Pular para o conteúdo

Como eu faço para ter foco: minhas técnicas hoje

Existem diversas abordagens quando se fala em “como ter foco”. Tentarei, neste post, fazer um apanhado de todas as minhas técnicas.

De cara, quero dizer que ter um método de produtividade que ofereça um caminho para a execução de atividades no dia a dia ajuda muito. Eu uso o GTDâ„¢. Ter um método traz foco porque é um conjunto de técnicas que conversam entre si, não práticas soltas, avulsas. Isso faz toda a diferença. Não quero perder tempo organizando as coisas – quero usar algo que efetivamente funcione para facilitar a minha rotina.

O GTD™ tem um conceito chamado horizontes de foco. É como se a nossa vida fosse dividida em camadas, onde a gente consegue alocar o nosso foco momento a momento, sempre que for necessário.

Cada horizonte pode ser revisado em uma determinada frequência, o que traz foco.

Por exemplo, no meu dia a dia, eu só acesso o meu calendário (que fica na agenda do Google, sincronizada pelo computador e dispositivos móveis, como meu celular) e as listas de próximas ações de acordo com o contexto onde estou. Eu acesso apenas essas listas porque 1) sei que estão atualizadas e 2) são o que eu preciso ver no dia a dia, para me engajar naquilo que eu preciso fazer.

Por exemplo, mesmo quando se trata de projetos, o que me interessa o dia a dia é saber quais são as próximas ações que farão esse projeto “andar”. Se as próximas ações estiverem definidas direitinho, isso é tudo que eu preciso saber e fazer. Não executamos um projeto, e sim as ações relacionadas, que me levarão a um determinado resultado desejado.

Logo, meu foco diário é, em primeiro lugar, o que está no calendário. Eu abro a minha agenda e vejo o que tenho para o dia em termos de compromissos com horário e, nos intervalos, trabalho naquilo que está no calendário, marcado como “compromisso de dia inteiro”, ou seja, que aparece visualmente em cima dos horários e significa que posso fazer a qualquer momento, contanto que seja naquele dia. Uma boa prática para mim é fazer tudo de calendário (que não dependa de horário) antes das 11h, que geralmente é o momento que paro para processar minhas caixas de entrada (falarei mais sobre isso adiante).

Ao longo do dia, nas janelas de tempo entre um compromisso com horário e outro, eu passo por diferentes contextos (em casa, na rua, no escritório, ao computador etc). Estando no contexto, eu vejo a minha lista de próximas ações referente a ele e escolho, dentre o que me parecer mais prioritário no momento, aquilo que preciso fazer. Caso tenha prazo, eu coloco um prazo na ferramenta usada, de modo que essas ações sempre são focadas primeiro. Minha boa prática é sempre executar essa ação antes do prazo, para não ficar para a última hora, mas é claro que nem sempre consigo.

A imagem acima traz exemplos de listas por contexto dentro do Todoist.

Como o Bullet Journal conversa com tudo isso? Bem, em um novo dia, quando me sento à mesa para começar a trabalhar, eu abro meu caderno na página atual, escrevo a data do dia e vou registrando o que vou fazendo. Tenho usado o BuJo essencialmente para esse registro do que fiz e também para captura de novas ideias e coisas a fazer. No final da tarde, eu processo aquilo que não foi feito no dia, ou faço isso no dia seguinte, ao abrir o novo log diário. De modo geral, mantenho o BuJo apenas para ter um registro das minhas atividades, de modo geral. Ele não é “peça central” no meu sistema.

Gosto muito de definir e escrever nele o meu foco para o dia. Falei sobre isso outro dia em um post sobre “MITs” (most important tasks).

Como eu comentei mais acima, eu gosto de trabalhar nas coisas mais importantes do dia no período da manhã – especialmente o que estiver no calendário. Assim eu já “me livro” dessas atividades que preciso fazer no dia. Já aconteceu de deixar para fazer de tarde e algum imprevisto impedir que eu as fizesse… por isso prefiro sempre priorizar pela manhã. Eu evito fazer agendamentos no período da manhã justamente porque ele é o período mais importante do dia para mim – quando eu consigo avançar com mais atividades de “deep work”.

Muitas vezes, antes mesmo de abrir o computador, gosto de trabalhar em alguma atividade importante, especialmente se for um brainstorm ou planejamento de algum projeto. Isso me permite trabalhar mais focada, sem me distrair com outras atividades que sei que vou precisar fazer também, mas que talvez demandem menos concentração. Toda vez que tenho que resolver um problema, minha mente está mais descansada pela manhã e consigo raciocinar melhor em cima dele. Se deixo para fazer depois, sinto que minha capacidade de raciocínio ficou comprometida.

