Planejamento dos meus estudos para o segundo semestre de 2021

Fim do primeiro semestre chegando já me dá vontade de revisar o planejamento do ano e planejar o semestre seguinte. Basicamente, é uma revisão maior do que planejei para o ano mesmo e um reajuste conforme necessário, porque coisas entraram e coisas saíram da minha vida.

Meus estudos atualmente estão sendo guiados pelos cursos que eu estou fazendo. Não tem muito como ser diferente, com o Doutorado em andamento. No segundo semestre, serão 2 disciplinas oficiais + 2 disciplinas como ouvinte, e as leituras das aulas + trabalhos já são o suficiente para ocupar todo o meu tempo de estudos. Além disso, há as leituras para a tese e a produção para os 2 grupos de pesquisa que faço parte – o capítulo de um livro e a apresentação em um Seminário.

Ainda estou fazendo o curso online de Francês com a Avec Elisa, 2 cursos de marketing digital, 1 curso de tráfego, o curso da Priscila sobre pesquisa acadêmica (que complementa a disciplina de metodologia do Doutorado) e o Programa de Formação de Professores (PFP) do Centro Budista. Não há como ter estudos autônomos além desses, mas tenho conseguido cumprir a minha meta de um livro de finanças por mês (apesar de as resenhas estarem atrasadas! mas eu já li e vão entrar logo). Outros estudos relacionados que tenho feito são os estudos sobre comunicação não violenta, terapia da compaixão, ayurveda, entre outros, mas de forma leve e espontânea e não sistemática.

O modelo do ciclo de estudos funciona bem para estudos autodidatas. No caso dos cursos, as aulas e prazos para leituras costumam orientar o que devo estudar. Desse modo, o que tenho feito é distribuir os afazeres ao longo das minhas listas, de acordo com o meu nível de energia (textos que prefiro ler de manhã, outros à noite), com todo o restante das minhas atividades. Tenho pensado sobre a tentativa de atribuir um contexto para dia da semana novamente, para os estudos, para ver se funciona. Vou testar. A ordenação pensada é a seguinte:

  • Domingo: Budismo (até porque a aula do curso é na segunda)
  • Segunda: Doutorado (tese, disciplinas, grupos de pesquisa)
  • Terça: Francês
  • Quarta: Doutorado (tese, disciplinas, grupos de pesquisa)
  • Quinta: Livre (qualquer tema à escolha)
  • Sexta: Marketing Digital
  • Sábado: Doutorado (tese, disciplinas, grupos de pesquisa)

Nenhum plano sobrevive ao campo de batalha, então pretendo colocar para rodar acima desde já e, no segundo semestre, ir reajustando conforme a necessidade.

Livro: “Como transformar a sua vida”

Este é um livro de Budismo que recomendo para quem não é budista e para quem tem interesse no Budismo. Ele não é um livro de auto-ajuda mas, se você gosta desse tipo de leitura mais reflexiva com foco em transformações pessoais, é o tipo de livro que pode te agradar.

O grande propósito do autor, Geshe Kelsang Gyatso, foi trazer o Budismo de maneira mais didática para o Ocidente. Ele está na Inglaterra, no momento, no Templo Kadampa Manjushri. A primeira edição deste livro em língua inglesa foi publicada em 2001 e, no Brasil, em português, em 2006. Essa minha edição é de 2019. Já tinha lido anteriormente, quando entrei na tradição (em 2013), mas tinha dado o livro de presente. Eu o comprei novamente para reler (como parte do meu projeto de estudo) e também porque, como quero ser professora de meditação, é importante ter os livros para estudá-los (eu pelo menos considero importante, não sei como os outros colegas fazem).

Em outro post mais recente eu comentei sobre o meu projeto de ler todos os livros da tradição e como me organizo para tal. Talvez a leitura te interesse. 😉

Por que eu quero recomendar esse livro aqui no blog?

Ele aborda aspectos do cotidiano que todos nós vivemos, independente de sermos budistas ou não, mas com orientações de conduta de acordo com o Budismo. Como lidar, por exemplo, com temas como:

  • paz interior
  • mente calma
  • morte
  • renascimento
  • carma
  • paciência
  • meditação
  • apreciar os outros
  • amor
  • compaixão
  • etc.

