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Quanto tempo você trabalha?

Mudei o título deste post algumas vezes. Antes, era: “Você trabalha muito?”. Acabou ficando assim porque achei que sintetiza melhor o que eu gostaria de compartilhar.

Todo final de mês, eu publico um vídeo no canal (e faço um post no blog) contando um pouco sobre como foi o meu mês, o que eu chamo de “resumo do mês”.

E, toda vez que publico esse conteúdo, recebo comentários sobre a quantidade de coisas que eu faço. Algumas pessoas se mostram surpresas, outras se mostram indignadas (“você trabalha muito!”), então eu tive a ideia para este post ontem, na verdade, quando encerrei meu expediente mais cedo e fui fazer uma massagem. Pensei: “eu preciso compartilhar com os leitores do blog como é a minha rotina de trabalho para mostrar que é possível sim fazer bastante coisas sem se matar de trabalhar”.

Vou começar comentando que eu acho que quem 1) empreende e 2) trabalha com o que gosto trabalha o tempo inteiro. Vou explicar melhor. Quando eu me tornei mãe, eu percebi que eu não sou mãe apenas enquanto estou com o meu filho. Ele vai para a escola, tem outras atividades. Mas eu sou mãe dele o tempo todo. Eu não paro de pensar nele só porque não estamos fisicamente juntos.

Com o trabalho, eu penso que seja a mesma coisa. O tempo todo eu penso a respeito, tenho ideias e faço anotações para lidar com elas no momento mais apropriado. O trabalho é uma área da minha vida e, como tal, estou sempre ligada nela.

Eu cheguei a essa conclusão porque foi difícil diferenciar o tempo que passo do tempo que não passo trabalhando. Vou tentar explicar melhor.

Ontem, uma terça-feira, eu comecei a trabalhar por volta das 10 horas da manhã. Até a hora do almoço, eu resolvi algumas coisas que estavam pendentes – e-mails e mensagens, basicamente. Na hora do almoço, almocei com meu filho depois da escola e fui para o meu escritório, onde eu trabalharia das 13h às 15h.

Nessas duas horas, eu gravei 7 vídeo-aulas, 1 vídeo para o canal, editei outro vídeo (que entra amanhã no ar) e organizei agendamentos para a sala nova (instalação de coisas).

Às 15h, fechei meu computador e fui para casa deixá-lo, antes de sair para resolver coisas na sala em si (das 15h30 às 16h15), comi uma coisinha na padaria e fiz minha massagem às 16h30.

De lá, fui para o shopping encontrar meu filho e marido, e passamos um tempinho agradável na Livraria Cultura lendo livros (sobre trabalho) e tomando um café (eu, no caso).

Depois, jantamos, comprei um tênis e meias para o filhote, uma outra coisa para a minha avó e fomos embora.

Fiquei um tempo com a minha avó, voltei para casa, coloquei o filhote para dormir, coloquei a roupa para lavar, lavei a louça e li durante duas horas para o mestrado (livros e artigos). Ainda assisti Masterchef com o meu marido.

A gente na Cultura

Então, no final das contas, eu trabalhei durante quatro horas. Se eu tivesse dedicado oito horas ao trabalho, certamente teria trabalhado oito horas, porque sempre há coisas precisando ser feitas.

Tem dias que eu acordo antes das 6h, trabalho das 7h30 até às 20h, e está tudo bem para mim. Assim como tem dias em que eu trabalho menos horas, como ontem. Hoje eu tenho aula no mestrado. Estou escrevendo pela manhã, vou responder alguns e-mails, e depois de noite talvez eu edite algumas vídeo-aulas.

Para mim, o grande segredo é o equilíbrio das atividades. É fazer o que precisa ser feito, antecipando o que puder, focando no que é mais importante.

Fazendo dessa maneira, eu tenho uma rotina de trabalho (mas de vida) muito tranquila e atenta às minhas prioridades.

Não se trata do “quanto” eu trabalho, mas da qualidade do meu trabalho, quando estou dedicada a ele.

