Eu muitas vezes sinto que as estações como são hoje são apenas uma abstração baseada em um modelo europeu que a gente aplica aqui mas não diz muito respeito ao que acontece nas diferentes regiões do Brasil. De qualquer maneira, oficialmente estamos na primavera, e eu faço algumas alterações na minha rotina de saúde para me adequar ao momento que estamos vivendo na natureza.
Como vocês sabem, eu uso o livro *essencial* Culinária Ayurvédica para o seu dia a dia (compre aqui). Ele é maravilhoso e me guia em tudo nesse assunto. Para ser lido e relido o tempo todo. Tem muitas orientações boas.
A primavera tem duas características: fresco e úmido. Aqui em SP, para mim, isso faz sentido, mas é importante que você adapte à sua região.
Refeições boas para todas as estações:
Creme de cereais (ex: mingau de aveia)
Pudim de chia
Kanji – ou “canja”
Frittatas
Sopas cremosas
Salada cozida no vapor
Dosa
Kichari
Arroz basmati
Patê de feijão
Sopas verdes detox
Chá matinal tranquilizante de limão
Lassi digestivo
Leite de nuts
Caso não conheça alguma dessas receitas, recomendo o livro ou procurar na Internet, que se encontra facilmente.
Especialmente na primavera:
Creme de cereais com amaranto ou centeio
Pudim de chia com suco de romã
Kanji de trigo-serraceno, cevada, centeio ou painço
Frittata com couve de bruxelas, aspargos, alcachofra, brócolis, rúcula e espinafre
Sopa cremosa com aspargos, aipo, folhas de mostarda, vagem e espinafre
Salada cozida no vapor com chicória, rúcula, brócolis, aspargo
Dosa de arroz basmati e feijão mungo amarelo
Kichari com rúcula, dente de leão, endívia, repolho, couve de bruxelas, brócolis, aspargos, brotos de feijão
Patê de feijão – lentilhas vermelhas
Sopa verde detox com brócolis, rúcula, repolho, couve de bruxelas, aipo
Lassi digestivo com cúrcuma, gengibre e coentro
Leite de sementes de cânhamo
Alimentos para priorizar na primavera:
Especiarias: gengibre, pimenta do reino, limão siciliano, cúrcuma, anis, mostarda
Proteínas magras: feijão, lentilha, clara de ovo, carne branca (para não vegetarianos), grão de bico, tofu
Vegetais amargos: rúcula, couve de bruxelas, repolho, brócolis, folhas de dente de leão, aspargos, alcachofra, alho poró, espinafre, couve flor, endívia, rabanete
Mel in natura
Sucos: cranberry, romã
Leites: arroz, cânhamo, soja, sementes de uva, leite de cabra
Vinagres: balsâmico, arroz, maçã
Ideias de receitas para procurar:
Café da manhã: creme de cereais com frutas vermelhas, muffins com os alimentos recomendados (ex: ameixa), pho (uma sopa vietnamita com vegetais), húmus picante de feijão preto
Almoço: sambar (sopa de tomate do sul da Índia) servido com arroz, tacos de tofu com verduras, sopa de feijão branco com aspargos, dal picante
Jantar: tofu simples refogado, sopa de cenoura e gengibre com grão de bico torrado, sopa de couve-flor e alho-poró, croquetes de feijão-branco e alcachofra
Sobremesa: pudim de arroz doce com castanhas, creme de avelã, molho doce de frutas vermelhas
Bebidas: lassi de limão e gengibre, chá de gengibre e cravo da índia, refresco de laranja com gengibre, suco verde de limão, couve e gengibre
Eu absolutamente amo experimentar os sabores e ver o que gosto mais para manter na minha dieta e observar se me sinto melhor (e frequentemente sim). Novamente, recomendo fortemente o livro para quem tiver interesse nesse assunto. (compre aqui)
Esses são alguns aprendizados retirados do livro “Mude seus horários, mude sua vida” (Ed. Sextante). É um dos livros básicos que recomendo para esse trabalho que fazemos aqui com relação à organização da vida e construção de uma rotina tranquila.
O foco é colocar o seu corpo em um ciclo diário que leve em conta as suas necessidades de saúde, mas também seus relacionamentos e o ritmo de trabalho. Normalmente, coordenamos nossos horários pensando primeiro no trabalho, depois nos relacionamentos, e só por último em nosso próprio cuidado. A proposta aqui é inversa. Não se trata de “egoísmo”, mas de colocar o oxigênio primeiro em você para depois conseguir ajudar melhor as outras pessoas ao seu redor e fazer seu trabalho direito.
