Sobre pausas: quando peguei dengue pela segunda vez

Quando você estiver lendo este post, eu já estarei bem, pois escrevo os posts com antecedência e deixo agendados no blog. Mas meus últimos dias no Brasil foram marcados por um quadro de dengue, um pouco pior que a primeira vez que peguei, o que me deu a oportunidade de fazer uma pausa para cuidar da minha saúde e descansar. O post de hoje é sobre isso.

A dengue é algo que pode afetar qualquer pessoa, não importa a idade ou a condição física. Você pega dengue através da picada de um mosquito infectado, geralmente o Aedes aegypti. Esse mosquito adora água parada, então é importante sempre eliminar qualquer acúmulo de água em casa e no quintal. Todo mundo está suscetível, especialmente em áreas onde a dengue é comum, por isso é bom tomar cuidados extras, como usar repelente e instalar telas nas janelas. Ficar atento e prevenir é a melhor forma de se proteger dessa doença chata. Eu moro em apartamento, então não sei se onde pode ter vindo, mas fatalmente foi aqui pela minha vizinhança.

Eu sempre falo sobre a importância de colocar limites e fazer pausas, mas é incrível como a gente consegue ser mais assertivo nisso quando está doente. Quando estamos no pique do dia a dia, é fácil esquecer de parar e cuidar de nós mesmos, mas basta uma doença como a dengue para nos lembrar de que a saúde deve vir em primeiro lugar. Estar doente nos força a desacelerar, a ouvir nosso corpo e a entender que, sem saúde, nada mais importa. É uma lição valiosa sobre a importância de fazer pausas regulares e respeitar nossos próprios limites, antes que nosso corpo nos obrigue a isso.

Hoje, então, eu gostaria de falar sobre como foi importante avisar todo mundo que eu estava indisponível e pronto, não havia o que fazer. Com isso, pude realmente descansar sem culpa. Informar as pessoas sobre a minha situação tirou um peso dos meus ombros e me permitiu focar totalmente na minha recuperação. Às vezes, a gente precisa aceitar que não dá para estar em todos os lugares ao mesmo tempo e que tudo bem pedir um tempo para cuidar de si mesmo. Essa pausa forçada me ensinou que avisar os outros e me desligar por um tempo é essencial para uma verdadeira recuperação.

Como fazer isso? É mais simples do que parece. Primeiro, avise as pessoas próximas e importantes no seu trabalho ou na sua vida pessoal sobre a sua situação e que você precisará de um tempo para se recuperar. Seja honesto e direto sobre a necessidade de descanso e a impossibilidade de estar disponível. Depois, desative notificações, configure uma resposta automática no e-mail e, se possível, delegue tarefas. Reserve esse tempo para realmente descansar e cuidar de você, sem sentir culpa. Lembre-se de que sua saúde vem em primeiro lugar e que, ao se cuidar, você estará mais forte e pronto para enfrentar os desafios depois.

Depois, quando se sentir melhor para voltar aos poucos, revise seus projetos e pendências, e vá retomando os contatos com novas previsões de prazos. Uma coisa é fato: você não vai conseguir e nem deve obedecer à agenda que é melhor para os outros. Você está se recuperando, e não dá para forçar. Vá no seu ritmo, priorizando sua saúde e bem-estar. As pessoas precisam entender que, para dar o seu melhor, você precisa estar bem. Ajuste os prazos conforme necessário e lembre-se de que sua recuperação é o mais importante agora.

Reorganizando a minha rotina de volta ao Brasil

Estou de volta ao Brasil por algumas semanas para passar as férias de julho com o meu filhote. Isso envolve continuar a minha rotina de trabalho, estudo e pesquisa, mesmo à distância, ficar com ele e resolver algumas coisas em casa antes de viajar novamente. Por isso, foi importante reorganizar a minha rotina.