Lembro que, quando trabalhava das 8h às 17h, havia tanta perda de tempo! Não só minha, mas de todos. Eu me forçava a trabalhar em um horário que meu corpo “não funcionava”, e muitas vezes fiquei com um café na minha frente, olhando para o computador esperando a inspiração chegar para escrever algo ou trabalhar em algo que eu precisaria entregar. Esse sistema não funciona. Quando eu passei a trabalhar para mim (entre aspas, porque eu trabalho para o mundo, mas deu para entender o que eu quis dizer), eu pude fazer os meus horários. Não se trata de “ter que ter disciplina”, mas de ter as prioridades claras e tê-las refletidas no seu dia a dia.

Eu vejo que existe um foco discursivo muito forte no “pra trabalhar em home-office tem que ter disciplina” ou “mantenha um horário de trabalho”, e não acho que isso funcione para mim, hoje. Prefiro entender com mais carinho a dinâmica da minha semana, a quantidade de atividades que terei, e ajustar o trabalho a isso. É o que me permite fechar o computador às 15h ou 16h para ir na massagista ou na academia, ou fazer qualquer outra coisa – inclusive, continuar trabalhando.

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37 comentários em “Quanto tempo você trabalha?”

  1. Meu sonho é alcançar esse grau de equilíbro! Tenho a sensação de que estou sempre perdendo tempo e me sinto culpada quando faço uma pausa em vez de trabalhar! Ainda quero alcançar equilíbrio de trabalho (também sou autônoma), mestrado, saúde e família. Obrigada por compartilhar seus dias <3

    1. Obrigada você por comentar, Letícia. Acho que o mais intuitivo e imediato é ir fazendo ajustes. Mude algo hoje, que você acredite que traga resultado satisfatório para a sua rotina, e vá fazendo testes. Um dia é diferente do outro, também. Tem dias em que estou um caco, querendo descansar ou fazer atividades mais calmas (ver vídeo-aulas, ler textos), enquanto em outros consigo adiantar muita coisa que demanda esforço físico mesmo. O segredo é ir se conhecendo e ir moldando artesanalmente essa rotina.

  2. Olá Thais, que texto inspirado! Trabalho em casa há 15 anos e sempre me “culpei” por ser desorganizada e não ter uma rotina. Só no início deste ano percebi que o que eu não fazia era equilibrar as prioridades e necessidades. Rotina pode servir para alguns trabalhos, mas não para todos. Também me ajudou muito a visão integrada da vida, de que tudo são atividades diferentes que contribuem para os meus objetivos, portanto não há que diferenciar o “trabalho” da “vida” (principalmente quando se “vive” e “trabalha” no mesmo espaço). Tem me ajudado muito Thais, estou muito grata!! Felicidades

      1. Sou tradutora. Trabalhava numa empresa e quando nasceu o meu 2º filho resolvi começar como freelancer (agora tenho 3). Nem me imagino a trabalhar de outra forma. Mas a verdade é que durante anos e anos vivi com a ideia de que a minha vida era caótica porque não tinha “horário de trabalho fixo” e tudo se misturava. Estes últimos 6 meses foram uma grande transformação para mim, com MUITA ajuda da Thais! Alguns princípios básicos que eu “descobri”: preciso de dormir 8-9 horas dia, então se dormi menos faço uma sesta à tarde, sem culpas; tarefas pequenas faço LOGO; nunca deixo para o dia seguinte trabalhos que tenha de entregar antes da 11 horas (de manhã sempre surge algum atraso ou imprevisto, por isso prefiro adiantar de noite); aceitar a natureza imprevisível e variável do meu trabalho; dar valor ao meu trabalho (“ah, fazes traduções em casa?” Não, eu SOU tradutora!); uso a agenda Google e o Google Keep para me organizar (sou principiante no GTD) e deixei de ter papelinhos espalhados por toda a parte; tarefas de organização da casa, de trabalho e cuidar da família têm todas o mesmo valor porque todas contribuem igualmente para os meus objetivos. Ainda tenho muito para evoluir, mas sinto que estou no bom caminho. Obrigada por responder! Cumprimentos de Portugal 🙂

