Universidade Pessoal: estudando Kiekegaard

Eu farei uma viagem a trabalho para a Dinamarca este ano e já algumas vezes tinha visto frases do filósofo Kiekegaard que tinham me chamado a atenção por serem bastante espirituosas, e aí tive a ideia: quero estudar as suas obras e farei disso um projeto para 2024! Quero, com este post, mostrar como eu organizo e planejo esse projeto dentro do que chamo de universidade pessoal – um conceito criado por mim há alguns aos para definir as “disciplinas” que vou estudar de maneira autodidata.

Primeiro eu pesquisei quais eram as suas principais obras. Acabei comprando algumas que me interessaram mais, para ler primeiro e, se quiser, depois compro e leio as outras. “O conceito de angústia”, “O desespero humano”, “A doença para a morte” e “O conceito de ironia”. Além dessas, comprei livros de apoio que me pareceram interessantes, como um livro inteiro do Adorno só sobre ele (e eu adoro e estudo Adorno desde sempre, então foi duplamente feliz essa aquisição), “10 lições sobre Kiekegaard” e “Para compreender Kiekegaard”. Também comprei uma biografia, que pretendo ler na viagem para a Dinamarca, até para reconhecer os lugares e tal.

Montei o projeto na ferramenta que escolhi para listas este ano, a Meister Task (farei um post sobre ela ainda):

Pois bem. Se tem uma coisa que eu aprendi na vida sobre motivação é: respeite o drive. Se eu estou com vontade de ler o livro, vou ler agora, porque essa empolgação pode passar. Então eu já comecei a primeira leitura, que foi o “10 lições”, que me pareceu mais pertinente para começar. E estou AMANDO. O autor, Jonas Roos, escreve lindamente, e livro é uma leitura fácil e rápida de introdução. Acho que acertei.

Além disso, eu uso o ChatGPT para me ajudar com alguns resumos. Eu criei um Chat apenas para estudar o Kiekegaard e peço algumas referências interessantes para ele, como por exemplo:

Eu estava com dificuldade de compreender a diferença entre angústia e desespero para o filósofo, e fui fazendo perguntas para o ChatGPT até ter uma compreensão mais clara do que se tratava.

Eu gosto de ler grifando, interagindo com o livro, escrevendo conceitos, fazendo resumos. Toda vez que elaboro alguma ideia ou entendimento com as minhas próprias palavras, eu anoto em uma folha de papel, ou no meu caderno de aprendizados (commonplace book), e depois passo para o Obsidian, que é a ferramenta que uso para fazer fichamentos e gerenciar esses meu conhecimento como se fosse um cérebro externo mesmo.

O estudo é uma atividade diária. Faz parte da minha vida. Todo esse processo, então, se dá de maneira muito natural e fluida para mim, e gosto demais. Sou aquela pessoa que estuda para descansar. Mergulhar na vida e na obra do filósofo tem sido significativo para mim, pois assim sinto que compreendo melhor tudo o que ele tem a dizer.

Para escolher as leituras, sigo muito a minha vontade e intuição, mas é normal também que eu acabe combinando as leituras com outros projetos de vida, como por exemplo: em fevereiro voltam as atividades do meu grupo de pesquisa, que tem foco em Teoria Crítica. Talvez faça sentido ler o livro do Adorno antes do grupo reiniciar suas atividades, então. Assim como quero ler a biografia dele quando viajar para a Dinamarca. Enfim, são apenas boas ideias de integração com a vida em si.

Fora que – e aí entra a especificidade do que se estuda – o que o Kiekegaard ensina é justamente esse pensar sobre si mesmo, de filosofar a partir da própria vida, e essa ideia está completamente alinhada ao que eu penso sobre estudos e as leituras que decido fazer momento a momento na vida.

Ciclo de Estudos [1 Semestre 2022]

Eu tenho um método de estudos pessoal que chamo de universidade pessoal. Tem bastante material aqui no blog para quem quiser saber mais a respeito, bastando pesquisar sobre “universidade pessoal” na busca de posts. Assim você conseguirá entender melhor o que estou fazendo aqui.

Gosto de reorganizar esse ciclo de estudos por semestre pois funciona para a minha vida. De início, assim o fiz por imaginar um novo semestre de faculdade (se eu efetivamente estivesse cursando uma) mas, com o tempo, acabou se mostrando um período acertado. Claro que isso não exclui a possibilidade de fazer ajustes. Se eu sentir que preciso mudar, não fico com um ciclo ineficaz só para que ele dure o semestre inteiro. Não vejo sentido nisso.

À medida que vou refinando o meu método, ele vai amadurecendo com os meus próprios estudos também, o que é fantástico. Eu fiz um brainstorm pensando então, de acordo com tudo o que estou estudando, preciso me aperfeiçoar, e até com relação aos cursos que eu estou fazendo, o que preciso estudar mais.

Também vale reforçar que o ciclo não é algo engessado. Se eu sentir que preciso mudar ao longo dos meses, ajusto sem problemas.

Eu tomei vergonha na minha cara e organizei esse ciclo no Notion, como tenho feito aos poucos com todo o resto:

Pois bem. Trata-se de um database onde coloco a ordem do ciclo, o tema, que ciclo estamos, a carga horária nesse ciclo e o último registro de estudos, para controle. Não me ligo muito nisso mas as pessoas me pedem muito para mostrar como fazer, então essa é uma ideia.

Não se trata de prazo (tipo, estudar o ciclo em uma semana), mas de estudar esses assuntos na sequência. Por exemplo, meu próximo assunto de estudo é Filosofia da Educação. Se eu estiver lendo algum material já sobre esse tema, eu pego esse livro e continuo lendo. Se já acabei a leitura, começo um novo. Podem ser outros materiais além de livros também, claro.

Por enquanto eu ainda não montei grandes referências dentro da página de cada tema mas eu pretendo sim fazer isso em algum momento, aos pouquinhos.

Vale lembrar que o ciclo é montado para estudos autodidatas. Estudos de cursos são direcionados pelos próprios cursos em questão.

Na universidade trago estudos “para a vida”, que não têm “fim” nem necessariamente projetos próprios, mas que direcionam projetos como cursos ou leituras específicas (ou não), e são assuntos de interesse neste momento da minha vida, direcionando leituras e estudos autodidatas.

Espero que tenham gostado e que, de alguma maneira, tenha sido útil. Qualquer dúvida, pode me perguntar nos comentários.

Livros que quero comprar – revisão da lista para 2022

Eu já comentei em alguns textos anteriores que gosto de organizar a minha lista de livros desejados dentro do recurso “Lista de desejos” da Amazon. Não por que necessariamente eu vá comprar por lá, mas porque me ajuda ter tudo centralizado em um único local e, de vez em quando, dou uma olhada ali para ver se algum livro que eu quero está com um desconto muito bom (acima de 50%, por exemplo).

