmente. Isso foi essencial para diferenciar o dia da noite.
– O ritual do sono noturno é o mais importante e, pelo que eu vejo, o menos “obedecido” pelas mães. Eu demorei para entender – dava banho nele à s 21h achando que assim ele dormiria mais etc, e ele sempre acordava. O motivo é óbvio: o maior erro é fazer atividades de noite. Qualquer atividade. Desde que o bebê nasce, é importante ensinar a ele que, de noite, é hora de dormir. Quando eu entendi que deveria colocá-lo para dormir quando anoitecia, ele passou a dormir a noite inteira. Às 18h, dava banho – esse é o inÃcio do ritual noturno. Não fazia massagem no começo porque li que era indicado só a partir de 1 mês de idade. Mesmo assim, eu passava de leve minhas mãos pelo corpo dele, sem “apertar”. Colocava fralda, vestia e dava de mamar. Antes das 19h ele já estava dormindo. Depois, comecei a dar o banho antes das 18h, pois ele chorava de sono já nesse horário (passou a dormir no máximo 18h30). Acordava por volta das 21h para mamar novamente, depois meia-noite, 3h e 6h, como praticamente todo recém-nascido.
– Não preciso repetir que, com esse ritual, será impossÃvel sair à noite. Realmente desencane. Pense no seu bebê. É passageiro.
– Eu demorei para dar a “mamada dos sonhos” da Encantadora porque ele tinha um refluxo muito forte. O leite voltava enquanto ele estava dormindo e ele se afogava, ficava vermelho, sem conseguir respirar. Por esse motivo, não dormi até ele completar 3 meses, basicamente. Eu ficava muito preocupada e não podÃamos nunca deixá-lo sozinho dormindo. Se ele não tivesse refluxo, poderia ter começado a dar essa mamada dormindo a partir das 6 semanas ou, como muita gente faz, desde o inÃcio. A mamada dos sonhos consiste no seguinte: você dá uma mamadeira para o bebê enquanto ele está dormindo, entre 22h e 23h, a fim de que ele durma mais e não interrompa o sono. Muitos bebês acordam para mamar nesse horário e ficam acordadões. O objetivo é ele não acordar só porque está com fome. A mamada pode ser dada na mamadeira ou no peito (apesar de ser mais difÃcil). Pega-se o bebê dormindo no colo e o reflexo o fará sugar. É muito mais fácil dar na mamadeira e você pode dar um bom LA ou tirar seu leite com uma bombinha. Outras vantagens dessa técnica é garantir que o bebê esteja recebendo todos os nutrientes necessários (sem ficar naquela piração de “será que ele está ganhando peso?”) e outras pessoas podem participar da amamentação (o pai do bebê, por exemplo), dando umas horas a mais de descanso para a mãe se recuperar.
– Durante a noite, deixar o bebê dormir. Só existe a necessidade de acordá-lo se foi recomendação médica (tipo bebês que nasceram prematuros, com baixo peso ou qualquer outro probleminha). Se não for o caso, deixe-o dormir e acordar quando estiver com fome. A maioria dos bebês acorda uma vez no meio da madrugada (entre 2h e 3h) e outra no inÃcio da manhã (entre 5h e 6h). Seu objetivo é fazê-lo dormir depois de mamar – ou seja, sem outras atividades. Só troque a fralda se ele tiver feito cocô (use uma boa fralda – eu uso até hoje a Pampers Total Confort, que dura 12h). Não brinque, não seja divertida. Dê carinho, abraços etc, mas diferencie. O objetivo é ensiná-lo que de noite não é hora de ficar acordado.
– Conforme-se com o horário de acordar do seu bebê. A maioria acorda com a alvorada mesmo, entre 6h e 7h da manhã. Minha tática por aqui foi: acordou e já está claro, levanto e inicio a rotina normal. Se ainda está escuro (tipo 5h30 da manhã), mama e volta a dormir.
Tudo isso pode ser feito enquanto o bebê é um recém-nascido, antes de completar 1 mês ou as 6 semanas do resguardo. Depois, tudo fica mais tranquilo.
