Categoria(s) do post: Ambiente de trabalho, Famí­lia, Rotinas

Estou achando maravilhoso que o mundo tem descoberto como é difí­cil o dia a dia das mães que trabalham em casa e ficam com os filhos! Não é nada fácil, não é mesmo?

í‰ uma situação desafiadora e as recomendações obviamente vão depender demais da idade dos filhos, da quantidade deles, da estrutura familiar, das condições financeiras e outros fatores. Portanto, vou procurar trazer dicas que sejam democráticas, buscando abrigar a maioria das condições, mas espero que entendam essa condição impossí­vel de trazer soluções para todo mundo. O importante é cada um fazer aquilo que pode dentro das suas necessidades.

  • Converse com os seus filhos para que eles compreendam a situação e tenham a chance de manifestar o que têm vontade de fazer. Eu cheguei com uma programação de atividades pronta para o meu filho e no primeiro dia ele quis aprender a tocar um instrumento musical (que tí­nhamos em casa). Ele passou o dia vendo tutoriais no YouTube e treinando, e tanto eu quanto o pai dele conseguimos trabalhar tranquilamente. Você pode ter ideias, mas dependendo da idade dos seus filhos, eles podem ter suas próprias e te surpreender. Dê essa chance.
  • Com mais de uma pessoa em casa, sempre é mais fácil. Se tiver a possibilidade, alterne com outra pessoa (o pai ou a mãe, ou outra pessoa) quem trabalha e quem entretém a criança durante um tempo. Aqui em casa, quando preciso me concentrar, meu marido fica com o filhote, e vice-versa.
  • Quando posso trabalhar sem tanta concentração, ele fica comigo, fazendo alguma atividade, mas sempre conversando. Não me atrapalha se eu tiver a expectativa do que é esse trabalho. Uma coisa é escrever, que demanda concentração total. Isso não dá pra fazer com ele me fazendo perguntas a cada 3 minutos. Mas eu posso editar um ví­deo, arrumar o escritório, fazer uma série de outras atividades com ele junto comigo fazendo outras.
  • Quando estou sozinha com ele e precisa fazer uma reunião ou me concentrar, eu aviso que não poderei ser interrompida e uso o fone de ouvido. Fico de olho nele mas consigo fazer o que preciso. Não dá pra ficar o dia todo assim, pois ele precisa de atenção, mas em alguns momentos é possí­vel.
  • Integrar a criança í s atividades pode ser uma boa para distraí­-los. Desde o momento em que ele acorda, ele entra no jogo aqui. Café-da-manhã, ele está na cozinha preparando comigo. Yoga, faz comigo. Tirar roupa da máquina e dobrar, chama junto. Desse modo, você está presente. Quando precisar se concentrar e pedir para ele ficar quietinho em uma atividade individual, será mais fácil de ele ficar, pois não sentirá sua falta tanto assim.
  • TV, celular, computador, ví­deo-game não são o mundo ideal, mas acho que vivemos em um estado de exceção. Se você precisa trabalhar e a única maneira, em alguns momentos, é permitir essas tecnologias, não se culpe tanto. Faz parte!
  • Manter a rotina o mais próximo possí­vel do normal. í‰ muito rápido mudar e começar a dormir mais tarde, mudar o horário de almoço, de banho etc. Crianças não combinam com falta de rotina. Elas precisam da rotina para se sentirem seguras. Além disso, especialmente no que diz respeito ao sono e í  alimentação, a rotina regular permite que o corpo não sofra com mudanças. Tudo o que não queremos é baixar a imunidade.

