Em um domingo desses, eu estava na casa da minha avó cuidando de algumas coisas minhas que ainda estavam guardadas por lá. Ela também entrou no clima e começou a mexer no seu armário da bagunça, que fica embaixo da escada, onde ela guarda todo tipo de itens que fizeram parte da sua vida. Mas estão lá, guardados.
Então ela me chamou e perguntou se eu queria algumas toalhas de presente.
Ela tem duas mesas de jantar em casa: uma oval e uma retangular. Mas as toalhas eram redondas e quadradas. Além disso, ela não usa toalhas, porque não gosta de lavá-las – ela busca simplificar nesse sentido. Já me perguntei muitas vezes por que ela guarda essas coisas, mas hoje em dia sou muito mais tolerante, pois cada um sabe o que é melhor para si.
Eu não quis nenhuma toalha. Expliquei para ela que quase não usávamos a mesa de jantar em casa e que estávamos pensando em vendê-la. No entanto, uma passadeira de crochê vermelha feita à mão me chamou a atenção, e resolvi ficar com ela. Se vender a mesa, dou a toalha para a minha sogra – pensei.
Então ela começou a contar que aquela toalha tinha sido feita pela moça que trabalhava com a minha bisavó, pois elas trocavam ideias de pontos de crochê. Me mostrou uma toalha que tinha sido feita pela minha bisavó. Outra, pela minha tataravó. “Essa não dá mais para usar porque antigamente se engomava, mas hoje em dia ninguém mais faz isso”.
Eu olhei para todas aquelas toalhas e comentei, em um suspiro:
“Quantas recordações têm nessas toalhas, né vó?”
E ela: “Pois é. Por isso fico com medo de doar. Vai que a pessoa não dá valor e simplesmente joga fora”.
Então eu respondi: “Mas qual o valor de elas ficarem guardadas dentro do seu armário também? As lembranças não estão no seu coração?”
Ela respondeu que sim e, guardando as toalhas dentro de uma sacola, falou: “Talvez a sua tia queira ficar com elas. Vou deixar separadas”.
Fiquei emocionada. Sabem por quê? A minha avó sempre teve muito apego à s suas coisas, o que é reflexo dos tempos difÃceis que ela passou quando era criança, na época da segunda guerra e tudo o mais. E agora, eu sinto que ela esteja querendo encaminhar suas coisinhas para melhores mãos, para que tais coisas não sejam jogadas fora quando ela morrer.
No fundo, isso é muito triste. Mas fica a história para pensarmos no sentido que as COISAS têm em nossa vida. Não é simplesmente jogar fora um mundo de lembranças. É difÃcil, especialmente para as pessoas mais velhas. Precisamos ser mais compreensivos, ir com calma, conversar sobre o que as leva a manter toda sorte de objetos em casa.
Às vezes basta um empurrãozinho.
Que bela história Thais! é tão lindo ver essas desconstruções. Eu entendo o que você disse sobre o apego em função de um passado “penoso”. Eu não passei nem perto das experiencias da dua avó, mas tive uma infância com muitas privações e durante muito tempo relutava em doar roupas que não serviam mais ou eu simplesmente não usava por não gostar. Mas quando me tornei adulta mudei totalmente minha visão, e hoje sem cerimonias todo fim de estação faço uma geral e o que não serve ou está em desuso é doado. Vou me casar ano que vem e tenho bastante roupa de cama de solteiro, primeiro pensei em deixar pra mãe usar para visitas, mas depois achei melhor doar para alguma instituição ou famÃlia carente, pq minha mãe pode comprar essas coisas, preferi dar um fim mais justo. Minha mãe à s vezes diz que vou acabar sem roupas e pertences, pq estou sempre doando, perfumes, bijoteiras e etc… mas se eu não utilizo, melhor que essas peças tenham seu serviço com outro alguem…rsss
Penso como você, Tathy. E parabéns pelo casamento. =)
Concordo 100% com você, Tathy. Ainda assim, ainda estou no dilema de doar ou não doar certos itens de meu guarda roupa, justamente pelas lembranças…
Legal ver esse outro lado, Thais!
