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Como colocar as coisas em ordem

A vida nos desafia diariamente, por isso o processo de organização pessoal deve ser posto à prova cada vez que alguma situação diferente acontece. O que quero dizer é que você pode ter a vida em ordem hoje, mas tudo pode mudar. ALGO acontece. Coisas boas e outras não tão boas. Um filho nascer, por exemplo, é uma coisa boa, mas muda completamente a forma como nos organizávamos antes.

Colocar a vida em ordem, então, significa estar sempre atenta/o a essas mudanças e saber reconhecer quando elas estão te tirando do eixo porque talvez a configuração da sua vida tenha mudado e você não percebeu que precisa mudar também. Outro dia eu publiquei um post sobre isso, com uma reflexão a respeito do que seria meu “dia ideal” de trabalho hoje. Foi ótimo fazê-la, porque o meu “dia ideal” de antes funcionava para a Thais de antes. Eu mudei, a vida mudou, então o dia ideal teve que mudar igualmente.

Sempre fiquei curiosa com aquelas crianças que são arrumadinhas desde sempre. Não tem necessariamente a ver com sua criação, mas essencialmente com a sua personalidade (acredito eu!). A criança desde muito pequena gosta de colocar as bonequinhas em ordem, arrumar seus brinquedinhos na estante, colocar os bichinhos um ao lado do outro.

Bem, eu nunca fui essa criança e, de fato, sempre fui muito bagunceira. Minha mãe até hoje acha engraçado o fato de eu ter resolvido trabalhar com organização. Mas, quando eu paro para refletir a respeito, acho ainda mais legal, pois mostra que uma pessoa não precisa nascer organizada para se organizar depois. Você só precisa começar.

Tem o outro ponto também, de que a organização é diferente de pessoa para pessoa. Alguns serão mais criteriosos que outros, porque seus parâmetros pessoais são diferentes. O que para uma pessoa é uma mesa organizada, para outra aquilo vai estar terrivelmente vazio ou, do contrário, “muito cheia para o meu gosto”.

A gente chega aqui então em um conceito muito importante da organização, que é entender que cada pessoa vai se organizar de um jeito. Não existem regras escritas em pedra. Cada um não apenas pode como deve adaptar as diversas técnicas e métodos que conhece para a sua própria vida. Só assim pode dar certo. Organizar tem a ver com tornar a vida mais prática, não com engessá-la.

E tem mais: uma mesma pessoa vai mudar esse processo diversas vezes ao longo da vida, pois ela mesma muda, quer fazer as coisas diferente, tem outro emprego, uma nova configuração familiar, outras vontades. Faz parte! A mudança é a única constante na nossa vida.

Por isso é importante aprender, além de técnicas pontuais e específicas para determinadas situações, um método mesmo que te ajude a se organizar até o fim da vida, passando por todas as suas fases e desafios. Isso é o que a gente busca nesse trabalho com o Vida Organizada – te ajudar a construir esse processo pessoal, que leva tempo. Na verdade, é para a vida toda.

Se você acompanha o Vida Organizada já há algum tempo, deve conhecer um pouco do método que eu venho desenvolvendo nos últimos anos, que tem cinco passos. Leia o post linkado na frase anterior para saber mais a respeito antes de continuar, se não o conhece.

O primeiro passo para organizar qualquer coisa na sua vida é simplesmente destralhar. Tirar da sua frente aquilo que não faz mais sentido. Apesar de eu ter aprendido a gostar da Marie Kondo e do seu método com o passar do tempo, ainda não acredito na ideia que ela prega de que, uma vez que você destralhe, a casa nunca mais volta a ter tralha. Se você não fizer do destralhar um processo diário, qualquer bagunça volta a se instaurar. E vale dizer que o destralhamento não serve apenas para a casa, mas para a vida como um todo – inclusive o trabalho. Especialmente nesta época do ano em que estamos (eu pelo menos já entro em contagem regressiva!), precisamos ser criteriosos com o que devemos manter em foco para finalizar e aquilo que pode esperar um pouco (para ser retomado ano que vem) ou simplesmente descartado.

