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Tudo começa com uma decisão

junho14

Se vocês me dissessem, há um ano, que hoje eu estaria escrevendo o que vou escrever neste post, eu não acreditaria. Ficaria extremamente feliz, mas acharia difícil como a minha vida teria mudado em tão pouco tempo. Então eu me lembro da célebre frase de Seth Godin (inspiração), que diz: “você não precisa de tempo – você precisa se decidir”, e entendo que todas as mudanças necessárias na nossa vida acontecem somente quando a gente toma realmente a decisão de mudar a qualquer custo.

Muitas coisas aconteceram de um ano para cá, mas a principal delas foi a minha mudança de perspectiva. Como vocês sabem, há um ano eu estava com o seguinte pensamento: a vida está ok, quero ter estabilidade, passar em um concurso público. Eu já vinha estudando há um bom tempo. Porém, no profundo do meu ser, sempre tinha uma voz que questionava: “será que é isso mesmo, Thais? você é uma pessoa que vive exclusivamente da criatividade e que gosta de desafios profissionais – será que passar em um concurso bom não colocará apenas uma âncora maior no seu barco?”. Conversar com alguns amigos me ajudou muito. Nada contra concurso público – eu continuo achando que é um ótimo caminho para quem busca estabilidade, bom salário e servir as pessoas. O problema não estava com o que eu ganharia passando no concurso – mas no que eu perderia.

No Sobre deste blog, está lá, há muitos anos, a seguinte descrição:

[quote class=”azul”]Eu acredito que todo ser humano nasce com uma missão. Alguns descobrem, outros não. A minha eu descobri que é ajudar as pessoas, inspirando-as a se tornarem mais organizadas. A forma que encontrei para colocá-la em prática foi criar este blog.[/quote]

E aí, será que uma missão de vida dá para ser levada somente como atividade nas horas vagas? É claro que não. Mas como eu poderia viver disso? Afinal, viver do que se ama é o ideal para qualquer um. Mas não é todo mundo que pode largar emprego, sendo que sustenta a família, para se dedicar a algo incerto e que, por enquanto, é apenas um hobby. Porém, esse pensamento estava levando meu sonho para o túmulo junto comigo. Em um livro sobre Budismo que li este mês, li um trecho que me deixou comovida, que era mais ou menos assim:

[quote class=”verde”]Pense em todas as pessoas que estavam vivas há 120 anos. Nenhuma delas está viva agora.[/quote]

Não dá um aperto no peito mas, ao mesmo tempo, uma sensação libertadora de saber que todos os micro problemas que temos irão embora em poucos anos? E que a gente tem tão pouco tempo de existência para perder, desperdiçando em atividades sem sentido?

Foi então que, lendo (e relendo) o livro do Tim Ferris, ele fala uma outra coisa que mexeu muito comigo, que basicamente é: o que de pior poderia acontecer se você fizesse aquilo que gostaria de fazer? Sério, liste o pior cenário e veja como poderia encará-lo, porque na maioria das vezes, o pior cenário é muito menos pior do que a gente pensava. E também: nunca peça permissão, peça desculpas. Se você pedir a opinião das pessoas, elas vão tentar te dissuadir do contrário, pois foram criadas em um sistema que impôe medo a quem deseja sair da caixa segura da estabilidade e dos modelos-padrão. Portanto, se quiser fazer e isso não prejudicar ninguém, faça e depois peça desculpas, mas nunca peça permissão. Eu, como mãe, ler isso, foi muito forte, como vocês podem imaginar. E foi aí que eu tomei a minha decisão.

Há pouco mais de um ano, também, eu assinei um contrato com a Editora Gente, que veio com uma proposta muito bacana para publicar meus livros, e a verdade é que, desde aquela época, eu não conseguia sentar e escrever porque estava simplesmente… ocupada. Eu escrevia “nas horas vagas” e o livro demorou demais para ficar pronto, porque eu nunca conseguia me dedicar a ele tempo suficiente. Mas aí, há dois meses, a editora veio com um ultimato: “precisamos lançar o livro em agosto, na Bienal. se você conseguir correr e finalizar este mês, dá tempo”. Foi ali que eu pensei: o que estou fazendo? estou colocando meus sonhos de lado em troca de que, exatamente?