De 1 a 3 meses
– Ele aguenta mais tempo acordado (por volta de 1h15 ou 1h30), então as atividades podem ir aumentando, porque ele também estará mamando mais rápido (com mais eficiência). Porém, pegue leve ainda. Durante o dia, saia para passear com ele no carrinho. Evite shoppings, supermercados grandes e lugares barulhentos do tipo. Só é desnecessário. O que eu fiz aqui foi diminuir bruscamente o nÃvel de atividade depois das 16h – até falava com ele com a voz mais baixinha. Por volta das 17h30, ele já ficava com sono (mesmo se tivesse acordado à s 16h30, por exemplo), então eu continuava com o ritual do sono noturno.
– Quando ele completou 2 meses, me senti mais segura para dar a mamada dos sonhos fazendo-o arrotar. Eu o pegava dormindo por volta das 22h e dava a mamadeira com NAN 1. Nessa época, ele já estava tomando complemento, então não foi problema. Mamava, colocava para arrotar, dava uma choradinha de 2s e voltava a dormir no meu colo, de pézinho, enrolado na manta ainda. Muito dificilmente ele fazia cocô à noite. Se fizesse, ele acordava quando eu o trocava, mas eu repetia sempre aquilo: nada de atividades. Ficava com ele, mas repetia o ritual do sono para dormir novamente. Demorou até ele se acostumar, mas depois nem que a gente quisesse ele ficava acordado, rs.
– Com 3 meses, o Paul já dormia a noite inteira. Ele mamava entre 22h e 23h (mamada dos sonhos) e acordava com fome por volta das 4h. Fiz um teste uma vez para ver se dava certo: uma segunda mamada dos sonhos à s 3h. Eu acordava, preparava a mamadeira, pegava-o no berço e ele mamava dormindo. Assim, ele passou a ir direto até à s 6h ou 7h da manhã.
De 3 a 4 meses
– Quando ele completou 4 meses, parei de dar a mamada dos sonhos na madrugada. Ele acordava à s 5h, eu dava a chupeta e ele dormia até à s 6h ou 7h. Se continuasse chorando, eu dava o leitinho, mas era mamar e dormir. Ele acostumou muito rápido a acordar depois das 6h.
– O ritual do sono noturno prosseguia igual e no mesmo horário. Durante o dia, eu não o enrolava mais na manta (não tinha essa necessidade), então em vez disso eu o colocava no colo com a chupeta e ficava sentada na cama parada, sem fazer nada (balançar, ninar etc). Em 5m ele ficava molinho de sono. Sempre o coloquei no berço ainda acordado, mas confesso que algumas vezes esperei que ele dormisse no colo (nem sempre estamos com uma super paciência ou sem nada para fazer).
– Espacei as mamadas porque ele mesmo não sentia fome depois de 3h. Fui aumentando 15m por semana, até ele completar 4 meses mamando entre 3h30 e 4h.
– Comecei a sair todos os dias com ele à tarde para ele se distrair, nem que fosse para andar pela minha rua com o carrinho. Ver coisas diferentes faz bem para ele e também o deixa cansado, louco por uma sonequinha.
– Fazia três sonecas por dia: de manhã (1h), depois do almoço (1h30) e uma rápida no final da tarde (40m).
De 4 a 6 meses
– Por indicação da pediatra, introduzimos os alimentos sólidos. Ele já sentia muita vontade de comer o que nós estávamos comendo e já sentava com a cabeça bem firme. No entanto, eu quis fazer uma introdução gradual, de modo que ele começasse a comer de verdade somente quando completasse 6 meses. Honestamente, foi a melhor coisa que nós fizemos. Muitos bebês, ao completarem 6 meses, precisam comer sólidos de uma hora para a outra, o que ocasiona dor de barriga, irritação e muito estresse na adaptação (alguns não aceitam etc). Com o Paul, fiz aos poucos. Comecei com um suquinho lá pelas 11h, uma vez por dia. Depois de uma semana, cozinhava e batia algumas frutas. Sempre bati no processador. Mudar do leite para uma comida sólida é rejeição na certa. Fazendo papinhas, garanti que ele comesse de tudo gradualmente. Com 5 meses e meio, comecei a dar sopinhas e papinhas salgadas. Aos 6 meses, ele começou a tomar café-da-manhã e almoçar, sem problemas.
