Atendendo ao pedido de uma leitora, decidi abordar um tema que faz parte da minha realidade: ganhar em reais enquanto vivo no exterior, gastando em euros ou outra moeda. Essa situação traz desafios financeiros únicos, já que a diferença de câmbio pode impactar significativamente o poder de compra e o planejamento financeiro. Como alguém que vive essa experiência no dia a dia, achei que seria uma ótima ideia compartilhar dicas e estratégias para lidar com essas nuances, ajudando outros brasileiros a navegarem por esse cenário com mais segurança e tranquilidade.
Viver essa realidade é um verdadeiro desafio, especialmente porque é como se cada gasto custasse de 5 a 7 vezes mais do que eu pagaria no Brasil. A diferença cambial torna tudo mais caro, desde as despesas cotidianas até compras maiores, como aluguel ou viagens. Isso significa que, para manter o mesmo padrão de vida, é preciso ter um controle financeiro ainda mais rigoroso, planejando cada gasto com cuidado para evitar surpresas desagradáveis. A volatilidade do câmbio e o fato de os rendimentos estarem em reais, enquanto os custos estão em euros ou dólares, podem transformar o gerenciamento das finanças em uma tarefa complexa e, muitas vezes, estressante.
Não tem segredo: para equilibrar as finanças nessa situação, é fundamental economizar e, se possível, encontrar formas de aumentar a renda. Cortar gastos desnecessários, ser estratégico nas compras e aproveitar ao máximo cada real se tornam atitudes essenciais. Ao mesmo tempo, buscar novas fontes de renda, seja por meio de trabalhos extras, freelances ou outras oportunidades, pode ajudar a compensar a diferença cambial e aliviar o impacto financeiro. Não existe uma fórmula mágica, mas com disciplina e esforço, é possível se adaptar e viver bem, mesmo ganhando em reais e gastando em moedas mais fortes.
Meus planos, caso eu decida morar aqui permanentemente, envolvem uma adaptação cuidadosa ao custo de vida local, o que inclui reavaliar minhas fontes de renda e possivelmente buscar novas oportunidades profissionais que sejam mais alinhadas à moeda local. Além disso, pretendo criar uma reserva financeira sólida, que me permita lidar com a volatilidade cambial e garantir uma segurança maior. Também penso em investir em cursos ou certificações que possam ampliar minhas chances no mercado de trabalho, além de explorar formas de integrar melhor a cultura local ao meu estilo de vida. Por fim, planejo estabelecer uma rotina financeira que me permita equilibrar meus ganhos em reais com as despesas em moeda estrangeira, mantendo o controle sobre meu orçamento para viver de forma confortável e sustentável.
Eu pretendo manter meu trabalho com o Vida Organizada e gostaria de continuar como autônoma, mas não descarto a possibilidade de começar a trabalhar como professora pesquisadora em alguma universidade, editora ou biblioteca. Ainda está distante da minha realidade pois esse planejamento ainda leva um tempo.
Concluindo, viver no exterior enquanto se ganha em reais é um desafio financeiro que exige planejamento, disciplina e muita adaptabilidade. Embora as diferenças cambiais possam tornar essa experiência mais complexa, com estratégias certas e uma gestão cuidadosa dos gastos, é possível não apenas sobreviver, mas também prosperar. É importante estar sempre atento ao orçamento, buscar maneiras de aumentar a renda e fazer escolhas conscientes para evitar surpresas desagradáveis. No final, essa jornada, embora difícil, pode trazer grandes aprendizados e uma nova perspectiva sobre o valor do dinheiro e o gerenciamento financeiro.
Sempre acompanhando aqui. Tenho vontade de fazer parte do meu doutorado fora. É legal ir pensando em formas de conseguir isso.
Também faço essa reflexão constantemente. Para o longo prazo, considerando a forte desvalorização do real ante euro, eu não vejo como um esforço de trabalho para ganhar em real possa ser sustentável para financiar uma vida na Europa. Se é pela força de trabalho, o que eu considero que dá arrimo para as finanças seria um trabalho na moeda local – porque existiria uma mínima “paridade” de poder de compra que não existe na conversão real-euro. Mas o mais difícil mesmo é criar formas de gerar renda sem ser pelo esforço de trabalho assalariado. Ter uma fonte de renda passiva, ainda que mínima, é essencial para esse tipo de planos. Além da tendência de perdermos nossa força para trabalhar com o avanço da idade, existe inflação. E na Europa ainda há os impactos da guerra e das mudanças climáticas (sinto que as consequências no continente europeu já são bem mais severas do que no Brasil, por exemplo, com todas as queimadas, secas, geadas, etc.).