Hábito 1: me observar diariamente
No Ayurveda, não se trata de definir práticas e simplesmente ir fazendo. O grande lance do Ayurveda é a personalização diária, que depende da sua habilidade de prestar atenção diariamente ao que você precisa. Depois que você desenvolve esse hábito, toda a sua experiência de vida muda, porque você adapta alimentação, sono, descanso, exercícios, tudo, a como você se sente. É um hábito compassivo para com a sua saúde, em vez de trazer regras prontas. Se eu acordo me sentindo letárgica, isso vai orientar o exercício que vou fazer de manhã. Se estou com cólica, isso vai orientar como eu vou passar o restante do dia, me cuidando e mais quietinha, porque é normal.
Hábito 2: o sono é TUDO
Todas as noites, inclusive aos finais de semana, eu busco regularizar meu horário de ir dormir e de acordar. Não há qualquer problema em sair da rotina de vez em quando, mas você precisa ter uma rotina para poder sair dela, certo? Dormir cedo é importante para mim, para eu acordar bem. Mas, mais do que isso, é a quantidade de horas de sono, que varia enormemente se estamos no inverno ou no calor. Se o sono desanda, todo o resto desanda também. Por isso, meu sono é absolutamente sagrado e o ponto de maior foco a qualquer momento da minha vida. Esse hábito é um hábito que aprendi com o Ayurveda e que se tornou inegociável para mim.
Hábito 3: almoço como a refeição principal do dia
No Ayurveda, a orientação é a de que o corpo está no seu auge (durante o dia) em termos de metabolismo no horário em que o sol também está no seu auge, que é nesse horário do almoço, entre 11h e 14h. Portanto, fazer a principal refeição do dia nesse horário faz muito sentido, justamente porque você ainda tem toda a parte da tarde para fazer a digestão e por aí vai. Bem. O grande lance aqui, sinceramente, é garantir que você está se alimentando direitinho pelo menos uma vez ao dia, com os nutrientes que precisa, e tentar, sempre que possível, fazer refeições mais leves de noite. Eu costumava antes ter o jantar como a principal refeição do dia. Essa inversão tem feito muita diferença para mim e de fato me sinto melhor. Quando meu almoço não é tão bom, eu sinto bastante essa mudança no meu corpo.
Ter uma rotina é importante para algumas pessoas, especialmente no que diz respeito a esses horários, com relação ao ritmo do corpo. Se eu não tiver uma rotina, isso não me faz bem. Por eu me conhecer, faço o que é melhor para a minha saúde. O importante é cada um se conhecer.
Se quiser iniciar essa auto-observação, recomendo a leitura do Dr. Suhas, citado no início do post, pesquisar sobre cronobiologia, ritmos circadianos, e os livros clássicos do Ayurveda – recomendo em especial os capítulos sobre dinacharya e rotina sazonal do Astanga Hrydayam. Você também pode ler “24/7: Capitalismo e os Fins Tardios do Sono”, de Jonathan Crary, e “Sociedade do Cansaço”, de Byung-Chul Han. E, claro, consultar médicos, fazer seu check-up anual, verificar se as vitaminas estão em dia, a qualidade do sono, a saúde mental, a alimentação, enfim… um trabalho de uma vida, e é. Mas você precisa começar. É uma responsabilidade unicamente sua.
Vamos falar um pouco sobre Ayurveda? O Ayurveda, um sistema de saúde holístico originário da Índia, oferece uma perspectiva rica e profunda sobre o bem-estar, enfatizando a importância da nutrição consciente para harmonizar corpo e mente, especialmente para nós mulheres, em todas as fases da nossa vida. Como esta semana estamos falando sobre saúde específica da mulher nos diferentes canais do Vida Organizada, achei que este tema seria bem importante para o blog hoje.
Doshas
Doshas representam desequilíbrios. Todos os corpos são compostos por muitos elementos e, esses elementos, quando combinados com a nossa rotina, com a o clima, com a fase do dia e da vida, sofrem tais desequilíbrios. Por isso a observação diária é tão importante, porque só assim a gente vai conseguir compreender o que precisa fazer para atender as necessidades do nosso corpo.
Conhecendo as características dos doshas, você pode tentar fazer uma avaliação do desequilíbrio que seu corpo pode estar sofrendo mais e buscar soluções para ele. Na dúvida, vale a pena consultar um terapeuta ayurvédico.
