Quero começar esse texto falando sobre o ponto que considero mais importante aqui: planejamento não é contrato. Planejar a execução de alguma atividade não quer dizer que esse planejamento sairá exatamente conforme você pensou. Planejamentos não são previsões – são ideias de caminhos. E esses caminhos podem precisar de reajustes. Na verdade, é bastante provável que precisem de reajustes – é o comum.
Quando a gente pensa que demandas de terceiros podem atrapalhar o nosso planejamento, será que estamos partindo do pressuposto que os planejamentos dizem respeito apenas a nós mesmos? E ninguém vive em uma “ilha” em termos de relacionamentos. Convivemos com outras pessoas em casa e no trabalho. Faz parte dos planejamentos levar em conta os acordos que você faz (ou ignora).
Por exemplo, o caso do pai que quer passar em um concurso público. Eu gosto de trazer esse exemplo porque acho que ele é bastante ilustrativo. O rapaz decide que quer estudar para passar em um concurso público e, de repente, todos os dias se tranca no quarto para estudar três ou quatro horas para passar no concurso porque acredita de verdade que aquilo será o melhor para a famÃlia dele. Mas ele tomou essa decisão sem conversar com a esposa, os filhos, e de repente todo mundo se vê em uma situação que é um pouco confusa. Os filhos continuam querendo a atenção do pai, a esposa precisa dele para dividir as atividades da casa, e ele se frustra porque não consegue estudar, sendo interrompido constantemente. Ele acha que ninguém o entende. Consegue visualizar essa situação?
Toda vez que você planeja algo, se esse planejamento envolve outras pessoas, essas pessoas precisam ser diretamente envolvidas de fato. Ponto. Parece óbvio, mas costuma ser ignorado. Isso serve para a famÃlia, para os amigos, para o trabalho, para todas as áreas.
Se você estiver envolvendo as pessoas que estão diretamente envolvidas, o fato de elas interferirem no planejamento não significa que elas estão atrapalhando o seu planejamento, mas trazendo a contribuição delas. Pense a respeito.
E, se você planeja algo sem levar em conta o relacionamento com outras pessoas – sua famÃlia demandando sua atenção, seu chefe te chamando – o erro foi seu no planejamento, porque você não as levou em consideração, e as circunstâncias são essenciais. Essas pessoas existem e não vão deixar de existir e interagir só porque você não as envolveu no seu planejamento.
Vale citar aqui outro ponto fundamental, que é a forma como nós encaramos os imprevistos. Se você passar a ver os imprevistos como oportunidades de aprendizado, o modo mental de lidar com aquilo até muda. Coisas inesperadas podem trazer oportunidades. Na pior das hipóteses, nos ensina sobre uma administração melhor da nossa rotina.
Quando você se planeja para realizar uma determinada atividade e não consegue realizá-la por qualquer motivo, é inevitável se sentir frustrado. Agora, o que pode ajudar a lidar com essa frustração é você pegar aquela atividade que não fez e aprender com ela. O que aconteceu? Por que não consegui fazer? E, se envolveu pessoas, tente refletir sobre como o envolvimento delas se relaciona com o que você precisa ou quer fazer. Há necessidade de reajuste? Realinhamento? Só você pode dizer.
Nossa, Thais, como sempre, cirúrgico. Aqui estou com dificuldade com a minha rotina matinal, pois não importa a hora em que eu acorde, meu filho de 5 anos “sente” e acorda junto, por mais que eu não faça nenhum barulho. E, a partir do momento em que ele está acordado, fazer o combo “meditação, estudo, exercÃcio” se torna inviável. Estou buscando alternativas até fazer funcionar, mas, no momento, a realidade é que estou bastante frustrada e irritada com o processo. Vale dizer que já conversei e expliquei a importância destes processos, mas são 5 anos e a noção temporal ainda está em desenvolvimento: a mamãe vai terminar em 15 minutos significa pra ele: ok, posso chamar a mamãe nesse instante…
Gabriela sei exatamente como vc se sente. Minha filha tem 14 anos, Sindrome de Down, e ela não tem noção de tempo. É dificil mesmo. E o pior é manter o foco em nós e neles que não entendem e vão interromper a qualquer instante, não é mesmo?
Tenho usado a agenda google para que minha filha possa “ver” o tempo. Ou então, um aplicativo chamado “Mouse timer”. O App tem queijinhos que o rato como, e assim, eles podem ver o tempo mesmo.
Enfim, tudo é aprendizado, adaptação, paciência…
Perfeito, como sempre, ThaÃs! Gratidão!
Aqui estou. 6h20 da manhã tomando meu café e lendo o blog. Em cinco minutos começo a estudar. O planejamento é estudar antes do trabalho. Hoje é o primeiro dia que tento fazer isso. Nas ultimas semanas fiquei irritadÃssima com as mensagens da minha chefe fora do horário (mensagem no whatssap a partir de 8h40). Quando chegava no horário normal de estudo (19h-22h), estava exausta. Estou aprendendo a não responder fora da hora e mudei o horario de estudar para um momento de cabeça fresca e sem interrupções. O objetivo é começar a acordar 5h . Para isso, tive que conversar com meu marido. Não estarei mais presente para uma rotina noturna. Vou começar a dormir muito cedo. Tomara que dê certo.
Eu estou acabando o outro curso jornada pop e engatilhei o mvo e outro de odontopediatria.Cheguei a conclusão q preciso acordar as 5 horas tbem!!!O problema é a noite…meus filhos ainda são um pouco dependentes e eu tenho q dormir cedo!!
“Planejamento não é contrato.” Isso é muito, muito libertador. Já fui muito frustrada porque não conseguia ver as coisas assim. e vu dizer que definir os meus horizontes, do jeito do GTD mesmo, dá uma clareza que agora eu não me abalo mais com esses percalços. Reorganizo, ajusto a rota e vamos. Você fez muita diferença durante esse ano para a minha organização e me ajudou a trazer mais paz para meu quotidiano. Agradeço imensamente!!!