– Nesse perÃodo, assumimos de vez a cama compartilhada, porque ele aprendeu a rolar e virar de bruços e acordava o tempo todo. Dormindo conosco, ia a noite toda sem acordar. O horário oficial era à s 7h.
– Super estabilizamos na seguinte rotina: 18h banho, 18h30 leite e antes das 19h estava dormindo no berço. FazÃamos nossas coisas por aqui (trabalho, lazer, cuidar da casa etc) e, antes de dormir, à s 23h, dávamos a mamada dos sonhos. Ele dormia então das 19h à s 7h diariamente.
– Comecei a sair mais! Viva, isso foi um avanço. Como a rotina estava super tranquila, tanto o Ande quanto eu podÃamos sair sozinhos à noite, pois sabÃamos que o Paul ficaria bem tanto só comigo quanto só com ele.
O salto dos 6 meses
– Percebi que o salto dos 6 meses é muito particular para cada bebê e cada um apresenta reações diversas. Com o Paul, o salto começou quando ele completou 5 meses e meio. Ficava inquieto, chorando mais, precisando de atenção, querendo ficar no colo, aprendendo a fazer mil coisas diferentes, muito agitado. Com 6 meses completos, ele começou a demorar mais para dormir à noite e, depois, passou a acordar de noite, o que ele não fazia há tempos. O pior é que ele não acordava com fome, mas porque se mexia demais. Encarei como fase e mantive a rotina, acreditando que passaria – ainda bem que eu estava certa. Hoje (com quase 7 meses) ele já voltou ao “normal”, dormindo das 19h à s 7h (apesar de à s vezes acordar à s 6h). Existirão diversos fatores que poderão atrapalhar a rotina, mas nesses momentos é que é realmente imprescindÃvel tentar mantê-la, para dar segurança ao bebê. Se você ceder a qualquer outra solução ao primeiro sinal de problema, aà sim tudo vai pelos ares. No entanto, percebi que é fácil voltar à rotina quando algo assim acontece – se a mesma sempre existiu. Demoramos cerca de duas semanas para fazer a adaptação a esse salto (um mês, se levarmos em conta que começou aos 5 meses e meio).
– Aparentemente, ele estava com mais fome no final da tarde. A pediatra deu aval para darmos outra papinha ou fruta, e assim fizemos. Só que isso foi definitivo para ele ir dormir mais tarde, acordar mais vezes etc. Eu não tinha percebido isso. Somente quando ele ficou sem essa “jantinha” das 16h30 é que ele voltou a dormir bem, então tirei. Acho que, enquanto ele continuar tomando o leite à tarde, vai ficar sem janta.
– A alimentação dele ficou (e está) assim: leite quando acorda (entre 6h e 8h), café-da-manhã 2h depois (e antes da primeira soneca), almoço ao meio-dia, leite antes da segunda soneca, leite antes de dormir e a mamada dos sonhos. As sonecas foram reduzidas a duas por dia (uma no meio da manhã e outra no meio da tarde). Dos 3 aos 6 meses eu estava sendo bastante flexÃvel com as sonecas diurnas, mas agora finjo que ele está numa escolinha e regulo MESMO. Quando passei a fazer isso, tudo se ajeitou. Se ele acordou à s 7h, vai dormir lá pelas 9h30. Se ele fica com sono à s 8h e eu o coloco para dormir, ele acorda irritado, dorme menos e bagunça o dia inteiro. Fica ruim para ele. Por esse motivo, cuido bem dos horários e, se ele está com sono antes da hora, aproveito para sair com ele, distraÃ-lo e tirá-lo do tédio. A segunda soneca é à tarde e ele dorme até umas 15h30 ou 16h, ficando com sono novamente na hora de dormir mesmo (à s 19h).
