Viagem, dia 1 – chegada.

Cansadérrima. Estou escrevendo aqui para ir dormir na sequência. A viagem foi ok, mas só percebi o quanto foi cansativa ao chegar aqui. Os meninos ficaram de passar com a van na casa da mãe do Anderson às 13h, e pouco organizada como eu sou, chegamos lá antes das 11h. Ele acordou às 5h50, mamou e dormiu. Aproveitei para dormir até às 7h30 porque estava morrendo de sono, daí acordei com ele. Antes de irmos, eu precisava terminar de arrumar as coisas (alguns itens só poderiam ser colocados nas mochilas na hora de sair!) e tinha alguns serviços online para resolver. Foi uma correria absurda e eu fiquei über estressada – eu deveria ter legendas em alemão (Friends). No entanto, às 9h50 estava tudo pronto, Paul estava tomando o leitinho e ainda consegui descer tudo para a sala antes de sairmos.

Como eu tinha programado, ele dormiu no carro. Demoramos de 30 a 40 minutos para chegar do outro lado da cidade e ele acordou bem. Como estavam somente os meus sogros e a cachorrinha (presa), ele não estranhou dessa vez. As sobrinhas do Anderson chegaram depois, uma de cada vez, e ele ficou tranquilo. Ufa! Bem diferente da última vez, quando ele estranhou todo mundo. Pudemos até ir até a avenida perto comprar algumas coisas para a viagem (detergente para lavar as mamadeiras, buscopan composto para mim e aspirina). Paul comeu ao meio-dia e deveria mamar às 14h, já na van, para dormir em seguida. Adivinhem o que aconteceu?

Já passava das 13h30 quando o Paul estava morrendo de sono e nada da van aparecer. Quando deu 14h, resolvi dar o leitinho dele (ele já estava sonolento e choroso no colo da madrinha), e a van, claro, chegou 5m depois. Terminei de dar o leite enquanto eles arrumavam as bagagens. Achei que não fossem caber. O problema é que consegui compactar a bagagem do Paul em uma mochila e meia, a minha nessa outra metade, a do Anderson em uma mochila pequena e eu levei também a bolsa de mão com as coisinhas que precisaríamos na viagem. Porém, nem todos pensaram assim, e alguns chegaram a levar duas malas gigantes cada um. Então, quando a van ficou lotada, para quem sobrou a culpa? Os bebês! Mas tudo bem, porque o festival de desculpite apenas começava.

Depois de 15m instalando as cadeirinhas, partimos. Paul dormiu em menos de meia hora, tadinho. Quase não tínhamos espaço, mas foi ok. Ele acordou meia hora antes da primeira parada e, quando descemos, ele comeu a papinha e nós também conseguimos comer alguma coisa. Troquei a fralda dele no trocador e tenho uma observação a fazer: por que só há trocador no sanitário feminino? Anderson ia trocá-lo enquanto eu arrumava os apetrechos da papinha e iria ao banheiro, mas voltou dizendo que só tinha trocador no feminino. E se um pai estiver viajando sozinho com o filho? Nosso país é muito machista mesmo. Chega a doer.

Ao voltar para a van e prosseguirmos com a viagem, ele estava bem, mas eu sabia que não teria sono tão cedo e logo ficaria irritado de ficar só sentado na cadeirinha. Dito e feito: consegui distraí-lo um pouco com alguns brinquedinhos, mas ele logo se entediou. Peguei no colo, brinquei um pouco, e ele só queria sair daquele desconforto, coitado. Duas horas depois, ele começou a chorar demais e eu resolvi dar o leitinho, mas ele tomou só metade (já eram 18h).

Os meninos deveriam chegar antes das 18h para passar o som, mas nesse horário ainda estávamos na estrada. De quem foi a culpa? Dos bebês! Da bagagem em excesso. Da instalação das cadeirinhas. Da parada para trocar fraldas. E não da “não precisa levar o bagageiro acoplado”, da 1h atrasados e do pessoal fumando depois que paramos, eu com o Paul dentro da van brincando numa boa.

Resumindo, chegamos às 20h no bar para passar o som. Paul tirou uma sonequinha rápida das 18h30 às 19h e depois ficou inconsolável, claro. As duas mamadeiras estavam sujas e dependíamos da chegada ao hotel para fazer tudo. Além disso, ele fez cocô, mas era impossível trocar na van. Ao chegar no bar, os meninos disseram que só deixariam os instrumentos e já iríamos para o hotel, então desci apenas para esticar as pernas e distraí-lo, sem levar bolsa, nada. Então eles trancaram a van (só vi depois) e demoraram muuuito passando o som! O Paul ficou super bem, dentro daquelas condições, dando um chorinho aqui e outro ali, aquele olhar de tipo “legal pra caramba, mas quando eu vou dormir?”, até finalmente capotar no meu colo (quase 21h). Foi quando eu percebi que a manta dele estava molhada – o xixi vazou. Fiquei me perguntando o que mais poderia acontecer e fiquei rezando para eles acabarem logo. Se o Paul acordasse, cansado, com fome, com sono, feito cocô e molhado, nada o acalmaria (e com toda a razão!). Então finalmente viemos, mas claro que ouvimos mais uma vez que atrasamos por causa dos bebês etc. Nesse momento, eu me arrependi amargamente de ter vindo. Pensei: “ninguém merece passar por isso, meu filho está cansado, com sono, com fome, sujo, eu estou cansada, com dor (do corte, de ficar sentada com calça jeans), sem reclamar de nada com ninguém e tentando atrapalhar o mínimo, quando pdoeria estar na nossa casa, ele dormindo no quentinho e eu com as minhas coisas, tranquila”. Pensei seriamente em voltar sozinha amanhã.

Chegamos no hotel quase 21h30 e eles teriam que voltar para o bar às 22h45. Chegamos, coloquei o Paul ainda dormindo na cama e fui arrumar as coisinhas dele. Deixei mamadeira, trocador, tudo pronto, e fomos trocar a fralda com cocô. Ele acordou chorando, mas o Ande brincou com ele e ele ficou bem, adorando o espelho enorme no banheiro e todas essas novidades. Foi difícil dar banho nele, pois o chuveiro é daqueles super jatos e eu mesma fico com falta de ar com aquilo. Demoramos uma eternidade para ajustá-lo e o Paul começou a chorar de fome e de sono. Demos banho, me estressei de novo, mas depois de tomar o leitinho ele ficou praticamente 100%. Isso foi umas 23h. Pedi minha janta, liguei o notebook, Ande foi tocar e eu o coloquei para dormir. Ele está lá, e eu vou me juntar em breve.

Não vou mais embora amanhã. Depois que tomei banho, dei uma descansada, e tenho certeza que amanhã estaremos todos melhor. Mas é muito difícil viajar com ele assim pequeno dependendo dos outros. Quando fazemos nossos horários, é mais fácil. O que achei engraçado foi que, enquanto os meninos estavam passando o som, o Paul não ficou assustado, não chorou, não achou alto. Fez cara de intrigado, porque era um barulhão, mas eu encostei o rostinho dele contra o meu corpo e tampei a outra orelha, e ele ficou olhando de longe. Achei bonitinho ele ter pego no sono com a música relativamente alta. Filho de peixe…

Sobre a autora

Thais Godinho

Autora do Método Vida Organizada, criou este blog em 2006.

Você também pode gostar...

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esta mensagem de erro é visível apenas para administradores do WordPress

Erro: nenhum feed encontrado.

Vá para a página de configurações do Instagram Feed para criar um feed.