Vata (espaço e ar) é o dosha mais instável, por assim dizer, ou mais volátil. De modo geral, é o primeiro desequilíbrio que surge com qualquer mudança na rotina e, portanto, o que deve ser primeiramente tratado, digamos assim. Se estiver em desequilíbrio, prefira alimentos quentes, úmidos e nutritivos. Grãos cozidos, sopas e chás quentes são ideais.
Os outros dois desequilíbrios são Pitta (fogo e água) e Kapha (água e terra). Para Pitta, opte por alimentos frescos, moderadamente pesados e menos picantes. Frutas, vegetais e grãos como trigo e arroz são recomendados. Para Kapha, prefira alimentos leves, secos e quentes ajudam a equilibrar Kapha. Pense em vegetais assados, legumes e especiarias estimulantes.
Esse assunto é muito complexo e tem n variáveis. Não é meu objetivo esgotar este assunto aqui e recomendo fortemente um estudo mais aprofundado para quem quiser saber mais. Acima estão apenas sugestões gerais.
Integrando o Ayurveda no cotidiano
Integrar os princípios do Ayurveda no cotidiano não requer mudanças drásticas, mas ajustes conscientes que podem promover um equilíbrio duradouro entre corpo e mente. Aqui estão algumas formas detalhadas de como incorporar esses princípios através de bebidas matinais, uso de especiarias e atenção plena ao corpo.
Bebidas Matinais
O ritual da manhã no Ayurveda serve como um momento de purificação e preparação para o dia que se inicia. A escolha da bebida pode ser ajustada conforme o seu dosha dominante:
Para Vata: Prefira bebidas que aqueçam e hidratem, como chá de gengibre ou água morna com um toque de mel. Isso ajuda a acalmar o sistema nervoso e promove a hidratação, vital para equilibrar o seco dosha Vata.
Para Pitta: Bebidas frescas ou à temperatura ambiente são ideais. Experimente água com algumas folhas de hortelã ou um chá de erva-doce para refrescar e acalmar o Pitta, evitando agravar o calor interno.
Para Kapha: Estimule seu metabolismo com uma bebida quente e picante, como chá de gengibre com limão ou uma pitada de caiena. Isso ajuda a despertar o corpo lentamente e incentiva a eliminação de toxinas.
Uso de Especiarias
As especiarias são consideradas pequenos tesouros no Ayurveda, cada uma com suas propriedades curativas que podem equilibrar os doshas:
Cúrcuma: Um poderoso anti-inflamatório que beneficia todos os doshas. Ela purifica o sangue, ajuda na digestão e tem propriedades antioxidantes. Inclua uma pitada em sopas, arroz ou chás.
Gengibre: Um estimulante natural, especialmente bom para Vata e Kapha, que aquece o corpo e ajuda na digestão. Use fresco em chás ou cozidos para adicionar sabor e benefícios à saúde.
Cominho: Excelente para todos os doshas, o cominho ajuda na digestão, na absorção de nutrientes e na eliminação de toxinas. Use em legumes refogados, dal (lentilhas) ou como tempero para pratos de grãos.
Observe-se
A consciência corporal é um pilar no Ayurveda. Observar como diferentes alimentos e práticas afetam seu bem-estar é crucial:
Registre suas observações: Mantenha um diário alimentar e de bem-estar para notar como você se sente após consumir certos alimentos ou bebidas. Isso pode ajudá-lo a identificar padrões e ajustar sua dieta para melhor atender às suas necessidades.
Ajuste conforme necessário: Se você perceber que certos alimentos exacerbam desequilíbrios em seu dosha, faça ajustes. Por exemplo, se alimentos frios e crus deixam você desconfortável, mude para alimentos cozidos e aquecidos.
Sintonize-se com as estações: O Ayurveda também enfatiza a importância da sazonalidade na dieta. Coma alimentos que estejam naturalmente disponíveis em cada estação, pois eles fornecerão o equilíbrio necessário para o corpo durante aquele período do ano.
Integrar o Ayurveda na sua rotina diária através destas práticas pode ajudar a promover uma saúde ótima, aumentar a energia e o equilíbrio emocional. Começar o dia com intenção e atenção plena em suas escolhas alimentares e de estilo de vida pode transformar profundamente seu bem-estar.
Receitinhas Básicas
Sopa de Lentilha para Equilibrar Vata: Lentilhas cozidas com cominho, gengibre e cúrcuma podem nutrir e aquecer o corpo, trazendo conforto e estabilidade.
Salada Refrescante para Pitta: Combine folhas verdes, pepino e abacate com um molho de iogurte e hortelã para um prato refrescante que acalma Pitta.
