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Planejamento de vida: como começar

Não existe momento certo ou condições perfeitas para você iniciar qualquer tipo de planejamento na sua vida.

Os planejamentos podem dizer respeito a planos maiores, como para a vida toda, assim como você pode planejar o preparo de uma refeição ou outras atividades no seu dia a dia.

Planejar é desenhar um caminho até chegar em algum lugar. Logo, para iniciar qualquer planejamento, você precisa saber o que você quer = onde quer chegar. E, sinceramente, saber o que se quer pode ser mais difícil do que se pensa. Muitas vezes, você pode querer focar nessa descoberta para só então dedicar outros planejamentos a ela, depois. Mas isso não impede que você faça outros planejamentos. Por exemplo, você não precisa saber qual é o seu propósito de vida para planejar a semana. A vida vai acontecendo e os planejamentos nos ajudam a lidar com ela.

Falar em planejamento de vida, então, envolve um montão de variáveis. Podemos falar sobre a vida como um todo. Então você pode pegar esse “recorte” entre seu nascimento e sua morte (que você não sabe quando vai acontecer!) e tentar encontrar algum sentido para ele. Propósito, valores, missão pessoal, princípios, experiências que você quer viver. Vale tudo nessa exploração.

Um fator essencial de entendimento aqui, que muitos alunos me perguntam, e essa é sempre a minha resposta, é que: não é por que você fez esse exercício, esse planejamento, uma vez, que ele está encerrado e que sua vida será assim e acabou. Não! Todo planejamento deve ser revisto e reajustado constantemente – quanto mais um planejamento de vida, que leva literalmente a sua vida toda para acontecer. 🙂 Parta desse pressuposto.

Você pode querer trazer esse planejamento maior para recortes menores – e aí você mesma/o pode definir que recortes são esses. Eu gosto de pensar em “eras da minha vida”, décadas, o ciclo de 9 anos da numerologia… tem vários. Todos esses servem como exercícios de reflexão a respeito do “médio prazo”. Esse lance da “era” da vida é muito subjetivo, mas de certo modo você sente. Por exemplo, você não consegue sentir que o mundo está hoje em uma “era” com algumas questões muito específicas acontecendo? Uma tendência de comportamento? Na sua vida pode ser o mesmo. Meu filho fazendo 10 anos significa o início de uma era na vida dele, para mim. Pois ele vai virar adolescente, e é totalmente outra história esse relacionamento. Quando eu terminei a faculdade, o estágio e fui efetivada, foi o fim de outra era. No momento, uma das eras que vejo é a da construção da tese de doutorado. E é isso. A reflexão sobre a vida pode ajudar a entender melhor o que está acontecendo.

Trazendo para mais perto de onde estamos no momento, eu gosto de pensar no prazo de 1 ano e meio, 2 anos, que é o curto prazo. Gosto de pensar assim porque é uma versão mais compassiva das “metas para o ano novo”. Geralmente, o que colocamos como objetivos pode levar mais de um ano, mas ficamos tão presos à ideia dos 365 dias que esquecemos que pode levar mais tempo. Isso pode gerar pressão, cobrança interna e frustração. Por isso, ver o cenário de dois anos me parece uma boa ideia em termos de “construção de cenários”. É o pensar que o David ensina no GTDâ„¢: o que eu quero que seja verdade em até dois anos? Na minha vida? Em cada uma das áreas da minha vida? Só essa reflexão já dá caldo pra caramba, pra você pensar, escrever, descobrir planos. Quanto mais você revisar novamente todos esses materiais, revisitá-los, mais eles estarão linkados e envolvidos uns com os outros.

Pensar no planejamento do ano fica até dedutivo quando fazemos dessa maneira. Porque, dentro de tudo o que planejei nessas etapas anteriores, eu posso refletir sobre a minha vida como um todo, o momento em que estou, a família, o mundo, e pensar: o que faz sentido fazer este ano? E é óbvio que várias coisas vão entrando e saindo com o passar do ano em questão, porque é vivendo que a gente vai percebendo e aprendendo sobre o que queremos de verdade. Planos precisam ser reajustados. Não tem problema algum reajustar um plano por qualquer motivo – porque teve um imprevisto, porque algo aconteceu, porque você quis ou precisou mudar. Não precisa se preocupar com isso. Estranho seria se nenhum plano precisasse de reajuste.

Depois, planejar as entregas de projetos maiores por trimestre, planejar o que é prioridade mês e a mês, e gerenciar a rotina através do planejamento semanal é o que dará o tom. E nada impede que você escolha um ponto específico nessa complexidade toda da vida e queira planejar de vez em quando. Um projeto, uma refeição, como falei, uma roupa que quer usar, uma reunião, uma aula, uma leitura. Planejamentos são ferramentas, não obrigatoriedade. Você pode usá-los sempre que quiser, sempre que sentir que falta clareza para mover qualquer situação adiante.

Ferramentas? Um caderno, folhas soltas, uma lousa, um quadro branco, um mapa mental, um documento no Word. Realmente tanto faz. O importante é 1) começar e 2) marcar uma próxima data no calendário para revisar e ir fazendo ajustes.

Thais Godinho

Thais Godinho

Meu nome é Thais Godinho e eu estou aqui para te inspirar a ter uma rotina mais tranquila através da organização pessoal.

8 comentários em “Planejamento de vida: como começar”

  1. Em 2014, eu tinha 17 anos, estava passando por um conflito existencial muito ansioso, me vinham perguntas como quem sou? Para que estou aqui? O que eu quero? Como definir o que eu quero?, Daí eu coloquei no Google, como organizar a minha vida e foi nesse ano que conheci este blog, na época, havia posts sobre como implementar o GTD no Evernote. Eram termos novos para mim, um novo caminho eu estava conhecendo, desde então eu não parei mais de ler os posts, comprei o livro do David e comecei a tentar implementar, foi um longo caminho de erros e acertos, que não vou contar aqui, é muita história rsrs… Chegando em 2020, me vejo mais tranquila sobre o que o futuro reserva para mim, a um ano mergulhei profundamente em mim, comecei a escrever um diário e a fazer um acompanhamento com uma psicóloga, pois passei por momentos difíceis e tive crises de ansiedade fortes. Hoje mesmo eu tive uma, agora a noite me sinto bem melhor, entrei aqui para pesquisar sobre rotinas, pois ainda estou com dificuldade para me adequar e então vi esse post, logo hoje, que estava conversando com uma amiga sobre planejamento de vida, e aproveito esse espaço e esse momento para agradecer você, Thais, você me ajudou a ter um norte na minha adolescência, e hoje eu sou feliz comigo mesma e com tudo que passei, passo e passarei, você contribuiu muito com isso. Muito obrigada!

    1. Oi Ítala. Bom dia! Eu também sofro de transtorno de ansiedade. A terapia me ajudou e ajuda muito! A meditação também! Espero que suas crises passem e você fique bem. O que me ajuda muito e sempre tentar focar no hoje, sabe! Nós ansiosos vivemos muito no futuro, pois isso nosso sofrimento. Vamos tentar levar um dica de cada vez, a gente consegue! Desejo toda a sorte do mundo para você! Grande abraço,

  2. Eu simplesmente amei o texto, me deu até saudade das aulas do curso da semana passada. Realmente me ajudou demais, principalmente a organizar tudo o que quero fazer na minha vida. 🙂

  3. Maravilhoso como sempre! Acho que é a primeira vez que tive coragem de comentar no blog, mas estou por aqui a vários anos! Obrigado por existir Thais.

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