“Elimine as distrações”

“Elimine as distrações”.

“Faça uma lista de tarefas para ter um dia mais focado”, eles dizem.

Quando vejo uma pessoa, dentro de um prédio, ou fechada em estruturas de cimento, quase sem janelas e luz natural, com um computador ligado e um celular com notificações a cada 15 segundos, eu entendo que “focar’ e escrever uma lista possa parecer uma coisa sensata.

E é. Eu adoro listas. Acho que elas são importantes.

Mas, mais do que uma lista, ou mais do que qualquer outra coisa, é a gente saber se ouvir melhor. As listas podem ser tão distrações quanto todo o resto. Se você estiver ignorando a sua saúde, o cuidado com os seus filhos, os seus relacionamentos, mas escrever uma lista quando você chega ao trabalho te deixa mais tranquilo de alguma maneira, questione.

É muito mais fácil se manter com o escudo das demandas e ocupações porque isso permite que a gente esconda falhas que não quer que os outros reconheçam em nós. Ficar até mais tarde trabalhando é mais fácil que ir para casa e encarar um relacionamento com problemas.

Outro dia estava fazendo um exercício com uma professora de GTD e estávamos comentando sobre o que uma aluna definiu como uma próxima ação. Ela queria emagrecer com saúde. Definiu que a próxima ação seria “pesquisar na Internet melhores maneiras de emagrecer”. Ficamos discutindo um tempo sobre isso. Será que você não está apenas se distraindo, definindo coisas como essas em suas listas? É tão fácil batucar o teclado e digitar que você vai pesquisar como emagrecer! Depois, basta entrar no Google e pesquisar! Que bacana! Mas e aí, você está sentindo que esse projeto está avançando mesmo? Ou você só está se distraindo?

O outro exemplo que dei em nossa conversa foi sobre o destralhamento da casa. O cidadão vai lá e insere na sua lista do Todoist: “fazer uma lista do que quero destralhar”. Poxa, que legal – você monta a lista e dá o “check” na tarefa – aumenta seu carma no aplicativo. Mas a sua casa continua com tralha. Seu nível de dopamina pode ter aumentado um pouco, mas as coisas continuam na mesma.

Listas são ferramentas muito úteis e efetivas e fazem parte de todo processo de organização. Mas, mais importante do que elas, é o conteúdo que você coloca. E esse conteúdo tem que vir de dentro de você. Se você estiver mantendo as distrações da sua vida, ignorando o que realmente precisa ser mudado, que tipo de evolução espera?

A não ser, é claro, que queira apenas continuar distraído. Anestesiado, tomando seu 12o café às 16h, reclamando da quantidade de e-mails na caixa de entrada há ANOS.

Sério, onde você quer parar desse jeito?

Talvez a sua lista de pedidos para o Papai Noel fosse mais honesta que a sua lista de tarefas hoje. Que tal retomar um pouco da inocência, da intuição e da sua voz interior para encontrar aquilo que você realmente quer fazer e ter como realidade na sua vida?

Tudo começa com a próxima ação. Mas o processo de clareza é interior, e só você pode decidir.

Planejamentos e imprevistos: como lidar quando você se planeja mas algo inesperado acontece

Quando se fala em planejamento pessoal e das atividades, um problema que sempre emerge é: o que fazer quando a gente se planeja mas acontece algum imprevisto? “Imprevisto” aqui engloba qualquer coisa inesperada, desde o computador pifar até o seu chefe te chamar na sala dele para uma reunião de última hora que toma preciosas horas do seu dia.

Bem, o primeiro ponto é lembrar que os planejamentos não vão garantir que você saiba exatamente o que vai acontecer. A vida por si só é imprevisível. E querem saber? Ainda bem! Já pensou que chato que seria se a gente soubesse o que vai acontecer em 100% do tempo?

Em segundo lugar, acho que entra aqui a forma como nós encaramos os imprevistos. Se você passar a ver os imprevistos como oportunidades de aprendizado, o modo mental de lidar com aquilo até muda. Coisas inesperadas podem trazer oportunidades. Na pior das hipóteses, nos ensina sobre uma administração melhor da nossa rotina. Quer saber como? continue lendo.

David Allen, o autor do método GTD (que eu uso), diz que toda pessoa, não importa seu grau hierárquico ou tipo de atividade, tem três tipos de atividades em um dia de trabalho: as atividades já planejadas (que você já sabia que ia fazer), as atividades não planejadas e o tempo que você dedica a processar “entradas” (e-mails, mensagens, notas de reuniões etc). Logo, sabendo disso, precisamos entender que o dia precisa abrigar esses três tipos de atividades. Na prática, significa deixar tempo livre para abrigar o não planejado. É saber que ele vai acontecer, inevitavelmente, mas você tendo consciência disso não deixará que esse não planejado atrapalhe o que você se programou para fazer.

Veja, a vida muda o tempo todo. Quando passamos a nos organizar – e o planejamento das atividades faz parte disso – passamos na verdade a desenvolver uma mente mais presente, mais plena, mais engajada. E, a cada dia que passa, vamos mantendo aquilo que for mais significativo, mais prioritário, mais coerente. Mas é uma jornada. E, como toda jornada, encontraremos obstáculos, desafios, dias melhores que os outros. A gente precisa ser um pouco mais compassivo consigo mesmo e aprender a se perdoar caso as coisas não tenham saído exatamente como se tinha planejado. É perfeitamente normal não dar conta “de tudo”.

[Tweet “Ter uma vida organizada é uma jornada. Aprenda a se perdoar quando algo não sai conforme o planejado. É ok não dar conta de tudo!”]

Quando você se planeja para realizar uma determinada atividade e não consegue realizá-la por qualquer motivo, é inevitável se sentir frustrado. Agora, o que pode ajudar a lidar com essa frustração é você pegar aquela atividade que não fez e aprender com ela. O que aconteceu? Por que não consegui fazer? Às vezes você abrigou outra atividade que era mais importante. Então essa análise te permite ficar mais ok com aquilo que você deixou de fazer.