  3. Thais, sou Engenheira Ambiental e tenho um sonho de abrir meu próprio escritório de consultoria. Atualmente trabalho na Prefeitura da minha cidade e sinto justamente isso que você falou, o horário comercial não funciona pra mim! Tem dias que a inspiração não vem, em outros dias tenho um aproveitamento muito melhor à noite na minha casa, depois que meu filho dorme. Ah, tenho um filho de 1 ano e dez meses. Acompanho seu Blog a anos, mesmo comentando muito raramente. Parabéns pelo excelente conteúdo. Enquanto isso sigo criando coragem para tomar as rédeas da minha vida (profundo). Beijos!

    1. Obrigada por comentar, Daniela! O que funcionava para mim era pegar leve comigo mesma nos momentos do “horário comercial” em que não me sentia inspirada e fazia algumas coisas fora do horário do expediente, se quisesse, sem me sentir culpada.

  4. Thais, acho que a quantidade de horas trabalhada tem muito a ver com a eficiência. Você pode trabalhar 10 horas por dia ou 2 horas por dia e fazer o mesmo trabalho. Tudo depende do seu foco e do quanto concentrada você estará neste período para fazer aquilo que deve ser feito naquela hora. Já desperdicei muitas horas em que deveria estar trabalhando mexendo em redes sociais e etc. Entendo que você faz tantas coisas, pois tem eficiência no que faz e acaba por ser uma inspiração para tantas pessoas. Também tem aquela história de quanto mais fazemos, mais temos tempo para fazermos mais coisas.
    Em relação ao horário fixo de trabalho, eu acho uma bobagem tão grande. Hoje trabalhando em escritório e tendo horário para entrar e sair, vejo que esse modelo de 40 horas semanais, oito horas diárias é tão falido. Poucos são os cargos que possuem trabalho para esse tanto de horas. Na maioria das vezes, os funcionários estão apenas gerando despesas as empresas por terem que ficar as oito horas por dia. Mas, parece que nossos patrões e políticos querem mais é que fiquemos mais tempo presos no trabalho sem fazer nada.
    Espero ter me feito entender.
    Obrigada Thais por mais esse texto!

    1. Obrigada por comentar, Daniela. É falido e antigo. Acredito que isso esteja mudando no mundo, infelizmente associado à precarização do trabalho como um todo. O mundo tem bastante a aprender ainda sobre como lidar com esse novo modelo de trabalho.

  5. Sinceramente, vivo esse dilema, tbm sou empreendedora, e tenho dificuldade em aceitar que tem dias que devo trabalhar até as 10 da noite, mas tem dias que posso trabalhar por umas 4 horas e está tudo bem. Por esse motivo, sempre fico adiando coisas como academia, pois nunca acho “uma hora fixa para ela”. Me sinto mal tbm se acabo acordando mais tarde um pouco, e me esqueço que acordei tal hora por ter trabalhado mais no dia anterior. O post me ajudou a ver que não estou errada em viver assim, tenho que aceitar e me adaptar, pois sei que estou fazendo meu melhor pela minha empresa.

    1. Flávia, a coisa da academia é um drama por aqui também, porque eu não curto ir à academia. Eu vou porque preciso – é tipo comer cenoura (odeio cenoura, mas como). Eu estava indo de manhã, que é o melhor horário dentro da logística aqui em casa, mas de manhã é o meu melhor horário de trabalho, e estava desperdiçando energia. Então comecei a ir à tarde, no final do expediente, e tem sido bom, porque é um ritual de passagem entre o trabalho e chegar em casa, tomar banho etc. Funcionou para mim. Você está certa em querer adaptar. Acho que é por aí mesmo.