Como essa lista foi criada há muitos anos, eu estava sentindo a necessidade de uma renovação. Então, em vez de revisá-la, como faço todos os anos, eu criei uma nova chamada “2022” e “recomecei do zero”. E assim, aos poucos, acesso a outra lista e vou migrando apenas os livros que fazem sentido, que ainda quero ter e ler a partir deste ano.

O mais legal de revisar essa lista é ver como as necessidades e interesses mudam. Ou melhor: a intensidade com relação aos interesses muda. Em determinado momento, eu estava muito interessada em um tema, mas já li várias coisas a respeito desde então, o que diminui a minha necessidade de ler mais livros ainda.

Essa renovação é muito bacana e, desta vez, atendendo a pedidos, deixei a lista pública caso alguém queira me dar um presente. hehe

LINK PARA A LISTA

Por mais que tenhamos “n” ressalvas com a Amazon e o Bezzos, vivemos neste mundo. E o que seria de nós, trabalhadores, se não pudéssemos ao menos usar alguns desses recursos para economizar e ter uma vida mais agradável? Essa lista de desejos é um bom exemplo disso. Espero que a dica seja útil também. 😉

Planejamento dos meus estudos para o segundo semestre de 2021

Fim do primeiro semestre chegando já me dá vontade de revisar o planejamento do ano e planejar o semestre seguinte. Basicamente, é uma revisão maior do que planejei para o ano mesmo e um reajuste conforme necessário, porque coisas entraram e coisas saíram da minha vida.

Meus estudos atualmente estão sendo guiados pelos cursos que eu estou fazendo. Não tem muito como ser diferente, com o Doutorado em andamento. No segundo semestre, serão 2 disciplinas oficiais + 2 disciplinas como ouvinte, e as leituras das aulas + trabalhos já são o suficiente para ocupar todo o meu tempo de estudos. Além disso, há as leituras para a tese e a produção para os 2 grupos de pesquisa que faço parte – o capítulo de um livro e a apresentação em um Seminário.

Ainda estou fazendo o curso online de Francês com a Avec Elisa, 2 cursos de marketing digital, 1 curso de tráfego, o curso da Priscila sobre pesquisa acadêmica (que complementa a disciplina de metodologia do Doutorado) e o Programa de Formação de Professores (PFP) do Centro Budista. Não há como ter estudos autônomos além desses, mas tenho conseguido cumprir a minha meta de um livro de finanças por mês (apesar de as resenhas estarem atrasadas! mas eu já li e vão entrar logo). Outros estudos relacionados que tenho feito são os estudos sobre comunicação não violenta, terapia da compaixão, ayurveda, entre outros, mas de forma leve e espontânea e não sistemática.

O modelo do ciclo de estudos funciona bem para estudos autodidatas. No caso dos cursos, as aulas e prazos para leituras costumam orientar o que devo estudar. Desse modo, o que tenho feito é distribuir os afazeres ao longo das minhas listas, de acordo com o meu nível de energia (textos que prefiro ler de manhã, outros à noite), com todo o restante das minhas atividades. Tenho pensado sobre a tentativa de atribuir um contexto para dia da semana novamente, para os estudos, para ver se funciona. Vou testar. A ordenação pensada é a seguinte:

  • Domingo: Budismo (até porque a aula do curso é na segunda)
  • Segunda: Doutorado (tese, disciplinas, grupos de pesquisa)
  • Terça: Francês
  • Quarta: Doutorado (tese, disciplinas, grupos de pesquisa)
  • Quinta: Livre (qualquer tema à escolha)
  • Sexta: Marketing Digital
  • Sábado: Doutorado (tese, disciplinas, grupos de pesquisa)

Nenhum plano sobrevive ao campo de batalha, então pretendo colocar para rodar acima desde já e, no segundo semestre, ir reajustando conforme a necessidade.

Como fazer o planejamento do seu ciclos de estudos

Eu costumo usar o modelo de ciclos de estudos para organizar os meus estudos autodidatas – ou seja, os assuntos que estudo independente de cursos que eu esteja fazendo (que normalmente já direcionam os estudos que preciso fazer).

Chamo esses estudos autodidatas de universidade pessoal e você pode ler mais sobre esse conceito em outros posts aqui no blog, como este.

Ciclo de estudos é um método de organização de disciplinas a serem estudadas que foi criado pelo Alexandre Meirelles com foco no estudo para concursos. Tem um post aqui no blog onde eu explico sobre os ciclos em questão e outro mais recente onde mostro meu ciclo de estudos para o segundo semestre deste ano.

Vale dizer que o ciclo está em andamento e indo bem. Tenho conseguido focar nas disciplinas listadas.

O post de hoje atende um pedido de vocês, que sempre me pedem dicas para organizar o próprio ciclo de estudos. Os materiais linkados acima podem ajudar, mas aqui vai um passo a passo prático:

  1. Liste os assuntos que precisa ou que gostaria de estudar. Se você estiver fazendo algum curso, é provável que essas disciplinas já sejam estudadas para o curso em si. Se sentir necessidade de um estudo adicional, você pode inserir no ciclo de estudos. O ciclo de estudos seria justamente para as disciplinas que você não está estudando formalmente. Por exemplo, você pode estar fazendo faculdade mas sentindo a necessidade de estudar inglês também, então inglês entraria no ciclo. Você pode listar quantas disciplinas ou assuntos quiser, mas acerte seu foco. Escolha as que prefere ou precisa focar no momento.
  2. Determine quanto tempo cada bloco de estudo para cada assunto seria suficiente para você. Por exemplo, quando eu estudo inglês, como apenas treino fluência, meia hora por vez é suficiente. Quando estudo os livros clássicos do Ayurveda, preciso fazer pelo menos 1h30, senão não rende tanto. Você deve fazer essa estimativa refletindo sobre as suas próprias necessidades.
  3. Defina o ciclo. O ciclo é uma sequência de assuntos a serem estudados. O ideal é alternar tipos de assuntos para o estudo ficar variado e seu cérebro alternar os tipos de raciocínio. Ex: se estudar uma matéria de exatas, na sequência estude uma de humanas. O ciclo é então a sequência de matérias a serem estudadas. Você pode repetir as matérias mais vezes se precisar estudá-las mais. Veja meu exemplo na imagem mais acima neste post. Eu repito alguns assuntos porque preciso estudá-los mais do que outros.

Estudo é um contexto da sua vida, e o ciclo te orienta sobre o que você vai estudar cada vez que estiver nesse contexto. Não diz respeito a horários na agenda. Significa que, quando você for estudar, você verá qual a próxima matéria na sequência do ciclo e fará o tempo dela, se puder. Mas, se tiver que parar no meio, não tem problema – quando voltar a estudar, retome de onde parou.

Não é para ser complicado, nem precisa acertar da primeira vez. Faça uma primeira versão do seu ciclo e coloque para rodar. Faça testes! E então você vai ajustando.

Organização da estante de livros por cores

Ter uma biblioteca em casa é um hobby fascinante.