Quando eu não consigo fazer algo que tinha me proposto a fazer, não fico mais me martirizando por isso. Simplesmente acontece e faz parte da vida. Peço desculpas se envolvia outra pessoa, mas perdôo principalmente eu mesma. Porque a lista de coisas a fazer é infinita, mas a minha vida não. E eu sei que faço o melhor uso do meu tempo, porque sou uma pessoa organizada. Se não consegui executar aquilo por qualquer motivo, sei que não é para eu me culpar.

Eu tenho alguns outros textos aqui no blog que podem ajudar você a não se frustrar (ou a se frustrar menos) quando as coisas não saírem como o planejado:

A leitura dos textos acima certamente te ajudará a lidar melhor com o não planejado em seus planejamentos pessoais. 🙂

Como estou usando o Trello para gerenciar os meus projetos dentro do método GTD

Tem uns posts que eu sei que, quando escrever, serão sucesso garantido, e este é um deles. Sucesso no sentido de reverberação, porque sei que alguns temas são bastante procurados, geram muitas dúvidas, então os posts se fazem necessários justamente para poder ensinar e esclarecer.

Vale lembrar, gente, que por mais que eu seja professora do método GTD e, modéstia a parte, entenda bastante do método, a minha visão é apenas a minha visão pessoal. Cada um deve personalizar toda prática e todo método para a sua própria vida, e nem sempre a maneira que o outro faz pode funcionar para a gente.

No caso de métodos (qualquer um), sinceramente eu acho importante respeitar o que o autor ensina. De verdade. Não porque estou dizendo “amém”, mas porque se ele diz algo, é porque estudou e mergulhou naquele tema para nos trazer algumas afirmações e orientações. Tudo sempre deve ser colocado à prova, mas eu acho importante primeiro conhecer as regras antes de quebrá-las, porque no MEU caso, já quebrei regras antes e fiz papel de boba porque na verdade as regras (que eu não conhecia) funcionavam muito bem para o que eu precisava, mas na ânsia de me provar rebelde e diferente eu perdi a oportunidade de aprender. Por isso, hoje, eu respeito muito mais a opinião e o conhecimento do autor e testo do jeito que ele propõe durante algum tempo antes de fazer qualquer tipo de “disrupção”.

Agora, vale lembrar que disrupções são sempre bem-vindas, quando fazem sentido. 😉

Beleza, vamos ao Trello.

O Trello é apenas uma ferramenta. O Trello não faz milagres. Ele é uma ferramenta assim como uma caneta, uma régua, um lápis ou um caderno.

Nós aprendemos técnicas e métodos que nos ajudam a usar as ferramentas de maneira melhor. Ponto.

No caso do Trello, de nada adianta falar “use o Trello!” se você não souber como usar a ferramenta, e isso independe de recursos incríveis que ela tenha. De nada adiantar eu ter uma Ferrari na garagem se eu não souber dirigir.

De modo geral, o Trello foi criado inspirado no kanban, que eu ainda pretendo desenvolver mais aqui no blog, antes de sair indicando. Logo, se você já conhece e curte a ideia do kanban, o Trello é ótimo.

Mas não só de kanban vive o Trello. Gosto de vê-lo de maneira mais simplificada, como um painel mesmo, onde crio vários outros painéis, e os cartões dentro dele funcionam como se fossem post-its. Se eu tivesse uma versão física do Trello, eu o imaginaria assim, como um painelzão na minha parede, talvez com uma cartolina, e post-its colados, que eu poderia mover para lá e para cá de acordo com as minhas vontades.

Logo, PARA QUE usar o Trello? Mais uma vez, depende dos métodos, técnicas e processos pessoais que você usa.

Para o caso do GTD e do planejamento de projetos, que é o tema deste post, vou falar como eu faço. Veja então a especificidade da coisa toda: método GTD, planejamento de projetos, meu jeito pessoal de fazer. Vamos lá.

Eu tenho um painel com todos os meus projetos em andamento. Cada coluna dentro desse painel tem uma categorização, que muda sempre que sinto necessidade.

No momento está organizado por áreas que fazem sentido para mim (casa, pessoal, família, trabalho, eventos), mas mudo (sinceramente) sempre que sinto necessidade. Depende do que quero revisar, da visão que quero ter etc. e o Trello é super bom para isso, porque permite mexer nos cards com facilidade.

Eu reviso os projetos semanalmente na minha Revisão Semanal, que é uma prática do método GTD. Na Revisão Semanal, meu papel é revisar cada projeto e garantir que cada um deles tenha pelo menos uma próxima ação definida. De modo geral, cada projeto tem mais de uma próxima ação que já dá pra executar, mas alguns realmente têm apenas uma, e ela é suficiente para cada caso. Ter uma próxima ação definida é o que faz com que eu saiba que o projeto está efetivamente em andamento.

Vale dizer a definição de projeto para o método GTD, que é todo resultado que quero ver concluído em algumas semanas, geralmente no prazo máximo de um ano (ou pode passar um pouquinho). Esse é o horizonte dos projetos dentro do método GTD (se passar de um ano, vai para os horizontes mais elevados).

Todos os projetos que eu quis colocar em stand-by durante um tempo são o que o David Allen (autor do método GTD) chamada de incubar e vai para uma lista chamada Algum Dia / Talvez, que na verdade é apenas outro painel que eu tenho no Trello e também reviso semanalmente, para reavaliar. É muito tranquilo mover um card do painel de projetos para o painel de incubados e vice-versa. Dessa maneira, consigo balancear bem o que preciso focar para estar em andamento.

Posso detalhar mais sobre as categorizações e modos de organizar o Algum Dia / Talvez, mas não neste post, cujo foco é mostrar como faço o planejamento dos projetos que estão em andamento.