Kitchari para Equilibrar Kapha: Um prato leve feito com arroz basmati, lentilhas mungo e uma mistura de especiarias estimulantes para ativar a digestão e equilibrar Kapha.
Adotar a nutrição consciente do Ayurveda tem sido uma jornada incrível de autoconhecimento e bem-estar para mim. Espero que essas dicas e receitas inspirem você a explorar como os princípios do Ayurveda podem apoiar seu bem-estar feminino, nutrindo não apenas o corpo, mas também a alma.
Nos últimos anos, tive diversas experiências com espaços de trabalho e gostaria de compartilhar meus planos com relação a este assunto em 2023.
Esses foram os formatos de trabalho que testei:
home-office
trabalho em padaria, hotel ou outro lugar sem “controle”
coworking
escritório próprio com equipe
escritório próprio sozinha
É bom ter um espaço de trabalho em casa, pois tem dias que acordo com cólica, dor de cabeça, frio, está chovendo, meu filho não foi pra aula porque está com gripe e outras situações do tipo. No entanto, eu não preciso ter um setup gigantesco em casa – é inviável. Já tive e não gosto, porque fica muita coisa em termos de materiais, equipamentos etc. Logo, para mim, para o meu trabalho hoje, tenho a necessidade de ter um espaço externo. Meu home-office vai continuar, mas será reformatado. Aqui onde é o espaço hoje do meu home-office vai ser estruturado como um estúdio de música, para organizarmos nossas coisas (instrumentos, cabos, discos, amplificadores), e devo ter um cantinho com mesa e cadeira para poder trabalhar. Mas acredito que o mais prático será ter mais mobilidade mesmo em casa, de modo que eu possa trabalhar no estúdio, na cozinha, na sala, no quarto ou onde eu quiser. Mais adiante compartilharei o que decidi e o setup que farei.
Essa coisa de trabalhar em padaria ou local externo pode acontecer de vez em quando, especialmente se eu for para algum compromisso que demande esse deslocamento ou viagens a trabalho, que faço muito. O grande lance aqui é que não tenho controle das condições externas, como a qualidade da Internet. Logo, deixo para fazer apenas quando for estritamente necessário. No dia a dia, não tenho por que ir a uma padaria para trabalhar, por exemplo, pois tenho meus espaços.
O coworking funciona bem se a equipe estiver sempre nele. Gosto do ambiente, é agradável e motiva a produtividade. No entanto, é um custo muito caro. Fizemos o contrato de um ano, que vence agora em fevereiro, e não pretendo renovar. Com o valor que pagamos, daria para custear a locação de uma sala comercial só nossa, com tudo incluso, e não há essa necessidade no momento.
Eu comprei uma sala comercial em 2022 e a ideia é que ela seja o meu escritório diário de trabalho. Ela está em reforma e eu pretendo estar trabalhando lá a partir de fevereiro, pelo menos. Ela será a nossa única sala por enquanto e toda a equipe trabalha de maneira remota. Quando for necessário nos encontrarmos, faremos nela ou pontualmente posso alugar uma sala de reunião. Realmente diminuirei os custos com isso, então, assim que finalizarmos a mudança.
Essa sala é perto de casa, dá para ir andando, e também fico ao lado do clube onde faço academia, perto da escola do Paul, enfim, foi uma boa decisão e este ano a ideia é implementar essa nova rotina após a finalização das demais pendências relacionadas aos outros espaços. Pretendo sim compartilhar aqui no blog o andamento.
Bom dia. Este foi um grande aprendizado que eu tive no ano passado e eu gostaria de compartilhar com você.
Afinal de contas, quantas vezes você já não deixou de fazer algo importante para você porque não tinha tempo? Várias né? Pois é, eu também, mas não por falta de organização, mas por ter compromissos demais.
Porque veja meus papéis: empresária, pesquisadora, mãe, professora, criadora de conteúdo, escritora… Todos esses papéis me demandam pra caramba mas, mais do que isso, são papéis que me alocam em compromissos diversos ao longo do ano. Às vezes passo uma semana inteira em outra cidade, participando de mentorias ou eventos. Gravo muitas aulas e ministro eventos ao vivo. Participo ativamente da vida do meu filho. Participo de eventos acadêmicos. Assisto aulas do Doutorado. Participo de grupos de pesquisa. Faço lives. Escrevo. Enfim… deu pra ter uma ideia.
