Tenho recebido muitas perguntas parecidas sobre o mesmo assunto, então eu percebi que tinha chegado a hora de criar um post nesse estilo. Quero fazer uma atualização de todos os meus projetos de estudos atualmente.
Em primeiro lugar, falando sobre o mestrado. Iniciei o curso em fevereiro de 2018, com duração de dois anos. Minha área de pesquisa é Comunicação e a instituição em que fiz foi a Cásper LÃbero, em São Paulo. Meu professor orientador foi o dr. Luis Mauro Sá Martino e meu recorte foi sobre as profissionais de Comunicação e a sua precarização a partir da análise do uso de ferramentas de mensagens com fins de produtividade. Em resumo: você se sente obrigada a responder um What’sApp de trabalho à s 23h de uma sexta-feira?
Eu defendi a minha dissertação em março e, poucos dias depois, entramos em quarentena. A faculdade, como todos os lugares, deu uma pausa em todas as atividades que não podiam ser remotas e, por isso, até então não foram finalizadas as questões finais para depósito da dissertação etc. Existiam documentos que tinham que ir e vir, professores assinarem, ata, impressão, assinaturas diversas. Fui aprovada, tirei 10 na dissertação (falei sobre isso em um post especÃfico) mas só agora as coisas estão retomando e poderei concluir o processo como um todo.
Só depois que a dissertação for publicada no site da faculdade é que posso divulgar o link para vocês, e obviamente farei isso assim que o link estiver disponÃvel. 😉 Praticamente todos os dias recebo essa pergunta sobre “onde posso ler sua dissertação” ou “será que é verdade que você fez mestrado?” mas, de modo geral, gente, quando algo importante assim ainda não foi divulgado no blog, é porque tem um motivo e, nesse caso, foi porque ainda não aconteceu. O mundo está vivendo uma pandemia, tudo está mais ou menos parado. Vamos evitar colocar pressão em cima de processos e pessoas.
Em segundo lugar, sobre o doutorado. Como já comentei algumas vezes, não penso na pressa de fazer as coisas, mas no encadeamento correto. E, para mim, este foi um ano de me dar um tempo para estudar e pensar. Quiçá o ano que vem também. Os dois últimos anos foram absurdamente puxados para mim, com o pós-cirurgia, a doença e morte da minha avó, e o mestrado, além de uma rotina de trabalho que envolveu muitas viagens e questões emocionais envolvidas nisso. Desde o inÃcio do meu planejamento para 2020, meu princÃpio era de que ele fosse um ano mais leve. Migrei meu trabalho inteiro para o online, abri mão de uma fonte de renda importante (os cursos de GTD), enxuguei equipe, fechei escritório – tudo isso para ficar mais em casa, perto do filhote e me dedicar ao meu método, essencialmente. Com ou sem pandemia, esse tem sido o meu foco, e me atenho a ele.
No entanto, para mim era importante “flertar” com o doutorado, no sentido de estudar, ler, pesquisar, ver as possibilidades. Fiz um post em maio contando um pouco como tem sido esse planejamento e lá explico melhor os meus motivos. Quando entramos em quarentena, fiquei com muita vontade de abraçar esse projeto logo, mas fiquei feliz por ter dado uma segurada. Eu preciso passar 2020 descansando um pouco mais. Como eu falei, foram anos difÃceis. Logo, a abordagem com a vida acadêmica precisava ser leve, e tem sido.
Eu tomei algumas decisões importantes nesses meses de 2020 com relação à minha vida acadêmica. A primeira delas é que eu ainda tinha dúvida sobre fazer uma nova graduação ou ir para o doutorado. Definitivamente me decidi pelo doutorado. A segunda foi sobre o tema, que é a produtividade compassiva. Neste exato momento, estou desenvolvendo o pré-projeto, porque ele é um tema difÃcil. Falar sobre cultura do trabalho é um tema difÃcil porque envolve muitas questões que eu ainda sinto falta de repertório (justamente por isso o doutorado vai me ajudar!). A terceira é que estava me limitando muito a um determinado formato e isso estava me impedindo de ver outras possibilidades de áreas e instituições. Recebi várias dicas boas de vocês no outro post que comentei sobre o doutorado e estou explorando outras opções.
Atualmente, meus projetos com relação ao doutorado em si envolvem: desenhar o pré-projeto (aqui estão inclusas todas as leituras relacionadas) e explorar o trabalho dos professores que se relacionam com o tema para eu ter uma lista de possÃveis orientadores, o que me levaria à s instituições, e não necessariamente o caminho inverno, que era como eu estava fazendo antes.
Esse é um trabalho de base que ainda demanda bastante coisa, então não tenho a pretensão de ingressar exatamente no primeiro semestre de 2021, porém eu me sinto pronta para ingressar nessa época, se tudo convergir para isso. 😉
Estou também envolvida em dois eventos para apresentar trabalhos ainda este ano, em que vou simplificar a vida e apresentar resultados derivados da minha dissertação (acho importante até para atualizá-la e reforçar o assunto), e também estou participando dos dois dois grupos de pesquisa, que estão com atividades restritas, totalmente no online, como podem imaginar.