Basicamente, vale dizer que a maioria dos projetos precisa de pouco planejamento. Só definir uma ação depois da outra já é suficiente. No entanto, projetos que fiquem travados de alguma maneira, ou que eu queira desenvolver um alinhamento melhor (comigo e com outras pessoas), ou simplesmente precise de mais inspiração, eu uso uma técnica do GTD chamada Modelo de Planejamento Natural. Trata-se de um modelo de cinco estágios que me permite planejar qualquer projeto.

  1. Começo definindo o propósito, ou o motivo pelo qual eu quero concluir aquele projeto. É o “por quê?”. Ele é super importante porque traz motivação e, muitas vezes, serve até para a tomada de decisões. Junto com o propósito, posso também identificar princípios para o projeto, que seriam pré-requisitos, ou regras, para que o projeto aconteça dentro dos meus parâmetros de qualidade (ex: preciso me ater ao orçamento tal).
  2. Depois vem a visão de sucesso, o que tem tudo a ver com o que todas as pesquisas da área das ciências cognificativas e psicologia positiva falam sobre o poder da visualização, telas mentais etc. É você desenhar, rascunhar, escrever, o melhor resultado desejado para o seu projeto, levando em conta como você e as pessoas relacionadas se sentem ao concluí-lo. A ideia aqui é realmente deixar a imaginação voar, pois assim você provavelmente terá ideias que, se não fizesse esse exercício, não apareceriam.
  3. Só após o exercício de visualização que você vai fazer o famoso brainstorm, ou o “toró de parpite”, como dizem os meus amigos mineiros (rs), que é agrupar todas as ideias que podem ser relevantes ou não (sem filtro agora) para o projeto em questão. Pode ser feito sozinho ou em grupo. Aliás, como todos os estágios do planejamento. Depende do projeto e de você.
  4. Depois do brainstorm, você vai organizar as ideias que fazem sentido. Quais devem ficar e quais não devem. Nesse estágio que entram as principais ferramentas e métodos de planejamento de projetos, como kanban, cronogramas, Gantt e outros. Você usa tais métodos e técnicas para organizar as etapas do projeto, e isso é super importante porque alguns projetos são sim demasiado complexos e precisam de um controle maior. O controle é feito aqui, e não com as ações. Alguns projetos mais simples podem ter uma simples lista de tarefas ou to-do list, que já serão recursos suficientes. Outros precisarão de um controle maior. Tudo depende do projeto. Mas vejam que todos esses métodos são apenas a organização do projeto, e o que este modelo do GTD traz é uma técnica mais completa que nos permite abrigar outros pontos importantes para qualquer planejamento.
  5. Só depois dessa organização que você consegue olhar tudo o que tem que ser feito, todas as etapas e se perguntar: o que já dá pra fazer? Tudo o que já der pra fazer, que não tiver nenhum impeditivo, é o que o David Allen chama de “próxima ação”. Se algo ainda não dá pra fazer, ou é uma ação futura, pode continuar na organização do projeto, e você vai revisar e reavaliar à medida que o projeto for evoluindo, mas neste momento você não define como próxima ação, pois próxima ação é apenas aquilo que já dá pra você executar. E aí essa próxima ação você vai fazer (se levar menos de 2 minutos, na hora que a define mesmo), delegar (se outra pessoa for a mais apropriada – delegue por e-mail ou outro meio melhor e insira esse item em uma lista chamada AGUARDANDO) ou você mesmo fazer. Se tiver que ser feita em um dia ou horário específico (aqui entram blocos de tempo também), vai para o CALENDÁRIO. Se só tiver que ser feita o quanto antes, dependendo apenas de estar no contexto mais adequado para você, vai para uma lista de PRÓXIMAS AÇÕES, que você pode organizar como quiser (para a semana, uma lista geral, por contexto, por nível de energia, por duração etc).

Pode parecer complicado mas na verdade é muito simples e, em poucos minutos, você monta o planejamento completo de um projeto. Qualquer etapa que você parar no meio desse planejamento (por ex, foi interrompido na hora do brainstorm), você pode definir uma próxima ação “finalizar brainstorm do projeto tal” e voltar depois. Sem problemas.

Todo o resultado desse planejamento é o que o David chama de PLANO DO PROJETO e, no Trello, você pode colocar na descrição do card. Tipo assim:

O legal é que, na descrição do card, você pode colocar URLs de links diversos de arquivos de apoio que estejam em outros lugares, como mapas mentais no Mind Meister ou arquivos no Google Drive. O card também permite que você envie anexos e insira comentários.

Uma pergunta que pode surgir é se eu compartilho esses projetos. Não, este painel é o meu painel de controle pessoal. Se algum projeto demandar compartilhamento das etapas, eu crio um painel específico apenas para este projeto, para controle das etapas (e aí você pode organizar como quiser, usando um fluxo kanban, por exemplo), e aí sim compartilhar esse controle geral com quem quer que seja.

Acima você vê um exemplo simples que eu uso para a organização das aulas do curso online de Organização do Guarda-Roupa. Cada projeto pode ser organizado de um jeito diferente, como você quiser ou como sua equipe sentir necessidade.

Agora eu acredito que valha a pena falar sobre alguns recursos que eu utilizo dentro do card do projeto, voltando lá ao painel de projetos em andamento.

