De Humanas para Exatas: como estou ajudando meu filho a estudar para o vestibular

Sempre me considerei uma pessoa das Humanas. Minha trajetória acadêmica e profissional foi construída em torno de leitura, escrita e análise crítica. No entanto, meu filho Paul seguiu outro caminho: apaixonado por números e teorias, foi finalista da Olimpíada de Matemática e já decidiu que quer estudar Astrofísica. Agora, ele quer se preparar para o Enem e a Fuvest como treineiro, e eu, que nunca fui forte em Exatas, preciso encontrar formas de apoiá-lo nessa jornada.

O desafio não é apenas ajudá-lo nos estudos, mas entender como funciona essa preparação e quais caminhos podem facilitar seu aprendizado. Apoiar um filho em uma área que não é a sua exige pesquisa, adaptação e, acima de tudo, disposição para aprender junto. Aqui compartilho como estou me organizando para incentivá-lo sem interferir em sua autonomia.

Um dos maiores desafios de acompanhar um filho em uma área diferente da sua é equilibrar incentivo e cobrança. Pesquisas da Harvard Graduate School of Education mostram que estudantes com apoio familiar consistente, mas sem imposição excessiva, apresentam melhor desempenho e menor ansiedade.

Meu papel tem sido o de suporte: ajudo na logística, busco materiais de estudo e acompanho suas necessidades sem exigir resultados imediatos. Isso cria um ambiente de aprendizado mais leve e produtivo, permitindo que ele desenvolva autonomia sem sentir a obrigação de atender a expectativas externas.

Comprei um kit bem legal de matemática para ele e estou procurando materiais de cursinhos do ano passado na área de exatas para ajudá-lo a se organizar. Também estou interessada em colocá-lo em um projeto do GTD Teens, mas só se ele quiser. Já conversamos sobre a possibilidade de no futuro ele estudar fora.

Mesmo sem um conhecimento aprofundado na área, percebi que participar das conversas sobre Astrofísica e Matemática ajuda no aprendizado dele. Por isso, faço perguntas sobre os conteúdos que ele está estudando e incentivo que ele me explique suas descobertas. Isso não apenas reforça seu entendimento, mas também fortalece nossa comunicação e torna o estudo mais dinâmico e interessante.

A decisão de cursar Astrofísica não se resume apenas a passar no vestibular, mas a entender quais são os próximos passos na trajetória acadêmica. Estou pesquisando.

Mais do que acompanhar seu desempenho, essa experiência tem sido uma oportunidade de aprendizado mútuo. Para ele, que se aprofunda cada vez mais na Astrofísica, e para mim, que descubro novas formas de apoiar e aprender junto. Me deu até vontade prestar o vestibular com ele como uma forma de incentivo a mais.

Referências:
Leituras recomendadas:
  1. O Cérebro no Ensino – John Geake
  2. A Ciência da Aprendizagem – Benedict Carey
  3. Aprendendo a Aprender – Barbara Oakley
Sobre a autora

Thais Godinho

Autora do Método Vida Organizada, criou este blog em 2006.

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7 Comments

  1. Thais, lembro de um post em que você relatava sobre o Paul pequeno e mencionava essa aptidão para exatas. E, do jeito que você é inteligente, se prestar o vestibular para apoia-lo capaz de os dois passarem! <3

    1. Eu também, estava grávida do meu e via ela falando do pequeno dela. Agora, ele já está estudando para o vestibular e a minha vai fazer 15 anos! O tempo voa.

  2. Olá Thaís, espero que ajude! 🙂 O seu ótimo conhecimento de humanas e português pode ajudar muito o Paul no vestibular. Se ele conseguir aprender bem essas disciplinas, a chance da vaga aumenta, pois humanas e português são o “calcanhar de Aquiles” do pessoal de exatas (não todos, mas muitos kkk).

    Na minha vida de vestibulanda, eu tinha escolhido um curso de exatas (Engenharia de Computação), mas era boa em fazer Redação. Isso me alocou em uma posição ótima no resultado.

  3. Thais, anos atrás, quando eu estava me preparando para o vestibular, minha irmã mais velha (que já era graduada), no intuito de me incentivar, se inscreveu para fazer a prova comigo. Eu não quis contrariá-la para não parecer ingrata, porque ela me ajudava muito, inclusive pagando o cursinho. Mas se eu já estava com o peso do vestibular nas costas, a ansiedade e agonia só aumentaram, porque até a data da prova eu ficava pensando como eu me sentiria péssima se ela passasse e eu não. Até hoje não tive coragem de contar isso para ela… No final, eu passei e ela não. Mas foi muito tenso para mim.

  4. Olá, Thais. Achei excelente a maneira que você incentiva o seu filho numa área diferente da sua. Ele é um garoto de sorte!

    Queria compartilhar duas impressões pessoais sobre o blog ultimamente. Acompanho ele desde a faculdade, há mais de 10 anos. Você tem usado IA pra gerar parte/todo do texto? Eu sinto uma quebra de escrita e um estranhamento muito grande nas partes que faz referência a pesquisa de instituições americanas/em inglês nos últimos textos. Pessoalmente, não me agrada como leitor. As referências ao final do texto não citam nenhuma pesquisa em específico, artigo, autor daquela instituição.

    Eu também fiquei algum tempo achando que o blog havia sido hackeado pelo formato novo. Muita publicidade no formato mobile e as postagens precisa rolar muito pra chegar nelas. Preferia o formato anterior também.

    Gosto muito dos seus textos! Espero que receba bem o meu comentário.

    Abraços

  5. desde já eu acho o teu filhote super sortudo por ter você como suporte nesse momento. mesmo com toda a rede de apoio que ele possa ter, e até pensando na que eu tive também, eu ainda acho meio “puxado” decidir tão cedinho qual é a nossa carreira. porque a escolha da faculdade meio que nos coloca nesse caminho que vai impactar a vida bem cedo.

    e aí a gente cresce, se conhece melhor, conhece outras coisas e do nada se vê ali querendo mudar de área, mas bate a bad de ter se esforçado até aqui e não querer abrir mão.

    claro, hoje é mais “tranquilo” falar sobre mudar de rotas, mas esse é o sentimento que eu tive desde cedo. afinal, sou apaixonada por comunicação, trabalho com escrita, mas desde nova eu achava que ia fazer Direito e me preparei pra isso. hoje eu percebo que se eu tivesse entrado na área, poderia até estar trabalhando bem, mas não sei se me sentiria tão feliz como me sinto na comunicação.

    acho que ficou confuso porque é mais um desabafo do que um comentário sobre o texto, mas em resumo, quis dizer que eu acho um trampo ter que definir tão cedo nossa carreira, e ter um suporte legal como o seu, da forma que apresentou no post, me deixa super feliz de imaginar que teu filho já vai entrar nessa fase bem mais fortalecido e seguro que muuuuuuitos jovens que entram perdidinhos ou por pressão na vida universitária, como eu. bjs <3

  6. Que legal! Recomendo o conteúdo do Universo Narrado, do Felipe Guisoli. Lições de Matemática e Lições de Física, são cursos excelentes.

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