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A preparação para uma certificação internacional

Esta semana estou indo viajar para uma nova certificação do GTD e resolvi escrever sobre esse assunto pois, sempre que comento a respeito nas minhas redes sociais, algumas pessoas me pedem para explicar como funciona. Este post trará informações a respeito então.

Vale dizer que tirar certificações internacionais faz parte de uma construção de um estilo de vida que quero ter que me permita trabalhar de qualquer lugar do mundo, caso eu queira. No caso, as certificações que tiro do método GTD (método de produtividade) também dizem respeito ao que tenho como propósito, que é ajudar as pessoas a serem menos estressadas. Enfim, conversa com vários propósitos, na verdade.

Outro ponto legal de citar é que cada certificação tem a sua dinâmica. Cheguei a tirar outra certificação internacional antes de começar a trabalhar com o GTD, em outra área, e a dinâmica do processo foi totalmente diferente. Aqui vou contar então como tem sido o processo específico das certificações do GTD.

Yo, David! What’s your next action?

Como muitas pessoas novas chegam ao blog todos os dias, é importante explicar novamente algumas coisas que podem não ser novidade para quem já me acompanha há algum tempo.

Para quem não sabe, GTD é um método de produtividade, sigla para “getting things done”, e é um método que eu uso desde 2006, razão pela qual eu até criei este blog, a fim de compartilhar os aprendizados que estava descobrindo tentando ser uma pessoa mais organizada e produtiva.

O GTD tem um livro-base que se chama “A arte de fazer acontecer” e é publicado no Brasil pela Editora Sextante. Você encontra nas principais livrarias. Aqui no blog tem coisa pra caramba a respeito também. Dá uma navegada, se tiver interesse. 😉

Esse método foi criado por um senhor chamado David Allen, norte-americano que hoje mora na Holanda. Ele desenvolveu um programa educacional bastante extenso que, para ser ministrado, exige que você seja certificado pela David Allen Company Academy, ou DACA, e também se submeta à franquia do país onde você vive – no caso do Brasil, a Call Daniel. As franquias têm exclusividade sobre o uso comercial da marca em cada país. Isso significa que, aqui no Brasil, apenas a Call Daniel pode vender cursos e serviços com o nome GTD.

Essa exigência é importante para a manutenção da qualidade do que é ensinado. Veja: para você ser professor do método, precisa passar pelo processo de certificação, que leva de seis a 12 meses por certificação (são 4, no total). Eu tirei a primeira em 2015 e estou no processo das duas últimas. Imagina se uma pessoa que mal conhece sobre GTD, nunca conheceu o David Allen e tem acesso a esses materiais de estudo teria condições de ensinar a metodologia? Vejo alguns posts meus antes de me capacitar e só mantenho no ar como registro, mas eu mesma, que já uso há muitos anos, tinha algumas percepções equivocadas. Fora que trabalhar com pessoas é outra história. Enfim, no mínimo tem que passar por esse processo de certificação. É tipo se dizer médico sem ter feito faculdade de medicina.

No meu caso, sou também Master Trainer da metodologia, o que demanda uma atenção quase full ao método em si. O Master Trainer não só ministra cursos como também é responsável pela capacitação de todos os outros professores no seu país. Cada país tem um, e eu sou a brasileira.

Existem 3 níveis de cursos do GTD, a saber:

  • Nível 1: Fundamentos
  • Nível 2: Projetos & Prioridades
  • Nível 3: Foco & Direção

Além da certificação de Coaching GTD, só permitida a quem já for instrutor de pelo menos o Nível 2 do método.

Para vocês terem uma ideia da raridade e da complexidade desse processo de certificação, hoje há apenas 5 Master Trainers do Nível 2 no mundo – eu estou entre eles, junto com o próprio David Allen. Não apenas pelo grau de dedicação exigido ao estudo, mas pela complexidade de práticas e atividades relacionadas. O cara que vira Master Trainer do GTD precisa ter isso como um estilo de vida.

No momento, eu estou com a minha certificação de Coaching GTD em stand-by (em andamento, porém em pausa para o Nível 3) e estou cursando a minha certificação do Nível 3 neste exato momento. Retomarei a certificação de coaching em novembro ou dezembro.

O processo de certificação para Master Trainers acontece na Holanda, em Amsterdam – cidade onde o David vive hoje. Você pode fazer o curso (uma espécie de turma aberta, como tem aqui no Brasil e em outros países) lá em Amsterdam também, se quiser, mas a formação como instrutor só pode ser feita em seu próprio país com o Master Trainer residente (no caso do Brasil, sou eu).