Que são, basicamente, temas de interesse a muitas pessoas atualmente.

Muitos leitores do blog me pedem recomendação frequentemente sobre livros de Budismo, e este é o que eu mais recomendo para começar.

Apesar de ele ser recomendado dessa maneira, mesmo praticantes há mais tempo podem tirar grandes insights, como foi o meu caso. Adorei fazer essa releitura e me deu muito mais embasamento para a leitura seguinte, que estou fazendo agora (o livro “Como entender a mente”, do mesmo autor).

Veja alguns trechos que gosto muito, para de repente entender se o livro vai te agradar ou não:

“Paz interior, ou paz mental, é a fonte de toda a nossa felicidade. (…) Felicidade e sofrimento são opostos; portanto, se algo for uma causa verdadeira de felicidade, não poderá fazer surgir sofrimento. (…) A causa da felicidade e a solução para os nossos problemas não se encontram no conhecimento das coisas materiais. Felicidade e sofrimento são estados mentais.”

“Todas as nossas ações de corpo, fala e mente são causas, e todas as nossas experiências são seus efeitos. (…) Cada pessoa tem um carma individual diferente. (…) Toda ação que fazemos deixa uma marca, ou potencialidade, em nossa mente muito sutil, e cada marca faz surgir, por fim, seu próprio efeito. Nossa mente é como um campo, e fazer ações é como plantar sementes nesse campo. Ações virtuosas plantam sementes de felicidade futura, e ações não virtuosas plantam sementes de sofrimento futuro. (…) A única maneira de destruir potencialidades negativas antes que amadureçam como sofrimento é purificá-las.”

“Não podemos ter a expectativa de mudar a nossa mente da noite para o dia mas, praticando de modo paciente e persistente (…), podemos substituir gradualmente nossa atitude comum de autoapreço pela atitude sublime de apreciar todos os seres vivos.”

Em resumo, é um livro não apenas para quem se interessa pelo Budismo, mas para quem se interesse em ser um ser humano melhor, desenvolver uma mente mais calma, ter mais paz interior mesmo.

O e-book dele é gratuito, tanto no site da Editora Tharpa quanto na Amazon. E você também pode comprar a versão impressa dele em centros budista kadampa, no site da editora ou na Amazon também.

Como eu organizo as minhas leituras no Budismo

Uma das áreas que muitas alunas, mentorandas e leitoras me relatam que costuma ficar de lado é a espiritualidade. Ler livros, estudá-los, é uma das maneiras mais fáceis para mim de criar espaço para a religião no meu dia a dia, então espero que este post possa ajudar você com ideias.

Vale lembrar que espiritualidade não é sinônimo de religião. Eu usei o termo religião acima porque, no meu caso, eu tenho uma religião. Mas é perfeitamente ok você desenvolver a sua espiritualidade sem uma religião específica.

A escola do Budismo a qual me dedico é a Nova Tradição Kadampa, que fica dentro do enorme guarda-chuva do Budismo Mahayana. Apenas para localizar, a Monja Coen, por exemplo, é de outra tradição dentro do Mahayana também, que é o zen. Apesar dos propósitos comuns (todos os caminhos buscam a mesma coisa), há diferenças nas práticas.

Na tradição que eu digo já existem muitos livros publicados e outros a serem traduzidos. Meu projeto atual então é ler todos os livros já traduzidos da tradição, na ordem recomendada. (Todos os livros da tradição são publicados pela Ed. Tharpa Brasil e você pode encontrá-los no site da editora ou comprar pela Amazon mesmo. Algumas livrarias físicas vendem os livros também. Tem que olhar na sua região.)

Eu já li a maioria desses livros nos últimos anos, mas a ideia aqui é ler e reler na ordem sugerida para fins de estudo também. No ano passado, eu ingressei no curso de formação de professores da tradição. Estuda-se um livro de cada vez (durante alguns meses), há discussões em grupo, explicações da monja, além de exercícios práticos.