Outro tipo de atividade que gosto de fazer pela manhã é escrever. Como sempre tenho algo para escrever (post para o blog, artigo acadêmico, minha dissertação, materiais para cursos, um novo livro, ou até roteiro para vídeos e aulas), todos os dias tenho bastante coisa a fazer e, por isso, preciso priorizar as minhas manhãs para esse trabalho.

Algo que me ajuda a ter concentração pela manhã é colocar um fone de ouvido e música. Adoro a playlist “Deep Focus” do Spotify, e “My Favorite Coffeehouse”. Atualmente uso o Quit Comfort da marca Bose como fone de ouvido, mas qualquer um que seja aquele modelo “concha” funciona bem.

Outra atitude que tomo e que me ajuda MUITO a ter foco pela manhã é não abrir a minha caixa de mensagens logo cedo. Só abro por volta das 11h, e então dou uma rápida “escaneada” e respondo as mais urgentes. Antes do almoço, envio os e-mails que preciso enviar, e apenas na parte da tarde eu fico “aberta ao mundo”, recebendo telefonemas, checando o What’sApp com mais frequência e esvaziando as caixas de e-mails até o final do dia.

Para não deixar as pessoas sem resposta, tenho uma assistente pessoal que faz o atendimento em horário comercial e me passa apenas o que ela não conseguir resolver, que eu atendo na parte da tarde. Também deixo uma resposta automática nos meus e-mails avisando as pessoas que não fico com a caixa aberta o dia todo, apenas para não deixar a pessoa que não conhece a minha rotina sem resposta.

Meu dia de trabalho geralmente vai das 10h às 20h. Eu acordo mais cedo do que isso, mas me dedico a outras coisas. Alterno entre o trabalho em casa e o escritório, ou mesmo em outros lugares externos (cafeteria, livraria etc – depende do meu astral no dia). Tem dias que trabalho mais e tem dias que trabalho menos. Depende. Procuro equilibrar de acordo com o volume de atividades. Por exemplo, se passo um dia inteiro ministrando um curso, pego mais leve no dia seguinte, trabalhando menos. Cada vez mais tenho refinado esse equilíbrio, e me sinto bem.

Como lido com interrupções, internas (pensamentos) e externas (pessoas)? Tenho sempre um dispositivo de captura comigo, anoto a demanda, continuo o que estou fazendo e, quando termino, lido com aquilo que chegou, se for urgente. Funciona bem.

Meditação ao longo do dia, em momentos variados, me ajuda a estar sempre presente e vivendo dias significativos. A prática da “próxima coisa mais importante” também. Isso é mindfullness na prática.

Não poderia terminar este post sem dizer que, para mim, o que me permite ter toda essa abordagem sobre foco é estar bem. Ter dormido bem, estar me alimentando adequadamente etc. Sem essas condições, não há foco que resista. 🙂

Espero que este post abrangente tenha dado uma boa visão do que pretendo abordar mais especificamente ao longo do mês. Já existem alguns posts sobre todos esses temas publicados aqui no blog, e você querer se aprofundar nessas leituras antes dos próximos. Quero ajudar! Foco é importante, é fundamental, em uma época tão agitada como atualmente.

Autor

16 comentários em “Como eu faço para ter foco: minhas técnicas hoje”

  1. Se você acessa no dia a dia só o calendário e a lista de próximas ações, quando revisa os outros horizontes? Eu tenho essa impressão que no dia a dia ficamos só no térreo,então como alcançaremos os outros horizontes.

  2. Adoro esses posts de início de mês para relembrar a base do método e trazer de volta o sentido de praticidade. A maioria dos links eu já li mas sempre é válida a releitura. Estou ainda implementando o GTD, depois de estudar o que pra mim é o suficiente nesse momento e isso me traz mais segurança de não me perder na ansiedade de ter controle de tudo.

  3. Thais obrigada por compartilhar com a gente um pouco da sua rotina, ajuda muito para quem ainda não se achou nesse processo. Excelente texto!

  4. Michele Cardoso da Silva

    Olá, meu nome é Michele. Tem um post em que você mencionou que não iria utilizar o app WhatsApp por um tempo, para fazer testes, e neste post você mencionou o referido aplicativo. O teste não deu certo?
    Muito obrigada por compartilhar conosco suas experiências, gosto muito do jeito que você escreve, sempre com carinho e dedicação.

  5. Oi, Thaís! Muito bom esse texto para relembrar princípios básicos.

    Estou no período de TCC na faculdade e queria saber como você se organiza para escrever a dissertação?

    Obrigada por seu trabalho (que acompanho aqui e também pelos livros). ☺️

  6. Bom dia Thais, tudo bem? Desde o vídeo chamado Sabado Produtivo que voce postou dia 13/07, você mudou a forma com que trabalha com o Bullet Journal?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *