Planejamento dos meus estudos para o segundo semestre de 2021

Fim do primeiro semestre chegando já me dá vontade de revisar o planejamento do ano e planejar o semestre seguinte. Basicamente, é uma revisão maior do que planejei para o ano mesmo e um reajuste conforme necessário, porque coisas entraram e coisas saíram da minha vida.

Meus estudos atualmente estão sendo guiados pelos cursos que eu estou fazendo. Não tem muito como ser diferente, com o Doutorado em andamento. No segundo semestre, serão 2 disciplinas oficiais + 2 disciplinas como ouvinte, e as leituras das aulas + trabalhos já são o suficiente para ocupar todo o meu tempo de estudos. Além disso, há as leituras para a tese e a produção para os 2 grupos de pesquisa que faço parte – o capítulo de um livro e a apresentação em um Seminário.

Ainda estou fazendo o curso online de Francês com a Avec Elisa, 2 cursos de marketing digital, 1 curso de tráfego, o curso da Priscila sobre pesquisa acadêmica (que complementa a disciplina de metodologia do Doutorado) e o Programa de Formação de Professores (PFP) do Centro Budista. Não há como ter estudos autônomos além desses, mas tenho conseguido cumprir a minha meta de um livro de finanças por mês (apesar de as resenhas estarem atrasadas! mas eu já li e vão entrar logo). Outros estudos relacionados que tenho feito são os estudos sobre comunicação não violenta, terapia da compaixão, ayurveda, entre outros, mas de forma leve e espontânea e não sistemática.

O modelo do ciclo de estudos funciona bem para estudos autodidatas. No caso dos cursos, as aulas e prazos para leituras costumam orientar o que devo estudar. Desse modo, o que tenho feito é distribuir os afazeres ao longo das minhas listas, de acordo com o meu nível de energia (textos que prefiro ler de manhã, outros à noite), com todo o restante das minhas atividades. Tenho pensado sobre a tentativa de atribuir um contexto para dia da semana novamente, para os estudos, para ver se funciona. Vou testar. A ordenação pensada é a seguinte:

  • Domingo: Budismo (até porque a aula do curso é na segunda)
  • Segunda: Doutorado (tese, disciplinas, grupos de pesquisa)
  • Terça: Francês
  • Quarta: Doutorado (tese, disciplinas, grupos de pesquisa)
  • Quinta: Livre (qualquer tema à escolha)
  • Sexta: Marketing Digital
  • Sábado: Doutorado (tese, disciplinas, grupos de pesquisa)

Nenhum plano sobrevive ao campo de batalha, então pretendo colocar para rodar acima desde já e, no segundo semestre, ir reajustando conforme a necessidade.

Meus livros de Ayurveda

Queridos, esta semana estou 100% dedicada ao curso que está acontecendo online de 20 a 27 de abril lá no meu YouTube. Espero que estejam gostando.

Outro dia publiquei um vídeo comentando sobre todos os meus livros de Ayurveda, os que li, ainda não li, o que recomendo e dicas para começar a estudar a respeito. Percebi que não tinha entrado em formato de post aqui.

Não gosto de fazer um post para anunciar um vídeo mas, neste caso, é um conteúdo que vocês me pediam há bastante tempo, então aqui está:

Espero que gostem. <3

Obrigada!

Alimentação e estilo de vida ayurvédico no outono

No final do ano passado eu me apaixonei e trouxe para casa um livro chamado “Culinária Ayurvédica para o seu dia a dia”, da Kate O’Donnell, e desde então ele tem sido o meu guia diário para preparar refeições e me alimentar de acordo com essa linha da medicina oriental. (leia mais sobre ayurveda aqui)

Nesse livro, a autora explica sobre a culinária do ponto de vista da ayurveda (medicina indiana) e traz receitas alinhadas com o ritmo de cada uma das estações. Eu já adoro essa questão das estações porque acredito que nós, como seres humanos, ficamos melhores quando nos conectamos com a natureza. O livro é incrível e recomendo fortemente para quem tem esse mesmo tipo de raciocínio. Ele é totalmente prático e traz receitas e boas práticas em termos de estilo de vida para cada estação.

Muita coisa mudou desde o último post relacionado que eu fiz, sobre a alimentação de verão. Li diversos outros livros sobre o assunto, pesquisei e estudei muito, e hoje considero que já sei um pouco mais do que sabia quando escrevi o texto anterior.

Também estamos em um momento de pandemia do COVID19 no mundo e, por mais que algumas regiões no Brasil não tenham uma temperatura menor, de modo geral muitas pessoas começam a ficar expostas a maiores problemas, especialmente respiratórios, nessa época que está chegando, além da preocupação adicional com o vírus. O que quero dizer é que é hora de cuidarmos da nossa alimentação e da nossa imunidade, e todo o propósito desse trabalho com o ayurveda é justamente esse. Não se trata de uma “brincadeira” de comidas e ingredientes, mas de entender o que faz sentido em cada estação, associado ao que cada corpo humano precisa, e fazer a melhor e mais saudável possível alimentação para todos nós.

O que eu aprendi desde o último post que escrevi sobre o assunto é que cada pessoa deve entender como “funciona” o clima da sua região e se alimentar com os ingredientes produzidos na terra, naturais de onde mora. Você até pode comer alimentos de fora, mas não precisa. Sabe? O Brasil é riquíssimo em ingredientes e produção natural de alimentos – precisamos encorajar isso.

Uma outra pergunta muito comum que surgiu no outro post (e eu nem sabia como responder direito ainda) é se a alimentação deve ser “alinhada com o dosha dominante de cada um”. E uma coisa que aprendi de lá pra cá é que a alimentação ayurvédica deve estar alinhada com as estações, com seu dosha dominante sim, e composta pelos seis sabores principais, que são: salgado, doce, azedo, adstringente, picante e amargo. Quando algum dosha estiver em desquilíbrio, você deve ajustar a sua alimentação para pacificar esse dosha. (se não estiver entendendo nada sobre esse papo de doshas, leia outro post em que falei sobre o assunto)

Logo, autoconhecimento é tudo, e fórmulas prontas não servem de nada, a não ser inspiração para modelos de raciocínio. Se você pegar um modelo e aplicá-lo sem personalizar para a sua realidade, não pode criticar o raciocínio por trás do modelo, pois na verdade você não o aplicou. Isso vale para outras coisas além da alimentação também.

Observando o que acontece na sua região e entendendo como seu corpo reage, você pode tomar decisões com relação ao menu na sua casa, que envolva você e toda a sua família.

Eu sou uma pessoa de constituição vata-pitta, assim como o filhote, e meu marido é pitta-kapha. No clima, vemos algumas mudanças, como por exemplo: ainda chove em março, mas o vento começa a ficar mais fresco. Em breve as chuvas param também. O friozinho tende a aumentar o apetite e naturalmente vamos querendo coisas mais quentinhas, doces e suculentas. O ayurveda está alinhado com isso.

As qualidades que devemos introduzir de modo geral (e que se reflete nos alimentos) são:

  • quente
  • reconfortantes
  • suculentos / úmidos
  • rotinas <3

Devemos reduzir: coisas frias, sobrecarga, secura e vida desregulada de modo geral.

O interessante é que tudo isso conversa com a particularidade do isolamento social que estamos vivendo.

De modo geral, existem alguns desequilíbrios associados a essa época, como gases, inchaços, prisão de ventre, secura na pele e no couro cabeludo e ansiedade. Logo, precisamos ajustar a nossa rotina de modo que esses desequilíbrios não aconteçam e sejam reduzidos. Tenta pensar o que você pode mudar na sua rotina para que esses desequilíbrios não aconteçam.