O propósito desse curso é formar professores de meditação e Budismo Moderno nos diversos países onde estão os centros da NKT (Nova Tradição Kadampa) ao redor do mundo. Os centros são colocados nas grandes cidades, pois é onde as pessoas vivem mais agitadas e precisando de paz.

Por esse motivo, por mais que existam as versões em e-book, eu prefiro estudar com o livro físico, pois durante as aulas eu posso precisar levá-los a fim de citar referências.

Leio um pouco ou muito todos os dias, dependendo do ritmo de compromissos naquele dia em questão. De modo geral, leio pela manhã e à noite, antes de dormir. Para mim, é importante ler diariamente, pois assim eu vou construindo a minha reflexão em camadas. Sempre levo comigo para ler ao longo do dia, quando tenho compromissos externos.

Eu leio o livro na ordem recomendada pela tradição e, em paralelo, há o estudo do livro do curso. Se houver necessidade ou vontade, eu faço outras leituras ou consultas esparsas em paralelo.

Este é um livro base da minha tradição

O objetivo principal de qualquer prática budista é chegar ao estado de iluminação, conhecido como “budeidade”. Um Buda é quem alcançou esse estado. Isso significa que purificamos nossa mente e acabamos com todas as delusões mentais. Delusões são “maus hábitos mentais” que nos fazem enxergar as coisas de maneira distorcida. Raiva e inveja são alguns exemplos de delusões. No Budismo, acredita-se que aprender a acabar com essas delusões seja o caminho mais efetivo para alcançar a paz mental. A leitura e o estudo dos livros me ajuda a entender a esclarecer questões e situações, além de manter minha mente “ligada” no assunto, o que representa uma contínua lembrança.

A área de foco que escolhi para o meu ano de 2020 foi a espiritualidade justamente porque sinto que tudo o que eu quero para a minha vida virá dessas práticas. Ser mais paciente, por exemplo, além de outros aspectos. Isso significa que as atividades serão priorizadas diante do resto, sempre que possível. A leitura diária desses livros faz parte dessa priorização.

Se a sua área de foco este ano for outra, um bom exercício seria pensar: o que, se eu fizesse um pouco todos os dias, me traria um senso de estar evoluindo nessa área?

Prática atual do budismo

Como muitos de vocês disseram que tinham interesse neste tema, estou escrevendo este post para contar um pouco como são as minhas práticas atuais no Budismo.

O Budismo tem várias tradições. Eu me identifico e faço parte da Nova Tradição Kadampa.

O Budismo associa muito o estudo à prática. Então o que a gente aprende a gente pratica no dia a dia. Ou seja, a gente vive de uma maneira muito mais significativa, porque absolutamente tudo é uma oportunidade de aplicar os votos tomados.

Cursos

Existem diversos cursos, de meditação a cursos básicos, sobre temas essenciais do Budismo. Depois há um curso de aprofundamento, em que você estuda um único livro durante meses e apoia o centro com atividades voluntárias, que te ensinam MUITO sobre as tradições. E também tem um curso de formação de professores, que é o que eu estou fazendo agora. Essa formação leva de seis a sete anos e os livros da tradição são estudados em detalhes.

O curso acontece duas vezes por semana e demanda estudo, decorar textos, práticas, discussões, apresentações e também você praticar como professor. Atualmente, estamos estudando o livro O voto do do bodissatva.

Você pode saber mais sobre o programa de estudos Kadampa neste link.

Datas especiais

Existem algumas datas que são celebradas na tradição:

  • Todo dia 8: Tara Verde
  • Todo dia 10: Oferenda ao Guia Espiritual
  • Todo dia 15: tomar preceitos
  • Todo dia 25: Oferenda ao Guia Espiritual

Acontecem então encontros, preces e meditações no centro. Não consigo participar sempre, devido à minha rotina de trabalho e viagens, mas participo sempre que possível.

Retiros

Acontecem retiros em diversas datas ao longo do ano, tanto no centro local quanto no templo (que fica no interior de São Paulo), em outros estados e países. Aí a ideia é você ir se organizando para participar quando puder. Vale dizer que todas as atividades dos centros são mantidas graças ao trabalho voluntário das pessoas, então tais retiros são uma oportunidade excelente de fazer isso.