Eu amo os meus livros. Amo cuidar deles e constantemente buscar novas maneiras de interagir e brincar com a sua disposição.

Organizar por ordem cronológica, por autor ou por assunto é o que normalmente se faz. E é como faço. Mas, de vez em quando, tenho vontade de testar novas configurações.

Esta semana, em comemoração à Semana da Produtividade Compassiva, para deixar o cenário das aulas mais “festivo”, eu resolvi organizar as minhas estantes novamente pelas cores das lombadas dos livros.

Tenho duas estantes, então uma está com os livros coloridos e a outra com os livros em preto e branco.

Eu tenho livros em outros lugares da casa também: cozinha, sala, meu quarto e no quarto do filhote. Essas estante estão no meu escritório em casa (vulgo home-office).

É claro que organizar por assunto torna a busca mais fácil, mas dá para ter uma ordem mesmo organizando por cores. Nas cores em questão, eu agrupo os livros pelos temas, então não fica tão difícil assim encontrar o que eu procuro. Além do que, eu ADORO procurar os livros. Lembre-se o que disse no início: a biblioteca não é apenas funcional – ela é um hobby, para mim. Amo demais ter os livros e cuidar deles. Me pego várias vezes apenas refletindo olhando os títulos na estante.

Esse tipo de coisa torna a minha vida mais feliz. <3 Gosto de compartilhar.

Aprendizados no uso do commonplace book

Recentemente acabou o caderno que eu estava usando como commonplace book e eu resolvi listar aqui alguns aprendizados que tive.

O caderno durou praticamente um ano e ele era daquele modelo capa dura, da marca Spiral, com 300 folhas.

Durante o isolamento social, eu enjoei da capa dele e o encapei com um papel contact estampado que tinha em casa, e assim ele foi até o final de setembro e comecinho de outubro.

O primeiro aprendizado é sobre o tamanho. Apesar de 300 folhas proporcionarem mais tempo de caderno, é fato que o tornam mais difícil de manusear. Especialmente mais para o final do caderno, com poucas folhas, a parte que encosta na espiral fica quase rasgando.

Muitas pessoas perguntam como não se perder com conteúdo misturados no caderno, mas é só fazer um índice. Eu confesso que tentei fazer mas, para mim, não foi muito útil, porque o que gosto muito é de folhear e, muitas vezes, não escrevo grandes textos e sim frases ou fragmentos, o que tornaria a indexação um microgerenciamento (para mim).

Uma coisa que fiz nesse caderno foi “enfeitá-lo” com colagens e marcações com canetinhas e washi tape. Fica legal, mas não vale a pena enfeitar com antecedência, pois pode acontecer de eu escrever sobre um assunto que não tem nada a ver com o desenho ou a imagem em si.

O caderno ser pautado é essencial, pois eu o uso essencialmente para textos.

Capa dura também é essencial, pois muitas vezes eu não estou escrevendo nele sobre uma superfície e preciso desse apoio extra.

Nunca usar como caixa de entrada para coisas que demandem ação, notas de reunião e anotações mais voláteis desse tipo, pois a ideia do caderno é guardá-lo como se fosse um livro, com informações que eu queira acessar depois.

O caderno representa quem eu sou naquele momento e como estou raciocinando. É legal deixar que ele expresse isso em sua totalidade. Tem dias que escrevo mais, tem dias que escrevo menos, tem dias que enfeito, tem dias que só escrevo mesmo.

Meu novo commonplace book é um caderno também da Spiral, também 300 folhas, pautado e capa dura, pois quis manter esse formato. Já gravei um vídeo onde explico direitinho e mostro um pouco dele, e em breve irá no ar no canal.

Na segunda metade de setembro, eu também parei de usar o Bullet Journal. Foi natural. Eu tenho um texto no blog onde explico sobre os motivos.

O commonplace book tem sido um grande aliado no meu dia a dia, especialmente com relação a estudos e aprendizado em todas as frentes.

Meu processo de revisão de estudos dentro da universidade pessoal

O processo de revisão, para mim, depende muito do propósito do estudo em si.

Estudos para passar em uma prova, em um concurso, assuntos desse tipo, acredito que devam ter um controle de revisão diferente. Para tal, recomendo criar um calendário só para tais revisões e fazer mais ou menos assim:

  • Hoje: estudado assunto X
  • 1 semana depois: revisão do assunto X
  • 1 mês depois: revisão do assunto X

E assim vai, uma vez por mês.

Para estudos da universidade pessoal, que não necessariamente se resumem a provas e prazos, a revisão não precisa ter um acompanhamento mais rigoroso assim e pode ser feita de maneira informal. Vou contar como eu faço então.

Toda vez que eu estudo um assunto, eu penso na revisão ao fazer anotações ou marcações no próprio livro.

Parte desse estudo é produzir resumos ou materiais para revisar. Podem ser grifos, anotações em post-its ao longo do livro, anotações e textos no meu caderno (commonplace book) e mapas mentais, de modo geral.

Eu já produzo esses materiais, enquanto estudando, pensando na revisão. O que quero revisar depois e como será a maneira mais prática de revisar?

Tem assuntos que prefiro escrever, então uso o caderno, enquanto outros assuntos eu prefiro ver um formato mais integrado, e aí uso mapa mental. Não tem uma “regra” para escolher: pergunto a mim mesma e sempre tenho a resposta sobre o que vai funcionar melhor para mim. E claro que tudo é teste. Se eu fizer um mapa mental e ele não rolar, faço em outro formato. Não é perda de tempo – apenas estudo adicional.

Com os assuntos que estou estudando no momento:

Ayurveda
Além de toda parte prática, que é realizada no dia a dia (com comida, cuidados, observação etc)., tem a parte teórica. Nesse caso, eu prefiro fazer resumos e anotações no meu caderno, pois meu intuito é memorizar, aprender mais, raciocinar em cima dessa nova linguagem. Mais adiante, acredito que valha a pena alguns mapas mentais apenas para revisar a síntese das informações. Como escrevo no caderno, vivo folheando e lendo o que escrevi diariamente, antes de dormir, em especial, para deixar meu cérebro trabalhando naquilo em background.

Budismo
Estou lendo os livros e praticando diariamente através das meditações e outras ações morais. Grifo os livros, faço anotações, e antes de ir para o próximo capítulo eu gosto de dar uma folheada e lida nas anotações e grifos dos capítulos anteriores. Também pretendo fazer um mapa mental com a síntese de cada livro estudado.

CNV
Como para mim esse estudo ainda é muito introdutório, apenas a leitura do livro, com grifos, e essa revisão dos capítulos anteriores basta. Quando você absorve um conhecimento, ele faz parte das suas ações no dia a dia também, não é apenas uma teoria aprendida.

Marketing
Anotações no meu commonplace book e muita coisa capturada para colocar em prática mesmo (que vira ação, projeto etc).

Pré-projeto do Doutorado
Praticamente só leitura e grifos por enquanto também. Ainda não iniciei um fichamento mais ordenado em algum app tipo Mandeley, por exemplo.

