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Para 2014

janeiro14

kadampa

Este post foi inspirado em um post da Rita (muito obrigada).

Escrevo este texto olhando para a carinha do blog durante alguns minutos. Analisando os assuntos (categorias): organização, casa, família, trabalho, lazer, bem-estar, você, minha vida, coisas do blog. Sei de cor. Demorei para chegar nelas, quando mudei tudo aqui no blog há alguns meses e, em se tratando de falar sobre organização da vida (vida organizada), acredito que ainda atenda.

Porém, meus amigos, eu mudei. 2013 foi um ano interessante para mim. Fiz praticamente tudo o que eu queria, profissionalmente falando, o que me tirou do foco uma série de vezes. Uma semana eu queria uma coisa – na outra, outra coisa. Tamanhas são as possibilidades. Mas e aí né, o que a gente faz quando tem tantos caminhos?

No meu caso, eu identifiquei o que era a essência de todos esses caminhos. O que existe de comum entre ter o blog, trabalhar com a conscientização das pessoas com relação à segurança da informação, dar aulas, escrever livros, dar palestras ou disseminar ações de marketing relacionadas a treinamentos de produtividade?

A linha que liga todas essas coisas é uma só: ajudar as pessoas. Simples assim.

E isso sempre fez parte de mim ou, pelo menos, desde que tomei consciência desse sentimento. Não pensei nele quando criei o blog (não conscientemente). Não pensei nele quando aceitei meu emprego atual. Essa ciência veio de alguns meses para cá. Porém, foi a cola que uniu tudo. Foi a cola que me ajudou a pensar em uma missão pessoal, e que me ajudará a tomar decisões daqui para a frente.

Ajudar as pessoas inclui, certamente, as pessoas próximas a mim. Nosso filho, meu marido. Minha avó, minha mãe, nossos parentes. Meus amigos e colegas de trabalho. O vizinho. A pessoa que está esperando o ônibus ali na rua. Todo mundo.

Mas como eu poderia ajudar as pessoas se eu mesma tenho tantos defeitos e pontos a serem trabalhados? Sou ansiosa, impaciente, introspectiva e, muitas vezes, fui egoísta. E, por apego ao ego, me envolvi em tantas coisas em 2013. Nunca comentei aqui no blog, mas isso resultou em uma crise nervosa que tive pouco antes de viajar para o exterior, em setembro. Achei que tivesse tendo um infarto: meu marido ficou desesperado, nosso filho junto com a gente. Meu coração estava disparado, meus braços dormentes e eu tive que tirar meia-calça, cinto de segurança no carro, sapato, desabotoar camisa, tudo!.. Não conseguia respirar. No hospital, tive uma crise asmática (nunca tive asma) porque minha garganta tinha fechado. O médico mediu minha pressão e estava tudo normal. Quase desmaiei. Me deram um calmante. Dois. E eu me dei conta que, naquele meio tempo, meu filho devia ter ficado apavorado de me ver daquele jeito, ao mesmo tempo que eram 21h30 e ele ainda não tinha jantado – meu marido lá, preocupado comigo… Naquele momento, eu decidi que cuidaria mais de mim, para poder cuidar deles. Para pensar que preciso continuar sustentando minha família e ser a mãe do nosso filho, e eu não poderia fazer isso se morresse ou se passasse mal outra vez.

Estou abrindo meu coração para vocês. Por favor, segurem as críticas. Não estou contando por nenhum outro motivo que não explicar o que me levou a mudar de vida, e acho que serve de exemplo para quem esteja passando por situação semelhante.

Li diversos artigos e livros que caíram coincidente em minhas mãos depois disso. A revista Mente & Cérebro especial sobre Síndrome do Pânico; o livro “Não é coisa da sua cabeça”. Todos, absolutamente todos os sintomas de Síndrome de Pânico eu identifiquei como os que eu tive naquele dia. E indo mais à fundo, eu os tenho de forma mais leve desde a adolescência, quando eu tinha medo de pegar metrô porque “tinha medo de cair minha pressão e desmaiar”, e aí eu sempre tinha que sair do metrô em desespero ou, simplesmente, desmaiava. Desmaiei tantas vezes na vida, minha gente e, hoje, vejo que todas as situações foram situações onde eu meio que previ que isso aconteceria. Ou seja, eu tive medo de desmaiar antes de me sentir mal, entendem? E aí eu me senti mal. Como a nossa mente é poderosa!

A ponto de telefonar para marcar uma consulta com um psiquiatra, eu resolvi me “auto-curar” através do que eu acreditava ser correto para mim; que eu achava que meu corpo e minha mente estavam pedindo. Eu desliguei da Internet. Fiquei uma semana sem nadinha: e-mails, blog, redes sociais. Fazendo isso, vi como minha vida poderia ser mais tranquila. Não posso me desvencilhar por completo, porque trabalho com Internet! Mas precisava dar um tempo, diminuir 80% do restante do tempo, de verdade.

Além da semana off, eu resolvi abraçar de verdade algo que eu venho namorando há vários anos, que é o Budismo. Estou há cerca de dois meses frequentando um centro local, participando das atividades, estudando muito, meditando em casa… e não saberia viver de outra forma. Eu me encontrei no Budismo porque ele simplesmente bate com a minha missão de vida, que é ajudar pessoas. Mais do que isso, eu só posso ajudar se eu souber controlar a minha mente – fonte de todos os problemas. E é isso mesmo. Eu sabia. Eu tive essa experiência, assim como continuo tendo diariamente. Mudou minha vida. Não consigo sequer colocar em palavras como estou diferente. Ainda não tive nenhum episódio ligado a ansiedade, pois consegui controlar minha mente e minha respiração em todos. Quanto à paciência, preciso trabalhar muito ainda, mas eu chego lá.

