Minha mudança para um apartamento

Vou começar essa série de posts aqui no blog compartilhando sobre a mudança e este primeiro vai ser para explicar os motivos.

Existem muitas informações minhas bastante pessoais que eu opto por não compartilhar para evitar a exposição das pessoas envolvidas, tá bem? E porque quero ser discreta em algumas áreas da minha vida, mesmo tendo este trabalho que demanda um certo nível de compartilhamento pessoal.

A ideia de mudar para um apartamento já é antiga, de anos. A casa onde eu morava tinha sido a casa que antes era da minha avó, e a casa onde eu nasci e cresci. Morar lá, para mim, causava uma série de sentimentos que, com o tempo, identifiquei e pude dar nome a eles, compreendendo que gostaria de morar em outro lugar.

Durante a p4ndemi4, ter ficado lá, fechada, por tanto tempo, me deu crises de ansiedade e outras coisas que não vêm ao caso compartilhar no momento. Por isso, a ideia de mudar já vem faz tempo.

Quando eu fui para a Alemanha, eu percebi como eu consegui me virar sozinha estando lá e como era boa a sensação não apenas de liberdade, mas de ter autonomia sobre o meu próprio cantinho. E eu nunca, nunquinha tinha tido “a minha própria casa”. Sempre foi ou a casa dos meus pais, da minha avó ou a casa do casamento. E eu sentia falta de ter esse canto meu.

Além disso, veio o acidente. Eu morava em um sobrado. Não tem como se deslocar, tudo é terrível, dolorido e custoso. Tanto que, quando cheguei no Brasil, considerei ficar em um hotel ou alugar um Airbnb para não ter que ficar no sobrado, devido às escadas e todos os desníveis para coisas básicas, tipo chegar até o banheiro. Elas por elas, valeria mais já abraçar a mudança de apartamento, e foi o que eu fiz.

Eu encarei essa mudança como se estivesse mudando de país. Eu não pude visitar o imóvel, fiz tudo pela Internet, e dei sorte porque foi tudo certo. Eu procurei um apartamento no primeiro andar por conta dos barulhos de patinhas dos cachorros que não incomodariam o vizinho de baixo. São dois quartos – um para mim e outro para o Paul – sendo que terei uma mesa na sala para trabalhar e um mini-estúdio para ele estudar teclado e eu tocar meus instrumentos. O apartamento é antigo, tem umas coisinhas para arrumar, mas eu já adoro estar nele! O prédio é muito gostoso e silencioso e, os funcionários, muito prestativos. Todos têm me ajudado demais com a mudança e sendo compreensivos com o meu estado.

Fazer uma mudança com a perna quebrada não é nada fácil, mas isso fica de assunto para outro post. O que posso adiantar é que estou fazendo aos poucos, sem pressa, no ritmo que dá.