Esses dias me desfiz de uma caixa de cartas que recebi das minhas amigas. Embora o papel tenha ido embora, todo o carinho delas para comigo estará sempre registrado em meu coração!
Uma boa é escanear as cartas. Estou fazendo isso com as minhas.
quando me casei tb me desfiz da caixa de cartas que ficou um bom tempo na casa da minha mãe… sei la mas isso me dói um pouco :/
Eu sei exatamente o que você como ter esta conversa com a vó.
A minha vozinha também é assim..tem verdadeiras relÃquias na casa dela..
Fico pensando será que a gente vai ser assim quando for mais velha?
não sei responder..acho que é uma questão cultural. Antigamente casa-se a famÃlia toda com o mesmo vestido pensa!!
Outra diferença é que as coisas de antigamente duravam bem mais do que as de hoje em dia né…hoje as coisas estragam com uma facilidade absurda… ai a gente fica nessa loucura de trabalhar…trabalhar..para ter o essencial…
Dou um exemplo: semana passada meu ferro de passar roupa estragou. Eu tinha ele a uns 4 anos…detalhe minha mãe tem o dela a 20 anos ..e ta novo…
Pois é…
Concordo com você, Viviane. As coisas de antigamente foram feitas para durar a vida inteira.
Tenho uma geladeira que era do tempo de solteira da casa dos meus pais. Isso já tem seguramente mais de 30 anos. Quando me casei, trouxe-a comigo. Pergunta se alguma vez precisei chamar o técnico? Claro que não. Lógico que com o passar do tempo, eu fui comprando outras bem mais modernas até chegar no modelo atual. Mas deixam muito a desejar e nem se comparam com a minha Brastemp, velhinha, velhinha, que eu uso apenas em ocasiões festivas para acomodar melhor a comida e a bebida. Funciona e gela que é uma maravilha.
Também penso duas vezes antes de me desfazer de algo! Sou um pouco como a avó da Thais. Mas, sempre que possÃvel, desfaço-me de coisas que não serão mais úteis para ninguém aqui de casa, especialmente roupas, calçados, móveis e objetos em geral. Consegui até me desfazer do meu piano, que eu ganhei ainda muito pequenina. Muitas pessoas da minha famÃlia me disseram que não era para me desfazer, pois havia sido um presente do meus pais. Mas, gente, eu não toco mais nada e mal tenho tempo de abrir para tirar o pó. Por que não ofertá-lo a alguém que quer tocar um instrumento e não tem condição de comprar? Além do mais, como eu me mudei faz pouco tempo, comprei móveis novos, e o piano não ornava mais com a nova decoração. Então, deixei um pouco a emoção de lado, liguei para as Casas André Luiz e eles vieram buscar bem felizes da vida! E eu, mais ainda, porque sei que deve estar em boas mãos. A recordação maior que ficará comigo foi o fato de ter sido dado pelos meus pais, e isso ninguém pode tirar de mim.
me lembrei de quando minha avó paterna e meu avô materno morreram. Tivemos que nos desfazer dos pertences, cada coisinha guardada por eles tinha uma historia pra contar…
E é super triste ser responsável por isso, né?
É sim Thais, muito triste… eu sempre fui a responsável pelas coisas da minha avó… Demorei 8 meses para levar as roupas dela para um asilo, e este dia me doeu tanto, desabei num choro sentido quando sai do asilo, parecia que estava deixando ali o que restava da presença da minha avó! Hj ainda guardo coisas que eram dela, lembranças, fotos, toalhinhas… e evito ao máximo ir na casa onde ela morava, pq isso ainda dói!