Se o seu bebê está acordando à noite
– Você precisa saber o motivo. O método Nana Nenê pode ser super eficaz, mas é inútil, pois você está ignorando o problema que o bebê possa estar tendo e, apesar de regular o sono dele, no próximo problema (dentição, por exemplo), voltará tudo à estaca zero. Sem falar que acho super cruel. Nunca deixei o Paul chorando. Imagine que o seu filho está com dor de barriga e você o deixa lá chorando. Isso é legal? Eu não acho. Então, se o bebê acorda à noite, você deve saber o motivo. Fique com a listinha e vá eliminando: é fome? é dor? a fralda está suja? houve alguma mudança na rotina? é um pico de crescimento? ou um salto de desenvolvimento? o bebê ficou muito agitado durante o dia? ele foi dormir no horário? Enfim, conheça o seu filho para poder responder essas questões.
– Se for fome, dê de mamar, claro. No dia seguinte, porém, ajuste a alimentação. Se o bebê acorda à noite com fome, é porque não está se alimentando bem durante o dia. Claro que isso não se aplica a recém-nascidos, que precisam mesmo mamar à noite (com rarÃssimas exceções naturais). As causas podem ser as menos prováveis. Com uns 2 meses e meio, o Paul não queria mais o leite. Achei que ele estivesse enjoando etc. Minha avó sugeriu que eu trocasse o bico das mamadeiras para o bico de fluxo mais rápido, dos 3 meses. Pois ele mudou de 120ml para 180ml, até 210ml. Fiquei chocada. Então precisa levar em conta todos esses detalhes. A partir dos 6 meses, todos os pediatras são catedráticos sobre não alimentar de madrugada. É claro que, se você amamenta, entra aqui o item conforto, e não fome. O bebê pode querer mamar apenas por costume. Isso já é outra questão que falarei adiante. Se o bebê está bem nutrido e acorda de 2 em 2h para mamar, tenha certeza que não é fome! Nenhum bebê saudável precisa mamar de 2 em 2h, seja leite materno ou leite em pó. Alimentar o bebê em uma frequência tão alta também incentiva que ele se torne adepto de lanches – ou seja, tomar pouco leite de cada vez. Se ele toma bastante, você está incentivando a obesidade (se ele estiver acima do peso, claro. se ele não estiver ganhando peso mesmo mamando de 2 em 2h, outra coisa está errada. tenha bom-senso). Tente espaçar aos pouquinhos com a chupeta e verá como ele vai mamar melhor. Outro ponto importante a ser considerado: se o bebê dormia bem e de repente começou a acordar com fome durante a noite, muito provavelmente trata-se de um pico de crescimento. Esses picos duram de 2 dias a 1 semana, quando o bebê sente muito mais fome que o habitual, mas depois tudo volta ao normal.
– Se for dor ou fralda suja, resolva o problema e rapidamente coloque-o de novo para dormir (repita o ritual do sono a partir de certo momento). Nunca o deixe chorando. Se ele estiver com dor e você estiver preocupada, talvez seja o caso de ir ao pronto-socorro. Se você conseguir resolver segundo a indicação médica prescrita anteriormente para casos mais comuns (cólicas, gases, dentição), acalme-o e o coloque para dormir. No caso da fralda suja, troque-o sem brincar, para ele não despertar, e se possÃvel com uma luz bem fraca, e coloque-o para dormir novamente. Se o bebê quiser ficar brincando, explique calmamente que é hora de dormir e coloque-o no berço. Saia do quarto. Se ele chorar, você volta e faz o PU/PD. O que significa isso? É uma tática da Encantadora de Bebês que consiste em pegar o bebê (pick up), acalma-lo e, quando ele parar de chorar, colocá-lo de volta no berço (pick down). Deve ser feito somente quando você tem certeza de que o bebê não está com nenhum problema, apenas dificuldade para voltar a dormir. E somente se ele estiver chorando. Se ele estiver brincando sozinho, deixe-o. Pode ser que ele surpreenda você (mas o provável é que ele se entedie depois de um tempo e comece a chorar porque não sabe dormir sozinho, então você faz o PU/PD).