Para mapas mentais, faço à mão e digitalizo para o Evernote, ou uso o Mind Meister.

Para anotações em papel, uso o commonplace book (um caderno universitário com 400 folhas).

Reviso todos os dias o caderno e, os mapas, quando vou atualizá-los com outras informações, ou quando sinto necessidade ou vontade.

Dica geral: estuda produzindo os materiais para as suas revisões. É isso. 😉 Não grife por grifar, não anote por anotar. Grife ou anote aquilo que acha importante ver na revisão.

Tempo e local para estudar

Respondendo uma pergunta da leitora:

Oi, Thais, tudo bem? Espero que sim 🙂

Eu tenho duas perguntas:
1) Como controlar o tempo que vc tem para estudar? Vc simplesmente vai estudando e olha no relógio “ih já passou mais de 1h, partiu próxima matéria”, ou vc faz de uma maneira mais controlada, tipo cronometrar? rs
2) Vc tem um lugar específico para estudar? No sentido de colocar as próximas ações relacionadas aos estudos em contexto do tipo “na escrivaninha”. Pq as vezes eu tenho dificuldade de determinar o contexto pq nem sempre eu estudo no mesmo local e nem sempre consigo pré-definir aonde vou estudar.

Beijos e obrigada por esse blog maravilhoso *-*

Resposta:

Querida leitora, tudo bem?

Eu estudo todos os dias, em diferentes períodos do dia. Tem dias que estudo duas horas de manhã, outros que estudo quatro horas de tarde, assim como tem dias que eu estudo pouco, menos de uma hora.

Estudar (para mim) é um contexto por si só e não “na escrivaninha”, por exemplo, como você comentou. Significa que, todos os dias, provavelmente terei essa “situação” acontecendo no meu dia, independente da quantidade de tempo e do local que eu estiver.

Quando eu estudo, registro da seguinte maneira:

Por exemplo, se eu estudei meia hora de inglês hoje, e o bloco do Inglês é de 1h, significa que, da próxima vez que estudar, ainda tenho essa segunda meia hora pra “pagar” antes de ir para o próximo assunto. O que eu faço? Eu anoto. No meu bloco de notas mesmo, no papel. Ao longo do dia, processo as informações que anoto ali – incluindo essa – e defino ações, quando for o caso.

Se for o caso, escrevo “estudar 30min de inglês para o ciclo” e coloco na minha lista de próximas ações. Muitas vezes, no próprio dia, antes de processar as notas, já estudei novamente e encerrei o bloco de 1h de inglês. Nesse caso, coloco a próxima ação, que provavelmente será o estudo do próximo assunto do ciclo.

Eu registro as minhas atividades no Bullet Journal, no log diário.

Sobre o local para estudar, são três atualmente (quarentena):

  • meu home-office (manhã, tarde) mesa
  • sala de casa (tarde, noite) poltrona
  • no quarto (manhã, noite) mesa

Tenho uma sacola de pano que é meu escritório móvel e que levo as coisas que preciso pra lá e pra cá, incluindo caderno, tablet etc. O que eu precisar.

Espero ter esclarecido. Obrigada por perguntar. 😉

Projeto atual para estudo do Inglês (Julho 2020)

Outro dia compartilhei meu ciclo de estudos atual e muitos de vocês me fizeram perguntas relacionadas aos temas que são estudados – principalmente o inglês. Então neste post quero escrever como faço, para compartilhar com vocês.

Tenho um projeto atual que é “revisar os meus materiais de inglês”. Por que esse projeto com esse nome? Porque eu já estudei inglês de diversas maneiras ao longo da minha vida. Já fiz curso presencial, online, de conversação, voltado para o trabalho e, no momento, meu único interesse é em revisar os materiais para continuar aumentando meu vocabulário e continuar exercitando a fluência.

O propósito do seu estudo atual com relação a cada tema é o que vai fazer diferença na hora de definir o recorte que você vai dar para o seu projeto.

Eis o card do projeto no Trello:

Este é basicamente o foco do meu estudo de inglês para os próximos 12 meses. Se alguma necessidade nova surgir, eu posso criar novos projetos ou redesenhar esse, sem problemas. Mas por hora ele me atende bem. Como todo projeto, uma vez por semana reviso na minha Revisão Semanal e, diariamente, posso executar as ações relacionadas a ele que surgirem ou eu criar (falo mais adiante).

Eu tenho vários materiais em casa que trago de todos os anos anteriores em que estudei inglês. Muitos eu doei para escolas, mas mantive alguns que eu ainda tinha interesse de estudar.

Fora os materiais que não entram nessa lista, como a possibilidade de todos os dias ler notícias em inglês, assistir vídeos no YouTube, séries e filmes sem legenda, prestar atenção nas letras das músicas e coisas assim. Por exemplo, eu sempre quis ler “O Senhor dos Anéis” em inglês. Como agora tenho esse foco desse projeto para o inglês, essa leitura pode fazer parte dele.

Como eu compartilhei em outro post, tenho 1h de inglês a cada ciclo de estudos, o que considero suficiente, se eu girar o ciclo rápido (ainda estou testando).

Hoje, por exemplo, eu estudei meia hora de inglês. Estava com vontade de revisar um livro que tenho da Disal (aliás, essa editora tem materiais didáticos excelentes). Peguei da estante e comecei a reler, treinando a pronúncia em voz alta das frases e termos. Fui fazendo isso até sentir “que deu” (é bem pessoal rsrs) e, no final das contas, foram 30 minutos para essa atividade. Deixei o livro aqui na minha mesa porque, na próxima oportunidade que eu tiver ao longo do dia, eu “pago” mais 15 ou os 30 minutos que faltam para fechar o ciclo, e aí eu posso estudar os samhitas (próximo assunto do ciclo, veja acima).

Então, só pra vocês entenderem como eu organizo isso:

  • Registrei no meu log diário do Bullet Journal que fiz 30min de estudos de inglês (porque uso o BJ para registro);
  • Na minha lista de Próximas Ações no Todoist, coloquei que falta “pagar” esses 30min de inglês quando eu for estudar novamente;
  • No projeto, criei uma checklist de controle apenas para dizer que, no momento, estou revisando este material especificamente (veja na primeira imagem deste post a checklist dentro do card do projeto)..

Descrevendo assim, pode parecer muita coisa, mas o fluxo é bastante claro e tranquilo para mim. Leva mais tempo para explicar do que para fazer. rs

Se você tiver alguma dúvida, por gentileza, deixe um comentário. Obrigada.

Reorganizando o meu ciclo de estudos para o segundo semestre (2020)

Eu tenho um método de estudos pessoal que chamo de universidade pessoal. Esse método está sendo descrito e detalhado passo a passo no livro que estou escrevendo (ainda sem previsão de lançamento – estou escrevendo! rs). De qualquer maneira, tem bastante material aqui no blog para quem quiser saber mais a respeito, bastando pesquisar sobre “universidade pessoal” na busca de posts. Assim você conseguirá entender melhor o que estou fazendo aqui.