Olá ThaÃs, essa deve ser a história de muitas famÃlias também. Aqui tenho essa situação, já que minha mãe mora comigo há anos e tem também todos esses ‘mimos’. E o melhor: muita coisa feita por ela mesma quando estudava ‘bordados’. São coisas lindas mesmo e, como vc disse, se passamos para as mãos de terceiros o devido valor nunca será dado. Ainda mais nos dias de hoje em que privilegiamos a praticidade. Mas ainda outro dia vi uma ideia ótima numa decoração ( talvez na ‘Minha Casa’. Não me recordo ao certo). A pessoa mandou colocar um lindo trilho de mesa, de crochê, em um quadro todo de vidro. Ficou lindo. Fica a ideia! bjs
Boa ideia mesmo, Renata! Obrigada.
oi Thais leio sempre seus posts. mas é a primeira vez que faço comentario. legal o q vc colocou. minha mae tudo ela guarda… minha irma mais velha sempre implica com ela (tadinha) acho que eu entendo… é isso q vc colocou sobre sua vó. Ela tem setenta anos, imagina o que ja passou p ter alguma coisa. beijos
Pois é. Quem sou eu pra dizer que ela deve se desfazer de algo? O ser humano é apegado às coisas, não tem como mudar isso. Cada um, cada um. Só acho importante pensarmos que, no dia em que morrermos, tudo isso será doado ou jogado fora de qualquer jeito. Não levaremos conosco. =/ Então talvez a gente tenha que descobrir que as lembranças não estão nos objetos, mas dentro da gente. E desapegar.
nossa, realmente se pararmos pra pensar em que fim darão as nossas coisas quando partimos deste mundo veremos que toda a preocupação em acomodar as recordações será em vão! temos que guardar no coração… até me arrepiou este comentário da Thais, mas é a mais pura verdade! vou pensar nisso quando tiver uma dificuldade em me desapegar de algum objeto de valor sentimental. bjs
É…
E olha, é muito difÃcil quando uma pessoa querida morre não querer guardar tudo que ela tinha. Minha vó tinha também as toalhas que minha bisa fazia. Não guardei nenhuma, mas sempre que vejo em alguma revista ou algo assim toalhas daquele tipo, lembro dela e dou um sorriso de saudade.
Só quis mesmo guardar fotografias, até porque não são muitas. Na época dela moça, em que gostava de ser fotografada (1940), não tinha muito dinheiro e tirava retratos ocasionais com fotógrafos nas ruas.
Tenho tentado me desfazer ao máximo das coisas sobrando. Minha sogra não entende como eu vivo com tão pouco: tenho um único conjunto de panelas que me atende muito bem, um único jogo de jantar, um único jogo de talheres. Pessoal antigo (e nem tão antigo assim, veja só!) tinha o costume de ter tudo aos montes porque ” e quando vem visita”. Vivemos com menos tempo, então é necessário ter menos coisas. Suas orientações no blog as vezes me chegam à contragosto, admito. Leio, faço cara feia, depois vou pensar a respeito e a maioria delas eu acabo seguindo porque tem razão.
Acho que nossa geração também é reflexo dos apartamentos menores!
Bom dia Thais, na minha casa é a mesma coisa, minha mãe guarda todas as recordações, roupas de batismo, primeiro sapatinho, os brinquedos que a gente mais gostava, e claro o enxoval de quando ela casou. Ela também tem muitas coisas feitas de crochê por minha avó e por minhas tias mais velhas. No dia a dia utilizamos, apenas nas mesinhas de apoio e na mesa de jantar, pois são mesas que não utilizamos com frequência, mas deixa a casa com um ar mais organizado e mais familiar (adoramos detalhes). Eu particularmente acho um trabalho lindo e com certeza tomarei o mesmo cuidado que minha mãe sempre tomou. A gente acaba colocando um peso emocional muito grande nestes objetos, mas isso é bacana, porque por exemplo, quando eu passo na sala de jantar e noto o caminho de mesa, lembro de pessoas que foram e são especiais na minha vida. Minha tia faleceu há poucos anos e herdei algumas toalhas que ela havia bordado a mão. Toalhas que ela usou e cuidou com muito carinho mas mesmo assim estavam intactas. Apesar de eu ser cuidadosa também, sei que com o uso elas estragarão, mas faço questão de usar, apenas por amor :o)
Milena, isso mesmo, assim eu concordo em manter: quando a gente ama tanto que quer ter ali à vista sempre conosco, usando, fazendo parte da nossa vida.