E então, em abril, o mês mais atribulado da minha vida até hoje, resolvi encarar a finalização do livro e outras questões. Porque, afinal, eu só precisava me decidir. Só que eu já estava decidida. O que eu precisava fazer era colocar a coisa toda em prática de maneira que não prejudicasse a minha família. Conversei com o Daniel, que é uma pessoa incrível (de verdade), e ele me propôs fazer parte do time de instrutores da Call Daniel. Ou seja, tudo aquilo que tem a ver com a minha vida: ajudar as pessoas a serem organizadas, estava se materializando ali. E eu aceitei.

Por fim, todo o esquema de trabalho que eu estou construindo gira em torno da minha missão de vida. Poderei me dedicar a ensinar as pessoas a usarem o GTD mas, além disso, terei muito mais tempo para o blog e poderei finalmente encará-lo como uma blogueira profissional. Isso eu já fazia antes mas, quando a coisa apertava, ele era o primeiro a ficar de lado (afinal, antes de tudo vêm as responsabilidades como mãe). E também investir em outras frentes ligadas à organização profissional, como você já pode ver na página de Serviços do blog. O mais incrível é que, mesmo sem tanta divulgação, tudo cresceu tanto, que estou com agenda fechada até quase agosto! E isso é tão maravilhoso! Me sinto privilegiada e muito contente por poder trazer essa novidade para vocês. Porém, a mensagem que quero deixar é a de que as coisas não simplesmente aconteceram do jeito que eu queria! Eu tive que fazer acontecer, e isso só rolou mesmo quando eu tomei a decisão de fazê-lo.

Em primeiro lugar, eu tive que decidir o que eu queria, finalmente. Não é fácil! Tem muita gente que já sabe o que quer desde criança, mas eu não era uma delas. Foi uma decisão que levou anos para ser construída até finalmente explodir para fora de mim.

Em segundo lugar, é preciso ter a consciência de que, se você não fizer, ninguém fará por você. São extremamente raros os casos em que alguém é pego do seu cotidiano e inserido em um ambiente onde é obrigado a empreender. Muita gente só pensa nisso quando é demitido de um emprego que acreditava ser para o resto da vida, mas aí perde tanto tempo pensando no que poderia fazer, quando poderia estar investindo seu tempo focado desde o início.

Em terceiro lugar, vá construindo seu cenário ideal aos poucos. Se um dia quiser escrever um livro, comece a escrever seu livro. Se um dia quiser ter uma loja, comece a ir atrás da logística para fazer isso acontecer. Tudo isso enquanto ainda estiver empregado ou na situação em que está hoje. Dá para ir levando em paralelo até você finalmente soltar a bicicleta dos braços dos seus pais e correr sozinho.

Mas o que realmente me fez decidir, depois de tudo isso, foi estar no meio da escrita do meu livro, que se resume basicamente em transformar sonhos em objetivos, e pensar: eu falo todas essas coisas, mas o que eu diria ao meu filho se ele me perguntasse se eu fui atrás dos meus sonhos? Como eu conseguiria olhar para ele e dizer que eu tinha deixado os meus sonhos de lado em troca de um emprego estável para sustentar a família? O que eu estaria ensinando a ele? A ser conformado e viver sem ir atrás dos sonhos em troca de um salário no começo do mês? Não é isso que eu quero que ele aprenda. Eu quero que ele seja um espírito livre, como eu sou, e que viva sua vida indo em busca de seus objetivos – mesmo que sejam, por fim, conquistar um emprego dessa maneira. Mas quero que ele saiba que ele tem uma mãe que o apoia 100% nas decisões que ele tomar, sendo pró-ativo. Quero que ele cresça sabendo que é possível e que se trata somente de uma escolha. Saber que agora eu sou essa pessoa me faz sentir um brilho enorme saindo de dentro de mim, esperando inspirar outras a fazerem o mesmo. Estou vivendo uma vida coerente com o que eu sou. E tudo começou com uma simples decisão.

Que tempos bons! Eu só tenho a agradecer a todos vocês e as pessoas que estão envolvidas em minha vida no momento! Vocês devem imaginar que eu tenha muitas ideias para fazer com o blog, e agora finalmente poderei fazê-las. Eu quase não acredito que isso esteja acontecendo. Muito obrigada.