  • Membros: não uso. Como falei, é o meu controle pessoal dos meus projetos em andamento. Se precisar compartilhar, faço como descrevi acima.
  • Etiquetas: às vezes uso e às vezes não uso. As etiquetas podem ser úteis para categorizar, mas tem que tomar cuidado para não virar um microgerenciamento, a não ser que você precise desse microgerenciamento (cada um com as suas necessidades no momento). Eu já usei para estimar trimestres de conclusão (por exemplo, projetos que quero concluir neste trimestre, trimestre que vem etc), porque a cor da etiquetinha me mostrava os projetos que eu precisava concluir antes. Mas parei de usar. Cito só como curiosidade mesmo. Você pode querer usar as etiquetas para outras finalidades que sejam úteis para você.
  • Checklist: esse é um dos melhores recursos e que mais uso! Uso a checklist do projeto para a etapa da organização, quando a organização do projeto é simples e pode ser feita por meio de listas. O mais legal desse recurso é que dá para copiar checklists de outros cards, o que é super super interessante para o método GTD, pois tenho um outro painel onde mantenho alguns cards de projetos recorrentes, com tais checklists dentro de cada card correspondente ao projeto. Aí basta copiar. Veja uma dica aqui no blog sobre esse assunto para otimizar o seu uso!
  • Data de entrega: acho até ok usar para projetos que realmente tenham prazo, mas eu não uso e vou falar o motivo. Muitas vezes, eu até tenho um projeto que tenha um prazo, como por exemplo, uma viagem. Mas o projeto dificilmente é concluído na data da viagem, e sim depois de tomar algumas providências, quando volto. Logo, esse recurso não tem muita utilidade para mim. Prefiro colocar no título do projeto quando for algum evento ou viagem, para ficar como referência.
  • Anexo: uso muito para anexar arquivos de suporte ao projeto. Um outro recurso interessante aqui é anexar os próprios cards do Trello ou outros painéis. Se você tiver um painel para próximas ações, por exemplo, pode anexar dentro do seu projeto as próximas ações relacionadas, linkando assim as ações aos projetos. É um trabalhinho adicional, mas para quem curte essa visualização vale a pena.
  • Campos personalizados: eu simplesmente adoro este Power-Up do Trello e em cada painel personalizo de um jeito. No caso dos projetos em andamento, criei um campo chamado “Início”, onde gosto de colocar a data em que inseri o projeto no sistema. Eu sei que o histórico do card já me mostra, mas dessa maneira que falei fica mais visível. Apenas prefiro!
  • Mover: por último, falo sobre o recurso de mover porque, quando concluo o projeto, em vez de arquivar o card (como eu fazia antes), agora eu o movo para um painel chamado “Concluídos”, onde arquivo tudo o que concluí de projetos. Tem sido bem bacana fazer dessa maneira para acompanhar um registro do que concluí ao longo do ano.

Pois bem, é assim que tenho gerenciado e planejado os meus projetos usando o Trello. Tentei fazer o post mais detalhado possível mas, caso você ainda tenha alguma dúvida, pode deixar nos comentários. Muito obrigada!

Como eu tenho conciliado o Bullet Journal com o GTD (impressões iniciais)

Desde que publiquei minha análise do livro do Ryder Carroll (criador do método do Bullet Journal) e comentei que estou usando conforme o autor recomenda, tenho recebido pedidos diariamente, em diversos canais, para que eu fale como estou conciliando com o método que eu já usava, que é o GTD™.

Como comentei em alguns posts e vídeos, eu ainda quero usar e testar durante alguns meses para poder chegar aqui e trazer uma experiência consistente. Não que eu já não tenha experiência com ambos. Uso o bullet journal há ANOS, já dei até curso e palestra sobre isso, e o GTD™ então, nem preciso dizer. Mas o autor do BUJO lançou um livro com mudanças recentes e muito mais consistência no método, e estou seguindo fielmente, como uma boa Granger deve fazer. Por esse motivo, quero fazer como o autor orienta, fielmente, durante uns dois ou três meses, para só então personalizar de acordo com o GTD e trazer insights e aprendizados aqui para vocês, além de orientações.

Porém, existem alguns pontos que já posso compartilhar, porque acredito que se mantenham com o tempo (mas aguardem as cenas dos próximos capítulos).

  1. Não estou usando o BUJO para organização (entenda a diferença). O meu sistema do GTD funciona muito bem para isso da maneira como faço hoje, e eu gosto de fazer essa organização no digital, por todos os recursos disponíveis, especialmente no que envolve a flexibilidade das informações, o acesso através de múltiplos dispositivos e muitos outros fatores. Enfim, para organização, ainda prefiro o digital. Então todas as listas do GTD (calendário, próximas ações, projetos etc) estão em ferramentas digitais.
  2. O BUJO tem me ajudado a curtir mais o GTD de maneira geral, porque eu só coloco nas minhas listas aquilo que efetivamente tem que estar nelas, depois de um filtro mais imediato. Na verdade, é uma turbinada nos passos 1 e 2 do GTD (capturar e esclarecer). É difícil colocar em palavras no momento, e essa é uma das coisas que eu preciso de mais tempo de teste para chegar aqui e afirmar, mas é um ponto importante. Digamos que o BUJO me ajuda a “limpar” antes o que entraria nas minhas listas quando eu não usava o BUJO. Por exemplo, se preciso comprar uma coisa da farmácia, pode ser que hoje mesmo eu consiga ir e tiro isso da minha frente – nem entra em qualquer lista, porque já resolvo logo. Só entra na minha lista de coisas para fazer na rua se eu não conseguir ir hoje.
  3. Na prática, tenho usado o BUJO muito mais para log e captura que para organização e planejamento (entenda a diferença). Então vamos lá: todos os dias crio o log do dia, que acontece junto comigo. Eu não planejo um dia antes – acordo e crio o log do dia. Uso essencialmente para esvaziar a mente e inserir ali coisas que preciso fazer no dia, que já estejam no meu calendário e listas de próximas ações também (cuja fonte de consulta são as ferramentas digitais – a organização). O log diário tem sido fantástico para várias questões. Por exemplo: o log diário reflete a minha cabeça no dia, porque tem dias que eu capturo mais coisas e tem dias que capturo menos. Ter esse volume visível me ajuda a entender como eu estava naquele dia, mais do que simplesmente escrever como se fosse um diário, entendem? Até a forma como eu forço ou não a escrita com a caneta diz muito a respeito de como eu estava, e esse é um dos grandes ganhos do BUJO, para mim. Esse registro diário.
  4. O outro ponto é que o BUJO me ajuda muito a lidar com as coisas que chegam e que eu posso resolver no próprio dia. Tem me conferido mais agilidade. O que eu não vou resolver no dia, se eu não for resolver no dia seguinte (análise que faço no outro dia mesmo), eu coloco nas minhas listas digitais. Isso traz o risco de fazer mais coisas que talvez não fossem prioridade, então vigilância constante! Mas que confere agilidade, confere. Exemplo prático detalhando mais o que comentei ali em cima, sobre a farmácia: capturei hoje no meu log diário que eu preciso comprar um remédio na farmácia. Se passar na farmácia hoje, já compro. Se não passar, amanhã, quando montar meu log do dia, vejo se tem chance de eu passar na farmácia. Se não tiver, eu coloco a ação no contexto “@rua”, que está em listas digitais. Tem funcionado legal assim.
  5. O BUJO acaba funcionando como um guia para o dia de maneira geral. No começo do dia, monto a “programação”, por assim dizer, para não precisar ficar mais conferindo em outros locais além do BUJO no restante do dia. E, à medida que o dia vai correndo, eu vou capturando no log diário. Eu também vou executando o que estiver ali, sabendo o que é o foco do dia e o que eu “posso” fazer se tiver disponibilidade, sempre com foco nas minhas prioridades.
  6. O BUJO funciona muito bem como espaço para anotações de coisas que eu não colocaria em nenhum outro lugar, a não ser em caderninhos (porque o legal é escrever a mão mesmo), como “lista de coisas que me deixam bem” ou “um agradecimento por dia”, coisas assim. Essa experiência de escrever, de se desconectar, é muito rica.
  7. Desnecessário dizer, talvez, mas eu amo usar papel. Poder usar cadernos, canetas, marca-textos, post-its, com mais consistência (diariamente), é incrível. Consigo ficar bem saciada nesse sentido, pois é uma coisa que sempre sinto falta, apesar de usar para planejamentos diversos.
  8. Uso da forma mais minimalista possível, sem desenhos. No máximo uso post-its e marca-textos, quando estão à mão e sinto vontade. De modo geral, é caneta preta e letra normal.