Nos últimos anos, eu deixei de fazer muita coisa quando eu tinha algum compromisso agendado. Exemplo: se eu tivesse que ministrar uma aula durante algum evento, eu adiava para a semana seguinte – que já tinha seus agendamentos. Aí eu ficava lá no evento e, na semana seguinte, tinha que trabalhar quase que em dobro pra dar conta das demandas que não fiz na semana anterior. Foi aí que veio o grande insight.
E se eu diminuísse minhas expectativas e simplesmente conciliasse meus compromissos diários com os meus compromissos profissionais de modo geral? Por exemplo: o que me impediria de sair de um evento no horário da aula, dar a aula e depois voltar? Absolutamente nada. Eu só não conseguiria fazer isso caso estivesse intencionalmente de férias / offline ou se a conexão com a internet fosse ruim.
Depois que tomei essa decisão, minha rotina ficou muito mais leve, porque eu não precisava agrupar muitos agendamentos no mesmo dia ou na mesma semana. Eu poderia espalhá-los melhor e ter um dia a dia mais equilibrado. Fora que acho divertido a coisa de trabalhar de qualquer lugar, pois acho que tudo é aula, sabe? E, quando compartilho o que vivencio, estou ensinando algo também.
Talvez sua vida não tenha tamanha complexidade – ou talvez tenha até mais. Mas você pode aproveitar a sua rotina para fazer coisas que, de modo geral, não consegue muito tempo. Tipo planejar a semana enquanto o filho está na aula de música? Você está ali presente, ouvindo, mas também está planejando a sua semana. Ou rabiscar um planejamento de um projeto na sala de espera do dentista. Fazer a lista do mercado enquanto o professor fala sobre um assunto não interessante na aula da faculdade.
“Ai Thais, mas e a mente plena? E o momento presente?” Quando estiver realizando algo com atenção, foque sua atenção. Simples assim. Quando eu saio de uma sala de evento e vou para o quarto do hotel fazer uma aula ao vivo com os meus alunos, estou focada na aula com meus alunos. Quando volto, estou focada no evento.
A vida é feita de escolhas, e realização é uma escolha diária.
Para mim, viver e fazer enquanto vive foi um grande insight de 2022 e me permitiu repensar a rotina de vida e de trabalho de uma maneira libertadora. Espero que este post contribua com a sua vida também, nem que seja um pouquinho.
Gostei demais de fazer essa análise sobre o ano que passou, do ponto de vista da numerologia. Pretendo escrever ainda um post sobre minhas perspectivas para o ano pessoal 3, trazendo alguns significados interessantes para vocês.
Recebo algumas vezes essa pergunta e eu fui buscar na minha rotina o que eu costumo fazer quando não acordo muito bem. Esse “não acordar muito bem” pode variar de pessoa para pessoa, mas eu imagino que inclua coisas como: cólica, sinusite, dor de cabeça, preguiça, cansaço, desânimo, depressão, entre outros.
Se levantar ainda está difÃcil, eu leio um pouco na cama ou escrevo no meu caderno. O que eu evito fazer: pegar o celular. Porque senão a vontade de sair da cama vira praticamente nula e o tempo passa sem nem eu perceber.
Escovo o meu cabelo ainda na cama e prendo o cabelo.
Finalmente levanto e vou ao banheiro fazer a minha higiene pessoal. Lavar o rosto com água fria ajuda a dar aquela acordada.
Depois disso, bebo bastante água! Veja que eu vou fazendo coisas para o meu corpo perceber que está acordando.
Se eu me sentir bem para isso, faço atividade fÃsica em casa mesmo. Yoga ou outra mais intensa. Depende do dia.
Quis postar porque vocês sempre me pedem para compartilhar como eu me alimento, para dar ideias mesmo. Algumas dessas opções postadas já têm receita aqui no blog, mas outras eu vou compartilhar aqui mesmo como eu costumo fazer. Minha alimentação se baseia não apenas no veganismo de modo geral, mas nos alimentos da estação e seguindo alguns princÃpios do Ayurveda (nem sempre, vale dizer, ok?).
Fiz com leite de aveia desta vez e a textura ficou muito parecida com a do ovo. Para todos os veganos que amavam seu ovinho mexido de manhã, como eu. Mesma experiência, mas sem crueldade animal.
A foto tá meio feinha mas os bolinhos estavam bem gostosos.
Na prática, eu costumo fazer esses bolinhos com o que eu tiver de ingrediente disponÃvel na cozinha. Muitas vezes eu faço salgado, quando não tenho pão. Fica bem bom. Basta temperar e usar uma frigideira anti-aderente ou lembrar de colocar algum tipo de óleo (azeite, óleo vegetal, manteiga vegetal, ghee vegetal, enfim).