Estão circulando pela internet diversas ideias de atividades e brincadeiras para entreter as crianças em casa. Logo, ideias não faltam. Aqui vão algumas:

  • Usar a grade horária da escola para revisar as matérias e lições de casa. Não apenas as lições, mas pesquisar ví­deos no YouTube sobre o assunto, ler nos livros, enfim, estudar propriamente dito.
  • Atividades domésticas. Cada idade permite um grau de envolvimento e segurança. Dobrar as roupas, arrumar as camas, passar um pano nas superfí­cies, preparar seu próprio lanche são coisas simples que as crianças podem fazer. Não é pela complexidade, mas pelo senso de participação.
  • Ajudar no trabalho. Dependendo da idade da criança e da sua atividade profissional, ela pode ajudar de alguma maneira. Verifique a viabilidade.
  • Entretenimento offline. Se tiver quintal ou varanda, ótimo. Use! Cachorro, piscina e outras atividades ao ar livre não vão faltar. Para lugares fechados: leituras, colagens, massinha, receitas (na cozinha), quebra-cabeça, jogos de tabuleiro, instrumentos musicais, algum hobby, desenho, pintura, escrita, quadrinhos, brincadeiras diversas.
  • Entretenimento online. Filmes, séries, desenhos. Promova maratonas. Faça pipoca e brigadeiro. Gravar ví­deos para um canal próprio no YouTube. Tirar fotos. Ví­deo-game. Ví­deos no YouTube. Telefonar para a famí­lia e amigos. Joguinhos na Internet.

Outra coisa: da mesma maneira que as pessoas da sua equipe te interrompem no trabalho, sua famí­lia e seus filhos vão te interromper em casa. Faz parte da convivência com outras pessoas. Seja paciente, pois seus filhos também estarão preocupados e, provavelmente, sentindo mais necessidade de presença e carinho. í‰ outro ritmo de vida. Aceite.

Todos nós, como seres humanos, precisamos aprender a lidar melhor com essas mudanças inesperadas. Quem sabe assim aprendemos a pensar mais no outro e a viver em comunidade (que inclui a famí­lia)?

Espero que o post tenha sido útil para quem está tendo dificuldades com esse momento.

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7 comentários

  1. DALVA BORGES NICOLAEVSKY PINHEIRO comentou:

    Thais, excelentes dicas. Minha filha acabou de fazer 3 anos e está se saindo melhor do que eu pensava nesse nosso quarto dia de isolamento. Ela me ajuda em tudo desde 1 ano e meio, mais ou menos, e vejo o quanto isso se reflete agora… ela própria pega o pão no armário, separa os pratos, talheres e copos dela, passa o requeijão no pão, guarda os brinquedos, dá comida pra cachorra… claro, no tempo dela, do jeito dela mas foi o que você falou: senso de participação.

    Excelente post!!!

    Bjs

  2. Evelyn Dos Santos Mata comentou:

    Post muito bem vindo nesse momento. Obrigada, Thais!

  3. Inês comentou:

    Obrigada Thais! Estou em casa com 2 crianças e 1 adolescente e tem sido difícil, mas acho que é uma questão de criarmos rotinas. E quando me sinto muito ansiosa, tento recordar que “isto vai passar”… Por vezes não é fácil lembrar que a tempestade vai chegar ao fim quando estamos ainda dentro dela, mas sabemos que vai, né? Um beijinho grande de Portugal, Inês

  4. Danielly Motta comentou:

    Olá Thais… obrigada pelo compartilhamento de tantas informações relevantes. Eu tenho 2 adolescentes em casa, também estou em home office e preciso estabelecer uma rotina de estudos e atividades pra eles continuarem ativos durante o isolamento. Você tem alguma sugestão de cronograma?

    1. Nesse caso como eles têm mais autonomia eu também conversaria com eles para elaborarmos juntos.

  5. Gildevania Melo comentou:

    Olá, me chamo Gildevania e um amigo me indicou seu blog. Estou gostando!♡ Sou costureira criativa e tenho novos projetos para desenvolver no meu trabalho. Preciso me organizar, criar novos hábitos saudáveis para toda minha família. Creio que aqui irei ter alguns suporte e conhecer mais sobre organização. Obrigada por compartilhar seu aprendizado!♡