Ganhei de presente esse livro da editora O’Reilly / Novatec, li em novembro e só agora estou falando sobre ele no blog. Obrigada, editora! Pode continuar me enviando presentinhos livrescos, que amo muito. <3
Como vocês podem imaginar, trata-se de um livro sobre o excessivo consumo de informação que estamos todos vivendo. Apesar de ele ter um viés polÃtico (o autor, Clay A. Johnson, foi secretário de campanha de algum polÃtico norte-americano, se não me engano, e ele frequentemente cita exemplos relacionados ao longo do livro), cumpre seu papel sobre o assunto e dá bons toques para a gente lidar com isso.
Ele tem alguns pontos:
“Há mais de um século e meio a comunidade médica sabe que açúcares e carboidratos nos engordam. Contudo, continuamos comendo. (…) Parece que o número disponÃvel de livros de dieta está diretamente relacionado à s taxas de obesidade. (…) Talvez todos esses livros de dietas estejam nos tornando gordos ao fazerem com que seja mais difÃcil descobrir o que é uma dieta saudável.” Ou seja, excesso de informação.
“Uma visão cada vez mais homogeneizada do mundo lhe é entregue de tal modo que você é apenas capaz de consumir aquilo com que já concorda.” Afinal, quem faz nossa curadoria quando estamos ocupadÃssimos e apenas querendo nos informar?
“Não existe essa coisa de sobrecarga da informação. É o melhor problema do Primeiro Mundo que existe. (…) A informação em si não está exigindo que você a consuma. (…) Não se trata de uma sobrecarga de informação, mas sim de seu consumo excessivo.”
“Em um esforço para espremer até a última gota de lucro de cada conteúdo, as redes estão substituindo jornalistas de remuneração elevada por profissionais independentes muito mais baratos. (…) Jornalismo de qualidade significa ineficiência de mercado. (…) Espera-se que todos os funcionários de conteúdo editorial escrevam de cinco a dez matérias por dia. (…) A intenção é abordar todas as possibilidades de busca. (…) Os anúncios nas páginas sustentam a produção. (…) Jornalistas muitas vezes se tornam mais filtros do que repórteres.”
“Estamos programados para buscar. (…) Somos máquinas de consumo que evoluÃram em um mundo no qual informações sobre sobrevivência eram escassas, mas agora são abundantes. Com informações baratas por todos os lados, se não as consumirmos de modo responsável, isso poderá ocasionar sérias consequências à nossa saúde.”
“Estamos nos afastando da realidade. (…) Não confiamos mais nas notÃcias, e sim nas nossas notÃcias.”
“Enquanto estamos sentados na frente de nossos computadores, estamos lentamente nos matando, aguardando apenas a próxima dose de dopamina em nossa caixa de entrada.”
“O que diabos aconteceu com minha memória de curto prazo? E onde foi parar minha capacidade de atenção?”
“Jejuar não é fazer dieta. (…) Desligar-se totalmente (…) são formas de evitar o problema real: os próprios hábitos ruins. (…) Consuma deliberadamente. Prefira informação em vez de afirmação. (…) Respeite os provedores de conteúdo que fornecem consistentemente bons nutrientes informativos sendo fiel a eles e evitando todos os outros.”
“A Internet é o maior criador individual de ignorância já inventado pela humanidade, assim como o maior eliminador individual dessa mesma ignorância. É nossa habilidade de filtrar que elimina o primeiro e fortalece o último.”
“Se tiver de errar, erre a favor do descanso, e não do trabalho.” Uma das minhas frases preferidas do livro.
Nos capÃtulos finais, ele fornece algumas dicas para lidar com o consumo excessivo. Selecionei minhas preferidas:
- Cancele sua assinatura de TV a cabo e acesse seu conteúdo de entretenimento visual a partir de serviços como o YouTube e o Netflix.
- Aprenda a desenvolver ignorância seletiva. Ele indica inclusive um livro chamado “Trabalhe 4 horas por semana”, do autor Tim Ferriss (tem no Brasil).
- Substitua consumo por produção de informação em pelo menos parte desse tempo que você passa consumindo. A produção de informação aguça a mente e clarifica o pensamento.
- Aumente o tempo dedicado a atividades sociais, faça longas caminhadas, exercite-se ou medite.
- Consuma informações locais, em vez de globais. Sabemos o que o Obama está fazendo, mas não conhecemos os últimos projetos de lei aprovados no Brasil. Nesse sentido.
- Separe um nicho e desenvolva o máximo sobre ele, em vez de consumir só informações genéricas e em grande volume que você pode acabar nem se interessando tanto.
- Crie um grupo para pessoas próximas, familiares ou outras que gostaria de conversar mais e conhecer melhor.
- Seja uma pessoa mais organizada. Sempre ajuda a definir prioridades e a ter foco.
- Aprenda sobre os assuntos que gosta. Pesquise. Entre em ação.
Reli o livro para escrever esse post, e ler novamente esses trechos e dicas me fez ver como é um livro necessário para nós hoje em dia. Precisamos dessa reflexão porque estamos descontrolados com relação a esse consumo de informação. Onde vamos parar? E quando? O por que, estamos começando a descobrir com os altos Ãndices de estresse, infartos de pessoas com menos de 40 anos de idade, obesidade, ansiedade e outros transtornos relacionados. Sério, gente. Eu falo aqui que cobrar uma pessoa que você acabou de enviar um e-mail (“te mandei um e-mail, você viu?”) é sinal de uma sociedade DOENTE . Precisamos parar, começando por nós mesmos.