Pão integral com grãos torrado no forno + abacate passado no pão como se fosse requeijão + shitake refogado com azeite, cúrcuma e pimenta do reino + broto de feijão. Antes de comer: meio limão espremido, erva doce, gergelim preto e mais pimenta do reino.
Melhorar as funções imunológicas do nosso sistema;
Entre outros.
Depois de raspar a lÃngua, faço bochecho com óleo de gergelim para lubrificar a boca e proteger as gengivas e dentes e, depois, escovo os dentes normalmente.
Depois, ele traz o ponto de que a felicidade diz respeito ao nosso mundo interno.
No inÃcio da quarentena, eu estava com muitas dúvidas a respeito dos sentimentos conflitantes que estava sentindo. Apesar de estar tudo bem aqui no nosso microcosmo, eu me sentia um pouco mal por estar me sentindo feliz sabendo que existem tantas pessoas no mundo sofrendo. Foi no Budismo que encontrei a resposta: problemas exteriores exigem soluções exteriores. Problemas interiores exigem soluções interiores.
Pensar assim tem me ajudado demais, de forma prática mesmo, no dia a dia. A não me preocupar com problemas mundanos. É aquilo: tem solução, bora pra solução. Não tem solução, paciência. Não vou tirar minha paz por conta disso.
Não digo que seja sempre fácil, mas estou nesse caminho. Entender esse conceito, essa separação, fez muita diferença para mim.
Acho muito louco isso e, acima de tudo, muito pragmático. Foi um divisor de águas na minha relação com tudo aprender a pensar dessa forma. Espero ter conseguido demonstrar neste post como isso impacta positivamente (ou pode impactar negativamente) no seu processo de organização.
Este mês estamos falando sobre bons hábitos para ter uma rotina tranquila, que resultam em uma Vida Organizada. Fiz diversas pesquisas aqui no blog, no YouTube e no Instagram para recolher sugestões de temas que sejam urgentes a vocês, e com esse compilado eu vou conseguir criar um montão de conteúdos que considero bacanas para ajudar a galera nesse momento. Então muito obrigada pela sua participação. <3
Não consigo dizer que minha sinusite está “curada”, mas praticamente não sinto mais os efeitos, e sofria muito com isso. Certamente foi um hábito saudável importante que incorporei.
Eu tenho uma estante aberta na minha cozinha onde organizo parte da despensa.
Sempre que posto alguma foto dela no Instagram, recebo algumas perguntas sobre ela acumular pó etc. Hoje eu reorganizei meus frascos e queria compartilhar então como funciona na prática.
Os frascos servem para armazenar itens que foram abertos, especialmente cereais, leguminosas e especiarias.
Tenho uma prateleira onde coloco as compras que ainda vou abrir e depois armazenar corretamente. De modo geral, estou tentando cada vez mais não consumir coisas em pacotes e saquinhos plásticos, mas ainda não alcancei isso em 100% dos casos.
Para isso, deixo sempre uma tesoura multifuncional na cozinha e uma fita adesiva transparente. No dia a dia, quando abro alguma embalagem, eu passo para o frasco e recorto tanto o nome quanto a data de validade e colo no vidrinho.
Eles são usados todos os dias. Então não são apenas decoração, acumulando poeira. Por isso faz sentido ficarem em estante aberta.
Neste post, que quero deixar como referência, mesmo após o fim do curso, quero contar um pouquinho o que me motivou para levar o meu trabalho para o online mesmo antes de saber que haveria uma pandemia no mundo e como foi a minha organização para conseguir fazer isso de maneira segura e com bons resultados.
Vale uma breve contextualização sobre mim e por que esse modelo de trabalho funcionou tão bem comigo.
Sempre fui uma pessoa que gosta de criar conteúdos e compartilhar, desde criança. Fazia meus próprios gibis, depois fiz parte da equipe do jornalzinho da escola, criei um fanzine na adolescência e meu primeiro blog desde o momento que eu tive acesso constante à Internet (em 2001). Mas isso não quer dizer que você tenha que ser igual! Só estou dizendo tudo isso para você entender por que me apaixonei tanto por esse modelo de atuação.
Como diz um mentor, “curtida não paga boleto”. Não basta você fazer um trabalho incrÃvel de criação de conteúdo ou ter um curso super legal se você não souber se vender. E eu confesso que esse era o meu maior tabu. Fui fazendo novos cursos e mentorias, o que me deu conhecimento e embasamento na prática para tomar a decisão que tomei no ano passado: vou entrar 2020 com meu trabalho 100% no online. E como fiz isso? É o que vou contar no restante do post.
