Guia definitivo do Vida Organizada para usar o GTD no Evernote – Parte 6 – Metas, objetivos e visão

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Hoje o post traz a Parte 6 do Guia definitivo do Vida Organizada para usar o GTD no Evernote. Confira os posts anteriores na tag Guia definitivo GTD e Evernote. Hoje falaremos sobre os últimos três níveis do GTD, que correspondem às metas para os próximos dois anos, visões para 3 a 5 anos e a vida no geral.

[quote class=”verde”]Se você não sabe o que é GTD, clique aqui. Se você não conhece o Evernote, clique aqui.

Importante: este guia é para uso avançado de ambos, então não focarei em princípios básicos nesta série. É fundamental conhecer o método GTD e saber manusear o Evernote para acompanhar.[/quote]

Eu utilizo como base o guia mostrado pelo Matt Martin, do site After The Book. Ele usa uma estrutura com apenas dois cadernos e todo o restante gerenciado por tags (ou etiquetas). É assim que faço também. Meu guia é baseado no dele, mas eu preenchi alguns gaps que ele deixou (e que eu identifiquei à medida que ia usando) e está em português.

[alert icon=”fa-hand-o-right”]Aviso de atualização em dezembro/2015: Quando escrevi este post, em 2014, eu não tinha feito os cursos diretamente com o David Allen e, por isso, estou revisando esta série um ano depois para aprimorar alguns conceitos. Se você já leu esta série antes, peço que releia e encontre notas como esta ao longo do texto para conferir as atualizações.

Outro ponto importante: Este modelo pode parecer complicado para quem estiver começando a usar GTD, e é mesmo. Ele foi feito, como disse ali em cima, para quem já usa o método e queria um modelo mais completo. Não falo isso por besteira, mas porque é bem complicado assimilar conceitos com os quais você não está familiarizado. Caso seja iniciante no GTD, recomendo que comece pela série Aprenda GTD e não use este guia. Obrigada.[/alert]

Sobre os períodos de tempo

O David Allen faz essa divisão:

  • Objetivos e metas (1 a 2 anos)
  • Visão (3 a 5 anos)
  • Propósito e princípios

Quando falamos em metas, é legal lidarmos com o período de 1 a 2 anos, realmente, porque é um período mais razoável para gerenciarmos nossos projetos em andamento que apenas 1 ano (como nas resoluções de ano novo). No geral, o que está em nosso radar de hoje até daqui a 2 anos é o que temos controle no momento. Passou disso, vira visão, pois muito ainda pode acontecer até lá. Ou seja: se estiver dentro desse período de 24 meses, podemos lidar com metas. Se passar disso, o que podemos ter é somente uma estimativa. Legal, né?

Na minha organização pessoal dentro do Evernote, eu faço um pouco diferente e configuro assim:

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[alert icon=”fa-hand-o-right”]Aviso de atualização em dezembro/2015: Eu não divido mais desse jeito, mas mantive o print como registro para quem quiser fazer parecido. Para saber como eu faço, acompanhe sempre a categoria Meu uso do GTD, que traz os posts mais atualizados sobre o meu sistema.[/alert]

Horizonte 3 – Objetivos e metas

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A ideia é criar sub-tags para as metas de 1 a 2 anos.

Mais uma vez, dividir em objetivos para 3, 6, 12 e 24 meses foi uma escolha minha, bem pessoal. Você pode manter todas as suas sub-tags de metas para 1 a 2 anos dentro da tag 30.000 ft – Metas para 1 a 2 anos. Ou ainda pode criar sub-tags como “Objetivos – 2014” e “Objetivos – 2015″. Fica a seu critério. Mais uma vez, eu prefiro assim apenas porque, para mim, funciona melhor.

Eu coloco um asterisco na nomenclatura da tag porque, quando digito * na nota, o Evernote me lista todos os objetivos e fica mais fácil de selecionar o que eu preciso. Também coloco os meses na sequência porque eles ficam agrupados e fica mais fácil de reconhecer. Não vou ficar desmembrando a árvore de tags toda vez que for processar uma nota.

[quote class=”rosa”]Os objetivos serão associados a projetos. No próximo post, eu vou falar sobre como usar as notas, tags e cadernos na prática, então peço apenas mais um pouquinho de paciência para essa demonstração. É importante explicar nível por nível antes de entrarmos nessa parte.[/quote]

Horizonte 4 – Visão

 

É importante lembrar que as visões para 3 a 5 anos são apenas isso: visões. Estimativas. Não tem como a gente saber exatamente o que vai estar fazendo daqui a 3 ou 5 anos, mas podemos ter uma ideia, pois isso pode guiar nossos passos aqui no presente.