Respondendo uma pergunta meio geral, que é para o que eu NÃO estou usando o BUJO:

  • gerenciar datas e calendário
  • planejar compromissos
  • planejar projetos
  • organizar listas (ex: aguardando resposta, projetos em andamento)

Coisas que eu ainda estou aprendendo como é a melhor forma de fazer dentro do meu processo pessoal envolvendo ambos os métodos:

  • “tarefas” do mês – projetos? marcos? ainda estou testando
  • “tarefas” da semana – vale a pena fazer log da semana? ainda estou testando
  • log do futuro – substitui o tickler ou o algum dia / talvez? ainda estou testando

De verdade: o grande valor do bullet journal, para mim, é o registro das suas atividades. Por mais que eu acompanhe os resultados do meu trabalho, ter um local físico que eu possa olhar, manusear e folhear tem sido incrível. E só de pensar em ter isso para revisar daqui a um ano, cinco, dez anos, é uma perspectiva que me agrada muito. Olhar como eu pensava, as coisas que eu fazia (mesmo as pequenas atvidades) dizem muito sobre o meu ritmo e a minha cabeça na época, e é mais prático que sentar e escrever um diário. Enfim, estou curtindo!

Vale a pena ler os últimos posts aqui no blog sobre o assuntos e assistir os vídeos do canal caso você tenha interesse nesse assunto, pois estou postando toda uma narrativa de uso que pode ser legal de acompanhar para entender melhor como estou fazendo. Obrigada.

O que fazer quando não temos nada para fazer no trabalho

Recebi essa dúvida da leitora em um comentário aqui no blog e achei que seria uma boa responder em formato de post e passar sua publicação na frente de outros temas, até mesmo para respondê-la o quanto antes. Obrigada, então, pelo seu comentário, querida leitora, que reproduzo abaixo:

“Thais, queria saber como lidar com a culpa quando não fazemos nada no horário de trabalho. Devo me sentir culpada caso não esteja envolvida sempre e tenha algumas brechas para não fazer nada relacionado ao trabalho no ambiente de trabalho (trabalho de 8 a 17h de segunda a sexta). Tenho visto que eu fico ansiosa se não tenho “nada” pra fazer, tanto em casa, como no trabalho. E me pego falando que estou correndo, mesmo quando não estou… E fico procurando o que fazer, mesmo que tudo esteja no seu devido lugar e nos seus devidos prazos. E isso me sobrecarrega…”

A gente vive em uma cultura do trabalho tão mutcho loka que se sente mais confortável dizendo que está na correria que na tranquilidade. Muitas vezes as causas podem ser simplesmente receio de parecer ocioso (e desnecessário, portanto passível de demissão) ou de receber mais trabalho e ficar verdadeiramente sobrecarregado. Não sei se esses podem ser um dos seus casos, querida leitora, mas é o que eu sinto e também observo de outras pessoas que têm receios semelhantes ao seu.

Eu me questionaria sobre o ambiente de trabalho em que estaria inserida. Posso evoluir aqui dentro para tentar mudar esse quadro, se chegar a uma posição de gestão? Ou prefiro ir por outro caminho, fora daqui? São reflexões importantes. É muito chato viver em uma situação desconfortável emocionalmente todos os dias, durante o dia inteiro de trabalho, sem perspectiva de mudança.

Agora, sobre a questão de buscar coisas a fazer – por onde eu iria. Eu começaria fazendo uma lista de todas as minhas responsabilidades no meu emprego atual. Tudo aquilo que entrou na descrição do cargo, quando fui contratada, ou que existe no escopo desse cargo como um todo. Você pode pesquisar na Internet, se ajudar. Você também pode pedir ajuda ao seu gestor ou colega de equipe para elaborar uma lista mais efetiva.

Com base nessa lista de responsabilidades, procure definir o seguinte:

  • Por que essa responsabilidade é importante? Escreva.
  • A quem devo prestar contas sobre essa responsabilidade? Quem será impactado com a realização de tais atividades. Escreva.
  • Que habilidades devo ter para executar bem essa responsabilidade? Escreva.