Oi, Thais!
Lindo texto, de muita sensibilidade. Concordo com você quando diz que é preciso ser compreensivo com as pessoas quanto às coisas que elas guardam em casa, às vezes aquilo tem um valor tão grande pra outra pessoa, e a gente, que procura praticar um certo desapego, nem percebe.
Minha avó faleceu recentemente. Ela sempre gostou de guardar um monte de coisas (mesmo hábito que a minha mãe tem, e que sempre me incomodou muito). Mexendo nas coisas dela, minha mãe e seus irmãos encontraram roupinhas e sapatinhos da época em que os filhos e netos eram bebês! Eram recordações importantes pra ela, tinham muito valor sentimental, não eram apenas um monte de “coisa velha”.
Essa situação me fez refletir mais sobre a minha necessidade de respeitar o jeito de ser da minha mãe em relação a guardar muitas coisas (embora eu precise “dar uns toques” pra ela de vez em quando, ou ela fica sem lugar até pra dormir, rs). Meu marido também tem um pouco desse jeito da minha mãe, e também estou aprendendo a lidar com isso, buscando o equilÃbrio, compreendendo que essa prática é relevante pra ele.
O seu texto me remeteu a todas essas coisas, me emocionei de verdade!
Abraços!
Obrigada, Poliana. Olha, eu também guardo algumas roupas de quando o meu filho era bebezinho, por pura lembrança, mas venho considerando doar, porque ficam guardadas. Pensei em fazer um quadro com uma camiseta, com o primeiro all star que ele ganhou… para poder ter em vista essas lembranças. Acho que isso são coisas que, se são importantes para nós, devemos guardar.
O que eu realmente não entendo é quando as pessoas guardam tralha. Lembranças não são tralhas. Uma coisa é guardar uma caixa com tais toalhinhas; outra é ter uma caixa cheia de recortes de revistas que colecionava há 30 anos e que não fazem mais sentido hoje em dia.
Positivo!
Outro dia joguei fora vááários recortes de jornal do Renato Russo, entrevistas dele, lançamentos de CDs, fitas k7 que eu gravava do rádio (sim, fazia muito isso), jornais de quando ele faleceu, letras de músicas que saÃam nas revistas teen da época que eu era adolescente… Tenho mais de 30 anos, ainda gosto demais da obra dele, mas guardar jornal velho não faz mais sentido pra mim; e além do mais tudo isso hoje tem na Internet, não vale a pena guardar realmente, a não ser que ser tenha muito espaço para tal, o que não é o meu caso.
Eu adoro coisas que contam história! Vou me casar e vou levar os criadinhos que eram de quando minha mãe casou!
Também adoro!
Thais,
que pessoa linda você é! Parabéns! Te acompanho há muito tempo, mas nunca comentei aqui. Te admiro imensamente, você consegue ser ao mesmo tempo prática e sensivel!
Muito obrigada, Valéria.
Olá Thais, mais um texto seu, simples, bonito, cheio de significado e que nos leva a refletir. Refletir sobre o que se passa na cabeça e no coração das pessoas mais velhas que tanto amamos e também o que se passa dentro de nós, quando não conseguimos nos desfazer de algo. Que você siga sempre sendo abençoada e inspirada para nos inspirar também. Um beijo, Paula
Obrigada, Paula.
