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Entrega da sala comercial e a reorganização do nosso trabalho em casa (agosto 2020)

Hoje completo 160 dias de “quarentena”.

Nesses 160 dias, fui duas vezes ao mercado, dei a volta no quarteirão com o cachorro uma meia dúzia de vezes no máximo, tive que ir ao dentista devido a uma emergência, levei mantimentos para a minha mãe uma vez e fui uma vez no meu escritório (no domingo, com o prédio vazio), buscar alguns materiais que estava precisando. Tirando isso, continuo em casa.

Em fevereiro, nós saímos de uma sala comercial com o nosso escritório e fomos para uma menor, mais barata, perto da escola do Paul, de modo que meu marido e eu pudéssemos trabalhar lá durante o período escolar do filhote. Deu tempo apenas de mudar. Veio o Carnaval e, na sequência, entramos em quarentena. Algumas caixas ainda estão fechadas.

A decisão de manter a sala comercial fazia sentido pela questão da escola do Paul, em primeiro lugar, e em segundo, porque meu marido precisava de um espaço maior para trabalhar. Terceiro, porque tínhamos um outro projeto profissional que colocaríamos em andamento logo após a mudança, que dependia do espaço. Com a pandemia, os planos foram repensados, como aconteceu com todo mundo.

No início, eu disse para o meu marido que o que a gente queria fazer ainda continuava, mas tínhamos que deixar em suspenso durante algum tempo apenas. Então valia a pena a gente manter o espaço, mesmo porque o contrato é de dois anos. Mas, como fiz em outro momento de “estagnação”, quando a minha avó morreu, em 2018, eu sabia que não dava pra decidir sobre TUDO de uma só vez. Algumas coisas podiam ser decididas de imediato – outras não. Eu coloquei alguns prazos para algumas delas. Decidir sobre o escritório estava para agosto. Isso me daria um respiro para entender como ficariam as coisas e, então, decidir de maneira mais assertiva.

Para ser muito, muito sincera, eu sabia que as coisas seriam complicadas no Brasil, que é um país imenso e com muitas pessoas, mas eu não imaginei que seria tanto. Pensei que a solidariedade das pessoas falaria mais alto e que conseguiríamos pensar uns nos outros e ficar em casa para que quem não pudesse se protegesse mais. O que todos nós vimos foi totalmente ao contrário. Ainda existem lugares no Brasil que sequer começaram uma condição de isolamento. Nem sei mais o que pensar.

Eu imaginei que, se fizéssemos quarentena durante um tempo, no segundo semestre conseguiríamos voltar às atividades sem aglomeração, como o trabalho no escritório, por exemplo, e que todo o restante apenas quando saísse a vacina mesmo. Com o andar da carruagem, fui estudando mais e acompanhando notícias, entrevistas, e cheguei à conclusão que comentei naquele outro post. Minha perspectiva sincera é de quatro anos. Assim, fico menos ansiosa.

O trabalho no nosso escritório poderia voltar sem problemas quando a flexibilização social fosse liberada. Trabalhamos apenas nós dois juntos, sem qualquer aglomeração. Mas o fato é que esse trabalho dependia de o filhote estar na escola. Se ele não ficar na escola, teria que ficar na casa da avó – o que é inviável, pois ela é grupo de risco. E, se parar para pensar, não tem motivo algum a gente sair de casa para trabalhar sendo que poderíamos estar todos juntos e seguros dentro de casa.

Logo, este mês, a partir da decisão que já contei aqui semana passada, eu decidi entregar a sala. Ao longo das próximas semanas, vamos organizar tudo o que precisa ser organizado. Já fiz o planejamento natural do projeto e, agora, é só ir fazendo.

Aí a gente volta para o tema principal do post, que é: reorganizar o nosso trabalho em casa. Eu tenho esse imenso privilégio de ter um quartinho onde eu consigo fazer o meu home-office. Meu marido tem a estação de trabalho dele super bem montada e bonitinha na sala. Mas eu estou em um momento em que preciso renovar os meus contextos de trabalho para ficar bem.

Por mais que a gente não pretenda liberar geral a circulação por aqui e continue trabalhando e estudando em casa, ainda assim eu preciso gravar aulas, mexer com equipamentos, estocar os meus livros e uma série de outras questões, até de sanidade mental, que o fato de ter um escritório fora me proporcionavam.

Ainda não sabemos os efeitos desse isolamento social e da pandemia a longo prazo. Como tudo na história da humanidade, sei que demanda distanciamento para a gente enxergar e entender as coisas.

Com sinceridade, eu gostava de ter um espaço fora de casa. Acho que ajuda inclusive a mudar essa vibração diária, dá um ar mais profissional ao meu negócio e também me permite ter um local só do Vida Organizada para gravar aulas, produzir materiais, guardar suprimentos e equipamentos maiores. Ter tudo isso em casa deixa a casa cheia de coisas, o que eu não gosto. Mas eu não quero sair daqui e ir morar em uma casa maior – pelo menos, não no momento.

Os próximos meses serão então de ajustes e, como sempre, quis compartilhar um pouco desse processo com vocês. Vou comentando por aqui à medida que as coisas forem evoluindo.