O período de cinco anos pode ser considerado um período de médio prazo, em que é possível trabalharmos na construção das coisas – do estilo de vida que queremos viver.
Cinco anos atrás era 2019. Mal dá para acreditar. Pensando sobre isso recentemente, eu percebi como os anos da pandemia parecem com um “borrão” no tempo. Eles existiram, muita coisa aconteceu, ao mesmo tempo que parece que 2019 foi ano passado.
De 2019 para cá, o meu filho se tornou adolescente. Eu mudei de casa. Consolidei o meu negócio. Terminei um mestrado e comecei um doutorado. Parei de trabalhar ministrando cursos de GTD. Amadureci o Método Vida Organizada. Fiz um intercâmbio (ainda estou nele). Muita coisa mudou, em definitivo.
Aqui vai então uma revisão dos objetivos de médio prazo que eu tinha cinco anos atrás e como eles foram desenvolvidos ao longo dos últimos anos:
Construir, em todas as áreas da minha vida (trabalho, saúde, finanças, lazer, casa, tudo), modelos sustentáveis (no sentido de durarem a longo prazo) de viver, pensando em uma velhice tranquila e significativa.
Isso sinceramente ainda está em construção. Passei por muitos altos e baixos nesses anos. Mudei muito. Eu ainda tenho esse objetivo, mas eu diria que ele se tornou mais um objetivo de vida que algo a médio prazo mesmo. Tanta coisa aconteceu. Minha avó morreu, eu me separei, o Bolsonaro foi eleito (isso mudou minha relação com a política para uma visão mais radical e um senso de comunidade ainda maior). Muita coisa aconteceu nesses últimos cinco anos.
Garantir a melhor formação possível para o Paul que estiver ao meu alcance. Isso inclui não apenas a formação escolar, mas também de valores, educação e vida como um todo. Agora ele tem 10 anos e está entrando em uma fase crucial da vida, na qual é extremamente importante estar perto e apoiar, para que esse vínculo nunca se desfaça (a adolescência é um desafio).
Esse objetivo eu posso considerar concluído até então. O Paul é uma pessoa incrível. Mas ainda tem chão pela frente, nesse sentido do companheirismo e maternagem, obviamente. E ele ainda tem todo o Ensino Médio pela frente.
Minha mãe mora em outra cidade, e já está claro para nós que em algum momento ela terá que vir morar mais próxima de nós, especialmente porque São Paulo capital tem uma estrutura de saúde melhor, caso ela precise – o que sempre é uma questão a se considerar quando falamos de cuidados com idosos.
Bom, depois de cinco anos, minha mãe ainda não quis se mudar. Em determinado momento, ao longo dos últimos cinco anos, eu aceitei que eu não tinha qualquer poder de decisão nisso – cabia a ela. Então decidi que meu papel era simplesmente apoiá-la no que ela precisasse e quisesse fazer, e por hora ela está bem lá onde ela mora e não precisou mudar para São Paulo ainda.
Eu amo o meu trabalho e quero fazer o que faço até o meu último dia de vida, em termos de propósito. Porém, em termos de formatos, nunca se sabe o que pode acontecer – se posso ficar inabilitada para alguma coisa, por exemplo. Logo, precisamos sempre ter “planos B” para a velhice, visando segurança, simplesmente. Então, meus investimentos serão sempre no sentido de pensar: se eu não puder mais trabalhar como faço hoje, como vamos ficar? Todo o meu trabalho, minhas finanças, nossa casa, estilo de vida, é voltado para construir uma velhice tranquila. A velhice já é desafiadora por si só com seus diversos elementos naturais – ficar preocupada com outros fatores que podem ser coordenados antes é tudo o que uma idosa não precisa.
Com base nisso eu comecei a fazer uns investimentos, mas confesso que gostaria de ter guardado mais dinheiro do que efetivamente guardei. Eu ajudei muita gente durante a pandemia. Tive amigos que correram o risco de ir morar na rua porque não tinham rede de apoio e não conseguiam pagar o aluguel. Apoiei projetos. Investi em pessoas. Colaborei financeiramente com muitas causas. Não me arrependo de nada disso, mas é importante citar porque foi por esse motivo que eu não guardei mais dinheiro “para mim” nesses anos todos. Me sinto privilegiada por poder ajudar em vez de apenas “acumular”.
Finalmente, cheguei a um ponto da minha vida em que me sinto mais madura para desenvolver uma tese. Poderia ter feito mestrado e doutorado na casa dos 20 anos? Poderia, e certamente teria sido muito bacana. Mas, hoje, estou na vibe de fazer isso. É diferente. Amadureci meu ponto de vista sobre o meu trabalho, sobre a sociedade, sobre o mundo, e acredito que consiga contribuir de verdade com o que tenho a desenvolver. Essa tese é a que quero desenvolver nos próximos anos com o doutorado e com todos os pós-doutorados que eu vier a fazer. Será meu legado para o mundo, já agregado ao trabalho que faço com o Vida Organizada.
Bom, entrei no doutorado e ano que vem defendo a tese sobre produtividade compassiva. Não tem sido um caminho fácil, mas foi algo grandioso que coloquei na minha vida e a mudou significativamente.
Fazer uma revisão dos meus objetivos de médio prazo de cinco anos atrás foi interessante para ver como alcancei alguns, evoluí em outros, fui mais devagar em alguns deles. A vida continuou acontecendo, mesmo com a pandemia e outros desafios. O negócio é continuar refletindo sobre a vida que estou construindo para mim e para os meus, e fazendo ajustes que impactem na minha relação com o hoje, para viver uma vida mais significativa e plena. Espero que vocês tenham gostado desse post.
Nossa, é estranho pensar que 5 anos atrás era 2019!!! Eu até levei pra pauta da terapia como a pandemia mudou a percepção do tempo.
Amei esse post, você Thais é uma referência quando eu, penso em estudar. Na minha família eu sou uma das poucas que terminou o ensino médio, ano que vem termino o técnico de enfermagem e quero fazer faculdade.
Com os seus relatos, me fez refletir, que seria bom também, fazer mestrado e doutorado.
Thaís, tudo bem?
Acompanho você a anos aqui e cada vez mais adoro os conteúdos aqui publicados, não vou mentir que acesso aqui, sem mentir, todos os dias. Venho mais aqui do que no canal do YT haha.
Adoro ler esses conteúdos aonde você abre as suas experiências, suas vitórias, suas virtudes e seus fracassos, isso aproxima cada vez mais nós leitores de você.
Continue compartilhando seu conhecimento, mesmo sem você saber, você acaba ajudando muitos que inventem seu tempo passando por aqui.
Só desejo evolução cada vez mais para você e para os seus.