As reflexões acima foram tiradas da essência da holocracia, que é um modelo de gestão que tenho estudado para implementação na empresa.

Só de listar as suas responsabilidades e realizar as reflexões acima, pode ser que você descubra atividades de rotina que melhorem a sua experiência atual no trabalho, além de descobrir habilidades que ainda precise desenvolver – o que lhe faria poder dedicar algum tempo para estudo e realização de cursos relacionados, mesmo durante o horário de trabalho.

Com base nessas responsabilidades, você também pode se perguntar:

  • Cada responsabilidade está em um nível que te deixa satisfeita? Ou você precisa fazer alguma coisa para torná-la nesse nível ideal? Se sim, provavelmente você descobrirá projetos.
  • Cada responsabilidade, quando em um nível ideal, poderia ser melhor? Eu poderia evoluir? Se sim, provavelmente você terá objetivos.

Ambos te darão insumos para que você crie novos focos de trabalho diário, despertando a vontade de realizar novas atividades.

Por último, eu sempre quero recomendar o estudo. Se você não tem muitas atividades mesmo durante um dia de trabalho, aproveite para se capacitar. Livros, cursos online, vídeos, tem tanto conteúdo legal disponível hoje em dia! Aproveite!

Espero que este post tenha te trazido algumas ideias e também a outros leitores que passem pelo mesmo tipo de configuração. Obrigada mais uma vez por postar.

Como se manter mentalmente estável todos os dias

Escolhi escrever sobre esse tema nesse momento específico da minha vida porque eu acho que aprendi muito nos últimos meses com tudo o que aconteceu.

No começo do ano, a minha mãe (sim, minha própria mãe) disse que admirava a maneira como eu me mantinha mentalmente estável todos os dias, mesmo passando por épocas difíceis. Eu prometi que escreveria sobre isso um dia.

Bem, nesse meio tempo, muita coisa aconteceu. Dificilmente algo me tira do meu centro, de fato. Mas, este ano, aconteceu. A morte da minha avó mexeu muito comigo. Não fiquei nada estável. Foi bem difícil, emocionalmente falando. Falei, senti e vivi coisas que, em outras situações, eu não o faria. Mas eu também aprendi a reconhecer que foi uma fase que eu passei e que eu precisava me perdoar. Venho tentando fazer isso ultimamente, mas é um processo de cura interna mesmo.

Alguns fatores me ajudam a me manter centrada e estável emocionalmente todos os dias. Vou contar alguns deles.

1 – Meditação. Eu comecei a meditar em 2008. Desde então, pratico diariamente – alguns dias, várias vezes ao longo do dia. Eu penso que, quanto mais problemas eu tiver, ou menos estável mentalmente eu estiver, mais eu preciso meditar. É um tempo que preciso dedicar a mim mesma. Por isso que retiros são úteis – você se força (no bom sentido) a ficar em um lugar durante algum tempo, apenas meditando. A meditação me ajuda demais. Toda vez que sinto necessidade, eu paro e medito um pouco. Simplesmente faz parte do meu dia a dia.

2 – Mindset. Sei que esse termo está na moda, mas mesmo sendo clichê eu gosto dele. Quando eu comecei a praticar meditação, eu estava passando por uma depressão. A meditação foi uma das práticas que mais me ajudaram a sair daquele estado. Há cerca de dois anos, passei por um episódio profissional difícil que me fez crescer demais em todos os aspectos da minha vida. E o que me fez superar foi ter a máxima em mente: se eu não estiver com a minha mente bem, eu não tenho como ficar bem. Logo, preciso focar em deixar a minha mente bem. Como eu poderia fazer isso? Me inspirando. Lendo livros, vendo vídeos, fazendo cursos, estando com pessoas que me inspirassem. Foi quando eu comecei a ler os livros do Napoleon Hill, tirei minha certificação de coaching e comecei a acompanhar pessoas influentes na área do empreendedorismo (Érico Rocha, Conrado Adolfo, Flávio Augusto – que deixei de acompanhar por divergências políticas). Toda essa imersão foi fundamental para mim, e mantenho até hoje. Tanto que, para mim, um dos momentos mais importantes do dia é quando faço as minhas leituras matinais. Muitas vezes, elas são a atividade mais importante de um dia inteiro, porque elas configuram o meu estado mental para o resto do dia. Falei mais sobre isso em um post recente sobre a minha rotina matinal. Manter esse mindset é uma atividade contínua e que deve fazer parte da minha rotina, assim como a meditação.

3 – GTD. Eu costumo dizer, com sinceridade, que o GTD foi tão importante na minha vida com relação a essa estabilidade da mente quanto a prática de meditação. Para quem não sabe, ou é novo aqui no blog, GTD é um método de produtividade que, mais do que te ensinar a “ser produtivo”, te ensina a gerenciar todas as áreas da sua vida. Sou completamente apaixonada por esse negócio – e até criei o blog por conta disso, porque mudou a maneira como eu me organizo e a vida como um todo. E o GTD me ajuda a manter as coisas que precisam estar sob controle efetivamente sob controle, de modo que eu tenha uma rotina tranquila. Simples assim. Porque essa rotina tranquila permite que eu lide melhor com emoções, com imprevistos, com problemas que surgem e até que eu explore melhor a minha criatividade. O GTD remete a um estado de “mente como água”, que vem da filosofia oriental, das artes marciais, que se refere a você estar completamente engajado no presente, no que está fazendo. Tem a ver com o conceito (também na moda) de mindfulness, que vou citar a seguir.