Oi Thais, eu entendo que há coisas e coisas, no caso dessas de sua avó, virou assunto, imagina uma pessoa idosa que viva numa casa onde não tenha nada que remeta uma história do passado!! acho até estranho,não sei…eu mesma guardo coisas de minha avó que herdei que viveria sem elas, mas é um assunto, um inÃcio de conversa, uma história para quem admira a peça, no caso são peças de louças “bibelous” que minha avó trouxe há mais de 100anos do Canadá onde ela foi babá, e nelas revejo/relembro minha avó contando as histórias dela, talvez quando eu morrer minha filha não dê o menor valor, mesmo eu já tendo contado as histórias pra ela, para ela isso não tomou proporção de memória em sua vida, aÃ, sim, será o fim dessas peças, quando normalmente, elas irão pro lixo ou pra um brechó e fazer uma nova história na casa de um estranho. Mesmo hoje querendo simplificar ao máximo a vida, há coisas que vão permanecer comigo, enquanto viver. Você não está achando importante uma mesa de jantar no momento, eu também nem ligava, mas hoje dou imenso valor e uso diariamente uma toalha branca que herdei da minha mãe dessas que se engomava antigamente, bordada de branco a mão, eu a uso mas nunca engomei, nem passo, jamais!!! e fica bem, AMO!! antes usava só no Natal, assim como fazia minha mãe, isso eu mudei. Eu já convivi com uma pessoa onde ela vivia minimalisticamente sem nem saber que isso era uma categoria,hahaha, totalmente vazio de memórias concretas (coisas), quando viajava tudo cabia num saquinho, quando comprava algo que realmente precisava usar, ( roupas, sabonetes) comprava dezenas pros próximos 5 ou 10anos, era tudo terrivelmente simplificado, sinceramente, eu sofria com aquilo, achando que era desprezo pelo estÃmulo de viver, porque tenho a impressão que quando a pessoa está chegando perto do fim da vida é que tem essa coisa de esvaziar-se, e essa pessoa morreu muito precocemente…e ai eu pensei, será que ela já sabia disso?!! Sou a favor do desapego, nada de acumulação desnecessária, ter muito de coisas pra exibir, gastar, entulhar, isso não, mas certas coisinhas dão vida a vida, eu acredito.
Wilma, mas veja, minha “crÃtica” (não sei nem se posso chamar de crÃtica) é com relação à s coisas guardadas. Se você usa, claro que não é para doar. É lindo demais ter isso no dia a dia e ver sempre, faz bem pro coração! Mas de que adianta ter tesouros desses guardados, empoeirando, manchando, embolorando? Esse é o ponto.
Nossa Thais adorei o post, realmente eles dão muito valor as coisas, também viviam em um tempo em que se era comum estocar as coisas para ter mais tarde. Eu vivo lutando com meus pais a respeito disso, minha mãe já deu uma desapegada, mas meu pai… Ele junta umas coisas velhas, quebradas, é uma tristeza, aqui em casa tem um quartinho da bagunça que nem ouso entrar lá, porque me irrita, fico com vontade de dar tudo embora e jogar a maior parte fora, mas como você disse, precisamos procurar entender, nem todo mundo é igual.
Sei como é, Allan.
Você sempre me emociona com seus textos! Obrigada!
Obrigada você, Janete.
e né, olha que engraçado…você ainda guarda coisas na casa dela.
Por que engraçado? Nós alternamos entre duas casas. É normal termos coisas lá. Não são tralhas, são coisas que usamos quando estamos lá, como roupa de cama, brinquedos do filhote etc. Estou comentando sobre coisas que ficam guardadas sem uso, estragando, não coisas usáveis do dia a dia. Mas é claro que é melhor julgar e achar “engraçado” sem conhecer a situação do que esperar 2 minutos, pensar e ter um pouco mais de noção antes de comentar fazendo pré-julgamentos sobre coisas que não conhece.
Olá,Thais,
Acompanho seu blog a bastante tempo e sou admirado do seu trabalho.
Nunca fiz nenhum comentário antes,mas achei necessário dar uma idéia,opinião neste post.
Tenho comigo algumas lembranças da minha vozinha.E elas estão espalhadas pela casa.
Sugiro de pegue algumas dessas tolhas e emoldure-as como quadro…ou Ãdeia seria pegar um pedaço de cada uma e fazer uma toalha,uma capa de almofada,para enfeitar sua casa.