      1. Thais, adorei a ideia de ir no final do dia, para “quebrar” trabalho com pessoal, isso parece bem funcional, principalmente para quem trabalha em casa e tem essa dificuldade em separar as coisas, vou tentar dessa forma, pode ser que dê certo para mim. Obrigada, Beijos…

      2. Thaís, se me permite meu depoimento. Tenho 48 anos e sempre fiquei de academia em academia, não parava em nenhuma por não gostar da proposta. Cheguei até a pagar por 6 meses uma academia cara em minha cidade, frequentei por 3 meses e por 3 meses abandonei!! Até que descobri a corrida e adorei. Hoje corro 3 dias e faço treinamento funcional para não lesionar na corrida mais 3 dias. No livro “Ponto de equilíbrio” que você nos indicou a autora diz que são 6 meses para que o exercício físico se torne um hábito e devemos descobrir o que nos move!!

        1. Exatamente. Eu acredito muito nisso também. Temos que fazer o que gostamos. No meu caso, preciso fazer musculação por conta da perda de massa magra. É uma demanda específica de saúde, então não tem muito jeito. Obrigada por postar. =*

  6. Thais!
    não canso de dizer o quanto seu conteúdo é incrível e inspirador! os últimos posts em especial parecem desenhados pra mim! é tão desafiador equilibrar todos os pratinhos quando a gente empreende né… nossa e pra mim ainda é mais difícil porque eu tenho o problema de assumir mil coisas sendo que só tenho 2 braços… você sempre me ajuda muito e nesse momento eu preciso parar e me reorganizar! comprei seu livro ontem pra me ajudar mais ainda! Obrigada por tudo o que você compartilha! sou fã declarada ♥

  7. Olá Thais, aqui de Portugal 🙂
    Já fui trabalhadora por conta própria, por conta de outrém e as duas simultaneamente. Neste momento, a repensar, de novo, qual é o melhor caminho. Esta coisa entre a estabilidade financeira e a paixão pelo trabalho. Cada vez mais a acreditar que não é a quantidade de trabalho, mas sim a qualidade de trabalho e que sim, é um fio condutor entre vida pessoal e trabalho. Somos muito mais do que horário de expediente. Trabalho na área da Psicologia e gosto tanto. Só preciso de encontrar um equilíbrio entre o eu e o outro. Grata pelas suas leituras…estão a aparecer, nesta minha altura de encruzilhada 🙂

  8. Thais, estou vivendo uma fase complicada em que situações que estão totalmente fora do meu controle e são duradouras deram uma sacudida na minha vida, a saúde foi muito prejudicada, o ânimo para realizar o trabalho que amo não está o mesmo, estou reclamando de tudo e parece difícil ver uma saída.Mas quem me vê por aqui acha que está tudo bem. Não deixei de fazer o que preciso, e até adiantei algumas coisas que normalmente teria deixado para fazer em cima da hora e me sentiria culpada. De repente, veio aquela sensação de que sou humana e não preciso dar conta de tudo ao mesmo tempo. Agora estou melhor e hoje, tão cedo ainda, já vi um programa que incentivou a ser positiva e não reclamar e a elencar coisas boas do dia, a não ser uma pessoa que ninguém quer por perto. Abri seu blog e li este texto tão motivador, me falta voltar a ver as coisas boas que acontecem e realmente viver o hoje com responsabilidade. Abri outro blog que acompanho e li sobre não pensar coisas ruins de si mesma. Os problemas continuam e infelizmente por anos, é como eu comentei não dependem de mim e estão me afetando. Sinto-me melhor, já passei por muitos problemas antes e sobrevivi. É vida que segue, trabalho a ser cumprido, não apenas por obrigação, e muitas pessoas que amo para cuidar. Obrigada por contribuir!!!! =)

    1. Entendo completamente, Silmara. Eu acredito que a motivação é uma coisa que a gente deva alimentar diariamente. Eu mesma, se não me “monitorar”, acabo deixando a minha energia cair. É importante se conhecer e ver o que te deixa para cima e o que te deixa para baixo, porque esses “gatilhos mentais” podem te ajudar a ficar não sempre 100% bem, mas pelo menos não desanimar. Obrigada por comentar.