– Se for hábito, é mais difÃcil tirar. Você sabe que é hábito quando o bebê acorda sempre no mesmo horário sem fome, sem dor, sem nenhum problema. Se você amamenta e o bebê acorda apenas para sugar durante 2s e dormir, ele não vai morrer de fome se você der uma chupeta. O que acontece é que muitas mães gostam de amamentar o seu filho nesses casos. Se você estiver feliz com isso, então não é um problema. Mas se você acha que passou dos limites, pode ser uma solução. Uma outra técnica que a Tracy Hogg sugere é acordar o bebê antes de chegar no horário que ele costumeiramente acorda. Exemplo: se ele acorda todo dia à s 3h para nada, você o acorda à s 2h, tira do berço, não faz nenhuma atividade – apenas o coloca para dormir novamente. O objetivo disso é quebrar o ciclo. Eu nunca precisei fazer essa tática, mas acredito que funcione.
– Se ele estiver superestimulado, avalie seu dia-a-dia e diminua o nÃvel de atividades do meio da tarde em diante. Nunca faça atividades à noite quando ele acordar. Nunca acenda a luz. Nunca o deixe ver TV! Deixe no máximo um abajour fraquinho. Aqui em casa dormimos com aquela luz verde fraquinha em um dos abajoures.
– Se for um salto de desenvolvimento ou um marco da idade (dentição, por exemplo), mantenha a rotina o máximo possÃvel e reze para passar logo.
– Tenha uma rotina e um horário para colocar o bebê para dormir. Todas as pessoas que lidam com bebês enfatizam a importância de colocar o bebê para dormir cedo. Escureceu, é hora de dormir. Comece seu ritual do sono cedo e verá como ele dormirá melhor. A coisa de colocar o bebê para dormir mais tarde achando que ele vai acordar à s 9h ou 10h da manhã é mito. Isso só faz com que o bebê fique com o sono agitado, virando para lá e para cá e acordando mais vezes, além de despertar no mesmo horário que se tivesse dormido à s 19h. Aqui, aliás, se o Paul dorme mais tarde, acaba acordando mais cedo.
– Tudo o que você fizer demora – não é de um dia para o outro. Não adianta dar a mamada dos sonhos hoje achando que ele dormirá lindamente esta noite. Pode acontecer, mas daà no dia seguinte ele volta a acordar. Não desista! Precisa ter um pouco de noção. Não existem soluções milagrosas e imediatas. O que faz a rotina ser bem sucedida é que ela é uma repetição, dia após dia, até que o bebê finalmente entende como tudo funciona. Eu garanto a você que, se fizer tudo direitinho, em pouco tempo muita coisa estará diferente na casa de vocês! Paul foi dormir a noite inteira somente com 3 meses de idade. Ou seja: demorou 3 meses a adaptação de uma rotina para isso acontecer. Não que com você demorará a mesma coisa, pois tudo depende de diversos fatores: em que idade está começando, como você está fazendo, temperamento do bebê etc. Mas é fundamental ter em mente que tudo demora. Precisa ter consistência.
– Não atrapalhe o sono do bebê. Muita gente pega o bebê no colo assim que ele resmunga ou mexe no coitado assim que ele vira no berço. Deixe! Só pegue o bebê se ele chorar. Os humanos têm um ciclo de sono que dura cerca de 45m. Nós não percebemos – acordamos, viramos para o outro lado e dormimos novamente. Os bebês não sabem disso e ainda não têm maturidade neurológica para dormirem sozinhos! Então é extremamente normal eles ficarem agitado depois de um ciclo de sono. Se você sempre intervir, estará ensinando-o que a mamãe e o papai estarão sempre lá para “salvá-lo” quando ele der essas acordadinhas. Hoje o Paul se mexe, dá uma leva acordada, olha ao redor e mergulha a cabeça no colchão novamente. Acho até engraçado, rs.