Alimentos quentinhos, úmidos e ligeiramente oleosos são favoráveis nessa época. Claro, se fizerem sentido para a região onde você mora. Comento o que faz sentido para onde eu moro, que é São Paulo. 😉

Tabela da CEAGESP com os alimentos mais fortes mês a mês. 😉

  • Raízes são bons alimentos para essa época porque trazem os elementos favoráveis. Cenoura, batata-doce, nabo, beterraba, abóbora. São vegetais que ficam deliciosos fazendo assados com algumas especiarias, ou em formato de purê e sopa.
  • Verduras cozidas. Uma coisa que aprendi com o ayurveda é a importância dos alimentos quentes para uma boa digestão. Reduzi muito os alimentos gelados, deixando apenas para dias muito quentes. Comer verduras cozidas, em vez de cruas, me agrada (mas vai do gosto de cada um). Como eu AMO sopas e faço bastante, adoro colocar verduras como acelga, couve e algas. É uma maneira de “comer salada sem comer salada”.
  • Especiarias que esquentem, tais como: canela, gengibre, cominho, erva-doce. Uma dica sobre o gengibre: a versão é pó é seca e picante. A versão da raiz mesmo é mais úmida, então talvez seja uma preferência melhor para essa época. De modo geral, acredito que usar as versões em ervas seja melhor nesse momento que as versões em pó, embora eu entenda que não sejam tão práticas e acessíveis para todo mundo (eu mesma uso muito em pó essas especiarias).
  • Leite morno. Eu não tomo leite de vaca, porque sou intolerante e me tornei vegana, mas preparo leite de castanha de caju, que é o mais parecido de todos (acho) com o leite de vaca. Mas se você toma, a ideia é tomar morno, entende? Pode temperar com especiarias, se quiser. Atualmente estou testando uma receita do chamado “golden milk”, que é um leite com especiarias que aumenta a imunidade.
  • Nozes e sementes cruas ou torradas na hora.
  • Óleos prensados a frio e gordurosos, como o óleo de coco, o óleo de gergelim, ghee e abacate. Apesar de eu ser vegana e considerar a referência óbvia, sempre preciso dizer que, quando falo em leite, me refiro a leite vegetal e, ghee, ghee vegetal, pois senão sempre vem alguém me dizer que “leite não é vegano”. rs
  • Grãos úmidos. Trigo, arroz integral, aveia. Mingaus são uma boa. Fazer um mingauzinho de aveia pela manhã, uma canjinha só com arroz e especiarias (pretendo postar essa receita em breve aqui no blog). Tudo isso é a cara do outono.
  • Frutas doces e mais pesadas como: banana, manga, maçã, pera, cranberries (se tiver na sua região). Eu não tenho um amplo conhecimento das frutas de todo o país, mas certamente tanto no sul quanto no norte há frutas típicas fantásticas que possuem essas mesmas características e podem ser usadas no seu menu semanal. Para mim, só a banana é toda uma abundância de possibilidades. Banana assada com canela é a sobremesa mais perfeitinha para o meu dia a dia, quando tenho vontade de comer doce.
  • Proteínas – vegetais de leguminosas menores como lentilha vermelha, feijão mungo, feijão azuki, ervilha seca, tofu – e, para quem consome alimentos de origem animal, ovos e carnes.

Receitas que certamente farão parte da nossa rotina no outono, no menu semanal:

  • Café-da-manhã
    • Mingau de aveia com frutas cozidas
    • Overnight com aveia e frutas
    • Bolinhos e muffins
    • Frutas em compotas
    • Frutas assadas
  • Almoço
    • Legumes assados com especiarias
    • Muito arroz e feijão como acompanhamento
    • Pastas e purês (exemplo de pasta oleosa apropriada para a estação: guacamole)
  • Jantar
    • Lamen
    • Caldos
    • Sopas
    • Cremes
    • Massas
  • Lanchinhos
    • Pastas e purês para comer como aperitivos, tipo palitinhos de legumes
    • Bolinhos e muffins
    • Sementes tostadas
    • Frutas assadas
    • Cookies
  • Bebidas
    • Chás (sempre)
    • Leites mornos e quentes com especiarias

O que o ayurveda recomenda reduzir (de alimentos) nessa época:

  • Alimentos secos de modo geral, tipo biscoitos, chips, essas coisas.
  • Café e cafeína de modo geral.
  • Bebidas gasosas, inclusive água.
  • Feijões de grãos grandes, como o feijão branco, pois causam mais flatulência.
  • Alimentos crus.

Algumas orientações para o seu estilo de vida e rotina diária:

  • Em todas as estações, mas especialmente nesse momento que estamos vivendo, para fortalecer a imunidade: dormir bem. Regular o sono, dormir horas suficientes. É natural dormir mais no frio, e tá tudo bem, viu? Os dias ficam mais curtos mesmo.
  • Oleação corporal diária, antes do banho. É uma prática de auto-cuidado tão gostosa, fora que aquece o corpo antes do banho. O tipo de óleo depende do seu dosha. Eu tenho a pele bem mais ressecada, então para mim o que funciona é o de amêndoas ou de gergelim. Além de passar óleo no corpo antes de tomar banho, gosto de fazer auto-massagem nos pés antes de dormir e também no pescoço e ombros, no rosto etc. Você pode pingar algumas gotinhas de essências, se curtir aromaterapia, tipo de lavanda, para relaxar. Existem algumas essências que ajudam no combate à ansiedade. Quero aprender mais sobre aromaterapia para trazer esse conhecimento para o blog, pois tem me ajudado bastante no último ano também.
  • Consumir alimentos e bebidas quentes ou, no máximo, em temperatura ambiente. Isso faz toda a diferença para a digestão e a digestão é o que faz diferença na sua saúde como um todo. O que deixa você sem sede é a hidratação, e isso você consegue bebendo mais água ou bebidas mais hidratantes, como água de coco, por exemplo. A temperatura da água apenas dá um “choque” na temperatura quentinha do seu organismo, que faz um exercício extra para se recompôr. Quando está muito calor, eu bebo água ou água de coco em temperatura ambiente e fico muito bem. Ou faço um chá e deixo esfriar.
  • Estabeleça horários regulares para as refeições. Isso fará com que seu organismo se acostume e tenha um ritmo para evacuação, sentir fome, relaxar para o sono e todas as suas outras atividades. A refeição mais substanciosa na hora do almoço. Refeições leves à noite – sopas, caldos, cremes, purês e pastas.
  • Proteja-se do frio. À noite, a temperatura do corpo cai naturalmente quando dormimos, então coloque uma roupa que te deixe quentinho/a. Use touca, meias e luvas, se apropriado, pois o calor sai do corpo pelas extremidades. Evite ar condicionado seco. Mantenha-se hidratado/a em situações de secura total e frio.
  • Se você sofre de alergias ou tem algo como sinusite (eu tinha e reduzi bastante depois de parar de tomar leite), aprenda a fazer exercícios no rosto para tirar o catarro. Faça oleação nasal. Eu comecei a fazer este ano e mudou completamente a minha relação com a sinusite. Funciona assim: na minha limpeza corporal matinal, pego um pouco de óleo no dedo anelar e limpo as narinas por dentro. Elas “abrem”. Como tenho adenóides, me ajuda até a respirar melhor. Recomendo fortemente.

Espero que esse tipo de post seja tão útil para vocês quanto é para mim estudar e fazer essa compilação. 🙂 Tenho buscado trazer essas recomendações tanto de estilo de vida quanto de alimentação aqui para o blog, com receitas e tutoriais, porque acredito que ajudem.