Como estou acostumada ao fuso horário de +5 horas, eu decidi tentar mantê-lo. Como meu filho está acordando tarde, porque está de férias, eu aproveito o período da manhã para trabalhar tudo o que preciso trabalhar no dia e que me demanda mais concentração, como escrever, responder e-mails e outras coisas do tipo. Almoço com ele, passo a tarde e o início da noite com ele, e de noite ele fica com o pai, que tem hábitos mais noturnos. E eu consigo dormir cedo. Basicamente é isso.

Tem sido uma boa rotina e estou conseguindo fazer o que preciso fazer e passando todo o tempo possível com ele. Vale lembrar que, por ele ser adolescente, ele tem suas próprias atividades, como ficar com os amigos, namorar (pois é) e jogar vídeo-game. Mas, sempre que está em casa, o fato de estar junto com ele conversar, fazer comida, comermos juntos, fazermos passeios etc, já faz toda a diferença.

É um período difícil esse das viagens mas logo acaba. Tô bem centrada em acabar logo para voltar e organizar as coisas por aqui depois desse intercâmbio e, apesar de ser difícil para todos, temos esse objetivo claro em mente, de que é algo bom para o nosso futuro como um todo. Focamos nisso.

Trabalhar sozinha

Eu já compartilhei diversas vezes aqui no blog como, nos últimos anos, eu questionei demais todo o futuro deste trabalho e como eu descobri que, para mim, era difícil o conceito de “ser empresária”. Não tem a ver com “crença limitante”. Tem a ver com consciência de classe e com o que eu quero fazer da minha vida.

Ok, nós nunca trabalhamos sozinhos. Sempre estamos em contato com as pessoas, seja como for. Clientes, fornecedores, colegas, prestadores de serviços. Mas eu percebi que, nos últimos anos, eu estava infeliz com o meu trabalho justamente porque, com o “crescimento” da empresa, com a estruturação do Vida Organizada como uma universidade corporativa, isso me tirou do meu ofício principal (escrever e ensinar) para me colocar no papel de administradora de empresa e líder de pessoas.

E veja: eu entendo a liderança como um conceito mais amplo que simplesmente gerenciar as demandas de um time. Eu me vejo sim como líder do movimento por uma produtividade compassiva através do Vida Organizada, por exemplo, e considero esse papel de liderança importante. Ele me dá propósito para continuar com este trabalho.

O que não tem absolutamente nada a ver comigo são questões operacionais que me desconectam, até me alienam, do meu trabalho, como delegar algo para alguém e perceber, depois de meses, que a tarefa deixou de ser feita porque a pessoa não teve a autonomia de manter o processo – e eu achei que estava tudo bem. Aí eu tenho que consertar erros, reparar danos, treinar a pessoa novamente, fazer um acompanhamento etc. Ou de ter que parar tudo o que estou fazendo para resolver um problema qualquer sobre algo que nada tem a ver com o meu trabalho porque algo aconteceu com alguém. E o fato é que essas pequenas coisas do dia a dia acabaram virando regra nos últimos anos. Eu percebi que meu trabalho tinha se tornado cuidar disso a maior parte do tempo e não me dedicar ao que eu gosto de fazer.

Ao mesmo tempo que a empresa crescia, os custos também cresciam, então qual era o ponto? Eu não preciso de muito para sobreviver. Valorizo muito mais a minha rotina tranquila que lucrar mais e mais a cada mês ou ano. Claro que, dentro da lógica capitalista, a empresa crescer faz parte, senão ela deixa de existir, porque os custos de existência dela aumentam e, por isso, você precisa faturar mais para pagar tais custos e ter uma reserva para os meses seguintes, caso algo mude no mercado (como foi no caso da pandemia). Mas, nos últimos anos, isso custou a minha sanidade, a minha tranquilidade e a minha felicidade. Foi quando eu percebi isso que cheguei à conclusão de que eu não queria uma empresa. Eu queria voltar a ser autônoma. Ter um ritmo de faturamento menor, talvez, mas o meu ritmo. Administrar os projetos que eu dou conta. Fazer uma coisa de cada vez. Voltar a fazer o que eu gosto. E é isso.

Obviamente que essa não é uma decisão fácil e envolve muitas questões importantes para mim, como o desligamento de pessoas. Isso é horrível. O que eu procurei fazer foi avisar com antecedência de meses sobre como estava sendo o meu raciocínio e dando todo tempo e suporte para a pessoa se recolocar. Não tem maneira fácil de fazer isso, mas fiz o que acreditei ser melhor.

A ideia é que, a partir de janeiro 2025, eu esteja trabalhando como autônoma novamente. Não vai ser fácil, vai demandar um tempo de ajustes, mas eu sinto que tirei um peso das minhas costas e resgatei a perspectiva de felicidade que eu sentia falta neste trabalho. Estou feliz por novamente fazer tudo.

Eu não sei como será no futuro mas, no presente, me parece a melhor decisão para mim. Não existem decisões certas ou erradas – existem decisões e suas consequências. Vamos ver como será daqui em diante. Quis compartilhar esse processo com vocês. Obrigada por ler até aqui.

Organizando etiquetas no What’sApp [MAI 2022]

Eu tenho dificuldade com o What’sApp porque não gosto da ferramenta. O conceito de mensagem instantânea me deixa aflita quando as pessoas não sabem utilizar esse recurso. Para mim, mensagem instantânea é para coisa urgente, que não pode esperar, que precisa de uma resposta logo mas que não é uma emergência que justificaria um telefonema. Mas as pessoas usam para absolutamente tudo – agendamentos, perguntas, bate-papo. E isso não seria tão problemático se elas não esperassem que você respondesse o quanto antes, em tempo recorde. O que elas não param para pensar é que elas são apenas uma pessoa mandando mensagem – mas a pessoa que está recebendo sua mensagem está recebendo muitas outras também, cujo volume ela desconhece.

No meu caso, eu recebo tanta, mas tanta mensagem, que é humanamente impossível responder todo mundo diariamente. Já tentei, mas meu dia se resumiria a isso. E não quero. Tenho outras coisas para fazer.

Nesses anos todos, tentei de tudo: deletei o What’sApp, coloquei mensagem automática de resposta (que ainda uso às vezes), ignorei mensagens, respondi todas, enfim. Desta vez, fiz uma organização com etiquetas que tem ajudado. Então, se você lida com MUITAS mensagens assim como eu, diariamente, talvez este post seja útil para você.

No trabalho utilizamos o Slack para comunicação, mas apenas para a equipe. As pessoas de fora da empresa ainda não são acostumadas a usar e utilizam o What’sApp ainda. Espero que esse péssimo hábito mude com o tempo.

Para usar o recurso de etiquetas no What’sApp, você precisa ter a versão Business instalada no seu celular. Ela é gratuita e não demanda nenhum tipo de cadastro com CNPJ nem nada disso. É o mesmo aplicativo, só que com mais recursos, por isso sempre recomendo.

Um desses recursos é o de criação de etiquetas para categorizar as mensagens. Veja: eu não estou recomendando que você perca mais tempo etiquetando as suas mensagens do que respondendo. Mas uma categorização mínima pode te ajudar, além de um processo para revisão e atualização dessas mensagens. Mais uma vez: se for útil para você. Se não fizer sentido, vale a máxima: não precisa consertar o que não está quebrado.