Eu sempre quis participar de algum retiro fora do país e estou me organizando para fazer isso no ano que vem.

Os retiros podem acontecer em um único dia ou durar quase uma semana. Geralmente eles têm algum tema (ex: concentração), e as atividades, meditações e ensinamentos girarão em torno disso. É bem gostoso, e no templo você pode inclusive ficar no alojamento deles, o que proporciona uma imersão de verdade. Por causa do Paul (filhote), eu não costumo fazer retiros maiores, e sim aqueles de um só dia.

Prática diária

Tenho meu altarzinho em casa, onde faço prostrações e meditações diariamente.

Quando acordo, gosto de meditar. E, ao longo do dia, realizo novas meditações quando sinto vontade.

Costumo estudar pela manhã e à noite o livro do curso e também fazer outras leituras, de maneira leve. Me faz muito bem. Especialmente de noite mantém a minha mente feliz e tranquila.

Penso de verdade que o melhor do Budismo é a prática diária. É a prática que vai desde responder um e-mail mal-educado com paciência, até a maneira como lido com qualquer tipo de problema que aconteça na minha frente. Todo momento é uma oportunidade de praticar.

Não é mais uma “tarefa”, e sim algo que faz parte da minha vida e a torna ainda melhor.

Caso você tenha alguma dúvida, por favor, deixe um comentário. Procurei explicar tudo o que me veio à mente, mas sempre podem surgir questões que eu não identifiquei. Obrigada.

Organização da vida e Budismo: o que tem a ver?

Faz tempo que eu queria escrever um post sobre esse tema.

Eu sou uma pessoa de métodos. Amo métodos.

Métodos são apenas caminhos já testados, aprovados e que funcionam. São uma forma de fazer as coisas, um passo a passo, como que um atalho para você chegar mais rápido onde quer chegar, pois alguém já testou os obstáculos do caminho e te entrega o negócio mastigado para você fazer e ter sua própria experiência.

Eu penso que todas as religiões tenham seus métodos. Isso não é característica exclusiva do Budismo. No entanto, por eu ser budista, é natural que eu escreva especificamente sobre essa religião aqui.

Na tradição que eu me identifico mais no Budismo, a Kadampa, existe um método a ser seguido, que se chama Lamrim. Lamrim é uma escritura que representa “as etapas do caminho”. Todas as tradições do Budismo nos conduzem à libertação e à iluminação. Libertação do quê? Libertação desse mundo que vivemos, chamado de samsara, onde existe muito sofrimento. Após conquistar a libertação, o caminho à iluminação representa a felicidade de maneira geral, muito resumidamente, através da satisfação dos desejos e das necessidades de todos os seres vivos. O caminho budista é fundamentado essencialmente em compaixão.

O livro “Caminho alegre da boa fortuna” é um livro bastante completo sobre o método da tradição Kadampa. Existem outros livros menores e mais básicos para quem estiver começando. Tenho um post aqui no blog em que falo sobre livros – dê uma olhada.

Esse caminho é baseado em três grandes escopos, com votos. Os votos que você toma são compromissos com o caminho. O primeiro escopo diz respeito aos votos chamados de pratikmosha, ou votos de libertação individual. O segundo escopo se refere aos votos do bodisatva. O terceiro escopo é relacionado aos votos tântricos. Ao tomar os votos, existe o compromisso de não quebrá-los. Obviamente, por não sermos perfeitos nem termos alcançado a iluminação (ou seja, ter se tornado um Buda), existem práticas diversas de purificação em todos os votos, caso você tenha quebrado algum deles. (Saiba mais sobre todos os votos aqui.)

Os ensinamentos de Buda são chamados de Dharma. A orientação não é apenas ler e contemplar, mas praticar esses ensinamentos. Por isso o Budismo é essencialmente uma religião prática, pois você precisa viver o que acredita. Disciplina moral é uma das principais habilidades de uma pessoa que seja budista. Isso envolve controlar a mente, ajudar as pessoas, controlar uma série de instintos (talvez eu possa falar dessa maneira), entre outros comportamentos. Existem instruções para lidar com o sofrimento no mundo, muito resumidamente falando. Por exemplo, como ter paciência com as pessoas ao meu redor? Tudo isso é ensinado nos materiais publicados e que vão sendo traduzidos aos poucos. Muitas das escrituras (a maioria, eu diria) ainda nem foram traduzidas. Tem muita coisa em sânscrito apenas, mas todas elas convergem para o objetivo que é a busca pela iluminação.