– Mantenha um ambiente favorável ao sono. Nenhum bebê dorme bem no carrinho ao lado da tv, na sala. Estabeleça um lugar para o seu bebê dormir e transforme-o no melhor ambiente possÃvel para tal. Alguns bebês gostam de música baixinha, outros de som estático. Todos os bebês dormem melhor no escuro. Verifique se o berço é seguro, se os lençóis estão limpos, se o colchão é confortável, se o quarto é silencioso etc. Aqui em casa nosso quarto é de frente para a rua e passam ônibus e carros toda hora. Ele já se acostumou, mas mesmo assim ainda acorda quando passa algum veÃculo mais barulhento. Isso atrapalha o soninho dele. Quando é feriado e não tem carro na rua, praticamente, ele dorme até ás 8h! Ou seja, os bebês acordam sim com barulho. A coisa de “acostumá-lo aos sons da casa” é mito. Durante o dia, tudo bem, mas você gostaria de acordar com o barulho do liquidificador enquanto estivesse dormindo? Pegue leve.
– Saiba como acalmar o bebê quando ele acordar. Mães que amamentam oferecem o seio logo de cara, simplesmente porque é a maneira mais fácil e rápida de calar o bebê (sejam honestas). Mas nem sempre o bebê acorda porque está com fome, e o resultado disso é que ele aprenderá que, para dormir, precisa mamar no seio. Mais uma vez: se para você isso está ok, não é um problema. Mas se você não acha certo, então nem comece. A própria Tracy Hogg tem como lema: “comece como deseja continuar”. Sempre que estiver cansada, exausta, com sono e quiser fazer o que for mais fácil, pergunte-se se é o certo. Uma vez ou outra, especialmente no começo, quando estamos nos adaptando, é uma coisa. Mas fazer sempre com certeza resultará em um péssimo hábito que será dificÃlimo eliminar depois. Ninguém é de ferro e perdi as contas de quantas vezes ninei o Paul andando pelo quarto. Só tome cuidado para não virar regra. Deixe essas “apelações” para os momentos mais crÃticos.
– Faça sempre a mesma coisa para acalmá-lo e colocá-lo para dormir. Se cada vez que ele acorda você faz uma coisa diferente, o bebê ficará confuso e você, irritada. Se na primeira vez você ofereceu o seio, depois o ninou no colo, depois o balançou pela casa, o que está ensinando a ele? Que você mesma não tem ideia do que está acontecendo! Se você fizer sempre a mesma coisa (não importa o que), estará ensinando a ele que, quando aquilo acontece, é hora de ficar calmo e dormir. Escolha então, desde o começo, algo que seja confortável para você, pois você fará muuuitas vezes. Eu o pego no colo, sento na cama, dou a chupeta e fico até ele se acalmar. Confesso que já o embalei algumas vezes, pois é rápido e eu não me importo com o seu peso (pois não faço sempre). Descubra o que funciona para vocês e atenha-se a isso, mas veja se não vai se tornar um hábito que você vai querer eliminar depois.
– O bebê vai acordar durante a noite várias vezes ainda! A criança também! É o que filhos fazem de melhor! Tenha essa perspectiva em mente para não pirar. Por melhor que o seu bebê durma, certamente existirá aquele dia em que ele acordará porque o dente está nascendo, porque fez cocô, porque está com medo, porque quer ficar com você etcetcetc. Filhos são assim e nós estamos aqui para dar suporte, carinho e orientação. E eu acho maravilhoso esse papel que nós temos na vida de um pequeno humano, tão dependente de nós! Acho fundamental amá-lo mais do que tudo nessa vida, mas ter em mente que o criamos para o mundo e que eles precisam, muito aos pouquinhos, aprender a ser independentes. Isso não significa menos carinho e atenção, muito pelo contrário. É a história de ensinar a pescar em vez de dar o peixe. E estar ao lado do seu filho o tempo todo é fundamental, pois só assim educaremos crianças seguras e amadas. As noites em claro persistirão para o resto da vida – talvez por motivos diferentes. Esqueça a época em que você dormia à s 2h e acordava ao meio-dia. Pelo menos por enquanto. Talvez, quando ele entrar na faculdade, quem sabe você consiga dormir um pouquinho mais no sábado de manhã… até lá, força na peruca e faça o que precisa ser feito!
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Written by Thais Godinho
Autora do Método Vida Organizada, criou este blog em 2006.
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