Hora mágica (dinacharya)

Um fator determinante na minha rotina diária, que contribui demais para a forma como eu me sinto todos os dias, é a rotina para a hora em que eu acordo. Eu tenho chamado essa rotina de “hora mágica”, um termo que, se não me engano, aprendi lendo o livro “Clube das 5 da Manhã” (já tem resenha aqui no blog sobre ele, vale conferir).

Chamo de hora mágica porque a primeira hora do dia, logo depois que eu acordo, é uma hora que dedico só para mim e que configura totalmente qual será meus astral ao longo daquele dia. Neste post, vou contar exatamente o que costumo fazer.

Começando pelo horário. Já comentei com vocês que minha meta é conseguir acordar antes do sol nascer todos os dias. Ainda não consigo diariamente, mas algumas vezes durante a semana sim (eu priorizo uma boa noite de sono em vez de acordar super cedo). Ou seja, procuro dormir bem todos os dias. Se eu conseguir dormir cedo, de modo que eu acorde antes do sol nascer tendo dormido as horas suficientes, aí tudo bem. Não me forço a acordar cedo se fui dormir tarde. Isso é algo que estou trabalhando para ajustar para a vida. De modo geral, se não acordar antes do sol nascer, configuro o alarme para a hora que ele nasce, que atualmente é 06:06 aqui em São Paulo.

Quando levanto, imediatamente vou para o banheiro fazer o meu dinacharya. O que é dinacharya? É a rotina diária de autocuidado do Ayurveda. Existem algumas atividades que compõem essa rotina:

  • Evacuação suave e tranquila (isso regula demais os horários)
  • Lavar o rosto: olhos, cílios, limpar os ouvidos, limpar o nariz (assoar)
  • Higiene bucal: 10 a 15 minutos de bochecho com óleo de coco, raspagem da língua, escovação dos dentes

(Saiba mais sobre a dinacharya aqui)

Saindo do banheiro, já coloco a água do chá para esquentar. Eu não bebo mais água fria, apenas em temperatura ambiente ou quente, para melhorar minha digestão. Não tenho fome logo quando acordo, então preparar um chá me ajuda a ficar ok. Geralmente nessa parte da manhã eu tomo um chá de limão com gengibre e, na sequência, um chai (que tem cafeína).

Faço minha prática de yoga e, depois, medito. Logo após a meditação eu faço algumas leituras particulares, que envolvem essencialmente ler minhas afirmações positivas pessoais. Quando finalizo esse processo, volto para o banheiro para a minha oleação de 5 minutos e, na sequência, banho. Eu adoro esse banho da manhã. A atividade física não me deixa ficar com frio (sou friorenta), e tomar banho depois de fazer essa auto-massagem me deixa com um bem-estar tremendo para começar o dia.

Gosto muito de aproveitar esse momento do dia para entrar no ambiente WordPress aqui no blog e começar a escrever. Reviso o texto do dia seguinte e escrevo um pouco aproveitando a inspiração. Nesse momento, eu já “estou no clima”. Quando sinto que a inspiração passou um pouco, faço outras leituras – livros, jornais, blogs. Geralmente nesse momento já estou com um pouco de fome, então aproveito a pausa mental para também tomar meu café-da-manhã. E assim se encerra a minha “hora mágica”.

Apesar deste nome, pode levar mais de uma hora. O certo seria chamar de “momento mágico”, hehe, mas me acostumei a chamar de hora mágica porque é o que leva de tempo em média mesmo.

Não importa o horário em que você acorda. O que importa é fazer desse momento um momento de calma e significado, cuidando um pouco de você. Sabemos como o restante do dia pode ser corrido ou dedicado a outras pessoas. Ficar em paz logo cedo é o melhor sinal de autocuidado que posso me dar de presente todos os dias.

Livros: “Em busca da cura”, “O sabor da harmonia” e “Nutrindo seus sentidos” (Laura Pires)

Quero comentar sobre esses três livros que li recentemente e que são relacionados aos meus estudos de Ayurveda.

O primeiro, “Em busca da cura”, foi escrito pelo (então) marido da Laura Pires, uma conhecida terapeuta ayurveda, quando eles foram à Índia iniciar o tratamento dela. O livro é tocante. Quando terminei a leitura, fiquei uns três dias pensando apenas nele, pois me impactou muito.

Link na Amazon

A história da Laura é muito impressionante. Você pode lê-la aqui.

Me identifiquei em diversos momentos, especialmente ao momento atual que estou vivendo de dizer não para tudo aquilo que não seja bom para mim, em termos de saúde física e emocional. O livro dela me inspirou a me empoderar mais a respeito disso e a refletir sobre outras mudanças que quero incorporar na minha vida.

Além de contar a sua história e como foi o tratamento, o livro também traz um relato sobre a viagem à Índia e reflexões sobre o nosso modo de vida comparado com o deles. Valeu bastante a pena a leitura, para mim.

Na sequência, li o livro que ela mesma escreveu, “O sabor da harmonia”. Ela tem um outro chamado “Nutrindo seus sentidos”, que está esgotado na editora e ainda não achei para comprar e ler. Mas “O sabor da harmonia” é um livro didático e essencialmente prático, excelente para quem está se interessando pelo Ayurveda e quer implementar na parte da alimentação.

Link na Amazon

Depois consegui ler “Nutrindo seus sentidos”, um livro que está esgotado na editora! Li a versão ebook, no Kindle. Gostei muito da leitura, que foca na importância da alimentação para a saúde, além de trazer receitas incríveis. Com certeza será meu livro de referência no dia a dia para os preparos.

Link na Amazon

Quis compartilhar essas leituras porque vocês têm me pedido para continuar contando sobre os livros que estou lendo a respeito desse assunto. Esses dois são bastante relacionados e eu gostei de ler na sequência, pois um me contextualizou para o outro.

Vale a pena também acompanhar o trabalho da Laura. Ela tem um curso que roda o Brasil, além de vídeos e entrevistas no YouTube, além do Insta com compartilhamentos diários de dicas e orientações ayurvédicas.

A melhor alimentação que você puder, nas condições da sua vida hoje

Acho que esse tipo de post pode até mesmo ser escrito de maneira recorrente aqui para o blog, pois a vida muda o tempo todo. Na minha rotina atual, eu tive que mudar muitas coisas (e foi todo um processo) para que eu conseguisse ter uma alimentação que vou tentar resumir em alguns pontos:

