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O que eu aprendi em um mês de inventário

Dia 21 completou um mês da morte da minha avó. O inventário precisa ser submetido até 60 dias após a morte da pessoa e pode levar de duas semanas a dois (ou mais) anos para ser concluído. Quando todo o processo for finalizado, certamente eu vou ter mais autoridade para falar sobre isso, mas gostaria de compartilhar um pouco as minhas impressões durante esse primeiro mês.

O que faz com que o inventário atrase e seja complicado não é a lei em si, mas as pessoas. No nosso caso, foi uma sucessão de acontecimentos. Minha avó não deixou NADA organizado enquanto estava viva. Esse era um assunto que há pelo menos uns cinco anos eu tentava ter com ela, apesar de difícil, mas nunca evoluiu porque ela não quis evoluir com isso. Minha primeira lição para a vida foi: sempre deixe seus bens e documentos em ordem para as pessoas que ficarão aqui quando você morrer.

Basicamente, quando a pessoa morre, você precisa dar entrada no inventário e, para dar entrada, você tem que ter todos os documentos atualizados em mãos, especialmente as escrituras e registros de bens diversos, mas também extratos de contas bancárias e investimentos, entre outros. Existem informações que não são nada fáceis de serem conseguidas, como o IPTU do imóvel, então se a pessoa já deixar isso pronto, facilita muito.

E aí entra também o relacionamento com as pessoas da família. É complicado porque pessoas são seres que pensam diferente de você – simples assim. E cada um tem seu ritmo de aceitação da morte, seu nível emocional com relação ao processo como um todo, mas ainda assim você tem que decidir, providenciar documentos e pagar por serviços, estejam todos tristes ou não.

Para vocês terem uma ideia, ainda não submetemos o inventário. Tudo porque foi um número de imóvel que estava errado, porque não conseguíamos o extrato da conta, porque não se achava um outro documento, porque não se consegue falar na prefeitura da cidadezinha do interior onde tem um imóvel e complicações desse tipo. Os dias vão passando, você não consegue resolver, e vai batendo uma certa ansiedade. Então é natural as pessoas discutirem, ficarem nervosas, o que só compromete ainda mais o processo, porque é um ponto a mais de complicação, sabem?

E isso porque, na nossa família, não houve briga pelos bens. Foi tudo super conciliado e acordado. Existem casos que a complicação é muito grande justamente porque os envolvidos no processo não concordam com uma ou outra coisa, e isso acaba virando uma alteração que leva seis meses para ser feita na justiça (pelo que já me falaram de outros casos).

Minha conclusão por hora sobre tudo isso é que as pessoas precisam aprender a separar o lado emocional do lado racional na hora do inventário. Todos estão tristes, mas existem prazos e as coisas simplesmente precisam ser feitas. Quanto antes você conseguir agilizar esse processo, melhor será para todos, e quanto mais você já tiver essas informações organizadas, mais rápido (e menos estressante) será.