Gosto de reorganizar esse ciclo de estudos por semestre pois funciona para a minha vida. De início, assim o fiz por imaginar um novo semestre de faculdade (se eu efetivamente estivesse cursando uma) mas, com o tempo, acabou se mostrando um período acertado. Claro que isso não exclui a possibilidade de fazer ajustes. Se eu sentir que preciso mudar, não fico com um ciclo ineficaz só para que ele dure o semestre inteiro. Não vejo sentido nisso.

À medida que vou refinando o meu método, durante a escrita do livro, ele vai amadurecendo com os meus próprios estudos também, o que é fantástico. Eu fiz um brainstorm pensando então, de acordo com tudo o que estou estudando, preciso me aperfeiçoar, e até com relação aos cursos que eu estou fazendo, o que preciso estudar mais.

E veja, não necessariamente todas as disciplinas ou assuntos estudados têm a ver com os cursos. Existem cursos que eu só preciso assistir as aulas. Não demandam “horas de bunda na cadeira” estudando. O ciclo de estudos é para os meus estudos individuais, não para cursos ou aulas. (Eu estou preparando um vídeo para o YouTube explicando a questão dos ciclos com mais detalhes. Prometo que postarei em breve.)

Os assuntos que entram no meu ciclo para o segundo semestre são:

  • Inglês. Veja, eu precisei ser bem criteriosa com esse ciclo porque tem bastante coisa importante acontecendo. Eu estava há praticamente um ano sem estudar inglês e senti que isso me deixou um pouco defasada, o que é horroroso, pois sem inglês você limita demais todos os seus estudos. Então resolvi retomar, mas em forma de revisão mesmo. Não vou fazer curso nem nada do tipo. Revisão envolve revisar meus materiais, treinar pronúncia em voz alta sozinha, ler livros em inglês etc.
  • Ayurveda, especificamente os textos clássicos. Estou fazendo vários cursos de Ayurveda, tendo em vista uma formação para a vida, de média a longo prazo. Os três livros clássicos são gigantescos, mas eles são a base de tudo. Então, além de fazer as aulas dos cursos, preciso estudar mais esses livros. Também envolve consultas e pesquisas pontuais para termos e trechos dos mesmos, se eu sentir necessidade. Atualmente, é a minha maior carga de estudos, porque senão nunca vou conseguir concluir os estudos antes do final do curso de formação, e eu quero finalizar antes para aproveitar o curso da melhor maneira possível.
  • Budismo. Eu nunca deixo de estudar o Budismo, mas tenho um objetivo de médio prazo que é ler todos os livros da tradição a que pertenço (NKT), o que leva um tempo considerável, especialmente lendo de maneira estudada (não é simplesmente passar os olhos pelas páginas, mas ler, reler, meditar a respeito, voltar, ler de novo e por aí vai). Não é um super tempo que tenho que me dedicar a isso, mas preciso dedicar um tempo.
  • Coisas para o doutorado. Fica mais fácil escrever assim. rs De modo geral, é a dedicação ao pré-projeto. Leituras diversas, pesquisas. Eu gostaria de ter meu pré-projeto pronto até agosto mas, se não for possível, pode ser para o primeiro semestre do ano que vem. Já falei: sem pressa, com significado.
  • Marketing. Faço parte de dois grupos de mentoria de marketing e eu senti que, nesse primeiro semestre, poderia ter me dedicado mais aos estudos relacionados de modo geral. Então vou pegar mais firme nesse segundo semestre com relação a isso. Também vai ter uma carga maior de estudos porque cada mentoria tem um período de tempo.
  • Comunicação Não Violenta. É um tema que queria pegar há bastante tempo e vou tentar encaixar no ciclo. Tenho bastante coisa para estudar, mas acho importante tentar colocar algum assunto diferente que não seja tão “urgente” quanto os outros. Já tenho os livros aqui que pretendo ler, então é isso.

Cada tema acima tem um propósito de estudo:

  • Inglês: revisar. Apenas retomar para não ficar defasada.
  • Ayurveda: aprofundar. Ler os textos clássicos, o que é básico.
  • Budismo: aprofundar. Ler todos os livros. Praticar junto.
  • Doutorado: aprofundar. Elaborar um pré-projeto claro.
  • Marketing: aprofundar. Praticar junto.
  • CNV: aprender o básico. Leituras.

O ciclo ficou mais ou menos assim:

  1. Ayurveda – 1h30
  2. Marketing – 2h
  3. Budismo – 1h
  4. Doutorado – 1h30
  5. CNV – 1h
  6. Inglês – 1h
  7. Ayurveda – 1h30
  8. Marketing – 2h
  9. Doutorado – 1h30

Ou seja, o ciclo total tem 13 horas. Funciona da seguinte maneira: se eu hoje estudei 1h de Ayurveda, da próxima vez que eu for estudar (hoje, amanhã, qualquer dia) eu “pago” a meia hora que falta e depois vou para Marketing. Se estudar 1h de Marketing, da próxima vez que estudar faço a 1h restante antes de ir pro Budismo. É isso. É só uma sequência. Obviamente que, quanto mais você estudar por dia, mais rápido roda o ciclo inteiro.

Já comecei a fazer assim nessa última semana e tem rodado bem. Levo uns três dias para rodar o ciclo inteiro, em média. Depende, pois tem dias que estudo mais que em outros. Vamos ver se consigo manter o ciclo ao longo do semestre ou se precisarei fazer mudanças na minha “grade”. 😉

Dicas para conseguir acompanhar todas as LIVEs e aulas ao vivo que você possa querer ver durante a quarentena

Um problema muito comum que tem acontecido na quarentena é o excesso de LIVEs e aulas acontecendo no mesmo horário. Eu, por exemplo, fazia um curso pela manhã, e agora na quarentena as aulas são apenas à noite. Só que faço outros cursos também, que também têm aulas à noite. Fora as LIVEs de amigos e de trabalho que tenho que fazer ou assistir. É muita coisa!

Justamente por reconhecer que era um problema para mim, fiquei pensando: como posso decidir? Tem alguma linha que norteie essa decisão? E sim, tem! Ela tem me ajudado desde que fiz essa reflexão e, por isso, hoje trago aqui no post para compartilhar com vocês.

Suponhamos que, em um mesmo dia e horário, você tenha:

  • Uma aula da faculdade que será ao vivo
  • Uma LIVE de tirar dúvidas de um curso online que você está fazendo
  • Uma LIVE da sua médica com questões importantes que você não quer perder
  • Uma meditação guiada do Centro Budista, ao vivo
  • Uma LIVE da sua melhor amiga que está tentando se projetar na Internet e você quer dar uma força
  • Uma LIVE dos seus amigos músicos que têm uma banda e precisam de audiência e fomento a doações para sobreviverem sem fazer shows

Difícil, né? Mas, gente, dia comum por aqui! Imagino que com você deva estar rolando desafio semelhante.