Bodisatva é o nome dado ao indivíduo que está comprometido com seu caminho em busca da iluminação, com uma mente de compaixão essencialmente.

Eu acredito que o Budismo tenha tudo a ver com organização porque ter uma Vida Organizada significa levar uma vida com significado, pautada em princípios, e é exatamente isso o que o Budismo oferece.

Recentemente voltei a frequentar o centro budista em São Paulo, e vi o quanto eu estava sentindo falta nesses últimos anos. Provavelmente não sairei nunca mais. 🙂 Se tiver interesse, posso comentar mais sobre os cursos e práticas que tenho lá. Deixe um comentário. Obrigada!

Como eu organizo os meus estudos do Budismo

O tema do mês aqui no blog é “Espiritualidade” e eu gostaria de contar um pouco como eu organizo os meus estudos.

Como comentei em um post anterior, meu “livro base” chama-se “Caminho alegre da boa fortuna – O completo caminho budista à iluminação” (Geshe Kelsang Gyatso). Ele divide o “caminho” e os aprendizados em três escopos: inicial, intermediário e grande escopo.

Fundamentos e escopo inicial

  • Entendimento das diversas etapas do caminho – Aqui, essencialmente da tradição que sigo, que é a Nova Tradição Kadampa. Talvez você possa adaptar para outra tradição ou até mesmo outra religião. É como se fosse delineado o método.
  • Qualidades do autor – Aqui estuda-se a biografia dos autores que serão estudados, o que é muito importante para conhecer a história e a credibilidade de quem está te ensinando essas coisas.
  • Qualidades do ensinamento – Aqui tem um histórico do método.
  • Ouvir e ensinar o darma – Este tema é super importante. Darma é o conhecimento de Buda. Então fala-se sobre a importância do estudo e da prática, que envolve o ensino.
  • Meditação – Aqui, temos vários capítulos que explicam o que é meditação, como fazer, orientações, instruções, etapas. É bem completo e, realmente, são os fundamentos.

Aí entram efetivamente os temas que são estudados no escopo inicial:

  • Confiar em um Guia espiritual – Fazer parte de uma comunidade religiosa é algo que te deixa super vulnerável. Por isso, é importante confiar naquelas pessoas que estão te ensinando.
  • Preciosidade da vida humana – No Budismo, acredita-se que existem várias vidas, várias encarnações, até o ser alcançar a iluminação. Nascer humano é muito raro. Você poderia nascer como qualquer ser vivo. Nascer humano permite que você faça escolhas e ajude outras pessoas e outros seres vivos. Por isso, é uma oportunidade incrível. Neste capítulo, é falado justamente sobre isso.
  • Morte – Bem… faz parte da vida. Este tema é bastante estudado no Budismo.
  • Os sofrimentos nos reinos inferiores – Este é um tema bem budista, que não serve, como alguns outros, para todas as pessoas. Aqui, você precisa ter essa mesma crença.
  • Busca de refúgio – Tomar votos de refúgio é o que faz de você budista “oficialmente”. Existem práticas religiosas que devem ser feitas diariamente e em outras frequências, e neste capítulo é falado sobre isso.
  • Carma – Possivelmente um dos temas mais importantes.

Aqui no blog (e no canal do YouTube) eu pretendo falar sobre os temas que forem mais gerais, que se apliquem a todas as pessoas. Mais adiante, se vocês quiserem, posso falar sobre os temas mais específicos do Budismo mesmo, como refúgio.