Acho que ela ficaria feliz em saber que vc de uma maneira ou outra deixara a memória dela e de quem ela achava importante eternizada e claro com todo amor.
Bjs
Marcia, sou super a favor de incorporar esses objetos na decoração, mas ela não gosta.
Nossa Thais!
Me emocionei, pois me lembrei da minha avó paterna!
Quando tiver tempo escreva o seu livro e nos emocione!!
Bjs,
Obrigada, Valéria.
Que bela história Thais!
A minha avó morreu a 06 anos, deste então penso nela todos os dias antes de dormir… Ela gostava de guardas as coisas, nunca jogava nada fora sempre dizia: Um dia isso pode servir!
Que saudade!
Fiquei emocionada.
ThaÃs,
adoro seu blog, ele já fez pequenas mudanças em mim! Eu quero saber de você, se conhece algum curso sobre organização/desenvolvimento pessoal online ou aqui no RJ. Queria tanto fazer. Falam que o “You in Action” é muito bom, mas só tem em SP, quero algum no Rio.
Bjs
Não conheço, Jéssica.
Muito reflexiva! Confesso que no começo do post eu discordava de você, lia as falas de sua avó e entendia, pensava nos meus avós falecidos, minha avó com Alzheimer, que não teve chance de fazer isso, mas ao final, percebi a importância de deixar essas coisas de lado. Claro que algumas coisas podemos guardar de recordação, mas não precisa ser tudo pra vida inteira, não precisa ser por tantas gerações. As lembranças são nossas e não dos nossos filhos, netos, não tem pq eles se sentirem conectados a algo que não viveram.
Há coisas que guardo pq são mimos, recordações e, pensando bem, a maioria não faz sentido algum, a maioria me lembra uma época, mas nenhum momento especÃfico, não tem toda essa carga que eu pensava que tinha.
A vontade que tenho agora: rever tudo isso, tantas roupas da minha infância, tudo bem guardar uma ou duas, mas não preciso guardar 15! Só de tirar as coisas que não uso e as “lembranças” que não são importantes, meu guarda roupa se reduzirá à metade, e isso vai me trazer tanta praticidade, tanto espaço, e afinal, alguém que precisa, terá uma peça que eu usei e guardei tão bem, algo que foi importante e agora não é mais.
=)
Há pouco escrevi sobre desapegar também no meu blog. http://www.transformandoespacos.com/2013/10/estrategia-para-desapegar.html Guardar as lembranças, as histórias das coisas e não necessariamente as coisas em si… poderia ser estratégia número 2. Talvez se torne. Ler esta sua história me fez lembrar de minha vó, que partiu recentemente.
Amei seu relato!
Estou aprendendo a ser mais tolerante e que leveza isso traz!
É interessante também observar a relação das outras pessoas com seus objetos, principalmente as gerações passadas.
São mais apegados aos objetos, mas muitas das vezes não é um apego vão, do ter só por ter, mas pelo fato de o objeto ter uma história…
Puxa Thais, Obrigada pelas palavras.
Eatamos passando isso no momento…minha avó mudou de plano e os objetos e lembranças ficam…doamos praticamente tudo sem cerimônia…com choro mas conscientes que MUITOS irão adorar as roupas dela, seus lencóis, seus colares (nossa muita emoçao)…sem palavras…
Adoro seu blog.
beijo
Oi Thais, muito bacana seu blog, sempre arrumo um tempinho para ler suas dicas.. Tenho “problemas” para me desapegar das COISAS..rs.. e reflito bastante lendo seus posts.. e ler este me fez lembrar de uma vez que eu estava organizando e pensando no que jogar fora e olhava pra algumas com um dó (justamente porque me traziam boas lembranças) e quase guardando-as de novo e meu marido me deu uma ótima ideia: fotografar estas lembranças, pois esta é uma forma de guarda-las conosco sem ocupar muito espaço e como são coisas que a gente nem usa, só olha de vez em quando e lembra das histórias, talvez seja uma boa dica..rs.. Beijo.