Como me oriento então:

  1. Qual é a minha área prioritária escolhida para este ano? Todo ano eu faço esse exercício de escolher uma área da vida para focar meus esforços (de tempo, de dinheiro, de energia). Se você tiver uma área onde quer colocar seu foco no momento (ex: finanças), isso pode te ajudar a escolher qual aula ou LIVE você pode assistir.
  2. O segundo ponto é ver quais LIVEs ficarão gravadas. No Instagram, geralmente elas ficam durante 24 horas. Algumas pessoas sobem no YouTube depois (eu costumo fazer assim com as minhas). Mas tem pessoas que não deixam a LIVE gravada. Veja qual será o caso, pois qualquer LIVE gravada você pode assistir em outro horário melhor para você.
  3. Muitas vezes, é simplesmente importante estar ao vivo. No caso de amigos, você pode entrar, assistir um pouco, comentar, colaborar, mas depois ir para a sua aula.
  4. Por fim, muitas vezes, mesmo com tantas opções, o mais importante pode ser não assistir nenhuma e descansar, passar tempo com a sua família ou fazer outra coisa. Lembre-se: você não precisa fazer TUDO.

O que eu tenho feito para organizar todas as aulas ao vivo e LIVEs que não consigo assistir no horário foi criar uma lista no meu Todoist chamada “Assistir” e, dentro dela, eu vou listando as LIVEs e aulas com seus respectivos links. Caso elas fiquem no ar apenas durante um tempo (ex: 24 horas), eu atrelo um prazo a elas.

Espero que as dicas deste post te ajudem a organizar melhor sua audiência nas LIVEs diversas que você tem para assistir ou participar. 😉

Ah, aproveita para ler outro post recente sobre como organizar o tempo para estudar no dia a dia (e assistir suas aulas).

Como eu estudo Ayurveda

Desde que comecei a estudar Ayurveda de maneira mais “oficial”, sempre recebo comentários de vocês nas diversas redes sociais perguntando que curso estou fazendo e como estou estudando, então o post de hoje é para esclarecer essas dúvidas.

Meu interesse com o Ayurveda nasceu há pouco mais de um ano, quando li o livro “Mude de horário, mude de vida”, que foi publicado recentemente no Brasil com o título “Mude seus horários, mude sua vida”, pela Ed. Sextante.

A partir dali, fui me interessando pelo assunto e acompanhando vários profissionais que são especialistas nesse assunto pela Internet: Mateus do Vida Veda, a Laura Pires, a Márcia de Lucca, o Erick do Naradeva Shala, entre outros.

Comecei também a ler livros e ir montando uma biblioteca relacionada, que até mostrei aqui, em um vídeo e post sobre o assunto. De modo geral, estou sempre lendo algum livro sobre Ayurveda e vou fazendo minhas anotações de aprendizados no commonplace book e juntando referências no Evernote.

Em fevereiro, eu me matriculei em um curso de formação pela Escola de Ayurveda. Conversei com muitas pessoas, pesquisei e pensei demais antes de me decidir por eles. É um curso de três anos, com muito material e estudo e aulas um final de semana por mês. Infelizmente, o curso começava em abril e, com a pandemia, está suspenso. Mas ainda quero fazer, pois meu objetivo é me especializar em dinacharya, a rotina diária do Ayurveda (que tem a ver com o que eu já faço hoje).

Agora, eu cheguei no ponto mais importante deste post, que eu queria compartilhar. Após ter entrado no curso e depois de ter lido tantos livros, eu cheguei em um modelo de estudo que, para mim, parece o mais significativo para o Ayurveda, dentro das condições que tenho hoje (não estou fazendo faculdade de medicina na Índia, por exemplo), que é o estudo dos samhitas. Os samhitas são os livros clássicos do Ayurveda. Eles são verdadeiros tratados. Eu os recebi como parte do material do curso de formação (não achei para comprar) e venho estudando por eles desde então.

Todos os dias, basicamente, eu estudo um pouco. Faço sempre revisões quando estou com meu commonplace book por perto. Estudo, leio, vejo vídeos. Como costumo dizer, o que direciona a forma de estudar é a definição do propósito. No meu caso, estou me formando como terapeuta ayurvédica. Esse curso, que tem três anos, é o primeiro de uma formação extensa que ainda pretendo fazer, talvez até em alguns cursos na Índia futuramente (não sei o que vai ser do mundo depois dessa pandemia, se vou querer fazer viagens longas novamente etc).

Com base nesse propósito, quero me aprofundar com cursos e estudando os samhitas. Mas se eu quisesse apenas incorporar na minha vida, eu estudaria por livros, faria consultas com uma terapeuta ayurvédica, estudando questões pontuais que ela me passasse, veria vídeos ou faria um curso online. Então depende muito do seu propósito mesmo estudando esse assunto.

Planejando o doutorado

Queridos leitores. O blog ainda está em manutenção e está instável. Vou arriscar postar este texto para fazer um teste mesmo, mas peço paciência durante mais alguns dias. O suporte está mexendo no servidor, para só depois podermos fazer alterações na parte visual. Sabemos todos os problemas que estão ocorrendo no momento, portanto não precisa comentar. 😉 Agradeço a compreensão.

Eu terminei o meu mestrado este ano. Tive a imensa sorte de defender a dissertação poucos dias antes de entrarmos em quarentena. A versão final depende de alguns documentos que a faculdade precisa me enviar, que depende dos professores e, como todos estão em quarentena, está em aguardo. Mas já me formei como mestre em Comunicação (pela Cásper Líbero) e, por isso, simplesmente estou em aguardo para entregar o que falta e finalizar definitivamente esta etapa. Você pode ver outros posts sobre o mestrado aqui no blog usando “mestrado” no campo de busca.

A escolha por fazer ou não um doutorado nasceu de refletir sobre o meu propósito de trabalho, em especial referente à vida acadêmica. Pensar: eu realmente quero isso? E sim, eu realmente quero fazer um doutorado. Acredito que seja uma etapa importante de amadurecimento profissional, como pesquisadora, e que isso será muito importante para a credibilidade que também venho construindo na área em que atuo.

Um doutorado leva de 36 a 48 meses para ser feito. Eu não costumo fazer coisas na minha vida para “ter um título” ou para apenas curtir a minha vida “depois que eu me tornar doutora”. Eu gosto de curtir o processo em si. Para mim, planejar o doutorado é tão divertido quanto planejar uma viagem de férias – já começo a me empolgar antes mesmo da coisa toda começar oficialmente. Mesmo porque, a pesquisa começa antes. Tem muita coisa a ser feita antes de começar, até mesmo para otimizar o tempo em que abre uma contagem regressiva que é finalizada com a defesa da tese.