Escopo intermediário

  • Gerar o desejo de alcançar a libertação – Aqui os temas começam a ficar mais “sérios” para o praticante dedicado. O tema aqui diz respeito a como ter motivação diária para alcançar o estado de libertação e, por fim, a iluminação.
  • As quatro nobres verdades – Ensinamento clássico do Budismo.
  • Meditações nos verdadeiros sofrimentos – Extensão do ensinamento anterior.
  • Delusões e ações, morte e renascimento – Aqui aprofunda-se no estudo da situação da morte e também no conceito de carma.
  • Os doze elos dependente-relacionados – Conceito mais aprofundado, relacionado ao carma.
  • Roda da vida – Não é igual à roda da vida no coaching rsrs diz respeito aos outros reinos de seres vivos. Trata-se de um aprofundamento do que foi estudado no escopo inicial.
  • O caminho à libertação – Aqui estuda-se as práticas constantes de um budista, a disciplina moral e outros aspectos importantes.

Vocês podem ver que vai ficando um pouquinho mais complexo de explicar e de entender. É porque o conhecimento precisa ser entendido e acumulado antes de chegar nessas fases. 🙂

Grande escopo

  • Ingresso no Mahayana – Mahayana é o caminho budista que tem compaixão por outros seres. É difícil resumir, mas em suma é isso, e neste tópico estuda-se por que é chamado assim, origem, práticas, diferenças etc.
  • Gerar a bodichita – Bodichita é o estado mental de compaixão o tempo todo. Neste tópico, estuda-se sobre o desenvolvimento desse estado mental.
  • Ações de um Bodissatva – Se você estiver trilhando o caminho para a iluminação, como deve se portar? Qual deve ser a sua postura diária? O bodissatva é aquela pessoa que está comprometida com seu caminho à iluminação.
  • Treinar a mente no tranquilo-permanecer e na visão superior – Ambos conceitos budistas…
  • Avançar pelos solos e caminhos espirituais – Aqui existem explicações mais detalhadas sobre as diversas etapas do caminho.
  • Caminhos Vajrayana – Explicação de outras vertentes relacionadas.
  • A plena iluminação – O que acontece? O que estamos buscando? Quais as características desse estado?

Ao final do livro, existem muitas preces, resumos, glossário e outras informações adicionais.

Para estudar esse conteúdo profundamente, os centros budistas oferecem um curso de estudo aprofundado, com aulas uma vez por semana, que estudam este e outros livros da tradição em detalhes, esmiuçando cada conceito mesmo, e aliando à prática.

Além desse estudo aprofundado, existe a prática diária, que envolve basicamente você seguir os fundamentos citados acima, mas também fazer as práticas da religião em si, que incluem meditação, participar de atividades voluntárias no centro budista mais perto de você, além de participar das preces cantadas em datas comemorativas.

Como eu comentei em outro post, eu não tenho mais frequentado o centro como fazia antes. Estudo em casa e pratico na vida. Gosto muito das atividades do centro, mas atualmente tenho diminuído a quantidade de qualquer evento ou compromisso externo que eu tenha, para poder ficar mais em casa. Já tenho muitos compromissos externos que envolvem o mestrado e o meu trabalho (cursos, reuniões), então é simplesmente uma fase da minha vida em que fiz essa escolha, e estou tranquila com ela.

Não tenho participado de retiros também. Desde que o nosso filho nasceu, é complicado ficar mais de um dia fora, porque já tenho muitos compromissos profissionais e, quando posso ficar com ele, fico com ele. Eu costumava participar de retiros de um dia ou de meio período, e ainda encaixo isso na agenda se minha semana estiver sem tantos compromissos.

Para mim, de verdade, o Budismo se aplica ao dia a dia. Mais do que as práticas religiosas, estão as práticas espirituais e de ação mesmo. 

O que eu pretendo explorar nos próximos conteúdos serão temas mais gerais, que servem a todas as pessoas, não necessariamente budistas ou simpatizantes, e espero de verdade que sejam úteis. Caso você tenha alguma dúvida específica ou sugestão de assunto, pode deixar um comentário. Estou preparando um post/vídeo com as principais perguntas. Obrigada.

Como a meditação pode nos ajudar na conexão com nós mesmos e os outros

Venho praticando meditação todos os dias há cerca de um ano e meio. Posso dizer sinceramente que aprender a meditar mudou a minha vida. Eu não alcancei a iluminação nem levitei (ao menos, literalmente!), mas é uma prática que faz parte do meu dia a dia e faz toda a diferença no meu estado mental para realizar minhas atividades.