História linda Thais!
Estou emocionada! Fez-me refletir sobre compreenção e tolerância, que muitas vezes não praticamos com as pessoas que amamos. Mesmo querendo fazer o bem, podemos estar magoando as pessoas. Claro, se pudermos ajudar com jeitinho, é ótimo. Caso contrário, é melhor nos esforçarmos para compreender os sentimentos delas, como você disse.
Mais uma vez, obrigada por tudo! 🙂 Beijinhos
Emocionante seu post! Tão emocionante que só agora consegui comentar…
Minha mãe já não está neste plano, e guardo algumas peças que ela me deu ainda em vida. Não guardei tuuudo, porque tralha é tralha…rsrsrs. Mas jamais vou me desfazer de uma colcha de crochê que ela me fez, quadrado a quadrado, levou quase um ano nisso. Além do mais é clarinha, então acaba combinando com tudo. Não uso sempre, mas uso de vez em quando. E tenho duas toalhas bordadas, lindas, feitas na Ilha da Madeira. Tá certo que são redondas, e minha mesa é retangular, mas de vez em quando coloco sobre outra toalha, só pra fazer um charme numa data especial. Tem mais uma coisa ou outra, todas assim carregadas de emoção, diferenciadas.
Está tudo arrumadinho, e não ocupa mais que uma prateleira num armário. Penso que coisas bonitas e especiais nao atravancam uma casa. O que atravanca são os mil móveis que as pessoas colocam um do lado do outro, simplesmente porque não podem ver um espacinho sobrando. O que atravanca são aquelas roupas todas de má qualidade que estão há anos sem uso. O que atravanca são aqueles mil enfeites sobre a estante, tirando o brilho que um único objeto bem lindo poderia ter.
Ainda bem que vc aceitou ficar com o caminho de mesa vermelho, eu já estava aqui quase chorando de pena de sua avozinha. 🙂
Acho essa questão bastante delicada, pois as pessoas mais velhas ( e eu nem sou tão mais velha assim, mas venho de uma infância beeemm pobre) e a dificuldade naquela epoca em conseguir as coisas mais simples era enorme, lembro que meu primeiro par de tênis novo e sem furos tive aos 12 anos, e na epoca da minha mãe e minha avó para se ter um jogo de toalhas as vezes era necessário fazer sacrificios enormes, por isso entendo o apego das pessoas, e o apego não é ao bem material em si e sim representa a luta, os sacrificios e o gostinho bom de se conquistar aquilo, mesmo que seja uma coisa simples.
Hoje sou uma pessoa que não acumula e sempre me desfaço das coisas pois penso que aquilo pode ser útil para alguém que não pode ter, e vivo com o que tenho, mas é preciso como a ThaÃs disse, respeitar e entender são muitos sentimentos, histórias e emoções escondidas nesses objetos.
Parabéns pelo Post!!
Olá, ThaÃs, que história linda. Sabe, eu não sou acumuladora, adoro jogar coisas fora e “destralhar” os armários, mas tem certas coisas que são gostosas de guardar, pois cada vez que reorganizo o armário, só olhando esses objetos é que vêm algumas lembranças na mente. Isso é tão gostoso. Esses dias mesmo estava tirando coisas de uma caixa pois me mudei o ano passado e só agora estou montando minha cozinha, muitas coisas estavam ainda encaixotadas… e achei umas toalhinhas de crochê que minha avó fez para mim quando casei. Minha avó faleceu há dois anos, com 92 anos de idade. As toalhilhas são bem simples, para usar quando tirar formas quentes do forno, pensei em me desfazer, mas foi tão boa a lembrança que me veio ao vê-las, que resolvi guardá-las.