Para mim, mais importante do que entrar logo no doutorado ou ter o diploma de doutora, é eu ter certeza do que quero pesquisar nesse curso. Sei que essa certeza tem um certo nível de variação, pois a pesquisa se transforma à medida que ela acontece. Mas, porque serão três ou quatro anos, eu quero escolher algo que, hoje, eu tenho certeza que quero pesquisar. Já vai ser difícil pacas passar por esse processo com um assunto que eu goste.

Vale dizer que o doutorado também apresenta outros desafios para mim. Primeiro, e principal: dinheiro. Quero fazer doutorado na PUC-SP, e a mensalidade é pesada para mim. Segundo: tempo. Fazer um doutorado significa alocar um grande espaço de tempo na agenda para cumprir os créditos, estudar os materiais e efetivamente cuidar da sua pesquisa. Mas essa parte eu sei como é e sei como encarar (pelo menos imagino).

Eu também já coloco na conta do doutorado a mensalidade da terapia porque o tema que estudo é pesado e sei que vou precisar, como foi fundamental durante o mestrado. Por exemplo, em uma fase da minha pesquisa, eu deletei meu What’sApp para fazer algumas experiências. Até hoje eu sou “acusada” de não responder mensagens nessa época. Muitas pessoas levaram esse meu experimento para o lado pessoal. A terapia me ajudou demais nesse processo todo, e estudar no doutorado certamente vai levar pelo menos caminho. Existe algo na vida acadêmica que gera essa condição sensível de saúde mental e, por isso, eu acho fundamental levar esse tratamento em consideração.

Outro aspecto interessante de citar é que, antes de me decidir pelo doutorado, eu estava em dúvida se deveria fazê-lo ou fazer uma nova graduação (Psicologia). Eu não tenho dúvidas de que amaria cursar Psicologia. Eu gosto de tantas áreas e me interesse por tantos setores desse campo que uma graduação cairia muito bem. E sim, não tirava completamente do radar a possibilidade de trabalhar atendendo clinicamente no futuro. No entanto, eu tenho uma visão sobre a linearidade acadêmica, que é a seguinte: eu já tenho uma graduação. Posso continuar me capacitando para avançar como pesquisadora (fazendo mestrado, depois doutorado, por exemplo) e, em paralelo, ir estudando o que eu quiser, no que chamo de universidade pessoal. Logo, trazer esse princípio de novo me fez decidir pelo doutorado em vez dos cinco anos de uma nova graduação em Psicologia.

Como eu me organizei para fazer esse planejamento então

Usei três ferramentas essencialmente:

  • Caderno e caneta, para rabiscos, anotações e planejamentos;
  • Mind Meister, para criar um mapa mental e organizar todas as informações referentes ao doutorado;
  • Evernote, onde criei uma tag (etiqueta) para guardar textos e artigos relevantes sobre o processo do doutorado em si (assim como links e outros).

A coisa toda começa no caderno porque todos os dias eu escrevo como se fosse um diário, coletando pensamentos, ideias, como me sinto, insights, ou dissertando sobre algum tema, assunto ou projeto que esteja na minha mente no momento. Muitas vezes, escrevi sobre o doutorado. Tudo isso leva tempo, meses, de ponderação e contemplação. Em algum momento, escrevi mais, tive mais assertividade nos meus pensamentos, e pude definir ações a partir dali.

Pesquisei muito nos últimos meses até mesmo para entender se continuaria em Comunicação (sim!) e que instituição tinha a linha de pesquisa que eu gostaria, o quadro de professores etc. Então eu até que avancei bastante nesse meio tempo, mesmo que em teoria eu não tivesse planos de ingressar este ano (eu havia decidido no ano passado que usaria o ano de 2020 para esclarecer esse projeto para mim, o que está acontecendo mesmo).

A questão da mensalidade pega muito e, em tempos de pandemia, sendo autônoma etc, em determinado momento eu escrevi no meu caderno:

“Realmente eu acho que não cabe um doutorado na minha vida no momento. Posso esperar mais um semestre e, por enquanto, ir formatando o pré-projeto e pensando exatamente o que quero estudar, a metodologia, para fazer o curso em 36 meses.”

Vale dizer que eu tenho sim um projeto chamado “Esclarecer como pretendo fazer o doutorado”, que está na minha lista de projetos, e é apenas uma frase que me lembra que está em andamento e, na Revisão Semanal, preciso definir ações claras para dar andamento.

Uma dessas ações foi entrar em contato com a instituição para saber sobre a política de bolsas, especialmente nesse momento de pandemia. E foi bem legal a resposta deles, porque me abriu a mente para outras possibilidades. Basicamente, eles responderam sobre a tristeza que está atualmente o Ministério da Educação e a política de bolsas, mas que de modo geral todos os doutorandos entram pagando mensalidade normal e, se o projeto for bom e sólido, eles têm mais chance de conseguir bolsa a partir do segundo ou do terceiro semestre. Isso me deixou um pouco mais animada porque pensar em um primeiro semestre de mensalidades é uma coisa, um segundo é outra, etc etc, e eu posso ir vivendo um semestre de cada vez em vez de pensar no montante das mensalidades.

Eu também posso elaborar estratégias para conseguir esse dinheiro, que seja através de um trabalho na área acadêmica, como professora, cuja remuneração eu use exclusivamente para o doutorado, entre outras iniciativas. Já saí daquele lugar nebuloso e escuro de “puxa, não sei se consigo me comprometer com esse valor mensal”.

A coordenadora da pós-graduação também respondeu meu e-mail de forma muito legal e cuidadosa e me deu dicas valiosas, tais como:

  • foque em elaborar um bom projeto de pesquisa porque ele vai ajudar não apenas na aprovação como depois para requisição de uma bolsa;
  • explore o corpo docente para escolher um possível orientador e vá trocando ideias com ele nesse meio tempo, para ele até te ajudar com o pré-projeto.

Uh, eu fiquei muito empolgada com essas orientações porque elas foram me direcionando ainda mais naquele projeto que eu já tinha de esclarecimento do doutorado como um todo! 🙂

Confesso para vocês que seria muito interessante entrar nesse segundo semestre no doutorado, porque em tempos de pandemia e quarentena, eu teria mais tempo para estudar e me dedicar à pesquisa. Mas eu também não tenho interesse em fazer nada com pressa. Não me custa nada esperar outro semestre. Vamos ver! Estou exatamente nesta fase de definição.

Para ajudar, criei então um mapa mental como suporte a esse projeto lá no meu Mind Meister, onde pude iniciar o Modelo de Planejamento Natural e organizar informações que eu já tinha, como referência.

No Evernote, muito simples: apenas criei uma etiqueta chamada “doutorado” e fui agrupando ali dentro as notas relacionadas. URLs importantes da universidade e do processo seletivo, anotações particulares minhas a respeito do meu processo, informações sobre as linhas de pesquisa e disciplinas etc. Uso bastante o Web Clipper (extensão do Google Chrome que permite salvar informações e sites da web diretamente no Evernote) para ir acrescentando páginas da web, ou tiro fotos com o próprio app no celular para enviar anotações minhas feitas no caderno, por exemplo. Como o Evernote armazena por ordem cronológica (de criação das notas), depois é bem bacana ver o que tem guardado para ir mantendo ou deletando de acordo com a minha necessidade.

