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Não é normal dormir mal

Nossa sociedade está tão doente que dormir poucas horas virou o novo normal.

Algumas pessoas até se gabam disso: “durmo apenas quatro horas e me sinto bem!”.

Olha, não quero entrar em extremos aqui e dizer que é impossível uma pessoa dormir pouco e se sentir bem. É claro que existem casos e casos. Já tivemos até um ótimo depoimento sobre sono polifásico por aqui, do Darllan, que é leitor do blog e está se formando como professor de GTD. É óbvio que existem corpos e corpos, estilos e estilos de vida, e maneiras de se fazer as coisas.

O que quero problematizar neste post é essa nova regra de normalizar a pouca quantidade de sono. É essa “onda de produtividade e alta performance” que “prega” o aproveitamento máximo do tempo, e que “dormir é para os fracos”. “Você pode dormir quando estiver morto”. Já ouviu essas frases? Então é sobre isso que eu quero falar aqui.

Quando as pessoas me pedem “dicas de produtividade”, a principal “dica” que tenho para dar é: durma bem. Porque, sinceramente: PARA MIM, uma noite mal-dormida acaba com o meu dia seguinte. Eu não tenho energia para nada – passo o dia me arrastando. E acho isso péssimo. Conversando com outras pessoas, sei que não é só comigo.

Quantidade de horas x qualidade das horas

Chegamos aqui então ao ponto: não se trata talvez de dormir muitas ou poucas horas, mas sim de dormir o suficiente. Então sim, amigão, você pode dormir quatro horas por noite e se sentir bem, mas tem pessoas que precisam dormir sete, nove horas, para se sentirem tão bem quanto você. O segredo, mais uma vez, está no auto-conhecimento.

A grande pergunta se fazer é: será que eu realmente fico bem dormindo as quatro horas ou me acostumei? Será que você se sentiria ainda melhor dormindo seis ou oito horas? Fica a pergunta.

Diversos estudos na área das ciências cognitivas dizem que não é “desejável”, mas sim estrititamente necessário alternar períodos de esforço com períodos de relaxamento ao longo do dia. Precisamos dormir bem, alcançar todas as diversas fases do sono, para que nosso cérebro faça aquelas ligações todas e gere conhecimento, retenha informações e faça conexões. Além de, é claro, o descanso físico e mental que só uma boa noite de sono proporciona.

Não quero, mais uma vez, com este post, trazer regras. Quero que você analise e reflita sobre a sua qualidade de vida.

O que EU descobri? Eu descobri que, para mim, dormir de seis a oito horas de sono por noite funciona bem. Minha média são sete horas e meia – oito horas no total, desde o momento em que deito na cama, pego no sono e durmo propriamente dito. Mas há noites em que a qualidade do sono não foi boa – acordo diversas vezes, passo mal do estômago por qualquer motivo, tenho sonhos agitados, e tudo isso faz com que pareça que, mesmo que eu tenha dormido DEZ horas, eu tenha dormido duas ou três apenas. Então não é apenas a quantidade, mas também a qualidade dessas horas de sono. Vale a pena prestar atenção nisso.

Estabeleça regras pessoais

Eu percebi alguns elementos que me ajudam a ter melhor qualidade de sono:

  • não beber café depois da 16h
  • desligar telas e dispositivos eletrônicos até 1h antes de dormir
  • fazer atividades calmas durante a noite
  • não ler livros perturbadores, de terror ou que estimulem muitas ideias
  • não discutir assuntos que vão me deixar agitada
  • não comer alimentos “pesados” ou que dificultem a digestão

Isso já basta.

Importante é priorizar a rotina de sono

Outro ponto é que, se você descobriu que precisa dormir uma quantidade X de horas todas as noites, isso deve ser prioridade para você. Tornar isso prioridade significa dizer não a alguns compromissos que prejudicariam sua noite e o seu dia seguinte. É chato mas é importante. Com o passar do tempo, fui vendo que um show que eu deixasse de ver em um dia qualquer não seria tão ruim assim, levando em consideração a ótima performance que eu teria dando aula na manhã seguinte, se fosse o caso.

Quando eu era mais nova, era comum sair na quinta à noite e ir trabalhar na sexta de manhã. Passava o dia “um caco”, reclamando e esperando dar o horário de ir embora. Isso não é normal nem legal. Hoje em dia não faço mais esse tipo de coisa. Não se trata de ser certinha ou chata, mas de me conhecer e saber como ficar bem. Vou ter “n” oportunidades de jantar, assistir shows e fazer outras atividades se me planejar direitinho. Mas existem dias em que simplesmente meu foco é outro, e é simples assim.

Desde que dormir bem se tornou uma prioridade na minha vida, absolutamente TUDO mudou. Me sinto mais descansada, motivada, inspirada, criativa e produtiva. E como quero sempre estar bem desse jeito, dormir bem é exatamente isso: uma prioridade.

Tenho um outro texto aqui no blog sobre a regularidade do horário de sono, que pode te interessar.