  • Não esquentar comida no microondas. É uma opção minha, pois acredito que o microondas mate o prana (energia) dos alimentos, além de ser um aquecimento seco, que tira a umidade da comida. Não esquentar a comida no microondas parece algo trivial, mas na verdade demanda um pouquinho mais de planejamento na hora das refeições – precisa aquecer em banho-maria no fogão ou preparar a comida na hora. Eu uso o microondas apenas em casos excepcionais, quando levo marmita para o escritório, por exemplo.
  • Dar preferência aos alimentos frescos e refeições preparadas no dia, e não as “requentadas”. Ainda não cheguei aqui 100%, pois ainda há dias em que preciso da agilidade das marmitas e de usar alimentos que coloquei no congelador (salsinha, cebolinha, edamame). Mas estou construindo a coisa toda de modo que eu só consuma refeições frescas em algum momento.
  • Comer fora apenas excepcionalmente. Muitas vezes, como em casa antes de sair para comer em algum lugar (com outras pessoas), e lá eu tomo um chá ou suco. Faço isso porque não sei a procedência da comida, muitas vezes vou em restaurantes que não têm opções para mim, não quero comer tarde etc. Se preciso comer na rua, procuro sempre restaurantes naturais e, se possível, vegetarianos, com comida por kg, pois assim tenho mais variedade e consigo escolher.
  • Preparar a minha própria comida. Acho um dos maiores atos de auto-cuidado. Eu paro de trabalhar mais cedo para conseguir preparar tanto o meu almoço quanto a minha janta. Priorizo refeições rápidas, mas feitas na hora. Minha saúde ficou 300% melhor depois que comecei a priorizar nisso.
  • Não comer de noite. Janto por volta das 18h, e sempre é uma sopinha com macarrão. Isso me ajuda a dormir mais cedo (por volta das 21h já estar na cama). Se fico acordada até mais tarde, sinto falta de mais alimento, mas consumo chá, suco ou sopa igualmente. Procuro não comer nada sólido para não agitar meu metabolismo antes de dormir.
  • Deixar de comer industrializados. Ainda não tirei 100%, mas estou no caminho. Atualmente consumo algumas bebidas, como chá, água de coco etc. E vez ou outra uma carne de soja, um grão de bico enlatado, coisas assim, mas muito pouco (uma vez por mês, eu diria). Todo o restante eu compro natural, de feira ou mercearia.
  • Já comentei antes, mas vale a pena lembrar: não consumir alimentos de origem animal.
  • Consumir alimentos orgânicos e de produtores locais. Isso me faz desenvolver uma relação mais saudável com o alimento e a sociedade.
  • Comer menos. Eu me observei e percebi que estava “beliscando” muito. Agora eu presto mais atenção às refeições principais, os horários, e tudo isso me ajuda a ficar bem nutrida ao longo do dia.
  • Consumir chá ao longo do dia. Diminuí muito o café por conta disso. Acho que estou tomando de 1 a 2 vezes por semana, apenas.
  • Fazer do almoço a principal refeição do dia. Não importa o que aconteça, meu almoço tem que ser bom. A janta e o café-da-manhã são leves. Um exemplo de um bom dia com refeições para mim:
      • café-da-manhã (8h): tofu mexido c/ açafrão + torrada + meio mamão
      • almoço (12h): arroz + feijão + legumes + verduras + proteínas (tudo quente, sempre)
      • jantar (18h): sopa + shitake + tofu + macarrão (tipo lamen)
  • Não me alimentar de noite. Vez ou outra há exceções, como a gente sair para comer uma pizza ou quando fico acordada até mais tarde e dá vontade. Mas sempre me arrependo. Fico enjoada, durmo pior etc. De modo rotineiro, não me alimento de noite para dar um tempo para o sistema digestivo.
  • Valorizar cada refeição de modo que os alimentos sejam nutritivos.
  • Aprender sobre os alimentos e o equilíbrio dos doshas, fazendo uma alimentação voltada a essa pacificação e equilíbrio.
  • Parar de consumir bebidas e alimentos gelados. Apenas quente ou em temperatura ambiente. Descobri que, no calor, por exemplo, beber água de coco em temperatura ambiente refresca mais do que beber água gelada. Isso tudo para favorecer meu processo digestivo. Minha vida mudou demais depois que mudei essa prática simples. Por exemplo, a única bebida que acompanha refeições é meia xícara de chá. Auxilia demais no bem-estar.
  • Consumir cada vez mais alimentos da estação, locais.
  • Atentar para que todas as minhas refeições tenham duas coisas: 1) proteínas vegetais e 2) os 6 sabores do Ayurveda (salgado, doce, ácido, adstringente, amargo e azedo).

Essas mudanças foram todas graduais e eu fui implementando no último ano. Mudaram completamente a minha vida. Quando saio da minha rotina, meu corpo sente demais. Fiz duas viagens em fevereiro e, nas duas, meu corpo sentiu a mudança. O que eu posso fazer das próximas vezes? Me hospedar em locais onde eu possa preparar a minha própria comida. Faz toda a diferença. Por exemplo, terei uma nova viagem em junho e já reservei um Airbnb em vez de ficar em hotel. Assim, vou conseguir comer minha própria comida feita diariamente, com alimentos frescos, além de me permitir um ritmo mais tranquilo.

Além de melhorar a minha saúde, estou economizando pra caramba. Eu costumo gastar uma média de 50 reais por semana com alimentação (para mim). Vale sempre lembrar que meu marido que sempre cozinhou aqui em casa, então nada mudou nesse setor. Eu que passei a preparar minha comida em paralelo pois estou fazendo uma alimentação diferente. Na alimentação deles a gente gasta uma média de 150 reais por semana, no máximo. Meu marido parou de comer carne também então estamos economizando ainda mais. O filhote come frango orgânico, criado nas melhores condições dentro do possível etc etc. Não consumimos leite de vaca e ovos, o que também encarece a alimentação. Comprando na feira e em mercearias, você economiza DEMAIS.

Essas são as mudanças que consegui implementar na minha alimentação dentro do estilo de vida que tenho hoje, e ainda quero melhorar muito mais, apesar de estar satisfeita como as coisas estão no momento. Gostaria que este post servisse não como modelo, mas como inspiração para que você reflita sobre as suas necessidades (e as da sua família) e consiga tomar providências para melhorar o que vocês já fazem hoje, sem radicalismos. Se quiser, compartilhe comigo nos comentários. 😉

Uma rotina para a autocura

Eu publiquei um post recentemente onde comento sobre o meu histórico em diversas questões da vida, especialmente relacionadas à minha saúde, e como isso mudou a minha mentalidade de maneira geral sobre o que eu considerava ser uma pessoa saudável.

Ontem o meu sogro foi pegar os resultados do check-up que ele fez e chegou em casa muito preocupado porque está com a diabetes altíssima e medo de morrer. Eu fiquei aflita por ele, ao mesmo tempo que não sabia muito o que dizer além de pensar que de nada adianta receitar coisas pontuais se não houver uma mudança no estilo de vida. Mas o problema é que, quando você não vê essa diferença na mudança no estilo de vida, você não acredita. E é muito difícil mudar hábitos de uma vida inteira de uma só vez. Algumas pessoas conseguem, mas outras não.

Eu gostaria de ser essa Thais de 2020 quando eu tinha 18 anos de idade. Praticava esportes, tinha um corpo legal, mas com a chegada da faculdade e da rotina difícil associando trabalho e estudos, muita coisa começou a desandar. Parei de praticar esportes, me alimentava na rua quase que exclusivamente, e eram alimentos de má qualidade. Eu sabia que a questão do estilo de vida era importante, mas eu achava que se tratava de uma fase e que em breve eu retomaria um ritmo mais tranquilo e conseguiria voltar a fazer as coisas. O grande segredo (que eu sei hoje) é que a vida acontece. Esse momento tranquilo nunca chega se você não fizer da sua própria vida um processo ativo de autocura. De se observar, se entender, compreender suas necessidades e, por fim, aplicar, dentro do possível, mudanças significativas que façam diferença real na sua rotina. Não dá para esperar o momento certo. Tem que começar imediatamente, mesmo com os desafios.

Eu tive labirintite, síndrome do pânico, crises de ansiedade, depressão, hipertensão, obesidade, problemas no fígado – todo um pacote. E esse pacote foi resultado, cada coisa em sua fase, claro (não tive tudo isso de uma vez!), de um estilo de vida que eu estava “deixando para lá”. Apesar de saber que era questão de estilo de vida, eu não conseguia fazer um link entre a situação que eu vivia e o suposto “estilo de vida saudável”, pois eu não me identificava com o que eu via. Nunca gostei de musculação (desculpem), não gosto do ambiente de academia, música pop alta, pessoas se admirando no espelho, a cultura do whey protein, além de outras questões relacionadas. E aí eu caí naquela máxima que muitos de nós caímos, que é nem começar se achar que não vai ficar perfeito. Fui levando a minha vida, até os problemas começarem a aparecer.

Foi uma sorte ter conhecido o Ayurveda no ano passado. O livro me chamou atenção, li e fiquei apaixonada. Estava em um momento de saúde delicado, tentando conciliar todo esse mal-estar com as demandas de trabalho e do mestrado. A leitura do livro me mostrou que, se eu quisesse mudanças, deveria mudar a minha rotina, e que esse processo não é fácil e tampouco rápido. Mas precisava começar.

