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A organização e a vida

Meu amigos,

É assim que eu gosto de chamá-los, porque sei que os leitores do blog acabam sendo meus amigos. A amizade é diferente da que temos com nossos amigos íntimos, é claro, mas a verdade é que escrevo aqui coisas que muitas vezes não converso com meus amigos. Assim como sei que vocês me escrevem contando partes da vida de cada um de vocês que não são ditas por aí a qualquer um. Por essa confiança, muito obrigada.

Antes que vocês pensem, não, o blog não vai acabar! Vamos descontrair logo antes que vocês pensem nisso. XD Eu só quis escrever um pouco de uma forma mais íntima, abrir meu coração de verdade, justamente pelo respeito que tenho a todos os leitores do blog.

Eu fiquei com dúvidas sobre a publicação deste post ou não. Agendei e cancelei três vezes. Toda vez que escrevo algo mais pessoal no blog, recebo comentários que costumam me deixar um pouco chateada, e gostaria de evitar isso. Ter um blog é dar a tapa a cara, eu sei. Mas eu sou apenas uma pessoa normal escrevendo do outro lado do computador – uma pessoa como qualquer outra. Enfim, de qualquer forma, eu quis publicá-lo, e agradeço quem sempre está por aqui e comentando de forma positiva, pois é isso que faz com que o blog continue existindo.

Ser uma pessoa organizada é uma bênção para mim. Juro, assim considero. Outro dia estava conversando com o meu marido antes de dormir e agradeci a ele por todo o suporte que ele me dá, porque senão eu jamais conseguiria lidar com tudo o que está acontecendo sozinha. Com certeza nosso casamento é um dos meus principais patrimônios. Já passamos por muita coisa juntos, e é maravilhoso saber que você tem alguém que estará sempre ao seu lado te apoiando e construindo uma vida com você. Hoje, meu marido é a pessoa que mais faz coisas em casa (tem dias que nem lavar a louça eu consigo) e que fica com o filhote quando eu estou trabalhando. Eu não seria NADA se não fosse por ele.

Eu só tenho a agradecer por todas as oportunidades que têm aparecido na minha vida profissional. Tem acontecido de tudo em 2013, minha gente. É tanta coisa que eu preciso sambar para conseguir dar conta, especialmente porque eu estou absorvendo somente projetos que realmente tenham relevância para mim. Preciso dizer não quase chorando a algumas oportunidades simplesmente por não ter como disponibilizar meu tempo para elas. Eu já estava me sentindo cansada e me questionando se tudo valia a pena quando encontrei o seguinte raciocínio: “Este é o momento de trabalhar, construir estabilidade financeira e profissional, fazer mil coisas ao mesmo tempo mesmo, pois ninguém sabe o dia de amanhã. Isso inclui ser a melhor mãe possível, e não somente trabalho profissional. Ser uma boa esposa. Cuidar de mim. Etc.” A partir desse momento, como um “clic”, tudo passou a fazer muito mais sentido para mim.

Muitas (muitas!) pessoas me perguntam porque eu não “largo tudo” para viver do blog. Isso já passou pela minha cabeça diversas vezes, como vocês podem imaginar, e hoje posso dizer que tenho uma postura mais racional com relação ao assunto. Respondendo a quem tem essa dúvida, eu digo o seguinte: há dois motivos muito fortes, ambos importantes. Eu trabalho desde a minha adolescência e estudei muito para construir uma carreira. Quem já conhece o blog há um tempo sabe que eu fiz faculdade de Jornalismo (tranquei) e Publicidade, e essas são as duas profissões que eu vivo intensamente hoje. Terminei minha pós-graduação ano passado, o que foi um grande investimento de tempo e dinheiro (tive aulas aos sábados quando meu filho ainda não tinha sequer um aninho), e esse investimento gerou resultados. Hoje tenho um bom emprego graças a todo o trabalho que faço na vida há anos e ao investimento que fiz na minha educação (estou sempre estudando muito). Eu adoro o que eu faço. Estou há dois anos no meu emprego atual e ainda tenho muito o que aprender e desenvolver lá. Além de gostar, é o meu emprego que mantém a nossa família. Lembrem-se que o meu marido é autônomo, então sou eu que garanto o sustento de todos nós. Não seria responsável de minha parte largar um bom emprego para “viver do blog”. Se meu marido tivesse uma estabilidade legal, talvez eu considerasse essa possibilidade. Porém, mesmo assim, não quero deixar de trabalhar, justamente porque gosto do que faço. E eu sei que dá para conciliar porque venho fazendo isso há seis anos.

Não viver do blog me dá segurança em alguns aspectos e não me deixa frustrada, porque ele continua existindo. Tenho até um pouco receio de transformá-lo em um blog cheio de publicidade, caso isso acontecesse. Não viver do blog me permite mantê-lo com a minha cara, pessoal, até informal, que é como eu gosto que seja. Se dá para eu manter essas duas coisas, não vejo porque excluir uma ou outra.