Eu sempre gostei tanto do trabalho presencial que tomamos uma decisão no final de 2018: alugar uma sala exclusivamente para fazer os cursos em São Paulo. Outro projeto que colocamos em prática foi elaborar uma nova formação de instrutores em GTD, que poderiam ficar responsáveis pelas turmas abertas ao redor do paÃs e eu poderia ficar com as turmas apenas em São Paulo, na sala contratada pra isso. Podendo ficar concentrada em São Paulo, eu poderia iniciar a minha transição para o online, com o meu trabalho com o Vida Organizada.
Teduzi muitos custos fixos que tÃnhamos como empresa – entregamos as salas comerciais, não era mais necessário ter equipe em tempo integral (pois não haveria mais o gerenciamento dos cursos presenciais, que tomavam 90% do trabalho) e cancelei serviços;
Conversei com meu marido e falamos sobre reduzirmos nosso custo de vida de modo geral, o que ele aceitou prontamente porque já vÃnhamos fazendo isso desde o inÃcio do ano.
Vale dizer que, em paralelo, meu ano passado foi muito complicado pessoalmente. Eu tive um problema de saúde que iniciou em fevereiro e eu só comecei a melhorar por volta de setembro ou outubro. Nesse meio tempo, fiquei tão mal que isso me manteve atrelada ao mÃnimo possÃvel de atividades – então priorizei os cursos e serviços já contratados, mas sem novas iniciativas, pois não sabia se poderia me comprometer. Tive dias em que não conseguia sair da cama direito e trabalhar, pois sentia muita fraqueza.
Para quem não sabe, fiz uma cirurgia complexa em 2017 que mudou completamente o meu metabolismo. O perÃodo de ajustes do corpo pós cirurgia leva cerca de três anos e muita coisa pode acontecer nesse meio tempo. O que aconteceu comigo foi ter tido um pane geral, pois descobri uma alergia fortÃssima, associada uma questão emocional delicada de luto que vivenciei com a morte da minha avó. Eu só pude ter esse diagnóstico geral este ano, quando iniciei meu tratamento dentro do Ayurveda, com uma profissional especialista. Eu contei mais sobre isso em um vÃdeo no YouTube, se você quiser saber.
Essa confiança mudou a minha cabeça de volta ao Brasil. Tinha muita coisa para ajustar, mas era uma sequência de coisas práticas apenas, pois o resultado final estava claro. Todas as providências que tive que tomar foram muito difÃceis – algumas delas, mais do que outras. Mas eu queria focar no online, pois era onde as pessoas estavam. Não tinha sentido investir 90% da minha energia em cursos presenciais que não me traziam nem 10% do seu faturamento. As pessoas estão online. Elas querem o online. Queria simplificar a minha vida, voltar a ser autônoma, reduzir meus custos fixos para poder continuar levando esse trabalho adiante. Acreditava piamente que focar meus esforços no online me traria isso, mesmo que meu faturamento diminuÃsse.
Quando o Brasil entrou em quarentena, eu comecei a receber uma demanda insana de convites para entrevistas, cursos, trabalhos, consultorias, LIVEs etc. Todo mundo queria ir para o online. Todo mundo queria dicas para trabalhar melhor no home-office. Todo mundo queria saber como se organizar com a famÃlia em casa durante a quarentena. Dei entrevistas para a tv, para o rádio, fui contratada por empresas para workshops de reuniões online e trabalhos do tipo.
Como eu falei para vocês, a viagem que fiz em junho do ano passado me gerou uma experiência espiritual – quase como uma iniciação divina. Eu estava decidida a trabalhar como nunca vivendo o meu propósito. Quando a quarentena começou e essa demanda toda começou, eu voltei de novo para dentro de mim e me perguntei: o que posso fazer para ajudar as pessoas nesse momento que estamos vivendo? Mil ideias surgiram. Como não dá para fazer tudo ao mesmo tempo, fui priorizando. Primeiro, fiz um mês de LIVEs todos os dias com a minha audiência para garantir que a galera teria um porto seguro todos os dias ali para bater um papo leve sobre como estávamos vivendo e dando dicas para o trabalho, a casa, o autocuidado etc. Abri uma nova turma do meu curso. Antecipei, porque seria aberta só depois, mas muitos me pediram. Então organizei direitinho para abri-la, e foi ótimo. Depois, fiz um workshop de organização da casa (totalmente online) com Feng Shui, com a minha amiga Wanice. Na sequência, a Jornada POP, pra ajudar meus colegas agora com relação a essa transição. Nunca trabalhei tanto como este ano, mas nunca meu trabalho teve tanto significado.