O primeiro aspecto foi o sono. O médico quebrava o mito dos noctívagos, falava sobre a importância de dormir em determinados horários (ciclo do sol, ritmos circadianos, funções do corpo). Analisando a minha rotina, estava tudo errado. Não “tudo” errado, veja bem. Eu priorizava o meu descanso. Fazia questão de dormir minhas 8h de sono diárias. O problema (que eu já tinha identificado) era achar que, se eu dormisse às 23h e acordasse às 7h, tava tudo bem, e no dia seguinte dormisse às 2h e acordasse às 10h, tava tudo certo. Não estava. E foi resgatando um texto meu aqui do blog mesmo, de uma época em que eu tinha aprendido que o que funcionava para mim era dormir e acordar no mesmo horário todos os dias, mesmo aos finais de semana, eu me perguntei: por que deixei de fazer isso se sei que funciona?

Depois, foi a alimentação. Mesmo tendo feito a cirurgia, eu ainda comia alimentos que eu sabia que não me faziam bem, mas continuava consumindo, achando que fariam bem pela questão nutricional e tal. Mas o seu paladar e também o efeito que esses alimentos têm no seu corpo importam tanto quanto a qualidade nutricional deles. Por exemplo, berinjela é um legume com muitas propriedades, mas eu passo mal absurdamente se comer. Mesmo assim, eu pensava: é gostoso, é saudável, vale a pena comer de vez em quando. Pra quê? Então foi passar a me conhecer melhor e mudar essa mentalidade, que é muito difícil porque normalmente um nutricionista não foca nessas questões, a não ser que tenha outra linha de pensamento.

Depois, atividade física. Eu fiz mais de um ano de musculação depois da cirurgia bariátrica porque precisava. Fiz de tudo para me acostumar e gostar, mas realmente não faz o meu estilo. Hoje eu vejo que poderia ter feito alguns exercícios em casa, com pesos etc. Mas entender que o meu estilo de vida, meus pensamentos, tudo, também poderiam influenciar na escolha da melhor atividade física para mim, isso mudou completamente a história. Compreender porque era melhor fazer atividade física de manhã, não de noite, a mesma coisa. Eu sou uma pessoa que funciona bem quando entende os motivos.

O fato é que o que eu estava vivendo no ano passado me mostrou que tudo é reflexo de um estilo de vida e da rotina. Aos poucos, fui me conhecendo e, dentro das minhas condições, construindo essa nova rotina. Eu sabia que, se não descobrisse as causas, eu voltaria a me sentir mal novamente. Foi por isso que me envolvi tanto com o Ayurveda, que tem uma linha equilibrada, sem sugerir extremos. Eu não queria simplesmente ter mais anos de vida, mas ter mais vida nos meus anos.

Todas as pessoas que eu conheço estão ficando doentes de alguma maneira. São doenças do corpo, da mente e da alma. Todas elas são relacionadas. Mas, em algum ponto desse processo, vejo que muitos de nós passam a colocar a “culpa” de tais males em circunstâncias externas. Recém-nascido, emprego, mudança, deslocamento, trânsito, concurso, desemprego, falta de dinheiro, nervosismo, estresse, o governo etc. Que sim, impactam a nossa vida. Mas a responsabilidade sobre como ficar bem perante tudo isso é apenas sua. Sua mãe não vai parar de brigar com você para você ficar bem. Seu bebê não vai parar de chorar à noite agora para você dormir mais. O carro não vai trabalhar sozinho se você hoje depende do Uber para se sustentar. Então, independente das circunstâncias, precisamos ficar bem.

Cada pessoa tem seus próprios desafios e condições de vida que vão permitir tais mudanças em determinado grau. Tem coisas que você pode fazer; tem coisas que não pode – faz parte. O que você pode fazer? Esse é o ponto. Eu não posso pagar a minha massoterapeuta para fazer massagem em mim todos os dias, mas posso fazer uma automassagem. Talvez você não consiga acordar mais cedo porque já vai dormir super tarde e acorda sem ter dormido horas suficientes. A questão é: nessa condição de vida que você tem hoje, o que pode ser melhorado? Porque muita coisa pode. E você sabe disso. A sugestão então é que você implemente uma mudança de cada vez, aos poucos, testando como se sente e dando tempo de consolidar como hábito.

Ter uma vida organizada não significa que sua vida será perfeita, nem que não haverá imprevistos. Significa apenas que você sabe lidar com todos esses acontecimentos. Que você sabe como se reequilibrar mesmo perante tantos desafios. E eu acredito fortemente que a chave para isso esteja na rotina.

Quando falo em rotina de autocura, me refiro a transformar cada dia em uma oportunidade significativa de viver bem. Você pode querer seguir essa ordem de análise:

  • Como eu posso melhorar as minhas condições de sono hoje? Mais horas? Menos horas? Um colchão melhor? Um travesseiro cervical? Uma almofada de corpo inteiro para dormir abraçado e alinhar a coluna? Fazer um alongamento antes de dormir? Tomar um chá? Fazer massagem nos pés? Desligar os eletrônicos algum tempo antes?
  • Como eu posso melhorar as minhas condições de alimentação hoje? Posso preparar comida fresca diariamente, com refeições simples? Posso preparar marmitas para a semana inteira e levar para o trabalho? Posso fazer lanches que não precisam ser esquentados? Posso observar como me sinto após uma refeição? Posso tomar algum chá para melhorar a minha digestão? Posso me consultar com algum profissional da área da saúde para fazer ajustes na minha alimentação?
  • Como eu posso melhorar as minhas condições de atividade física hoje? Eu gosto de academia ou prefiro outra atividade? Que atividade eu gosto? Dança? Luta? Corrida? Como posso acrescentar mais exercícios físicos ao meu dia a dia? Posso baixar um aplicativo que tenha sequências de 7 minutos para exercícios? Posso levantar a cada 40 minutos da minha cadeira no trabalho e me alongar? Posso subir de escada? Posso caminhar 15min depois do almoço?
  • Como eu posso melhorar o meu equilíbrio emocional nas condições que vivo hoje? Tenho como pagar por terapia? Existem opções gratuitas no SUS ou em outro lugar? Consigo aprender meditação? Posso ler livros inspiradores que me ajudem a refletir sobre como me sinto? Posso escrever em um diário antes de dormir, por 5min?
  • Como posso melhorar o meu senso de autocuidado diariamente, nas condições que tenho? Consigo tomar um banho quieta, sem agitação, pensando na purificação do meu corpo? Consigo passar um oleozinho no corpo 3min antes de entrar no banho? Consigo cuidar das minhas unhas logo quando acordo, limpando e lixando? Consigo fazer uma automassagem no rosto antes de dormir?

Eu dei apenas alguns exemplos, mas a ideia é que você reflita sobre todos os aspectos da sua vida, não importam quais sejam as suas condições hoje, e busque melhorias. Certamente o que você pode fazer será diferente do que outra pessoa pode fazer, pois pessoas diferentes têm necessidades diferentes. E você mesmo pode mudar de tempos em tempos. Quando nosso filho era recém-nascido, minha disponibilidade era outra. É ter essa perspectiva, mas não deixar de fazer apenas porque não está no momento ideal, porque o momento ideal não existe. Se existe, é o agora. Os desafios fazem parte. Quanto mais você se percebe, mais fácil será identificar qualquer doença ou problema que surgir.