A meditação nos ajuda nessa conexão com nós mesmos porque é um momento em que estamos sozinhos, prestando atenção em nosso corpo, respiração, pensamentos. Já encontrei soluções para problemas complexos e fiquei mais calma em algumas situações que achei que “não teria jeito”. Como meditação nos ajuda na concentração e a ter foco, e como ter essa consciência, essa execução com significado no dia a dia, tem tudo a ver com produtividade, é um tema que sempre acho valer a pena tratar no blog.

Veja como a meditação pode nos ajudar no dia a dia, de maneira prática:

Você encontra mais significado nas suas atividades

Qual é a sua motivação? Por que você levanta todos os dias de manhã para ir trabalhar? O que te mantém motivado/a ou criativo/a? A não ser que você esteja em um estado de consciência atento, você não tem como observar suas ações. A meditação traz a oportunidade de refletir sobre seus pensamentos e trazer foco, ou mesmo acalmar sua respiração para que você conheça melhor o ritmo do seu corpo. Você consegue se concentrar no momento presente, nem que seja por alguns poucos minutos. Em um mundo onde tudo é feito com tanta pressa, encontrar esse tempinho de grande significância no dia a dia é precioso.

Você diminui seu nível de estresse

Doenças como síndrome do pânico são simplesmente estados de alteração da respiração. O estresse também está associado ao ritmo que respiramos. Quando nos sentamos, fechamos os olhos e prestamos atenção em nossa respiração, nossa mente se acalma junto com o ritmo natural que respiramos. Mesmo as situações mais estressantes podem ser controladas com a atenção à respiração. Quando você se sentir nervoso/a ou ansioso/a, pare durante alguns minutos e simplesmente respire.

A meditação não precisa ser feita em um período específico do dia (apesar de algumas pessoas gostarem de meditar pela manhã ou antes de dormir) nem com uma determinada duração. Você pode fazer uma meditação a qualquer hora do dia, de um a cinco minutos, ou até mais, se quiser. um minuto de meditação já fará toda a diferença.

Você aprende a controlar suas emoções e a tomar melhores decisões

No Budismo, aprendemos que todos os problemas são causados pela nossa mente. Quando você medita, além de se acalmar, consegue refletir sobre os seus sentimentos e emoções. Será que estou tomando a atitude certa? Às vezes, no cotidiano, não conseguimos entender se escolhemos o melhor caminho. Ao meditar, conseguimos observar um pouco mais de perto tais emoções e aprendemos a controlá-las de forma consciente – “não vou me sentir mal por determinada situação porque entendo que isso e aquilo”.

Você aprende a lidar melhor com as pessoas

Como você diminuirá seu nível de estresse, aprenderá a controlar suas emoções e a tomar melhores decisões, é natural que consiga refletir isso em atitudes relacionadas às outras pessoas. Todos sentirão a diferença, inclusive você.

Você vai melhorando sua meditação com a prática

É muito difícil conseguir meditar quando você tenta pela primeira vez – parece que sua mente fica ainda mais agitada, com todos aqueles pensamentos vindo à tona! Na verdade, o que acontece é que você simplesmente para para prestar atenção à sua mente – ela está agitada e cheia de pensamentos assim o tempo todo. Quando você começa a desenvolver essa atenção, aprende a controlar um pouco mais os seus pensamentos.

No mais, com o tempo muitas coisas vão melhorando com a meditação. Você acostuma seu corpo a ficar mais tempo na mesma posição, aprende a meditar por mais tempo, a respirar melhor, enfim, uma série de mudanças que só a prática constante pode trazer. Meditar demanda treino assim como andar de bicicleta ou tocar um instrumento – não acontece sem treino e dedicação diários.

Você pode meditar em casa, no trabalho, no carro, na natureza, nos 15 minutos antes de voltar ao trabalho na hora do almoço. Aproveite esse momento consigo mesmo/a e traga mais paz e significado ao seu dia a dia.