Será que produtividade compassiva é mesmo o meu guarda-chuva?

Nos últimos meses, tenho refletido profundamente sobre o conceito de produtividade compassiva e sua aplicação no meu trabalho e na minha vida. Surgiram diversas dúvidas e insights que me levaram a uma jornada de autoconhecimento e realinhamento do meu posicionamento. Gostaria de compartilhar essas reflexões com vocês e explicar por que decidi continuar usando o termo “produtividade compassiva” como a essência do que faço.

Quando concentuei e adotei o termo “produtividade compassiva”, minha intenção era clara: promover uma abordagem que integrasse autocuidado, equilíbrio e ação responsável. No entanto, percebi que essa mensagem estava atraindo um público específico – pessoas lidando com burnout, ansiedade, depressão e outras questões de neurodivergência – que muitas vezes buscavam acolhimento imediato. O que eu entendo completamente. Eu mesma faço parte desse público, e por isso que me identifico com o trabalho que faço.

No entanto, notei algo que estava me incomodando. Recebi feedbacks e observei que muitas pessoas estavam entendendo a produtividade compassiva como sinônimo de complacência. Elas esperavam que eu “passasse a mão na cabeça” e oferecesse apenas conforto, sem um direcionamento claro para a ação ou, quando eu trazia uma ação, essa ação nunca seria possível, por n fatores. Isso me levou a questionar se o termo realmente refletia o que eu queria expressar com este trabalho, pois para mim uma produtividade compassiva se refere a coragem, transformação e autoconhecimento.

Após muita reflexão, percebi que a produtividade compassiva, como a vejo, é, na verdade, uma combinação poderosa de acolhimento e ação. Ser compassivo não é ser complacente. Pelo contrário, envolve ter a coragem de agir, de desafiar o status quo e de buscar mudanças significativas enquanto cuidamos de nós mesmos e dos outros.

Decidi manter o termo “produtividade compassiva” como meu guarda-chuva, pois ele se conecta profundamente com tudo o que expresso como ofício. Para evitar mal-entendidos, estou implementando algumas mudanças no meu posicionamento e comunicação, que compartilho com vocês:

  1. Comunicação Clara: Desenvolverei conteúdo que esclareça a diferença entre compaixão e complacência, mostrando que a produtividade compassiva envolve ações práticas e responsáveis.
  2. Programas e Cursos: Meus cursos terão módulos específicos focados em ação compassiva e resiliência, equilibrando acolhimento e ação efetiva.
  3. Estrutura de Suporte: Continuarei a desenvolver e destacar o papel da minha equipe de psicólogas para fornecer suporte acolhedor às pessoas que precisam.
  4. Ajustes de Branding: Revisarei minha linguagem visual e mensagens-chave para refletir a combinação de coragem e compaixão, usando slogans como “Coragem com Cuidado” e “Transformação Compassiva”.

A produtividade compassiva é, sim, o meu guarda-chuva. Ela representa a força e a gentileza que guiam minhas ações e inspirações. Quero convidar todos vocês a embarcarem nessa jornada comigo, onde ser compassivo significa ser corajoso, resistente e ativo na busca por um mundo mais equilibrado e humano.

Obrigada por acompanharem essa jornada e por serem parte dessa transformação compassiva.

Com coragem e compaixão,

Thais

Sobre a autora

Thais Godinho

Autora do Método Vida Organizada, criou este blog em 2006.

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5 Comments

  1. Thais você foi extremamente clara e respeitosa, vou deixar isso bem claro, em como colocou a questão de complacente e compassivo e compaixão e coragem.
    Esta cada vez mais claro os novos direcionamentos que você tem tomado, sou muito grata a todo o seu conteúdo na internet, te acompanho desde 2012.
    Também quero parabeniza-la pelo novo layout!

  2. legal que decidiu manter o termo, me identifico muito! penso que se a direção fosse somente a da complacência, o conceito não teria a palavra “produtividade” antes de “compassiva”. é ação com compaixão… não necessariamente agradável, mas sempre transformadora.
    abç thais! tô adorando acompanhar o blog ultimamente:)

  3. Thais, faz muito sentido todo esse posicionamento. Como pessoa neurodivergente, sempre entendi a produtividade compassiva dessa forma, algo como “fazer, mas no meu ritmo, sem me cobrar uma produtividade capitalista insana e completamente fora da minha capacidade”. É a organização que me ajuda nos dias de energia alta, quando meu cérebro entra no modo resolver tudo o que tem pra resolver, e é a organização que me permite ter dias de baixa energia, de cérebro de geleia, sem que eu chore de desespero. É fazer o que tem pra fazer no meu tempo, levando em consideração as particularidades do meu corpo, da minha mente e do meu contexto de vida. Obrigada por isso.

  4. Que bom que optou por manter o termo, eu amo a forma com que você aborda produtividade compassiva, sempre com movimento e respeito ao processo. Fiz seu curso e me ajudou e ajuda muito! Transformador, sua voz acalma e aponta uma direção S2

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