O que aconteceu em 2013 foi um verdadeiro boom profissional para mim. Graças ao blog, fui contatada por algumas editoras para escrever alguns livros de organização – um projeto que eu já tinha em mente desde sempre, pois escrever é algo que faz parte de mim. Como disse o Hemingway, não existe essa coisa de escrever – você apenas se senta em frente à máquina de escrever e “sangra”. É exatamente isso: escrever é um ato pessoal, que a gente faz com a alma, por meio das mãos.

Eu acho que eu mesma alimentei uma cobrança maior com relação ao blog do que realmente precisava. Eu sou muito perfeccionista e detalhista. Estou aprendendo a ser menos assim e a desapegar um pouco do blog. Houve um tempo em que tudo o que eu fazia era trabalhar e cuidar do blog como hobbie. Hoje, além de ele ter crescido muito, eu tenho outros projetos profissionais, então eu preciso delegar algumas tarefas. Menos escrever. Isso eu já vi que não dá certo aqui no blog e eu mesma me sinto mais à vontade escrevendo. Afinal, ele é um blog pessoal.

Ser publicitária e ter o blog me abriu muitas portas, como participar do Social Media SP, um evento que adoro fazer. Uma coisa leva à outra, e também vou começar a dar aulas em um curso de pós-graduação. Paralelo a isso tudo, em uma conversa incrível que tive com o Daniel Burd (da Call Daniel), ele me convidou para coordenar as ações de marketing digital dele, confiando no meu trabalho e no meu amor pelo método GTD. E, como são todos projetos importantes para mim, eles fazem parte da minha vida agora. Só que, para fazer tanta coisa ao mesmo tempo, precisamos nos organizar, delegar mais e desapegar um pouco de outras que talvez a gente levasse a sério demais. E eu estou fazendo isso.

O que acontece, meus amigos, é que não pretendo ficar estressada e ter um infarto aos 31 anos de idade (nem com qualquer idade). Por isso, voltei a cuidar mais da minha espiritualidade também e reduzir meus objetivos, minhas tarefas. Abri mão de várias. Percebi que deveria dar mais atenção a outras. Isso é priorizar. Obrigada, David Allen, por me passar esse legado do GTD. Não sei como seria se não fosse por você e esse método maravilhoso.

Vejam vocês então que tenho aí por volta de cinco ou seis projetos profissionais que são praticamente um emprego cada um, e eles demandam tempo. Nunca estive tão ocupada, mas também nunca estive tão feliz! Porque parece que, quanto mais coisas tenho para fazer, melhor consigo equilibrar a minha vida. Estou abrindo muito mais espaço para ficar com o meu filho agora – não que antes não fizesse isso, mas eu estou dividindo tudo muito melhor no momento. Eu aprendi a não ver meus e-mails do trabalho em casa, por exemplo. Antes eu fazia isso, tranquilamente. Quando estou com o meu filho, estou com ele. Estou implantando diversas ideias de homeschooling (estudo em casa, como dizem nos Estados Unidos) adequadas à idade dele (sim, pretendo falar um pouco em um futuro post), e isso me permite ter a tranquilidade de que estou participando ativamente da sua educação, cuidando disso com carinho. Também estou cuidando melhor da rotina com o meu marido, para que a gente não passe muito tempo sem fazer coisas bacanas um com o outro – passear, jantar fora, ir a um show ou ao cinema, essas coisas.

Por isso eu intitulei o post como “A organização e a vida”, porque é isso, minha gente. A organização proporciona essa sensação de utilidade com relação ao que é prioridade para cada um de nós. Faz a gente pegar tudo o que está fazendo e verificar o que é realmente importante e focar somente naquilo.

Eu quis escrever tudo isso porque recebo tantos e-mails, mensagens e comentários diariamente, e não consigo responder rapidamente a todos eles. Talvez eu passe a atualizar o blog com uma frequência menor também. Não quero que vocês entendam isso como um descaso meu, mas apenas que a vida segue sua ordem natural das coisas. O blog continua sendo e sempre será uma parte muito importante de mim – do contrário, jamais investiria tempo e dinheiro nele. Mas outras coisas são importantes também. Dá para ter todas elas se abrir mão um pouquinho aqui e ali.

Eu me dôo muito ao blog, pois faz parte da minha missão de vida ajudar as pessoas da forma que eu puder. Sei que hoje em dia ninguém tem tempo e um blog que fale da organização de forma prática e descomplicada pode ser muito útil. O preço a se pagar por toda essa exposição existe, mas os benefícios também. Sou muito grata pela minha vida, pela minha família, pela minha saúde e a dos meus. Tento não me expôr tanto quando escrevo no blog, mas quem consegue não se expôr quando está escrevendo, sendo que essa é a principal maneira de mostrar sua alma para os outros?