Meus próximos passos:

  • Trabalhar no pré-projeto, até mesmo para entender se eu já tenho clareza sobre o tema que quero pesquisar. Estou justamente nesse momento, então vai ser incrível trabalhar nesse documento, leve o tempo que for. Como eu falei, não me interesso apenas em ter as coisas prontas, mas em curtir o processo para concluí-las;
  • Analisar o corpo docente, ler sobre os professores, artigos publicados, para chegar a alguns nomes que poderiam ser meus orientadores;
  • Conversar com meu professor orientador do mestrado para insights e orientações adicionais, conforme apropriado.

Leve o tempo que levar, são meus próximos passos. Cuidar deles com carinho vai fazer com que o projeto vá se desenrolando e aconteça, neste ou no próximo ano (que era a ideia original – inclusive considerei esperar até 2022, se necessário, mas acho que não será).

Destinando uma verba mensal para a sua educação

Quando eu criei o meu conceito de universidade pessoal, um dos motivos de grande alegria foi pensar que eu poderia usar o dinheiro de uma mensalidade de faculdade mensalmente para comprar livros. Se eu estava disposta a gastar aquele valor em uma faculdade, por que não poderia investir comprando livros?

Mas é claro que eu não gasto todo esse valor por mês em livros! Só estou comentando de onde surgiu, na minha vida, essa ideia de ter um valor mensal para investir em educação.

Veja, há épocas que podemos querer fazer um curso pois, analisando o conhecimento que temos e o que queremos fazer, entendemos que um curso seja o melhor caminho para chegar lá. Esse curso pode ser um curso online, pode ser um curso livre presencial, uma nova graduação, um curso de extensão, um curso particular, uma pós-graduação, mestrado, doutorado e por aí vai.

Eu penso que, qualquer que seja sua condição, vale a pena você ter uma verba mensal para educação. Que sejam 30 reais. Com esses 30 reais, você pode fazer um curso no Udemy, pode comprar um livro ou pagar a parcela de um curso de 300 reais em 10 vezes.

Se você não tem 30 reais, então precisa buscar recursos gratuitos. E olha que boa notícia: a internet está cheia deles! Tem MUITA coisa legal para você explorar e isso só depende de você. Claro que o conteúdo vai estar disperso e você terá o trabalho de organizar. Curso é conteúdo organizado de maneira didática. E você paga por essa organização.

O importante é que você estabeleça uma verba mensal como teto, e não que obrigatoriamente você vai gastar todo aquele valor. Por exemplo, vamos dizer que você possa separar 300 reais por mês para a sua educação. Isso te abre um leque de possibilidades. Se você não quer fazer um curso, pode investir em livros, palestras, eventos. Não precisa gastar os 300 reais – pode ser que você compre UM livro de 50 reais. E aí você investe esse dinheiro, cria um investimento para educação. Desse modo, quando quiser fazer um curso, tem o dinheiro guardado para pagar à vista com desconto.

Eu sou muito a favor dessa verba mensal ser usada todo mês. Porque, se você não usar, significa que você não está se capacitando, não está investindo na sua educação. Ter uma verba te lembra de fazer algo pela sua educação mês a mês.

O que você acha dessa ideia? Como acha que poderia implementar?

Universidade pessoal: o que estou estudando no momento (março 2019)

O conceito de universidade pessoal nasceu para mim como uma maneira de nomear os estudos autodidatas que tenho independentemente da fase da vida e de quaisquer cursos formais que eu esteja fazendo. Eu tenho um primeiro post em que explico direitinho como funciona – e você pode lê-lo aqui.

Este post de hoje é uma atualização sobre os assuntos que tenho estudado atualmente.

Como você pode imaginar, o mestrado tem direcionado muito os meus estudos no último ano. Porém, mesmo com o mestrado, existem disciplinas que estudo em paralelo, que até dão suporte aos estudos do mestrado. No momento, são elas:

  • Inglês falado (foco em ministrar cursos)
  • Tecnologia e trabalho*
  • Sociologia do trabalho*
  • Capitalismo*
  • Relação entre gêneros e trabalho*
  • Andragogia
  • GTD
  • Midiatização*
  • Melhores práticas de ensino à distância
  • Comunicação não violenta
  • Disciplina positiva para crianças
  • Vinhos
  • TOC, ansiedade, depressão e outros transtornos psicológicos*
  • Saúde no trabalho*
  • Liderança
  • Desenvolvimento de carreira

Neste semestre, estou cursando duas disciplinas no mestrado que já trazem uma alta carga de leituras. Além disso, tenho a minha dissertação. Os temas acima relacionados ao mestrado e à minha dissertação são os que marquei com um asterisco *. Apesar de serem leituras de apoio ao mestrado, elas também servem para a minha vida pessoal e o meu trabalho, porque tudo está mais ou menos linkado.

O “como” eu estudo varia de diciplina para disciplina. Confesso que tenho priorizado as leituras do mestrado, pois é uma fase em que realmente preciso focar em defender a minha dissertação e, acima de tudo, concluí-la! Mas consigo encaixar outros temas de estudo, até mesmo porque a vida não para (meu filho cresce, o trabalho acontece etc).

Algumas disciplinas são mais práticas (liderança, andragogia) e, além de livros, participo de eventos, debates, e procuro aplicar no meu dia a dia de trabalho diretamente. A maneira de organizar esse estudo varia bastante. De modo geral, tenho “desligado” mais cedo das telinhas e costumo ler e estudar à noite, mas também faço leituras pela manhã, quando sinto vontade e tenho uma janela de tempo, e sempre carrego um livro comigo, para ler ao longo do dia.

De modo geral os temas vão evoluindo ou mudando um pouco, mas se mantêm relacionados com o passar dos anos. Inglês, GTD, são temas sempre presentes. Quanto mais vou evoluindo na minha carreira como pesquisadora, é natural ter temas de humanas relacionados. Leituras que possam parecer hobbies (como “vinhos”) apesar de serem lazer também são fontes de aprendizado.

Estudar dessa maneira alivia um pouco a minha ansiedade em termos de querer fazer diversos cursos, que hoje não tenho mais disponibilidade para fazer (por causa do filhote). Também me sinto satisfeita por organizar meu tempo de modo que consiga estudar assuntos que sejam de extrema relevância para mim, como esses.

Para mim, o estudo é para toda a vida, e não relacionado apenas ao fato de eu estar fazendo um curso ou não. Eu sou uma pessoa de múltiplos interesses e cuidar dessa necessidade de alma com carinho me deixa mais feliz e plena com relação à vida.

Espero que essa atualização tenha sido útil e, quaisquer dúvidas, favor deixar um comentário. Obrigada!