Espero que o post tenha sido interessante para clarear um pouco do meu raciocÃnio a respeito desse assunto. 🙂 Qualquer dúvida, me pergunte nos comentários. Obrigada!
Primeiro, sinto muito pela falta de noção e pressão de algumas pessoas, Thais!
Agora, esse post foi muito interessante mesmo! Estou flertando com o mestrado há algum tempo, mas não tenho clareza ainda… ler sobre o seu processo me deu um empurrãozinho.
Abraço!
É um processo bastante interessante para qualquer profissional, porque te faz refletir sobre muitos aspectos do tema estudado de uma maneira que eu não sei se conseguiria fazer estudando sozinha. Gostei muito, mas traz um volume considerável. Tem que se planejar bem. Mesmo eu me planejando foi bem complicado (tudo bem que tive questões pessoais!).
Sempre que leio sobre seus projetos de formação acadêmica eu lembro de um projeto meu, que está na minha lista de “um dia talvez”, que é fazer mestrado.
Sempre pesquiso um pouco sobre e quem sabe um dia eu coloco como um projeto em andamento?
Obrigada por compartilhar sua experiência Thais!
Você pode pensar: o que posso fazer nesse momento da minha vida a respeito disso?
Quando leio seus posts sobre vida acadêmica, me dá um misto de culpa (“deveria estar fazendo maisâ€) e ansiedade (“meu Deus, quando fazer?â€, “preciso começar o pré-projeto!â€). Mas, logo depois, tento respirar e pensar na sua máxima “não compita com os outros, mas com você mesma†(e olhe lá, porque nossas condições mudam muito).
Doutorado pra este ano não vai dar, talvez nem para o primeiro semestre do ano que vem. Filhos, trabalho, pandemia… Melhor exercitar a veia acadêmica em aulas como aluna especial e buscar leituras pra melhorar meu recorte (vou fazer algo bem diferente da dissertação).
É o ideal, o que eu queria? Não. Mas é o que dá.
Sim. Mas na real eu percebi que nunca tem um momento perfeito pra fazer. Sempre vamos ter “outras coisas”.
Total! A questão é ir se mexendo, mesmo que aos pouquinhos, para clarear as ideiais, e ir começando, mesmo que aos poucos. Uma hora, acho que não chegamos ao ideal, mas pelo menos a um momento em que parece que há mais espaço. Infelizmente, esse momento, para mim, ainda não é agora. Mas vamos andando e criando, abrindo espaço para que ele aconteça.
Olá! Estou na mesma situação… o projeto do mestrado vai e volta há anos na minha vida. Gostei da dica da ThaÃs: o que vc pode fazer neste momento atual a respeito disso? Vou colocar em prática! Uma pergunta: como fazemos para candidatar como aluno especial?
Obrigada!
Oi, Kelly, tudo bem?
Olha, acho que varia muito de instituição para instituição. Na FGV-SP, consegui porque um dos arguidores da minha banca de mestrado era de lá (meu mestrado foi pela PUC-SP), e ele deixou a porta aberta. Eu aproveitei: mantive algum contato, perguntei, pesquisei o que seria interessante na instituição, ele falou com a professora responsável e deu certo (para uma das disciplinas que queria; para a outra, não).
Na Unicamp e na USP (e imagino que em outras públicas), tem que ficar de olho nos sites, nos calendários. Em ambas tinha um processinho, que envolvia envio de documentação (histórico de graduação ou da pós, diploma de graduação, documentos, etc.) e de uma carta de intenções dizendo por que você gostaria de fazer a tal disciplina. Na Unicamp não consegui (infelizmente, eles não retornam com o por quê) e, na USP, consegui para uma das duas que tentei.
Resumindo: ficar de olho nos sites das instituições e, nas particulares, contatos ajudam.
Olá Thais, só a nÃvel de curiosidade mesmo, se você fosse realizar a segunda graduação, qual seria?
Psicologia.
Thais, mestrado sempre foi meu sonho, e ver como foi pra você e o seu caminho para o doutorado me enche de motivação. Estou estudando para um programa que teve sua prova suspensa por causa da pandemia, e aà o sonho parece que deu uma congelada e até fiquei desanimada, mas ver seus vÃdeos e textos me faz ir caminhando, seguindo pequenas próximas ações até um dia chegar lá. Muito obrigada!
ThaÃs, adoro ler sobre suas experiências. Obrigada por compartilhá-las <3
Eu também acabei de me tornar mestre em Direitos Humanos e como estava sem oportunidades acabei criando um negócio para ensinar as pessoas a como passar no mestrado.
Geralmente, eu indico para eles o que foi muito da minha experiência: ver a universidade (geralmente pública, porque não é necessário pagar mensalidade) que a pessoa se interessa e a partir daà ver qual a cultura do ensino de lá. Quer dizer, olhar o corpo docente e o que eles pesquisam. A partir daÃ, ver como o que eu quero pesquisar se enquadra em alguma das linhas de pesquisa dos possÃveis orientadores. No meu caso, eu escolhi um e foquei nele. Mas existem pessoas que elaboram projetos que podem ser aceitos por mais de um orientador do programa de pós-graduação.
Espero que venham mais e mais conquistas na sua vida <3