  9. Thais me identifico muito com o seu post. Eu sou psicóloga não trabalho com criatividade por exemplo mas com estudo de caso. Tem dias resolvo vários casos. Tem dias que parece que a minha mente não consegue. E tudo bem . Eu aprendi a respeitar isso. Amo meu trabalho e sim adoro pegar um xícara de café e no meu “horário de lazer” ler sobre desenvolvimento infantil. Acredito que muitas pessoas trabalham com o que não gostam e com isso é desgastante pensar além da sua “carga horária” , por isso tem dificuldade de enter que trabalhamos com produtividade e não necessariamente com delimitação de tempo. Já aconteceu de estar em casa vendo algo na televisão e supinpa.. é isso essa paciente tem isso. também busco respeitar os que estão a minha volta. Falo sobre meu trabalho com meu esposo. Mas sei quando é a hora de trocar de assunto. respeito ele. Acredito que quando mais gostamos da nossa área de trabalho e mais próxima esta a nossa vida alinhada com o que realmente queremos fazer.. mais diluído o trabalho fica no nosso dia a dia.
    **Desculpe o tamanho do comentário. 🙂

    1. Obrigada por compartilhar.

      Seu comentário me fez lembrar da época em que eu não trabalhava com o que eu trabalho hoje.

      Eu lembro que, mesmo não sendo “o trabalho dos sonhos” (se é que isso existe), eu sempre busquei maneiras de me motivar naquele trabalho. Acho que “amar” é um verbo, e a gente deve buscar sentido nas coisas.

      E, quando eu não via sentido naquele trabalho em si, eu me motivava pensando no trabalho “por fora”. Foi assim que surgiu o Vida Organizada. Então eu me motivava pensando nele, nesse trabalho em paralelo. Foi o que me permitiu fazer uma transição de carreira anos depois.

  10. Thais, você é uma inspiração! Estou trabalhando (eu acho) para conseguir ser focada como você. Minha dificuldade está em começar, mas depois que pego o jeito, as coisas fluem. E achei muito legal o que você disse sobre rotina em homeoffice, porque eu mesma não consigo ser produtiva das 8h as 17h, como você disse. Precisamos achar nossa melhor forma de produzir, né? Grande bj.

  11. Thais, eu e meu marido trabalhamos os dois em casa, dividindo as tarefas domésticas e os cuidados com a bebê de 1 ano e 1 mês. Eu consigo fazer tudo q tenho pra fazer nos meus horários definidos da semana mas ele vive enrolado e diz q é pq ele é “criação” e o meu é mais objetivo. Sou advogada e ele, publicitário. Eu falo pra ele “A Thais tb é publicitária e consegue dar conta da rotina, basta vc se organizar”. Mas não adianta, ele acha q se organizar é coisa chata, aquele papo q vc sabe bem como é… e a porta só abre por dentro né? 🙁

  12. Ola Thais,

    Muito interessante, o seu texto. Ele me remete a varias discussões que tenho tido ultimamente com amigos sobre tempo de trabalho e procrastinação. Moro na França, onde a jornada legal de trabalho é de 35h por semana. Na pratica, um empregador pode propor um contrato de 40h (que é o meu caso) e compensar as horas excedentes com dias de folga. A midia, blogs especializados, e empregadores costumam falar muito de absenteismo, calculando quanto custa um periodo de licença médica para a empresa, o quanto a empresa perde. Ha pouco tempo comecei a ouvir falar do presenteismo, que é o quanto custa o tempo que o funcionario passa na empresa sem trabalhar, so para cumprir horario, porque tem que cumprir ou porque sera mal visto pelos colegas se sair antes da hora em que todo mundo sai. E, para resumir, o presenteismo custa tão ou ainda mais do que o absenteismo, o que reflete exatamente a sua ideia de que esse sistema esta mega defasado.

    Trouxe esse depoimento porque eu sou das pessoas que preferem ter um contrato de 40h para ter mais dias de folga que eu posso regrupar com as férias, do que um contrato de 35h no qual eu vou terminar ficando as ditas 40h porque tenho que cumprir horario e não ser mal vista pelos colegas como a pessoa que “conta horas de trabalho”. Eu realmente não trabalho essas 40h por semana em termos de produtividade, mas infelizmente essa mentalidade me condiciona.

