Categoria(s) do post: Empreendedorismo, Equipes, Liderança

Estou fazendo uma série este mês no blog comentando sobre aprendizados recentes e contí­nuos em áreas diversas da minha vida.

No post de hoje, quero escrever um pouco como tem sido o meu aprendizado nesse modelo de gestão de empresas chamado holocracia.

Holocracia é, então, um modelo de gestão de empresas que não é baseado em hierarquias, mas em “células” que se relacionam. Há alguns anos se tornou um modelo famoso por ser um sistema de gestão “sem chefes”, o que é uma chamada sensacionalista que explica um pouco do que se trata mas também peca na falta de detalhes. Não é que não existem chefes. í‰ que cada célula, cara área da empresa, tem seus papéis e responsabilidades, e a pessoa responsável por aquela área tem alguns “domí­nios” em que pode ter total autonomia.

Mas o meu post é sobre o meu aprendizado desse modelo! Como uma pessoa pode aprender sobre holocracia?

Existe um site oficial, um canal no YouTube, e você pode ver uma palestra introdutória ou participar de um webinar gratuito ao vivo, que acontece mensalmente.

Além disso, existe um livro (“Holacracy”, Brian J. Robertson) e uma constituição (um conjunto de regras), que deve ser estudada por quem deseja implementar o modelo em sua empresa.

Existe um treinamento de uma semana que você pode fazer para aprender definitivamente como implementar, além de outros formatos de aprendizado (todos disponí­veis para consulta no site citado anteriormente).

Eu já fiz todas essas coisas, com exceção do treinamento presencial, que pretendo fazer quando a ideia estiver mais consolidada e eu puder investir nisso. Eles fariam um curso em São Paulo, mas foi cancelado por falta de quórum.

Eu já li o livro mais de três vezes e, no momento, estou estudando a constituição, a fim de implementar na nossa empresa – o que sei que é uma jornada de três a cinco anos. Eu preciso saber bem as coisas, a equipe precisa saber bem as coisas, e isso leva tempo de formação e treinamento mesmo.

A holocracia é um modelo de gestão que me atrai porque o próprio David Allen (autor do método GTDâ„¢) diz que holocracia é como se fosse “GTDâ„¢ para empresas”. Muito do que a holocracia propõe está relacionado ao modelo do GTDâ„¢, especialmente no que diz respeito a estabelecer papéis e responsabilidades e a sempre focar na definição da próxima ação. A relação é tão í­ntima que o David escreveu o prefácio do livro e frequentemente participa dos seminários de formação, que também acontecem em Amsterdam (onde o David mora).

Em um mundo tão fluido e em que as relações são tão volúveis, onde as pessoas criam start-ups, vendem, contratam e demitem pessoas com tamanha facilidade, o modelo da holocracia vem caindo como uma luva. Não se trata de pensar em hierarquias, mas em responsabilidades, tendo a empresa como um todo.

Gosto de verdade desse modelo de gestão e acredito que seja um caminho natural para a maioria das empresas (grandes e pequenas), mas que leva tempo (décadas). Bem, quem quer mudar o mercado deve começar por algum lugar.

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18 comentários

  1. Verônica comentou:

    Eu gosto tanto de acompanhar a maneira como você vai levando seus projetos. Seu modo de pensar e executar cada coisa me ajuda muito com minhas próprias ideias. Lendo seus textos, sempre ficam claras pra mim suas visões micro (a próxima ação: ler o livro, estudar o texto, ver a palestra, etc) e macroscópicas (ex: implementar o método de gestão na minha empresa ao longo de 5 anos). Sei que isso é GTD, mas ver na prática, com seus próprios projetos, é muito inspirador! Obrigada! 🙂

    1. Eu que agradeço pela sua compreensão da minha visão de mundo. <3

  2. Marcos Shigueru Yamakawa comentou:

    Olá Thaís!

    Fico feliz de vc estar estudando esse tema pois acho que poderei acompanhar seus estudos por aqui. Vejo valor naquilo que vc expõe :). Há anos atrás quando estava me aprofundando no GTD, aqui encontrava coisas valiosas e sigo o blog desde então.

    Pois bem, desse post parece que vc já tem uma percepção de que há um sensacionalismo (ou até falácia) sobre essa questão de modelos sem chefes. O que muitos concluem como sem líderes uma vez que chefe não significa ser líder (mas não exclui essa possibilidade), mas inconscientemente muitos não devem perceber essa armadilha.

    Com a ressalva de que vc começou estudar há pouco o tema e se vc sentir-se confortável, o que vc poderia dizer a respeito sobre essa questão?

    Um abraço!

    — Marcos Shigueru

    1. Concordo com você. Mas as pessoas hoje em dia fazem escândalo com tudo.

  3. Mariana Cabo comentou:

    Post maravilhoso, Thaís!
    Não tenho empresa mas acho incrível ver como tudo na sua vida é feito com bastante coerência ♥

  4. Lia comentou:

    Um livro mto mto legal Thais que não é exatamente sobre holocracia, mas aborda o tema e outras variantes, além de fakar mas sobre a evoluçao do trabalho na sociedade é o Reinventando as Organizaçoes de Frederick Laloux. Vale ler 😉

  5. Adriana comentou:

    Muito interessante, realmente faz todo sentido na realidade em que vivemos! Me chamou bastante atenção este seu post, parabéns, você escreve de forma objetiva e criativa!

  6. Priscila Antunes comentou:

    Fantástico Thais. Vou me apropriar do assunto, sinto que vem de encontro com o que estou precisando aprender.
    Obrigada!

  7. Marcela comentou:

    Olá Thais! Muito interessante o post e fiquei com uma dúvida enorme, pois me aguçou a vontade de entender mais sobre o assunto, pois creio que trabalho numa empresa que existe a Holocracia, pois não se baseia na hierarquia, mas nos processos que se relacionam. Existe a figura da Alta Direção, mas os processos possuem seus determinados “líderes” e todos são clientes internos, ou seja dependemos das informações e resultados um dos outros para seguir a produção. Então seria uma empresa baseada na Holocracia? Vou acessar as informações que você citou, e mais uma vez obrigada!!

    1. Não saberia dizer, mas não me parece ser uma implementação, talvez no máximo uma inspiração. A estruturação da holocracia leva vários anos e é toda uma mobilização estratégica da empresa como um todo.

  8. Lídia comentou:

    Não conhecia o termo nem o tema. Muito interessante e vou procurar saber mais. Fiquei pensando como uma empresa que funciona desta forma no Brasil, está longe de existir. Não é por acaso que não houve quórum. A nossa mentalidade ama hierarquia e pessoas (no caso, funcionários) dependentes. Você entra numa loja, pede uma simples informação e o funcionário, amedrontado, totalmente à parte do que a pergunta simples significa, tem que telefonar para o dono da loja para que possa responder. Isto me irrita profundamente! Um funcionário infantilizado e medroso. Um funcionário que não tem autonomia e desinformado. Para mim a “culpa” é da mentalidade que ronda nossos “empresários” (entre aspas mesmo). E quanto perdemos todos nós, além da irritação que, ao menos, eu sinto. Este é um sonho meu: ver mais pessoas com autonomia em suas funções para atender melhor e mais rápido qualquer dúvida dos clientes. Uma empresa que promove isto tem a minha admiração.

    1. Aparentemente sim, mas eu nunca li essa versão traduzida para garantir que steja fidedigna à original.