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Eu aprendi sobre: GTDâ„¢

Estou fazendo uma série este mês no blog comentando sobre aprendizados recentes e contínuos em áreas diversas da minha vida.

No post de hoje, vou escrever um pouco como se dá o meu aprendizado em torno de um método que eu uso há tanto tempo (quase 13 anos), que é o GTD™.

GTDâ„¢ é um método de produtividade, criado pelo norte-americano David Allen, com foco em alta performance, e tem um livro base chamado “A arte de fazer acontecer”. Você encontra dezenas de textos sobre o método aqui no blog, nesta mesma categoria, se tiver interesse em saber mais.

Pode ser que eu goste desse assunto.

E o meu foco neste texto de hoje é sobre falar como você desenvolve um aprendizado contínuo em algo que já estuda há tanto tempo. Eu me vejo falando sobre GTD™ como um professor de língua portuguesa há décadas fala sobre não o seu ofício, mas sobre seu objeto de estudo e ensino.

Como acontece com qualquer outra habilidade, não há limites para o seu aprendizado na metodologia. Não existe um ponto final que você aprendeu e pronto, acabou, é limitado. Você melhora à medida que vai melhorando mesmo, porque assim é a vida. E o método, por gerenciar os múltiplos aspectos da vida de cada um, muda conforme você vai mudando e desenvolvendo novos desafios.

Muito se discute sobre a validade do método GTDâ„¢ antes e hoje. E eu estou super de acordo com o David quando ele diz que, quando os seres humanos estiverem colonizando Marte, ainda assim eles terão ideias, projetos e informações para gerenciar. O GTDâ„¢ não trata do conteúdo em si das coisas, mas sim dos formatos, melhores técnicas de gerenciamento desse conteúdo mesmo – que é definido por você.

Alguém por favor dê essa notícia para o Elon Musk.

É preciso ter muita humildade para você estudar uma metodologia durante anos, ensinar sobre ela, e ainda assim entender que você ainda está aprendendo.

Ano passado, quando eu fiz o Nível 3 (o último curso do GTD™, lá na Holanda), eu aprendi que a grande chave de tudo mesmo está nos Fundamentos, ou seja, no curso do Nível 1! E isso mudou completamente a minha abordagem desse primeiro curso, porque conceitos que poderiam ser considerados básicos na verdade são todos os conceitos que você precisa saber para efetivamente colocar a metodologia em prática. Então meu foco tem sido em refinar esses conceitos.

Muitos alunos e colegas me perguntam se eu ainda estudo GTD™. Sim, e muito! O próprio David fala que seu verdadeiro trabalho começa quando você conquista a faixa-preta. Antes, era uma jornada até chegar lá, mas a coisa toda muda de nível uma vez que você se torne essa pessoa mais especialista.

Na prática, funciona assim: eu estudo diariamente. Todos os dias, faço de uma a duas horas de estudo da metodologia, dependendo, é claro, de outros compromissos. Mas, de modo geral, estudo assistindo aulas gravadas (em inglês, porque assim treino o idioma também), webinários, vídeos, podcasts, lendo textos e artigos relacionados, apostilas (lendo e traduzindo), escrevendo, e lendo os livros, por fim. Também considero estudo quando interajo com outras pessoas – lendo uma dúvida no grupo do Facebook, por exemplo, e pesquisando ou pensando sobre ela para responder.

Aqui entra um pouco também do que eu aprendi com o Cal Newport em seu livro “Deep Work” (aliás, ótimo livro para resenhar em outro momento por aqui): você, para ser especialista, precisa se aprofundar em alguma coisa. E não dá (obviamente) para se aprofundar em muitas coisas. Cada vez mais, a gente vai “nichando” o que pretende estudar e vai se aprofundando nesses temas de escolha. O profissional especialista do futuro, seu diferencial, será justamente ser “o cara” em determinado assunto, em um grau de conhecimento técnico tão avançado que “não tem pra ninguém”. Eu não me considero essa pessoa, mas busco sê-la, quando estudo GTDâ„¢, também na condição de saber que ninguém sabe tudo.

Imagem: Life Hack

Depois de mais de uma década estudando e usando o método GTD™, e me aprofundando com afinco há pelo menos cinco anos, eu posso dizer que me considero iniciante em vários aspectos. Um grande desafio para qualquer professor é perder de vista como era quando começou a aprender sobre aquele assunto, porque essa visão permitiria ajudar melhor quem é iniciante a aprender agora. Por isso eu mantenho numa boa a ideia do meu marido não usar GTD™ (rs). Durante muitos anos insisti, até perceber que 1) ele tem a maneira dele de fazer as coisas e 2) isso me permite estar sempre em contato com uma pessoa que não se organiza como eu, e isso me permite ter TUDO a aprender todos os dias, de maneira contínua.

Vale dizer também que, como professora da metodologia, não posso me dar ao luxo de parar de estudá-la. Faço isso não apenas por mim, por gostar do assunto, mas pelos alunos e outros instrutores que eu capacito.

Se você tiver alguma área de conhecimento que você ama e que você descobriu que, de alguma maneira, você manja muito, vale a pena se aprofundar nela, porque você nunca sabe quando a sua paixão vai virar algo principal na sua vida.

Ah, e eu fui chamada para ser palestrante no evento global do GTDâ„¢, e minha foto aparece ao lado do David Allen, praticamente. Eu não sou mais especial que ninguém por causa disso – sou apenas a prova viva de uma pessoa que encontrou um tema que gosta muito, se aprofundou nele e teve isso reconhecido profissionalmente. <3