Blocos de tempo, contextos e a construção da minha nova rotina de trabalho

Tudo o que aconteceu nos últimos meses e os imprevistos e surpresas praticamente semanais que têm surgido na minha vida me fizeram perceber que eu precisava reestruturar a minha rotina. Outro fator que influenciou bastante foi a mudança dos meus locais de trabalho.

Breve histórico recente: mudamos para a rua da casa da minha avó em setembro do ano passado, para assim ficarmos mais perto dela (que decisão acertada!). Uma das maneiras de fazer isso foi justamente criando meu escritório dentro da casa dela, pois assim eu passaria o dia lá, dando mais atenção e atendendo conforme o necessário. Isso funcionou bem durante um tempo, até ela finalmente ser internada e a rotina mudar completamente.

Com a entrada da Silvia na empresa, trabalhando comigo, em maio, surgiu a necessidade de termos um escritório externo para trabalhar. Falei mais sobre isso aqui em um post específico sobre “sair do home-office”. Aluguei uma sala comercial, que precisava de algumas reforminhas básicas, e obviamente isso ficou um pouco em stand-by com a internação e morte da minha avó. Agoooora que as coisas estão andando.

Nesse meio tempo, no entanto, eu fiquei um pouco “órfã” de espaço de trabalho. Não tenho home-office no meu apartamento e a casa da minha avó entrou em reforma para nos mudarmos para lá (também já falei sobre isso aqui). Fiquei alternando entre diversos locais nômades de trabalho, entre coworkings, padaria, faculdade, o quarto do meu filho e outros desse tipo.

Agora, com o andamento do escritório, uma nova rotina de trabalho se configura. E, já pensando nela, fiz uma reflexão sobre a natureza de um dia de trabalho meu hoje, de acordo com os meus ritmos, e fiquei muito satisfeita com o resultado. Então é sobre isso que eu quero escrever neste post.

Em primeiro lugar, montei uma lista com os diversos blocos de tempo que tenho no dia.

Para entender o que considero blocos de tempo, significa que eu vejo meu dia com diversas micro partes de um todo. Eu também gosto de trabalhar de 1h30 a 2h e fazer intervalos, pois isso me ajuda a manter a cabeça bem mesmo ao longo de um dia com muitas atividades. (leia o texto que fala sobre a importância disso aqui)

Seguem os blocos com uma média de tempo para cada um:

Bloco 1 (1h)
Acordar, tomar café, trocar de roupa etc etc (rotina de antes de sair de casa) e o período em trânsito
Considero um bloco só de acontecimentos

Bloco 2 (30min)
Rotina matinal de chegada ao trabalho
É quando faço meu café, leio as notícias do dia, pratico meditação

Bloco 3 (1h30)
Deep work
Faço um primeiro bloco de trabalho concentrado

Bloco 4 (30min)
Intervalo de 15 a 30 minutos
Eu descanso mas também aproveito para realizar atividades leves

Bloco 5 (1h30)
Deep work
Novo bloco concentrado

Bloco 6 (1h30)
E-mails e mensagens

Bloco 7 (1h30)
Almoço

Bloco 8 (1h)
Assuntos a tratar
Resolvo pendências com a Silvia ou realizo reuniões

Bloco 9 (30min)
Novo intervalo

Bloco 10 (1h30)
Assuntos a tratar
Aulas ou reuniões

Bloco 11 (30min)
E-mails e mensagens

Bloco 12 (30min)
Finalização da rotina de trabalho

Bloco 13 (1h)
Período em trânsito
Pode ser ir para casa, ir ao mercado, ir para a faculdade – este é o momento que aproveito os deslocamentos

Bloco 14 (1h)
Estudo leve ou atividades pontuais com a família ou em casa

Bloco 15 (1h30)
Estudo focado

Bloco 16 (1h30)
Me time, tempo com a família

Bloco 17 (30min)
Rotina de antes de dormir

Bloco 18 (7,5h)
Sono

Essa análise foi muito útil porque me fez perceber que tenho alguns blocos de trabalho aprofundado pela manhã, que preciso aproveitar bem, assim como não posso dedicar a tarde inteira para reuniões, e de noite também quero reservar um tempo para estudar.

A ideia é engessar o dia e cumprir sempre dessa maneira? Não, esse é um dia ideal. Pode acontecer de ter reuniões pela manhna e a tarde livre, então procuro inverter os blocos.

Os blocos me ajudam a entender meus contextos, ou seja, lugares, ferramentas ou condições de energia que me encontro para realizar tais atividades. Por isso organizo as minhas listas de coisas a fazer de acordo com tais contextos (no Evernote):

Achei essa simplificação dos contextos maravilhosa e já tem funcionado lindamente.

(Vale lembrar que associo esses blocos de contextos com os temas para cada dia da semana.)

No meu planejamento semanal (que também já ensinei como fazer, aqui), eu verifico se existem blocos de tempo que eu preciso necessariamente usar para atividades a serem feitas no próprio dia, pois essas atividades devem entrar na minha agenda, e não nas listas acima. Por exemplo, segunda de manhã eu preciso dedicar algum tempo para escrever alguns posts e a newsletter do blog, caso eu não tenha feito isso antes, então no planejamento semanal isso entra direto na agenda, e não nas listas.

Aliás, uma boa dica para saber se algo precisa de um bloco de tempo no seu calendário é o tempo que você deve dedicar a determinada atividade. Se ela durar de 1 hora para mais, pode valer a pena inserir um bloco de tempo na sua própria agenda, pois não é algo que você simplesmente “encaixa” ao longo do dia, nos intervalos dos seus compromissos (que é o sentido do uso das listas por contextos).

Enfim, tudo é teste, e é importante que você também teste diversos modelos para entender o que atende melhor o seu dia de trabalho.

Essa configuração permite que eu trabalhe tanto no meu escritório da “firma” quanto no home-office, que serão os dois locais de trabalho que eu terei. Mais sobre esse assunto em posts futuros por aqui. 😉

Você já parou para pensar nos seus diversos blocos de tempo ao longo de um dia de trabalho e em como eles podem ajudar você a ter um dia mais tranquilo e equilibrado, realmente produtivo? Deixe um comentário!