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A migração de um mês para o outro no Bullet Journal

O método Bullet Journal foi criado por Ryder Carroll e este post foi construído com base no que ele ensina em seu livro, recém-lançado em português por aqui também.

O Ryder nos ensina (de uma forma que eu acho bem bonita) que cada caderno que você usa para fazer seu Bullet Journal é na verdade um volume na enciclopédia que registra a sua vida. Cada mês no BUJO representa então um capítulo nesse volume.

O autor sugere que uma pessoa use o BUJO da maneira como ele orienta por pelo menos dois ou três meses, justamente para ela passar por esses processos de migração entre um mês e outro, pois eles são chave.

Uma das forças do uso de qualquer meio analógico para organizar o que precisamos fazer é justamente essa prática de reescrever as coisas. Esse retrabalho na verdade nos mostra a relevância daquele item. Se ele for importante, vale a pena reescrever. Se não for, não vale, então a gente tem a oportunidade de reavaliar como está dedicando o nosso tempo de vida.

Vale dizer, também, que a prática analógica da organização não serve a quem está na rodinha do hamster (a Gisele Bündchen usa esse termo no livro dela e acho muito pertinente) e quer apenas fazer tudo mais rápido e da maneira mais otimizada possível. A organização analógica serve para quem quer desenvolver mais a ideia da mente plena, quer refletir melhor sobre como aloca o tempo no dia a dia, e quer ter uma rotina tranquila. Estou dizendo isso porque talvez não sirva para você. Realmente não é para todo mundo. Existem momentos e momentos na vida, e diferentes fases, e pode ser que você esteja em um momento em que precisa de mais agilidade (e “reescrever” o que precisa fazer seja algo que você realmente não tem como fazer hoje em dia). E tá tudo bem. A organização serve para isso mesmo: para a gente se conhecer e desenvolver um processo pessoal, onde métodos, técnicas e ferramentas se encaixam.

A migração de um mês para o outro funciona da seguinte maneira: entre o último dia do mês e o primeiro dia do mês seguinte, você abre o “log do mês”. O log do mês identifica que um novo mês está começando na sua vida.

Aqui eu quero abrir um parêntese sobre a coisa de deixar várias páginas em branco para abrir o log do mês antes do mês chegar, pois há a necessidade de planejamento. Pelo que eu entendi até aqui do método do Ryder, você pode criar qualquer planejamento a qualquer momento – dê um nome a essa página e coloque no índice. Mas o log do mês deve acontecer quando o mês acontece – ou seja, não tem sentido essa coisa de criar o log do mês antes de ele acontecer. Eu vejo que muita gente faz assim e, pelo que eu tenho entendido do método, não é o que ele propôe. Nada impede que você planeje seu mês ou o que quer que seja, mas isso é diferente do log, que é um registro quando acontece.

Quando você cria o log do mês, a ideia é verificar as seguintes páginas para transcrever o que ainda faz sentido:

  • o que ficou do mês anterior (nas tarefas do mês)
  • o log do futuro para o mês que está começando
  • “collections” diversas que você tenha e que possa ter tarefas que você queira transcrever (ex: planejamento do mês)

Algumas coisas aconteceram comigo quando eu fiz a migração entre novembro e dezembro:

  1. Eu senti que a página de “tarefas” do mês não funciona muito bem para mim no momento, pois através do método GTD eu tenho listas em categorias separadas que estão muito bem organizadas. Porém, pode ser um bom espaço para planejar alguns marcos, talvez projetos que queira concluir ou metas que queira alcançar. Ainda estou desenvolvendo essa ideia.
  2. Continuo seguindo conforme as orientações do Ryder, então eu mantive a página de tarefas do mês, mas criei duas páginas para a de dezembro (porque faltou espaço em novembro).
  3. Foi bem interessante analisar o que eu tinha me proposto fazer no mês e o que efetivamente foi feito e o que não foi feito, e por quais motivos.

A prática do Bullet Journal como um todo tem me ajudado muito na questão do volume das coisas que tenho feito e também na efetividade de cada uma delas. Não que essa análise não possa ser feita em ferramentas digitais e através das revisões do GTD, mas eu acredito que esse componente do analógico, de você ter que ler, reescrever, traz um tempero interessante ao dia a dia, e tem me ajudado a sentir que estou realmente presente no que estou fazendo.

Eu também gravei um vídeo sobre esse assunto, que você pode conferir aqui.