Tenho também todas as cartinhas do meu esposo de quando éramos namorados e as lembrancinhas que ele me dava. Não vejo a hora de ter um filho (a) e mostrar essa caixa e contar para ele (a) sobre nosso namoro, nossa história…
Penso que temos que viver com o mÃnimo, mas também é bom preservar algumas lembranças. A gente sempre encontra algum espacinho…
Oi, Thais!
Às vezes, paro para pensar e não sei explicar o motivo da minha dificuldade em me desfazer das coisas. Algumas coisas gosto de guardar por julgar importante mas, também ficam guardadas em lugares que eu dificilmente vejo e, muitas vezes, nem sei onde estão… Mas quando consigo parar para me desfazer daquilo que não uso, não me sinto muito bem… Estranho, não é? Tenho que me desfazer de muitas coisas mesmo. Algumas vou doar. Outras vou jogar fora (não vão servir para ninguém). Mas, cadê a coragem? Bem, estou tentando. Não desisti. Quero minha casa e minha vida organizada!!!
Beijinhos. Luciana
Meu blog: compartilhandoetrocando.blogspot.com.br
Eu guardo de um tudo. Primeira roupa do filho, vestido do casamento, uma fralda do primeiro pacote de fraldas dele… Tanta coisa. Sapatinhos. Cartas das amigas, livros qe compro aos montes, leio e guardo. Pra mim é muito difÃcil jogar essas coisas, mas estou vendo o que é importante. A fralda eu joguei. Sapatinhos eu doei. Fiquei com a primeira roupa do bebê. Estou começando a aprender.
Guardo muitos papéis por aqui e resolvi passar tudo pra um caderno só, por enquanto, e jogar as folhas.
Estou tentando me organizar e seu blog tem sido minha fonte de inspiração.
Desde já gostaria de agradecer pelas dicas e por dedicar seu tempo a isso.
Tenho certeza qe minha vida vai melhorar quando eu me organizar.
Thais, para guardar essas lembranças importantesw, sugiro uma “Caixa de Lembranças”. Já vi isso num filme e acho que pode ser uma boa opção para quem costuma guardar ALGUMAS coisas. Mas tô falando algumas coisas, e não todas as peças de roupas de um bebê, todas as chupetas que ele teve, todos os brinquedos que não usa mais.. Assim não dá… Haja espaço!
Eu acho uma boa ideia, mas olha… quando meu pai morreu, sobrou uma dessas caixas de lembranças (troféus de quando ele foi campeão latino de judô e outras coisas do tipo), e te juro que fico morrendo de dó de me desfazer daquilo, mas não vejo sentido algum em ficar guardando. Mesmo porque, quando EU morrer, vai para o lixo uma hora ou outra. Complicado!
Olá Thais,
Já havia comentado antes, e agora concretizei o post no blog, sobre a estratégia de desapegar 2. Referenciei seu blog, pois ele é uma verdadeira aula de organização e uma inspiração para mim. Você é incrÃvel! Espero tua visita lá, mesmo com a tua agenda hiper mega lotada de tarefas… abraços.
http://www.transformandoespacos.com/2013/11/estrategia-para-desapegar-2.html
Obrigada!
Sei que esse post é antigo, mas faz pouco tempo que conheci esse blog, pois, depois da casa da minha mãe, onde eu moro, ser atacada por cupins (casa de construção antiga…) eu fiquei pesquisando na net sobre dicas de organização…pois aqui em casa estamos como se estivéssemos de mudança, tudo encaixotado, sem alguns móveis que tive que desfazer porque foram atacados pelos benditos. Então me dei conta do tanto de tralha e coisas sem uso que guardamos. Enchi muitos sacos de doações que já me desfiz… Mas estive muito estressada, pois já sabia que quando chegasse nas coisas da minha mãe…ia rolar um grande estresse…rs (ela é do tipo, guarda-tudo). E essa sua conversa com sua avó é idêntica… em trancos e barrancosos, gritos e calmarias depois…rs consegui fazer ela desfazer de algumas coisas, e outras não…mas eu me coloquei no lugar dela e deixei… combinamos que aos poucos vamos nos desfazendo, se for o caso…