[alert icon=”fa-hand-o-right”]Aviso de atualização em dezembro/2015: No curso que eu fiz com o David Allen, aprendi que visão é tudo aquilo acima de 3 a 5 anos. Se eu quiser ter uma timeline da minha vida de 100 anos, isso é visão, por exemplo.  Para recomendar a organização aqui, eu criaria uma nota com cada tópico relacionado à visão e, dentro dela, inseriria as informações.[/alert]

[alert icon=”fa-hand-o-right”]Aviso de atualização em dezembro/2015: Uma das recomendações aqui seria o uso da tag Big picture, que anteriormente eu recomendava que ficasse no Horizonte 5. Faz mais sentido ficar aqui, porque se trata de uma visão da vida como um todo.[/alert]

Em Big picture, eu faço um apanhado da minha vida no geral. Até hoje, me pergunto se não poderia ser uma tag de referência, mas ela é ativa demais para ficar arquivada lá. Em Big Picture, eu tenho uma nota para cada ano da minha vida, onde anoto marcos e informações especiais, para fazer um resumão mesmo. A ideia é ter um registro de todos os anos que vivi, e fico feliz por ter começado a fazê-lo agora, e não com 70 anos (não ia conseguir me lembrar de nada). Então, se eu digitalizo algumas fotos da minha formatura no ensino médio, por exemplo, basta linkar a nota na nota de ano correspondente, ou inserir uma foto nela, para ficar bonitinha. Dá para fazer a acontecer aqui. A ideia é tão legal (eu acho) que daria para fazer um post inteiro sobre ela, mas é que demanda digitalizar muito material que ainda não digitalizei, para ficar um post bacana. Mas pretendo fazer assim que conseguir.

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Dentro da tag “2014” (ano corrente), eu tenho as notas acima, que vou atualizando à medida que tenho essas informações. Quando o ano for concluído, basta mesclar todas as notas e arquivá-la como “2014” dentro da tag “Big picture”, junto com os anos anteriores, e renomear a tag “2014” para “2015”. Bem divertido!

Também gosto de deixar “Objetivos concluídos” dentro de “Big picture”, porque acho que tem a ver. Apesar de atualmente estar arquivando os objetivos com suas tags correspondentes, estou me perguntando se não vale a pena ter uma única nota para o objetivo concluído e, dentro dela, eu linkar o que eu quiser que tenha sido relacionado: outros objetivos, projetos afins etc.

Horizonte 5 – Propósito e princípios

 

Chegamos à minha parte preferida, que é a visão geral da nossa vida! É por isso que o GTD é um método tão incrível – não se trata de gerenciar ações e calendário, isso é o mínimo. Estamos falando em encontrar uma maneira de viver uma vida coerente.

Por fim, tenho a tag “Valores e princípios”, que também é sugestão do David, onde eu tenho uma nota para cada percepção de vida sobre diversos assuntos. Exemplos: “Minha visão da maternidade”. “Minha visão sobre minha carreira como organizadora profissional”. “O que eu penso sobre o aprendizado de idiomas”. E por aí vai. A ideia é registrar todo tipo de reflexão que eu tenha a respeito de princípios e valores da minha vida. Para quê? Oras, para ter parâmetros para tomar decisões.

[list]Como lições de casa, hoje quero pedir para você:

– Pensar nos seus valores e que objetivos de vida você tem, lá no íntimo do seu ser. Esses objetivos podem mudar, mas dificilmente irão, porque fazem parte de nosso caráter. Você observará isso, mas lembre-se de que eles não estão escritos em pedra. Faça essa reflexão e liste os objetivos que pretende ter atingido no dia em que estiver partindo desta para uma melhor.

– Pensar em um objetivo de longo prazo (acima de 10 anos) que contribua para que o seu objetivo de vida seja realizado. Eles devem estar relacionados. Faça isso para cada objetivo de vida. Se não conseguir encontrar um objetivo de longo prazo para um objetivo de vida, questione-se se esse objetivo de vida realmente é real para você.

– Pensar em um objetivo para daqui a 3 a 5 anos que tenha a ver com o objetivo de longo prazo, como no exemplo acima. Por exemplo, se eu quero deixar dois apartamentos para deixar de herança, um objetivo para daqui a 3 a 5 anos pode ser comprar um apartamento na planta. Faça isso também com todos os seus objetivos de longo prazo.

– Pensar em metas para 1 a 2 anos que estejam relacionadas com seus objetivos de 3 a 5 anos. Vale o mesmo raciocínio explicado anteriormente.

– Verificar se sua lista de projetos atuais batem com suas metas de 1 a 2 anos. Se tem projetos que não tenham nada a ver com elas, faça uma análise – está faltando objetivo ou sobrando projeto insignificante? É assim que a gente aprende a definir prioridades.

– Por fim, garantir que todos os seus projetos tenham pelo menos uma próxima ação definida. Se não conseguir, pergunte-se se o projeto é coerente com sua fase de vida atual. Talvez ele deva ir para “Algum dia / Talvez”, ou outro deva sair para ele entrar.[/list]

Ou seja, bastante coisa para fazer antes do próximo post, hein, pessoal? 🙂

A ideia é analisar a vida como um todo mesmo, dar esse chacoalhão inicial, para depois ir simplesmente administrando. É o que o GTD promove e o Evernote proporciona. Mas o cérebro ainda é só o nosso mesmo.

Até o próximo post.