Autocura se refere a saúde, mas saúde não é apenas o corpo físico. Entender isso faz toda diferença. Tudo na sua vida importa. O modo como você lida com as suas finanças afeta o seu emocional. O modo como você lida com a sua comida afeta seus relacionamentos. Você é uma pessoa só, com múltiplas áreas integradas, e cada uma influencia na outra. Ter consciência disso e trazer mudanças conscientes vai mudar completamente a sua relação com a vida e com a personalização da sua rotina.

Qualquer sinal de desconforto ou sofrimento é o nosso eu interno dizendo que algo não vai bem. Ouça, respeite e honre esse sentimento. Conhecer-se melhor fará com que você busque as soluções que precisa momento a momento, dia após dia. A única coisa que eu quero que você faça depois de ler esse post é comentar aqui embaixo que você decidiu assumir esse compromisso com você mesma/o. Quem está comigo?

Chás

Eu sei que existe uma cultura milenar do chá e eu jamais teria a pretensão de fazer um post tentando esgotar o tema. O post de hoje é apenas para compartilhar uma das minhas paixões crescentes atualmente, que é o chá. Sempre gostei de tomar chá, mas no momento eu tenho consumido muito mais e os motivos me levaram a escrever este post.

Uma das zilhões de coisas que tenho aprendido com a Ayurveda é que não é muito legal beber líquidos gelados (na maior parte das vezes) porque a nossa digestão, o agni, é o “fogo digestivo”. Logo, líquidos mornos e quentes favorecem a digestão. E eu a vida toda bebendo chá gelado, suco gelado etc. Depois que comecei a prestar atenção nisso, vi uma diferença absurda na minha digestão. Dificilmente alguma refeição me faz mal de qualquer maneira, me sinto indisposta depois de comer, com enjôo etc. – aspectos que eram comuns antes, especialmente depois da cirurgia bariátrica. Claro que os alimentos que tenho ingerido fazem toda diferença também. Praticamente não consumo industrializados, processados, preparo a minha própria comida etc.

Mas o chá.

Vi algum vídeo sobre o hábito dos chineses beberem água quente. Juntei com a recomendação da Ayurveda, e acho que faz muito sentido. Facilita a digestão. Mantém o foguinho interno aceso. Não tem por que ficar bebendo coisa gelada, a não ser em casos excepcionais!

Mas essencialmente durante a refeição, já não bebo mais um suco, por exemplo. Ou é um pouco de água pura (em temperatura ambiente), ou é chá. E eu sempre acho que o chá ajuda mais na digestão (e deve ajudar mesmo). Me sinto muito bem fazendo uma refeição com um pouco de chá (não é uma caneca inteira – meia caneca, eu diria).

O chá também é uma ótima opção de lanche para quando se está fora de casa. Reunião na cafeteria? Sempre tem chá. Almoço no shopping? Até no McCafé tem chá. E você sempre pode levar seus próprios saquinhos e pedir um copo de água quente, caso o estabelecimento não tenha.

Vejo o chá não apenas como algo agradável (que é) como para fins nutricionais e curativos. Por isso, prefiro preparar o chá com ervas frescas ou secas, em vez de comprar os de saquinho, mas confesso que consumo bastante os de saquinho por serem mais práticos. Em casa, o consumo é variado.

Muitas pessoas me pedem para compartilhar meus chás preferidos quando mostro no Insta que estou tomando, então aqui vão eles:

  • Hortelã
  • Boldo
  • Erva-cidreira
  • Erva-doce
  • Quebra-pedra
  • Carqueja
  • Chá verde
  • Frutas vermelhas e flores silvestres
  • Frutas cítricas (maracujá, laranja)

E de noite…

  • Desinchá especial para o sono (é um mix de vários chás)
  • Camomila
  • Mulungu
  • Jasmin

Os chás noturnos são maravilhosos porque me ajudam a dormir melhor.

Eu compro chás em diversos lugares. Na mercearia do bairro, na Liberdade, pela internet.

Vale a pena falar dos acessórios! Em casa, tenho as tradicionais canecas de cerâmica e sempre aqueço a água na “leiteira” mesmo, nunca no microondas. Às vezes uso o processo de infusão para as ervas e côo na hora de servir, ou às vezes uso uma chaleira de cerâmica que comprei na Liberdade para deixar a erva ali mais tempo e ir bebericando aos poucos.

A minha é como essa da foto, mas com outra estampa.

Também tenho garrafinhas térmicas e um copo que levo para cima e para baixo e que aguenta altas temperaturas (de silicone), que uso especialmente em viagens, cursos e reuniões.

Para o escritório novo, comprei uma chaleira elétrica pela internet, pois não temos fogão no local e eu não gosto de esquentar água no microondas.

Que horas do dia costumo beber? Ao longo do dia. Quando acordo, em pequenos lanchinhos no meio da manhã e da tarde, durante as refeições, de noite. Eu sinto que ajuda a manter a digestão bem, simplesmente. Me ajudou a “beliscar” menos entre as refeições também.

Costumo adoçar muito pouco ou às vezes nem uso qualquer tipo de adoçante. Quando sim, é açúcar mascavo, demerara ou stévia.

Essa prática tem feito parte do meu dia a dia e tem me feito muito bem, fora que é todo um mini-ritual de auto-cuidado que me agrada muito. Achei que, de alguma maneira, compartilhar isso com vocês seria legal.

Auto-Massagem (Abyangha)

Bem, hoje gostaria de compartilhar uma prática que venho fazendo diariamente e que faz parte da minha rotina de autocuidado, Ayurveda, postura etc.

Já faz algum tempo que eu estou prestando mais atenção à minha coluna e, por isso, iniciei um intensivão de coisas que me ajudam a melhorar a minha postura. Comprei uma cadeira mais confortável para trabalhar, entre outras coisas (ainda vou escrever um post só sobre isso). Uma dessas coisas foi entender a importância da massagem. Uns dois anos atrás, eu estava super numa rotina de viagens a trabalho e muitos cursos presenciais. Toda vez que passava uma semana pesada, dando aulas, eu me dava uma massagem (shiatsu) de presente. Então, naquele primeiro momento, foi para relaxar e destravar um pouco a tensão daquele período que eu estava vivendo. Foi ótimo e necessário.

No entanto, com o passar do tempo, fui juntando essa prática com outras que favorecessem minha saúde de maneira geral. A visão de saúde integrada veio de conhecer mais sobre o Ayurveda (medicina milenar indiana), porque foi o que comecei a aplicar e me deixou bem, em paralelo com os outros tratamentos tradicionais da medicina ocidental.

E uma das práticas do Ayurveda dentro do Dinacharya (rotina diária – ainda vou escrever sobre ela!) é a auto-massagem, que no Ayurveda é parte do que eles chamam de “abyangha”.

O problema da massagem é que nem todo mundo pode pagar por um massoterapeuta para fazer disso uma rotina. Por isso que a auto-massagem é tão legal. Não custa absolutamente nada – basta dedicar 5 minutos do seu dia, basicamente.

A massagem ayurvédica, conhecida como abyangha, é feita com óleos vegetais. Eles chamam esse tratamento de oleação. Você também pode buscar a massagem ayurvédica em locais externos, e existem muitas técnicas e abordagens que devem ser incríveis (nunca fiz), mas a auto-massagem é algo seu, parte do seu dia a dia. Vou contar como eu estou fazendo.

Pela manhã, tenho buscado acordar bem cedo, e uma das coisas que faço, depois de toda a prática de yoga e outras coisas, é tomar um banho de purificação. Chamo assim para conferir mais significado a esse momento. Significa que estou louvando o meu dia e me preparando para brindá-lo. Mindfulness. Antes do banho, me dou 5 minutos de auto-massagem, que faço no banheiro mesmo. Pego um oleozinho que estiver usando na ocasião (atualmente uso um de amêndoas mesmo, mas no Ayurveda o pessoal faz com óleo de gergelim e outros – pelo que eu entendi, na real tanto faz, a não ser que você esteja fazendo algum tratamento específico e precise de um óleo medicado).