  • Etiqueta RESPONDER em verde. Aqui eu coloco todas as mensagens que precisam de resposta. Aí, diariamente, eu acesso essa etiqueta pelo What’sApp do computador (acho mais fácil para digitar) e respondo as pessoas. Se eu ficar aguardando algum retorno delas, coloco na etiqueta de FOLLOW-UP.
  • FOLLOW-UP significa simplesmente “acompanhar”. São as mensagens que eu preciso fazer algum tipo de acompanhamento. Não apenas respostas ou coisas delegadas, mas acompanhamento de pessoas mesmo, questões diversas etc. Reviso uma vez por semana, na quinta-feira (tem lembrete na agenda), e envio uma mensagem para a pessoa se for necessário.
  • Em Agendamentos eu coloco todas as mensagens de pessoas com as quais faço agendamentos, do salão para fazer sobrancelha até médicos e pet shop. Verifico semanal e mensalmente, para agendar.
  • Informes, Grupos e outros são mensagens de referência, que vejo quando dá. Agora, Grupos de Trabalho eu vejo diariamente, porque geralmente estamos discutindo projetos que precisam do meu retorno.
  • Em Todo dia eu coloco 1 grupo e 4 pessoas com as quais converso diariamente, entre elas a minha mãe, por exemplo. Verifico logo cedo.
  • Em Toda semana eu coloco minhas amigas e outras pessoas que gosto de interagir semanalmente para ver como estão.
  • Em Todo mês eu coloco aquelas pessoas que eu gosto de manter contato, apesar de não estar tão próxima. Ex-colegas de trabalho, amigos do tempo da escola ou faculdade, networking e por aí vai.
  • Também posso criar etiquetas temporárias para projetos, como criei a de “imóveis”, quando estava procurando imóvel comercial. É uma maneira de agrupar mensagens que façam sentido ficarem juntas.

Ainda não é perfeito porque, para mim, ideal mesmo seria não ter que precisar usar o What’sApp. Mas, já que é necessário em alguns casos, essa é a minha busca para conseguir responder sem passar o dia inteiro, dentro do tempo mais adequado para mim. Espero que o post tenha trazido insights para você aplicar também.

Follow-up

Follow-up é um termo em inglês para “acompanhamento”.
Você pode usar “acompanhamento” ou “acompanhar”, se preferir. 🙂

A proposta é ter uma LISTA de follow-up, onde você consiga, então, fazer um acompanhamento de terceiros.

Esse acompanhamento não precisa ser apenas de coisas que você delegou ou pediu para alguém, mas também de atividades diversas que você acha importante acompanhar. Exemplo: CPI da COVID rsrs

Lembrete de Follow-up / Google Agenda

Eu recomendo inserir um lembrete na agenda com recorrência semanal para que você possa revisar essa lista e fazer o acompanhamento. Gosto muito de fazer na quinta-feira, pois aí a pessoa pode retornar antes do final de semana. Mas você pode escolher o melhor dia para a sua dinâmica como um todo (muita gente gosta de fazer na segunda-feira de manhã).

Ao revisar essa lista, não necessariamente você precisa contatar ou cobrar as pessoas. Pode ser um simples acompanhamento mesmo, de verificar em que pé estão as coisas. Assim como você pode ter várias demandas ali de uma pessoa que está super atrasada com tudo, e aí você pode querer agendar um bate-papo com ela para buscar ajudar, ver o que está acontecendo ou de repente até mudar a pessoa responsável pelas tarefas.

Você pode inserir tarefas, ações, demandas, notícias, projetos, entregas, compras feitas pela internet, enfim, tudo o que você está aguardando de terceiros. Não é para colocar coisas suas, mas sempre de outras pessoas, para fazer o acompanhamento.

Você pode ter uma lista única ou várias sub-listas, tipo “pessoal” e “profissional”, ou por pessoa, se você achar apropriado. Eu no momento faço um mix disso, alternando áreas com pessoas.

Lista Follow-up / Todoist

Essa lista é uma “mão na roda”. Considero essencial para a minha organização pessoal. O fato de ser no Todoist facilita bastante levar coisas diretamente do e-mail (Gmail), pois existe uma extensão para o Google Crome que transforma um e-mail em tarefa no Todoist, linkando a tarefa ao e-mail. Então basta eu clicar na tarefa e ela abre o e-mail. Isso agiliza demais o processamento de e-mails e o acompanhamento da atividade. Tem para Outlook também.

Você já usa essa lista? Como você faz?
Caso não use, acredita que possa ser útil para você?

Obrigada por acompanhar este conteúdo. <3