4 – Mindful. Desde que comecei a incorporar na minha vida essa noção do estar completamente engajada no que quer que eu esteja fazendo, de estar com a mente plena, pensando, por exemplo, prestando atenção na comida enquanto estou comendo, em vez de ficar olhando o celular… isso é apenas um exemplo de como eu lido com as coisas no dia a dia. Ainda não faço isso 100% do tempo, porque afinal sou humana e imperfeita, mas é um princípio que tento seguir e tem tudo a ver com organização, pois para que eu esteja realmente presente eu preciso fazer algumas coisas. Por exemplo, para estar completamente presente em uma reunião, é legal eu ter me preparado para ela, lido alguns materiais, ter feito uma pauta, e ter deixado todo o resto “lá fora” sob controle para eu não ficar preocupada enquanto estiver com outras pessoas discutindo assuntos variados.

Eu penso que esses quatro aspectos sejam os mais significativos na minha vida hoje que eu posso afirmar que fazem com quem eu tenha uma mente estável diariamente. Espero que este singelo relato ajude de alguma maneira.

Como inserir uma próxima ação no Todoist de acordo com o GTD

Nós temos diversas caixas de entrada, ou lugares onde capturamos ideias, lembretes de coisas a fazer, ou que capturam por nós (mensagens, e-mails etc). Ao longo do dia, todos os dias, a boa prática é ir esvaziando essas caixas de entrada, de modo que elas não se acumulem e não tomem tanto tempo para serem processadas (se fizer um pouco todos os dias, esse processo será mais tranquilo).

Como eu mostrei outro dia aqui no blog, eu estou utilizando o Todoist para gerenciar as minhas listas de próximas ações. Próxima ação, para o GTD, é aquela próxima ação física e visível que vai mover uma situação adiante. É diferente de “tarefa”, que é mais simples e abstrato. Por exemplo, você pode ter uma tarefa que seja “montar a estante”, mas a sua próxima ação pode ser “ler o manual para saber as ferramentas que preciso para montar a estante”. Se você inserir simplesmente “montar a estante”, seu cérebro dará “bug” quando você olhar a sua lista de coisas a fazer e, inconscientemente, procrastinará a atividade simplesmente porque não há clareza do que é realmente a próxima ação.

Para esvaziar suas caixas de entrada e inserir as próximas ações no Todoist, siga o seguinte roteirinho:

  1. Escolha UMA caixa de entrada para esvaziar no momento. Sei que você tem várias caixas de entrada e várias ferramentas de captura, mas neste momento escolha apenas uma. Por exemplo, seu caderninho de anotações.
  2. Pegue o primeiro item, ou o mais recente, apenas ele, e pergunte a si mesmo: o que é isso? Apenas para tornar mais claro para você. E depois: demanda ação? Estou comprometida(o) a agir com relação a este item no momento?
  3. Se SIM (este post é sobre organizar o que demanda ação), você tem algumas opções.
  4. Se levar menos de 2 minutos para resolver, faça nesse exato momento. Ou seja, enquanto estiver processando suas anotações. O propósito é que é mais fácil tirar da sua frente em vez de inserir em uma lista de coisas a fazer depois. Feito, risque do seu caderninho e passe para o outro item.
  5. Se levar mais de 2 minutos, pergunte-se se você é a pessoa mais apropriada para fazer. Caso outra pessoa possa fazer, delegue para ela (via e-mail, ou via o melhor canal de acordo com a pessoa ou o tipo de trabalho) e insira em uma lista no Todoist chamada Aguardando.
  6. Se levar mais de 2 minutos e você não puder delegar para ninguém, isso significa que você mesma(o) deve fazer. Então apenas se pergunte se deve ser feito em um dia ou em um horário específico. Se sim, insira em sua agenda. Se não, se só tem que ser feito o quanto antes, insira no seu Todoist.

Para inserir ações no Todoist, você vai clicar em “Adicionar tarefa” ou “+”.

Escreva o nome da sua próxima ação.

Aí temos os campos abaixo do título da ação para preenchermos.

Se a sua ação tiver um prazo (prazo real, não simplesmente “desejável”, para você não perder confiança no seu sistema), você clica em “agendar” (não concordo com esse verbo, pois ali você vai colocar apenas o prazo mesmo, mas abstraia). Inserindo o prazo, você quer dizer que pode fazer aquela ação o quanto antes, e no máximo naquele prazo. Isso é diferente de uma ação que entra na agenda, que deve ser feita apenas em um dia ou em um horário específico (não dá para adiantar, por exemplo).

No campo do lado temos o que o Todoist chama de “projeto”. Não confunda com os projetos do GTD. Chame de “listas”. Ali é onde você vai criar as diversas listas do GTD. Se você usar a versão paga, pode incrementar com etiquetas, mas não se preocupe com isso agora.

Ao selecionar a lista, você pode ter uma lista única chamada “Próximas Ações” ou, se preferir (se tiver muitas), ter uma lista para cada contexto – ou seja, cada lugar ou situação que precisa estar – para executar aquela ação. Por exemplo: em casa, no computador, na rua, no escritório, com um celular etc.

O ícone seguinte é o de etiquetas. Se você usar a versão gratuita, ele não estará disponível (apenas na versão paga). Se você usar a versão paga, pode usar as etiquetas para marcar os contextos, se preferir fazer dessa maneira (o Todoist permite dezenas de combinações).

O ícone do reloginho serve para você inserir notificações. Eu não uso, pois acho notificações invasivas. Mas você pode usar até se acostumar a visualizar diariamente as suas listas de contextos.

O ícone de bandeirinha serve para colocar prioridade. Associado eo GTD, minha recomendação para prioridades é a seguinte: amarelo (quando for uma ação associada a um projeto), laranja (quando for uma ação associada a uma área de foco da sua vida que é importante você manter com boa qualidade) e vermelho (quando for uma ação associada a objetivos de curto a longo prazo). Mas fique à vontade para não usar prioridades também. É “perfumaria”.

O ícone de conversa serve para inserir anotações. Apesar de ser um recurso disponível apenas na versão paga, eu gosto dele porque serve para inserir notas que dêem apoio à ação em si, anexos e outras observações úteis. Caso você tenha apenas a versão gratuita, pode inserir as observações no próprio título da tarefa mesmo.