Eu começo a massagem pelos pés e vou subindo pelo corpo. Os movimentos não são nem tão suaves nem tão fortes – a ideia é dar uma massageada nos músculos mesmo e melhorar a circulação. Dois pontos de atenção no corpo que eu entendi como importantes nesse processo pelo Ayurveda: estômago (movimentos em sentido horário) e cabeça. Como estou toda nessa jornada “em busca de uma cervical melhor”, adoro massagear o pescoço, a nuca e a cabeça, pois isso confere bastante bem-estar. É bem bom porque se eu tiver um ponto que eu sinto que preciso “trabalhar melhor”, aproveito esse momento para dar uma massageada a mais. Isso tem melhorado bastante a dor que eu sentia no pescoço, juntando com todas as outras coisas que venho fazendo, é claro. Acho que é um mix mesmo.

A massagem dura realmente 5 minutos. Acabou, entro no banho. E isso tem sido muito bom para mim porque, depois que fiz a cirurgia bariátrica, minha pele tem a tendência a ficar mais ressecada. Fazer essa oleação tem ajudado muuuito a manter minha pele mais hidratada. Eu saio do banho me sentindo muito bem e pronta para o novo dia!

De noite, antes de dormir, eu gosto de ficar offline, então procuro atividades que me preparem para uma boa noite de sono. Uma delas é tomar uma ducha morna, só para relaxar o corpo mesmo – coisa de 2 minutos. Não lavo o cabelo. Muitas vezes, antes desse banho, faço uma nova oleação, só para hidratar, especialmente nesses dias mais frios que estão acontecendo em São Paulo. Mas mesmo no calor é gostoso.

Quando estou na cama, antes de dormir, tenho incorporado as massagens também. Faço massagens no Paul, no meu marido – eu realmente gosto! E acho que é legal estimular o bem-estar daqueles que eu amo também. É um momento nosso e relaxante antes de dormir.

Mas eu gosto de fazer também uma auto-massagem antes de dormir. Sempre preparo um chá antes de ir para a cama, aí enquanto vou bebericando a minha xícara, eu pego um pouco de óleo e massageio meus pés. Eu adoro. Depois, massageio o estômago (na região do abdome) e, por fim, fecho os olhos e massageio a cabeça, as orelhas e o rosto. Sério, não tem como ter uma noite ruim de sono depois disso! Tem vezes que eu já dou umas “pescadas” enquanto massageio a cabeça. rs

Massagem é uma arte muito subestimada, eu acho. Faz muita diferença, especialmente em tempos tão estressantes e de ansiedade como o que estamos vivendo. Também proporciona o toque na gente mesmo e nos outros que a gente ama. Recomendo fortemente. Depois que passei a incorporar à minha rotina, minhas dores nas costas e no pescoço foram diminuindo (em conjunto com outras práticas, claro, como o Yoga), e toda vez que me dou esse presente da auto-massagem eu me sinto feliz por estar fazendo isso por mim, sabem? Vale a pena. Fora o carinho que é você fazer massagem em quem você ama.

Aqui neste texto vocês encontram mais informações sobre a prática. Recomendo a leitura.

Uma das minhas metas atuais: acordar antes do nascer do sol (Brahma Muhurta)

No Ayurveda existe uma rotina diária chamada Dinacharya, que ainda quero escrever mais sobre aqui no blog para vocês. E ao implementar os direcionamentos do Ayurveda, eu quero aos poucos ir inserindo uma coisa e outra na minha rotina até virar hábito. E a principal delas no momento é o horário de acordar. Essa é minha meta atual: conseguir acordar todos os dias no mesmo horário, cedo. Ainda não consigo diariamente, mas minha meta é chegar lá.

Brahma Muhurta é o “horário do criador”. Trata-se daquele período antes de o sol começar a nascer, em que está escuro, quase amanhecendo. Nas minhas leituras sobre Ayurveda, já li referências a 45 minutos antes do nascer do sol até 2 horas antes de o sol nascer. Mas dá para entender o sentido da coisa e mais o menos o horário que acontece.

Para saber quando o sol nasce, eu verifico no meu app de “tempo” do iPhone a atualização diária da meteorologia. Hoje, exato dia em que escrevo este post, o horário de nascer do sol era 5:52. Varia de país para país, de estação para estação etc.

Nós, como seres humanos, vivemos hoje uma rotina muito afastada da natureza. E me reconectar com a natureza sempre foi importante e fez bem para mim. Logo, essa é UMA das coisas que tenho buscado fazer.

Claro que, para acordar cedo, é preciso dormir cedo, e dormir bem. Um dos pilares do Ayurveda é ter uma boa noite de sono, porque essa noite de sono que vai nortear todo o seu dia. Sim, parece as coisas que eu falo aqui no Vida Organizada. rsrs Não é à toa que me apaixonei pelo Ayurveda.

O Matheus, do Vida Veda, falou uma coisa que me marcou muito, que foi: “Dormir 1h da manhã e acordar às 5h não é Ayurveda. Ayurveda é dormir a quantidade de horas suficientes – que podem ser de 6 a 8 horas por pessoa, você que se conhece melhor e sabe as horas que precisa dormir. Mais importante do que acordar no Brahma Muhurta, é dormir bem”.

Então eu estou exatamente nesse momento. Pelo trabalho que eu faço, dormir bem já é minha prioridade desde sempre. Porém, eu também já aprendi, nos últimos anos, que ter uma certa constância de horário para dormir e para acordar é tão importante quanto a quantidade de horas que você dorme. (Não é à toa que o jetlag faz tão mal às pessoas) E aí eu venho tentando estabilizar esse horário.

Para acordar 5h, eu preciso ir dormir umas 22h ou 23h. Só que, conhecendo o meu corpo, eu sei que se eu for para a cama depois das 22h, eu perco a janela do meu sono e fico acordadaça – até pelo meu biotipo, que já vimos outro dia em outro post. Então o ideal para mim é: 20h desliga os eletrônicos, 21h está na cama já tentando dormir.

Qual tem sido o principal desafio aqui? Dois, na verdade:

  • Como você pode imaginar, conciliar com o horário da família. Paul dorme mais cedo, mas meu marido não. Mas estamos conversando de modo que ele entenda a importância desse hábito para a minha saúde. Ele sabe o que eu passei nos últimos anos em termos de saúde e como é importante que eu priorize isso. Eu tenho todo o período da noite antes de ir dormir para ficar com eles, e basta aproveitar bem. Depois meu marido até consegue aproveitar para fazer as coisinhas dele, ver filmes, tirar músicas etc.
  • Algumas vezes eu tenho compromissos à noite. De modo geral, estou evitando TODOS (sério mesmo). Mas às vezes acontecem. Tenho os grupos de pesquisa da faculdade, mas eles acontecem de uma a duas vezes por mês, apenas. Tenho o curso no Centro Budista, 2x por semana, que acaba 22h. Mas o que eu faço é tratar como exceção o que é exceção, não deixar virar rotina. Então nos outros dias fico mais regrada e dormindo no meu horário.

Quando eu não consigo dormir no meu “horário ideal”, eu priorizo então dormir a quantidade de horas suficientes. Por exemplo, se fui dormir às 23h, acordo às 6h ou às 7h. De modo geral, fico bem atualmente com 6 a 7 horas de sono e durmo 8 apenas nos dias em que fiz mais coisas fisicamente (como a mudança do escritório) e fiquei mais cansada. Outro dia mesmo eu tomei café de tarde e isso prejudicou meu sono pacas – fui dormir quase 1h30 da manhã. Acordei 9h30. Então pode acontecer, mas é exceção total. E não é o ideal, para mim, porque já perdi praticamente metade da minha manhã. Mas acontece, a vida é isso mesmo.