Considero as dicas que ele deu muito boas e estou aplicando na minha vida. Que tal aplicar na sua?
Oi Thais,
muito interessante o post, eu ainda não conhecia o livro e fiquei com vontade de ler. Há um outro chamado “Ansiedade da Informação”, do Richard Saul Wurman que vai mais ou menos por esse lado. Dá uma agonia de ler ele porque tem MUITA informação, mas ao mesmo tempo é bem interessante, pois trata da avalanche de coisas que chegam a nós a todo momento.
Fica a dica de leitura!
Grande abraço,
Juliana
http://vidasingular.wordpress.com
Conheço esse livro! Eu adoro esse assunto; quase fiz meu TCC da pós a respeito, mas guardei para desenvolver em um possÃvel mestrado, quem sabe. Obrigada por comentar.
Thais,
Conheci o seu blog não faz muito tempo. Foi numa das minhas andanças pela internet, enquanto tentava achar uma matéria que me orientasse de como utilizar a agenda de modo coerente. Foi aà que me deparei com seu blog. Um post seu, sobre como utilizar a agenda de forma correta. Foi clareador! Exatamente o que eu precisava.
Me interessei pelos links do “Leia também” e assim fui lendo diversos posts seus. Isso foi uma motivação e tanto! Logo no fim de ano, a casa estava um caos e eu precisava me organizar. Sempre fui o mÃnimo do organizada que preciso ser, mas agora, na faculdade e dividindo um apartamento com mais duas pessoas, pra manter tudo limpo e arrumado não dá pra ser tudo sozinha (e nem deve).
Muita coisa me ajudou. Quero ler o livro sobre o método GTD e ver como isso funciona pra mim. Tenho me organizado até para projetos que quero concluir mas sempre ficaram empacados pela falta de organização e tempo.
E agora esse post veio muito a calhar. Também estava tentando há dias pensar como consumir informação com essa correria que é o dia-a-dia. Me ajudou a desanuviar um pouco as coisas. Mais uma vez, excelente!
Só tenho a dizer muito obrigada, Thais. Tenho adorado o blog, as dicas, os longos posts e os curtinhos também. Tudo muito certeiro.
Um abraço!
Eu que agradeço, Priscila.
Olá Thais,
ótimas dicas.
Inclusive notei que já aplico várias delas, algumas implantadas devido a dicas de professores mesmo. Lembro que discutÃamos muito nessa questão das notÃcias mundiais e locais.
Vou copiar e colar no meu quadro!
Obrigada!
Obrigada você por comentar.
Thais, seu blog virou o meu preferido! Tão inspirador, tão centrado…obrigada por dividir tanta coisa conosco! <3
Puxa Ana, muito obrigada! Eu também adoro o seu blog.
Poxa Thais, você está inspirada nessa virada de ano! 😀
Adorei o post e concordo com muita coisa. Gostei muito do item que diz “Substitua consumo por produção de informação…”, é isso que quero fazer este ano!
Bjocas
Obrigada! Estou MUITO nessa pegada de simplicidade e espero que transpareça no blog.
Mais uma vez, o texto está maravilhoso. Amei. Vou adquirir o livro, pois alguns desses pontos, mesmo sem saber, já são discutidos aqui em casa. O meu Pai vai adorar. Obrigada!
Thais, muito obrigado!
Sou viciado em informação. Para mim percebo que apenas o tratamento de choque funciona. Se ligo o computador e entro em um site de notÃcia, quando vejo passaram-se mais de 2 ou 3 horas.
Tenho programas bloqueadores, mas sempre dou um jeito de burlar.
Queria conseguir entrar no computador apenas para realizar tarefas especÃficas. Decidir para onde eu quero ir, entrar em algum site apenas porque tenho vontade e ler do começo ao fim.
Ainda tenho muito trabalho pela frente. Sou consciente e sei que um passo vem depois do outro.
Obrigado pela contribuição.
Thais, boa noite.
O livro fala sobre o processo de escolha da informação?
Escolher é significa apropriar-se e “deixar ir” ao mesmo tempo. A insegurança ou busca da informação perfeita leva a busca pela busca, e diminui o uso efetivo da informação.
Como você lida com isso?
Como escolher um fonte de informação adequada/”ideal” e manter-se fiel? Como saber o momento de buscar fontes novas?
Grande abraço
Acho que é muito pessoal, Bruno. Eu busco fontes novas o tempo todo, sempre que sinto necessidade.
Oi Thais! Tudo bem?
O VIDAORGANIZAD.COM com certeza é um exemplo de “provedor de conteúdo que fornece consistentemente bons nutrientes informativos”.
Adorei o resumo deste livro. You rock!
Olá, Thais! Parabéns pelo blog! É maravilhoso. Leio sempre e é uma referência para mim. Ainda não consegui me organizar muito, mas estou tentando! Obrigada. 💜
Obrigada por comentar!
Oi, Thais! Não sei se você gosta se avisam ou não, mas esse post antigo ta com a formatação desconfigurada!
Um beijo,
Amo seu trabalho!
[…] 2012, Clay Johnson apresentou ao mundo seu livro A Dieta da Informação: Uma Defesa do Consumo Consciente, no qual através de dados e exemplos demonstra a dificuldade que um norte americano enfrentava […]