O ícone de bonequinho serve para atribuir a tarefa a alguma pessoa, e não uso. Prefiro delegar de outra maneira.

Aí basta adicionar a tarefa.

No dia a dia, verifique aquilo que tem prazo e, depois, os contextos em si. Uma vez por semana, revise o que está aguardando de terceiros e cobre, se for o caso. Simples assim. 😉 Fazendo isso todos os dias, você tem o controle de tudo o que precisa fazer nesse nível mais terreno mesmo, e consegue ter um inventário visível e completo de todas as ações que precisa executar, dependendo apenas de estar no contexto mais apropriado.

Como acabar com a procrastinação

Existem alguns temas que são chave quando se fala em organização. Um deles é como combater a procrastinação. Apesar de eu já ter falado sobre esse assunto algumas vezes aqui no blog, percebi que eu não tinha um post “definitivo” sobre o assunto, ou seja, com as dicas que considero fundamentais para que qualquer pessoa que sofra com a procrastinação possa encará-la de maneira saudável.

De modo geral, por tudo o que já li a respeito, hoje eu acredito que todo ser humano tem a tendência a procrastinar. Alguns por preguiça, outros por saberem que conseguem fazer as coisas de última hora – e até preferem, pois trabalham melhor sob pressão. Pela minha experiência pessoal, eu vejo que, quando deixo algo para fazer muito no limite do prazo, é porque talvez eu não tivesse muita motivação para fazer aquilo. E acho que todos esses pontos são importantes para a gente se conhecer e tentar entender por que a procrastinação acontece com cada um de nós.

“Bora pra action” (brincadeira)

Seguem algumas dicas que considero certeiras para lidar com a procrastinação de maneira geral:

Por que você precisa ou quer fazer determinada atividade?

Na dúvida, vá sempre no propósito. Eu, pelo menos, quando vejo que estou adiando alguma atividade, procuro refletir sobre o propósito dela. Já aconteceu muitas vezes de eu perceber que o propósito não me motivava e, por isso, nem fazia sentido fazê-la. Agora, se você me disser “tenho que fazer porque senão sou mandada embora” ou “o cliente pediu”, não há propósito maior no trabalho, certo? Nem sempre o propósito precisa ser incrível – ele só precisa existir e estar claro para você.

“Nem sempre o propósito precisa ser incrível – ele só precisa existir e estar claro para você.”

A atividade que você precisa fazer está clara o suficiente?

Às vezes não está. Você não sabe direito o que precisa ser feito. Se for o caso, esclareça melhor. Qual é efetivamente a sua próxima ação aqui? E seu resultado desejado final? Será que essa atividade precisa ser feita por você ou outra pessoa seria mais apropriada? São alguns minutos que você investe nesse raciocínio que te ajudarão a ter mais clareza e de repente saber por onde começar.

Você tem tudo o que você precisa para começar a trabalhar nessa atividade?

Muitas vezes, procrastinamos alguma ação porque existe um passo simples, porém chato, antes. Você pode adiar uma revisão, por exemplo, apenas porque ainda precisa baixar o arquivo do e-mail, e você não sabe onde está o e-mail. Pode parecer simples, mas muitas pessoas adiam algo assim somente por causa dessa pequena tarefa anterior.

Dá pra quebrar essa atividade em pedaços menores?

Tem coisas que são chatas mesmo de fazer, e se tornam mais chatas ainda quando a gente pensa no montante final, que pode ser enorme. Exemplo: montar uma apresentação. Tente quebrar essas atividades em pedaços menores e mais fáceis e rápidos. Em vez de “montar a apresentação”, você pode ter peças como: criar o arquivo PPT, criar as páginas com os títulos, inserir minha biografia, inserir os contatos na página final de obrigada, separar os livros que vou usar, inserir texto no slide 3 etc. Pode parecer uma dica boba, mas é uma dica boba que funciona muito.

Você conseguiria dedicar um bloco de tempo para focar apenas nessa atividade?

Muitas vezes a gente procrastina porque acha que a atividade em si levará mais tempo do que você imagina. Existe uma técnica de produtividade chamada Técnica Pomodoro, que funciona (em resumo) assim: coloque 25 minutos no seu timer do celular e, nesse tempo, trabalhe focada em tal atividade. Quando o timer tocar, pare (se quiser). Você ficará surpresa com a quantidade de coisas que conseguirá fazer em tão pouco tempo. E assim… são apenas 25 minutos. Não vai tomar tanto tempo assim. Faça o teste.

Existe alguma recompensa que você poderia se dar quando concluir a atividade?

Pode ser uma bobeira tipo “parar e tomar outro café” ou, no caso de tarefas maiores, almoçar no meu restaurante preferido”. Brinque com você mesmo e estabeleça um prêmio caso conclua a atividade hoje.

Você está trazendo suas prioridades para o seu dia a dia?

Gosto muito de usar a pergunta “qual é a coisa mais importante que preciso fazer agora?’ momento a momento, quando termino alguma atividade ao longo do meu dia, porque muitas vezes a coisa mais importante é parar e descansar um pouquinho para continuar trabalhando depois. Porém, ao fazer constantemente essa pergunta, eu sei que estou me permitindo estar presente no que eu estou fazendo e nunca tirando as minhas prioridades de vista.

Você tem um inventário completo de tudo o que você precisa fazer?

É muito comum viver atendendo o que for mais urgente ou que estiver gritando mais alto. Quando você começa a organizar as suas atividades, isso te permite ter uma visão de tudo o que precisa ser feito e, assim, você pode consultar melhor o que precisa fazer para saber o que é a próxima coisa mais importante a efetivamente ser feita. Veja aqui o que eu já falei sobre organização e ferramentas para entender o que pode funcionar melhor para você.

O que você pensa sobre esse assunto? Você já tentou aprender com você mesma(o) quais os motivos da procrastinação na sua vida, quando ela acontece? Por favor, deixe um comentário. Obrigada.