Agora vamos lá: qual é o lance de acordar antes do nascer do sol? É para ser master blaster produtiva? Para montar o 5am club? Não, longe disso. Simplesmente porque é um momento de silêncio e introspecção, observação do milagre da vida mesmo, e eu aproveito para começar o dia da maneira mais significativa para mim. Leio, medito, faço Yoga ao nascer do sol, tomo meu café-da-manhã às 6h, quando já estou com um pouco de fome. Faço tudo com calma, é bem gostoso. Eu percebo que consigo me cuidar mais, e esse período da manhã é excelente para esse autocuidado (que eu vou detalhar mais no post sobre Dinacharya).

Quando chega a metade da manhã, lá pelas 9h30, 10h, eu já fiz bastante coisa legal e sinto que meu dia já rendeu em um horário que muita gente ainda está começando a trabalhar. É uma coisa minha, e eu gosto.

E então eu coloco como meta porque, para mim, isso estará implementado quando virar a maior parte dos dias da minha semana. Por enquanto consigo fazer de 3 a 5 vezes ao longo da semana, o que já é ótimo! Então estou nesse processo e queria compartilhar com vocês.

Mais uma vez: não tem milagre. Para acordar cedo bem, tem que dormir cedo, ter um sono restaurador, suficiente, tranquilo. E eu me sinto MUITO melhor quando acordo cedo. Sempre achei que fosse “noctívaga”, mas no Ayurveda, estudando muito e muito, a gente aprende que isso na verdade é um mito e envolve outras questões, como o uso excessivo de aparelhos eletrônicos e alimentação desregulada. Quem tiver interesse em saber mais sobre isso, recomendo uma consulta a um terapeuta ayurvédico ou a leitura de um livro sobre o assunto. 😉

Colocando a rotina em ordem

Em novembro estamos refletindo sobre aspectos que colocam a nossa vida em ordem.

Falamos sobre arquivos e documentos (que são um volume imenso da tralha para a maioria das pessoas), falamos sobre alinhamento de expectativas e sobre ter um olhar compassivo para si mesmo/a nessa jornada que é a vida, e hoje eu quero falar sobre a rotina.

Alguns anos atrás eu escrevi um post sobre ter tempo para fazer tudo e conciliar pessoal / profissional. O texto continua atual. E, nele, eu falo sobre a Pirâmide de Maslow, que foi uma ferramenta criada para a publicidade. Apesar dessa finalidade original, eu acho que ela nos diz muito a respeito de como usamos o nosso tempo hoje e do que deve ser prioridade.

Eu estou preparando uma série de posts para o mês de dezembro, em que vamos falar sobre como foi este ano e como planejar o próximo. E uma das minhas descobertas em 2019 foi a medicina ayurveda. Durante o meu mestrado, um dos assuntos que eu estudei foram os ritmos circadianos. O ser humano mudou completamente os seus hábitos depois da invenção da luz elétrica. Enquanto antes quem ditava o ritmo da humanidade era a luz solar, depois da eletricidade tudo mudou e, essencialmente, tudo AUMENTOU em termos de volume. Para o trabalho, a evolução da tecnologia, em vez de nos ajudar a trabalhar menos tempo, pelo contrário – fez com que a gente trabalhasse mais para alcançar o ritmo das máquinas. O resultado é estamos todos exaustos pois o mundo agora é 24/7 e ninguém pediu para fazer parte desse cenário, mas aqui estamos.

Ayurveda significa, literalmente, ciência da vida. E um dos diversos aspectos que a ayurveda observa é a nossa relação com o ritmo da natureza – as estações e os dias (a luz solar). Recentemente meu livro de cabeceira tem sido o livro “Culinária Ayurvédica”, cujo foco está na alimentação realmente. Eu comecei a prestar mais atenção aos meus próprios ritmos circadianos desde o momento que li sobre isso a primeira vez, no ano passado, no mestrado. E aí cheguei na ayurveda, que observa e respeita tais ritmos. Estou completamente apaixonada. Ainda pretendo falar mais sobre esse assunto aqui no blog, pois estou bastante envolvida nele.

Minha interpretação da realidade dos ritmos circadianos diz que devemos começar ajustando o nosso sono. Dormir mal acaba com qualquer técnica de organização ou produtividade. Dormir bem muda tudo. E é claro que, nesse momento, você pode estar passando por uma fase da vida que não permita que você durma como gostaria, como por exemplo:

  • bebês
  • faculdade
  • emprego noturno
  • etc.

Quando meu filho era recém-nascido, eu considerava sono de sucesso conseguir dormir enquanto ele dormia e, depois, dormir 4 horas seguidas, 6 horas seguidas etc. Então não se trata de um ideal, mesmo porque isso não existe, mas de tirar o melhor proveito da sua situação atual.

Vale dizer que as situações acima são temporárias e a vida e as suas circunstâncias mudam.

Alguns pontos que, para mim, significam ter o sono em ordem são:

  1. Conhecer a quantidade de horas que preciso dormir para ficar bem (7h30, no meu caso), e também o mínimo de horas caso eu tenha algum dia complicado (ex: dormir no mínimo 4h em uma noite).
  2. Padronizar o horário de acordar todos os dias, incluindo finais de semana. “Compensar o sono” é um mito e só bagunça o nosso relógio biológico.
  3. Se algum dia eu dormir menos, dormir mal, bola pra frente e volto para o ritmo no dia seguinte em vez de deixar que bagunce e desregule tudo.
  4. Desligar telas pelo menos duas horas antes de ir dormir. Assistir menos tv à noite durante a semana e nunca mais mexer no celular na cama antes de dormir. Algumas vezes por semana eu vejo filme ou tv, mas é exceção. De modo geral, prefiro ler e fazer outras atividades off.
  5. Não comer comidas pesadas antes de dormir. Procuro fazer meu jantar por volta das 18h e, depois, só coisas leves SE tiver fome (sopas, saladas, chás, frutas).
  6. Meu parâmetro de sucesso é acordar no horário sem necessidade do despertador! Toda vez que isso acontece, fico muito contente.

Depois, tem a questão da alimentação. Tão importante quanto o sono, uma alimentação encaixada faz toda a diferença. Consulte médicos, teste comidas que te fazem bem ou mal, e vá implementando aos poucos na sua rotina. Eu sou uma das pessoas mais ocupadas que eu conheço e mesmo assim consigo me organizar para cozinhar pois isso é uma prioridade para mim. Depois que descobri algumas alergias e intolerâncias, cuidar da minha alimentação foi um processo fundamental, pois sem isso eu ficaria à mercê de comer na rua e poderia comer algo que me fizesse mal.

Só depois de colocar esses aspectos em ordem é que você pode começar a encaixar atividades diversas: exercícios, meditação, limpeza da casa, estudos e outros.

Veja que “colocar a vida em ordem” parece um todo enorme mas é apenas uma maneira de a gente ir começando com um passo de cada vez, sem perder as prioridades de vista.

Qualquer dica, método ou técnica de produtividade não vai fazer qualquer diferença se você não estiver descansada/o e se alimentando corretamente.

Como falei, pretendo trazer mais elementos da ayurveda para o blog nos posts futuros porque isso tem me ajudado em diversos aspectos e acredito que tenha tudo a ver com o que falamos aqui no blog.

Este foi então o último post da série sobre colocar a vida em ordem e eu espero que, além de ter gostado dos posts, você tenha implementado o que eu sugeri também. 🙂 Caso tenha alguma dúvida, deixe nos comentários. Muito obrigada!