Com relação ao blog, eu o vejo como um veículo para ajudar as pessoas a serem mais organizadas. Mas o que é ser mais organizado mesmo? Lembra que eu disse que não dá para organizar bagunça? Tem um motivo, e eu sou a prova viva disso. Eu me organizei sim ao longo desse ano, mesmo com tantas atividades. Mas não tem jeito – uma hora o corpo vai travar, nossa mente vai pirar, as pessoas vão sentir. Então, será que vale a pena? A bagunça não está só na nossa casa, mas na nossa cabeça, no nosso ambiente de trabalho, nos nossos relacionamentos. Precisamos colocar ordem nisso tudo, e isso é organizar. Não se trata de colocar coisas dentro de caixinhas. É muito mais do que isso.

No final das contas, fico muito contente pelo nome do blog ser Vida Organizada, e não “casa organizada” ou qualquer outro semelhante. Porque acredito de verdade que, quando a gente fala sobre organização, a coisa toda começa dentro das nossas cabecinhas e se reflete em todo o resto. Seja na nossa casa, no nosso trabalho, na nossa família, nas nossas atividades de lazer, nos nossos hobbies, nas nossas finanças etc.

Talvez o problema do volume insano que todos nós recebemos diariamente de todos os lados não seja o nosso principal problema – o problema pode ser que a gente não tenha filtros para eles. Será que, colocando alguns filtros, as coisas não ficam mais fáceis? É o que eu venho tentando fazer. Não dá para dar conta de tudo – a gente pode fazer tudo o que quiser, mas não tudo ao mesmo tempo. E, de resto, paciência. Me comprometo a fazer meu melhor, e isso significa pensar nos outros sim – dos meus a todos. Mas há um círculo de alcance direto que acaba sendo delimitado quando priorizamos algumas coisas em decorrência de outras. E eu não posso ser aquela pessoa que ajuda a pessoa no blog e não ajuda o marido a lavar a louça! O negócio é ajudar todo mundo da melhor forma que conseguir, sem se culpar por não ter sido perfeita(o). Quem é perfeito(a), afinal?

Uma vez eu comentei que uma briga por uma panela suja não vale um casamento de anos, mas quantas vezes não briguei com o meu marido esse ano por causa de besteiras relacionadas à casa? Quantas vezes não me preocupei com bobagens relacionadas ao nosso filho que não eram relevantes, em vez de deixar o coração e instinto materno falar mais alto (ele não dormir conosco porque é importante dormir no seu próprio quarto)? Uma coisa que decidi é que não vou deixar de investir meu tempo no que for importante para cuidar do que for irrelevante, e isso inclui limpar um armário que esteja limpo, por exemplo. Ou limpar coisas que eu só mexo quando vou limpar. Pra que eu tenho tudo isso mesmo?

A Rita comentou, e reitero aqui porque é um pensamento que tenho tido recorrentemente, sobre a questão do frugalismo. Eu costumo definir assim: preciso de um computador leve para as viagens que faço constantemente. O minimalista compraria o Macbook Air. Não importa que seja caro – é o computador que ele precisa. Ele não precisa de dois computadores. Porém, aquele que ele precisa, ele vai comprar do jeito que ele precisa, não importa o quanto custe. O frugal vai comprar um netbook que custa cinco vezes mais barato, sem se importar com marca ou demais configurações, simplesmente porque atende as necessidades dele e não tem sentido pagar mais caro pela “mesma coisa”. É isso. No final das contas, ambos não têm suas necessidades supridas? Por que comprar uma escova de dentes que custe nove reais se posso comprar uma que custe dois e serve para a mesma coisa? Os exemplos são infinitos.

Não quis divagar nesse post, mas acabou acontecendo. Peço desculpas por isso. Quero finalizar dizendo que, para 2014, eu não desejo nada para mim. Estou riscando esse verbo do meu vocabulário, por sinal. Eu preciso de algumas coisas, e irei atrás delas. Coisas mentais, espirituais, físicas, emocionais, até materiais. A vida é curta e preciosa para perdermos tempo com ações inúteis e que não nos tornem pessoas melhores. Farei então com que meus dias sejam significativos e reflitam minhas transformações internas.

Nesse bolo todo, se encontra o blog? Mas é claro! Como eu comentei lá em cima, ele tem seus assuntos principais, que são: organização, casa, família, trabalho, bem-estar e lazer. Vou continuar escrevendo sobre eles, sem me preocupar se, em determinado momento da minha vida, eu estiver privilegiando mais um em detrimento de outro. Acredito muito que o blog deva espelhar a pessoa que escreve, e manipular isso iria contra o que acho certo para o blog daqui para a frente. Mas podem esperar uma visão diferente, mais contextual, sem perder a praticidade, claro, mas mais focada no que realmente importa – na simplicidade, no minimalismo e na frugalidade, sempre que possível.

Espero que em 2014 eu continue tendo a oportunidade de ajudar todos aqueles que lêem o blog e estão por aqui diariamente, assim como a minha família, os meus amigos, os meus colegas de trabalho e todas as pessoas do mundo, à medida que conseguir. Muito obrigada por me proporcionarem isso. Que cada um de vocês tenha um 2014 maravilhoso e cheio de realizações também.

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* As fotos deste post foram tiradas em uma visita ao Templo Kadampa que fica em Cabreúva, no interior do estado de São Paulo.