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Sobre se reconstruir: pedacinho por pedacinho

Pode ser que vocês já estejam um pouco entediados de tanto eu falar sobre esse assunto. Peço desculpas por isso, mas eu acredito que o ponto principal de qualquer blog é o tom pessoal, e é impossível fazer isso sem escrever sobre o que estou vivendo.

Após a morte da minha avó, eu mergulhei dentro de mim mesma. Mas demorei para entender que eu tinha mergulhado. Foquei no trabalho (que me faz bem), mas uma série de acontecimentos foram encadeados e, hoje, quando paro para refletir, vejo como estava vulnerável. Isso abriu a porta para várias situações que eu jamais permitiria em outras ocasiões, que não vêm ao caso aqui, mas que hoje consigo perceber (e guardar como referência para o futuro).

Chegou um momento em que eu senti que o chão estava desabando ao meu redor. Eu estava muito triste. Não conseguia resgatar minha atitude mental positiva. Não me encontrava. Não sabia mais o que me fazia feliz. Enviei um e-mail para o meu professor orientador dizendo que abandonaria o mestrado (não sentia que tinha cabeça). Queria cancelar minha viagem para participar do GTD Nível 3 (quem me conhece sabe a gravidade dessa ponderação). Entre outras decisões que representavam uma ruptura em diversos aspectos da minha vida.

Foi quando eu resolvi parar.

Não era o momento de tomar decisões importantes nesse nível.

Comecei a querer resolver uma coisa de cada vez, com cuidado. E essa é a dica que eu quero compartilhar com você, caso você esteja vivendo ou um dia passe por uma situação parecida.

O que eu aprendi com o David Allen (autor do método GTD) me ensinou sobre a mente? Que ela não serve para armazenar, e sim para ter ideias. Criar. Encontrar soluções.

Para deixá-la fazer isso, eu preciso esvaziá-la. Tirar as coisas da cabeça. Então resolvi retomar o hábito (de anos, e que tinha parado recentemente) de acordar e escrever um diário, no papel mesmo. Comprei um caderno universitário simples e me obriguei a escrever mesmo sem parecer ter vontade. Passar os pensamentos para o papel, simplesmente.

Isso me ajudou demais a lidar com “um problema” de cada vez.

Reconstruir um castelo começa pelo primeiro tijolo, apenas. E entender isso foi mais do que fundamental, foi VITAL para que eu ficasse bem.

No primeiro dia que comecei a escrever, já me decidi sobre o mestrado. Quero falar mais sobre os propósitos do mestrado em outro post (que já estou escrevendo). Obviamente resolvi continuar.

Depois, decidi sobre outras coisas. Mas fui refletindo com cuidado, buscando dentro de mim as respostas – o propósito de cada coisa – e sem pressa. Algumas eu realmente optei por deixar de lado. Outras serão modificadas, mas é uma transição que levará alguns anos, e não algo imediato.

Quando a gente (que trabalha com isso) fala que organizar é colocar as coisas no seu lugar, diz respeito a mais do que dobrar as meias e arrumar na gaveta. Muitas vezes, as dobras que precisamos fazer são na nossa personalidade, e demandam mais do que simplesmente sentar na cama e fazer com todos os itens. Às vezes, uma única meia dobrada já é um avanço e tanto, e está tudo bem. A gaveta é minha mesmo.