Apenas você pode fazer essa seleção. E aí não tem segredo: é analisar item por item e decidir se precisa mantê-lo ou não. Você pode desenvolver critérios pessoais para decidir ou usar meu esqueminha de perguntas, que sempre funciona bem. 🙂

Minimalismo é um tema que está na moda, e acredito que isso seja um reflexo do tempo que vivemos. Uma sociedade do consumo, que nos incentiva sempre a comprar, trocar por aparelhos mais novos, levou a humanidade a ter coisas demais. Uma sociedade do cansaço nos levou a querer ter alta performance e ser feliz o tempo todo, o que nos deixou efetivamente exaustos. E um mundo de possibilidades com tanto acesso fácil a informações fez com que a gente quisesse aproveitar cada minuto para fazer um curso novo ou simplesmente deslizar a tela do celular para conferir as últimas atualizações no feed.

É importante não perder de vista o que o minimalismo significa. Não se trata de ter uma casa vazia. Trata-se de ter o essencial. Em termos de quantidade e estilo, obviamente pode variar de pessoa para pessoa. Você pode ter uma coleção de livros que ama, por exemplo. Mas, a partir do momento que olhar para uma estante cheia mais te desespera e te frustra, talvez você tenha mudado e não tenha percebido. Por isso o destralhar deve ter uma base constante. Porque a vida muda, nós mudamos, e nossas necessidades de organização também mudam justamente para acompanhar essa nova pessoa que nos tornamos.

Meu convite ao destralhe então não deve ser visto de forma alguma como uma “tarefa” para você concluir este mês! Meu convite é para que você reflita sobre esse assunto e comece a destralhar de alguma maneira. A Marie Kondo indica uma sequência interessante, que é: roupas, livros, papelada, depois objetos pessoais e coletivos da casa toda – por fim, os objetos mais emocionais, de maior apego. Gosto da sugestão de começar pelas roupas porque talvez a gente consiga ter uma visão um pouco mais clara do que traz alegria ou não. Mas, se você for apegada/o ao seu guarda-roupa, talvez seja melhor começar com outra área. Conheça-se. Por exemplo, para mim, livros têm que vir por último. Quer uma sugestão? Se tiver Netflix, assista a série dela este mês. Os episódios são divertidos e mostram como o método dela pode ser personalizado e mais leve do que (pelo menos para mim) aparentava nos livros.

Não é possível organizar tralha. Já disse isso muitas vezes por aqui. Virou até um “clássico da Thais”. Por isso, para organizar as pendências que você ainda quer resolver este ano, você precisa começar destralhando. Não tem como fugir. Dê uma passeada pela sua casa para ver o que precisa ir embora. Depois disso, você pode listar as pendências que gostaria de resolver ainda este ano com relação ao seu ambiente doméstico. Seja criteriosa/o. A ideia não é resolver a vida toda em dois meses, mas apenas o que for uma pendência que você não quer levar para 2020. Faça o mesmo com os seus projetos no trabalho e na vida pessoal.

O destralhe físico é recomendado para começar porque, de alguma maneira, ele “destrava” a nossa mente para o destralhe mental, a seguir. Dá mais clareza. Até o ato de limpar, lavar, esfregar algo, nos ajuda a limpar os pensamentos também. Portanto, veja os cuidados domésticos como uma oportunidade zen de lidar com a sua vida. De nada adianta colocar a casa em ordem se seus pensamentos estão confusos. Você é uma única pessoa, com toda sua complexidade. Abrace essa complexidade.

Vou fazer um novo teste de conteúdo este mês, alternando textos maiores e mais reflexivos com dicas mais práticas, rapidinhas e pontuais. Aí, se você quiser, por favor, vá me dando um feedback nos comentários dizendo se está gostando ou não. Agradeço muito.

Se depois de ler este texto você ficou com vontade de começar, escreva aqui embaixo quais são os planos. Como você pretende fazer? Começar pela casa? Pelo trabalho? Me conta. E obrigada por estar aqui.