    Engraçado que quando eu trabalhava para uma multinacional (em que todo mundo fazia hora-extra pra ficar bem na fita com o patrão) um dos grandes chefes evocou durante um seminario que a chefia adora parabenizar funcionario que faz hora-extra, mas raramente parabeniza o funcionario que faz tudo o que precisa ser feito dentro do seu horario de trabalho (e às vezes até mais do que deveria ser feito) porque é produtivo e sabe se organizar. E, pior, sobrecarrega esse funcionario achando que ele sai cedo porque não tem trabalho o suficiente.

    O contraponto veio quando a minha propria chefe nessa mesma multinacional me perguntou se uma das minhas colegas estava entediada no trabalho, porque a chefe tinha observado que ela era uma das primeiras a ir embora. Ela era super produtiva (bem mais que eu, por exemplo), organizada, cheia de novas ideias, etc. Mas a questão horario pegava pra nossa chefe. Por coincidência, essa mesma colega veio me perguntar como era a relação da chefe com horarios porque, durante uma reunião de trabalho das duas, a chefe perguntou se ela tinha trabalho suficiente. Eu fui honesta e respondi que a chefe gostava que a gente cumprisse tabela. Então ela se viu quase na obrigação de ou fazer coisas pessoais no trabalho antes de ir embora (pra ficar mais tempo no escritorio) ou a tomar mais cafezinho durante o dia (praticamente uma cultura por aqui. Quem não toma café fica fazendo hora e conversando), ou a dividir as tarefas de forma mais esparsa para que elas tomassem mais tempo. Essa pessoa nunca deixou de trazer novas ideias e de ser eficiente. A unica coisa que ela fez foi perder tempo livre pra fazer coisas que ela gosta pra exibir a figura na firma. Uma pena.

    Adoro o seu blog, Thais. Muito obrigada por esse trabalho herculeo de buscar informações e compartilhar o seu conhecimento com a gente que ta tentando todo dia melhorar.

    Abraços,

    Natalia

  13. Ai, meu comentario precedente ficou imenso. Não precisa aprovar se não quiser, Thais. Eu ia enviar como e-mail mas tinha que colocar o numero de telefone no formulario e eu não tenho numero brasileiro. Perdão.

    Abraços!

    Natalia

  14. Thais,
    Muito bom ler esse texto. Eu trabalho como professora de educação infantil a 15 anos. Gosto muito, de verdade. Mas ando cansada, o barulho da sala de aula antes não me incomodava, hj em dia está me matando. É um trabalho que não permite estar a distância, é presencial cem por cento.
    Tenho pensado em mudar de área profissional gradualmente, já que a estabilidade é algo que conta muito, não posso largar tudo.
    Você é escritora, o que te permite horários flexíveis, mas hoje em dia quais outras carreiras possibilitam essa flexibilidade de horários? Vejo tanta gente falando em trabalhar em casa, e penso quais são as possibilidades?
    Sou muito criativa e gostaria de migrar para a área de design, mas estou tateando ainda. Realmente das 8h as 18h fixas é algo difícil.
    Se puder ajudar ou escrever sobre novas carreiras…
    Um abraço, Rose

    1. Rosileine, existem muitos caminhos. O que é necessário é que cada pessoa, conhecendo suas habilidades e com seu background de conhecimentos, possa analisar o cenário e evr como poderia explorar isso. Não existem modelos prontos. Boa sorte. 😉

  15. quando ouvi voce falar obre esse assunto,me senti como se estivesse recebendo uma resposta a essa pergunta q sempre me vinha a cabeca.entao depois de assistir o video,sentei coloquei no papel o meu dia a dia,e consegui colocar um pouco em pratica o q vc disse.Percebi tb q eu trabalhava muito mais tb gastava muito em coisas q me traziam praticidade ou seja ficava quase q elas por ela.Hj trabalho menos e ainda sobra mais q antes pois nao tenho tanta despesas q hj vejo q eram desnecessarias.Diminui no plano de internete,cozinho todos os dias etc…..obrigada pela motivacao.

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