Mas, para se tornar instrutor, além de todos os pré-requisitos exigidos, precisa haver vaga na Call Daniel. Neste vídeo no YouTube eu explico direitinho o passo a passo.

Aqui no Brasil temos cursos tanto abertos (que você pode se inscrever como pessoa física) quanto cursos realizados dentro de empresas. Em ambos os casos, consulte o site da Call Daniel caso tenha interesse.

A certificação funciona assim: tem muitos requisitos, que são divulgados apenas na abertura das vagas (confidenciais), mas que se resumem em alguns pontos: ser apaixonado e manjar MUITO de GTD, ter ampla experiência em sala de aula e falar inglês. Mesmo para instrutores brasileiros isso é desejável porque a maioria dos materiais de estudos está em inglês. Além do que, as reuniões que a DACA promove aos instrutores são todas em inglês.

Então, além da parte de estudo (que é infinita, porque mensalmente surgem materiais novos gerados pela DACA), tem o processo da certificação em si, que envolve algumas reuniões com a Senior Master Trainer, uma semana inteira de capacitação, sessões de aprendizado (quase um coaching que dura meses), ministrar cursos pilotos, fazer análises dessas turmas, e por fim uma prova. Isso para ser instrutor. Para ser Master Trainer, existem vários outros passos além desses, que envolvem também certificar outros instrutores, é claro. Por isso o processo acaba levando até mais de um ano para Master Trainer, em cada um dos níveis.

Eu iniciei esse processo de certificações em 2015 e, agora em setembro, vou para a Holanda novamente para a semana de capacitação do Nível 3, que estou aguardando ansiosamente. Depois dessa semana, vem todos os outros passos, e a previsão de certificação como Trainer é até março e, como Master Trainer, entre setembro de 2019 e março de 2020. Depois disso, encerro o ciclo das certificações do GTD (possivelmente terei concluído também a certificação de coaching até lá!).

Em termos de carreira, quando comecei a tirar essas certificações, eu estabeleci que tiraria uma certificação ou título por ano, mesmo quando acabasse as certificações do GTD. Acho que esse tipo de meta pode ser legal, especialmente se você estiver buscando uma transição de carreira.

Minha progressão foi a seguinte:

  • 2015 – Trainer GTD Nível 1
  • 2016 – Trainer GTD Nível 2 / Coaching (Sociedade Brasileira de Coaching)
  • 2017 – Master Trainer Nível 1
  • 2018 – Master Trainer Nível 2
  • 2019 – Trainer Nível 3 / Coaching GTD
  • 2020 – Master Trainer Nível 3 / Mestre em Comunicação

Então, se você está mudando de carreira ou querendo saber a minha opinião a respeito, saiba que eu acho “um título por ano” uma boa ideia.

Claro que chega uma hora que você não vai ter mais tanta certificação para fazer, mas eu acho legal fazer um curso diferente, que agregue ao currículo, sabem? Então pode ser que você consiga encaixar essa ideia na sua construção também. Pode ser a conclusão de uma pós-graduação, um curso de extensão ou um IELTS, coisas assim.

Quanto ao GTD, sinceramente: sou apaixonada pela metodologia. Então, para mim, fez muito sentido participar desses processos. Não foi algo feito apenas “por ter”, mas porque está dentro de um planejamento de vida maior (como acredito que tudo deva ser feito).

Para você se envolver em um processo como esse, é importante que você realmente tenha condições de abrigar isso na sua vida. Não se trata de algo a ser feito nas horas vagas, pois toda certificação forma você como especialista e, para assim o ser, é necessária muita dedicação.

(Se você tiver interesse em trabalhar com organização e/ou produtividade, inscreva-se na newsletter correspondente para profissionais porque em breve vou abrir uma nova turma do meu curso de negócios para quem quiser entrar ou fomentar as vendas do seu negócio nessa área.)

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10 comentários em “A preparação para uma certificação internacional”

  1. Thais, boa viagem e parabéns! É inspirador acompanhar seu blog e ver que por trás dos posts existe um trabalho sério e consistente!

  2. Aguardo ansiosa as turmas abertas nível 3 pois é o que mais tenho dificuldade de colocar em prática “apenas” com a leitura do livro. E é tão legal acompanhar todo o seu processo de certificação, cheguei aqui no blog em 2013 e presenciei tudo “de pertinho” 🙂

    PS: Sei das suas razões para não ter mais a linkagem de domingo (e não é uma cobrança) mas preciso registrar que sinto mta falta dela.. conheci tanto blog legal por conta das suas indicações.

    Boa viagem!!!

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