Absolutamente todo mundo que convive comigo me parabeniza por ter tomado essa decisão de levar o meu trabalho para o online e, quem ainda não o fez, me pede dicas, acompanha o que faço, enfim, tenho tido meses cheios, mas cheios de coisas boas, com um senso de contribuição muito forte dentro de mim. Não se trata apenas de ter um trabalho que me permita sustentar a minha famÃlia e, como falei, prosperar muito mais do que antes, mas de viver o meu propósito. Absolutamente TUDO o que faço transpira o que sinto que estou nesta vida para fazer, e isso não tem preço. Não tem preço.
Não quero terminar este post sem dizer alguns recados finais:
Todo mundo que hoje trabalha com Internet começou com 0 seguidores e sabendo absolutamente nada sobre esse mundo, mas com muita vontade de aprender e prosperar!
Como eu gosto de dizer para os meus amigos quando eu os convido para uma experiência que sei ser maravilhosa mas eles ainda se sentem meio inseguros a respeito: “pode vir, a água está quentinha. Você só vai saber quando você entrar.”
Mercúrio rege as comunicação, então cheque dupla, triplamente qualquer mensagem que escrever e enviar. Veja se você foi claro/a o suficiente. Evite mal-entendidos.
Ao mesmo tempo, já venho tomando algumas providências, como ter um momento de “check-in” diário. Isso me ajuda enormemente pois, assim que acordo, eu já vejo se tem algo mais urgente e dou um encaminhamento, nem que seja para avisar a pessoa que vou demorar um pouco para responder. Isso me permite levantar, fazer a minha rotina de autocuidado, me organizar, começar o dia com mais calma.
Consegui reduzir minhas coisas a, como Thoreau diz em “Walden”, ao que cabe em um único carrinho de mão, e com isso considerava a minha vida mais simples.
Eu fui aquela pessoa que tinha duas calças jeans e alguns pares de camisetas para facilitar o vestir no dia a dia (ainda existe esse “mindset” associando o ato a pessoas de alta performance ou bem-sucedidas).
De maneira alguma tenho a pretensão de dizer que a minha experiência se aplica a todo mundo e que as conclusões a que cheguei posteriormente a ela seriam iguais para outras pessoas. É um blog pessoal, certo?
Por mais que eu tenha muitas ressalvas sobre a abordagem dos The Minimalists, gosto particularmente de uma frase que o Joshua usa no documentário, dizendo que cada item na casa dele está ali por um propósito. A revista na mesa, a cadeira na sala, a pasta executiva preferida.
Mais uma vez: minha experiência pessoal somada à s pesquisas que tenho feito nos últimos 14 anos, especialmente aprofundadas nos anos do meu mestrado. Como falei no inÃcio do texto, minha jornada de inÃcio do minimalismo foi importante, fruto de uma inquietude interior. Mas foi fundamental olhar para fora para compreender que, como parte do mundo, não basta ter compaixão apenas comigo mesma, mas com todos.
Eu estou em um momento de transição na minha saúde com várias questões. Faz três anos que fiz a cirurgia de redução do estômago, e só agora meu corpo estabilizou. Foi o que me deu a liberdade de me tornar vegetariana há um ano, e a integrar as práticas de Ayurveda para o resto da vida. No momento, tenho uma terapeuta de Ayurveda que está me orientando e estamos no meio de vários processos por aqui, especialmente hormonais, e a alimentação complementa muito. Sim, ainda pretendo falar mais sobre isso em outros posts.
Meu interesse com o Ayurveda nasceu há pouco mais de um ano, quando li o livro “Mude de horário, mude de vida”, que foi publicado recentemente no Brasil com o tÃtulo “Mude seus horários, mude sua vida”, pela Ed. Sextante.
A partir dali, fui me interessando pelo assunto e acompanhando vários profissionais que são especialistas nesse assunto pela Internet: Mateus do Vida Veda, a Laura Pires, a Márcia de Lucca, o Erick do Naradeva Shala, entre outros.
É claro que tenho dias mais preguiçosos e nostálgicos em que eu como um pão na chapa com azeite (e um pouco de salsinha), mas de modo geral eu prefiro comer algo que tenha mais nutrientes para aproveitar bem cada refeição.