Eu nem acredito que consegui.
Foram meses muito difíceis, caros, de saudade do Paul, dos cachorros, um sentimento de não pertencimento a nenhum lugar, solidão, insegurança, falta de autoconfiança etc.
Mas acabou.
A proposta do estágio era passar 5 meses na Polônia convivendo com professores e pesquisadores e agregando conhecimentos para a minha tese.
Por eu ter um filho, eu não conseguiria fazer os 5 meses corridos. Então eu fui e voltei para o Brasil algumas vezes durante esse período, o que foi caro e cansativo, mas valeu cada centavo por poder ver o meu filho e estar em momentos importantes da vida dele.
Ao mesmo tempo, concluí um projeto que, geralmente, uma mãe não consegue fazer justamente pela rotina da maternidade.
Nem preciso dizer que o papel do pai do Paul foi essencial nesse processo. Ele cuidou de absolutamente tudo, inclusive dos doguinhos. Sou absolutamente grata e não é porque estamos separados que deixamos de ser família. Ele é meu amigo desde os 17 anos de idade e pai do meu filho. Nossa relação durará pra sempre.
Estou finalizando alguns trâmites finais aqui na Europa e logo volto para o Brasil.
Eu me sinto grata por essa oportunidade, por mais difícil que ela tenha sido. O apoio do meu namorado foi fundamental. Eu não teria conseguido sem ele.
Fui muito produtiva intelectualmente na Polônia, escrevendo muito! E pude aproveitar cultural e historicamente muita coisa, como a visita a Auschwitz.
Por gostar de estudar sobre a Segunda Guerra, eu sabia que a Polônia era um país sofrido. No entanto, eu saio de lá com outra sensação. De que é um país FORTE. Que resistiu bravamente a diversas invasões e tragédias, lutou sempre e nunca desistiu.
Eu concluí esse estágio com um convite para voltar novamente no ano que vem, mas acredito que não farei essa opção. Meu foco está no término do doutorado – o que deve acontecer até o meio do ano – e depois disso eu preciso colocar as minhas ideias no lugar e planejar artigos, congressos e outros projetos. O que eu sinto no momento, de verdade, é que preciso estar na minha casa, reconstruir a minha rotina, ficar mais de boa depois de tantas viagens. Foi cansativo, afetou minha saúde, então eu preciso focar em me recuperar e ficar bem.
Se eu pudesse aproveitar mais uns dois meses, talvez com outubro e novembro, sairia ainda mais enriquecida, pois é quando voltam as aulas e haverá alguns congressos. Mas tá tudo bem. Pude aproveitar muito, deu certo, e agora é hora de voltar pra casa.
Que lindo isso que você falou do pai do seu filho, Thais!!! Parabéns pela conclusão de um projeto tão complexo, não apenas sendo mãe, mas fazendo absolutamente tudo o que você faz. Sigo sua fã!!!!
Obrigada.