Como eu passei a me cuidar mais – e melhorei minha auto-estima

Queridas leitoras do Vida Organizada, hoje quero abrir meu coração e compartilhar com vocês um aspecto profundamente pessoal da minha vida: minha jornada de empoderamento feminino através do autocuidado. Refletir sobre essa jornada é revisitar momentos de desafio, crescimento e, acima de tudo, descoberta. Espero que minha história inspire outras mulheres a reconhecerem o poder transformador do autocuidado em suas próprias vidas.

Eu sempre fui uma pessoa que só pensa nos outros. Coloca os outros em primeiro lugar. Sei que tem a ver com a minha formação no budismo, até compreender que o budismo não fala em hierarquizar os outros antes de mim, mas sim em equidade. E eu preciso estar bem se quiser ajudar outras pessoas. Essa virada de chave foi muito importante para mim e, algum tempo atrás, eu decidi voltar a pensar em mim e a fortalecer minha auto-estima, tão abalada na última década ou até mais tempo, se pans.

O despertar para o autocuidado

Minha jornada de autocuidado começou em um momento de crise. Como muitas mulheres, eu estava tão focada em cuidar dos outros e cumprir minhas obrigações profissionais que negligenciei a pessoa mais importante: eu mesma. Engordei, tive depressão, me anulei absurdamente. Foi então que percebi: autocuidado não é egoísmo; é essencial, como falei ali em cima, sobre o budismo. Isso aconteceu mais ou menos por volta de 2022. Eu não estava bem. E, por isso, para “me resgatar”, eu decidi que meu lema para 2023 seria “seja uma rockstar!”, porque ele abrigava uma série de questões que faziam sentido para mim. Deu certo. Esse lema mudou completamente a minha vida no ano passado.

Primeiros passos

O primeiro passo foi o mais difícil: reconhecer que eu merecia dedicar tempo e esforço a mim mesma. Comecei com pequenas práticas de autocuidado, como meditação diária de cinco minutos e caminhadas ao ar livre. Esses momentos de tranquilidade e conexão com a natureza foram reveladores, mostrando-me como gestos simples podem ter um impacto profundo na saúde mental e física. Como eu gosto de moda, mexer com roupas também me animou bastante. Eu resolvi resgatar meu estilo de sempre, que me faz bem, e a tentar conciliá-lo com a vida que eu tenho hoje. Se teve algo que ouvi durante todo o ano de 2023 era como eu me vestia como eu mesma! Isso foi legal demais e um momento importante para mim.

Nutrindo o corpo e a mente

Com o tempo, expandi minha prática de autocuidado para incluir uma alimentação mais consciente e exercícios físicos regulares. Eu também aprendi muito com a relação que eu tinha com o álcool, por exemplo. Aprender a ouvir meu corpo e nutri-lo com o que realmente precisava foi um ato de amor próprio. Cada escolha saudável era uma afirmação de meu valor e um passo em direção ao bem-estar.

Autocuidado e autoestima

À medida que me dedicava ao autocuidado, algo incrível aconteceu: minha autoestima começou a florescer. Cuidar de mim mesma me ensinou a respeitar meu corpo e minha mente, reconhecendo minha força e minha vulnerabilidade. Com cada ato de autocuidado, eu estava não apenas cuidando de mim, mas também construindo a base do meu empoderamento feminino. Eu guardei dinheiro para fazer uma cirurgia no início do ano passado que também me ajudou com a autoestima (reparadoras pós bariátrica e colocação de prótese nos seios). Foi um grande investimento especialmente de tempo e energia porque a recuperação levou um tanto, mas não me arrependo.

Compartilhando e aprendendo

Parte do meu processo de autocuidado envolveu compartilhar experiências e aprender com outras mulheres. Cada história compartilhada era uma fonte de inspiração e um lembrete de que não estamos sozinhas em nossa jornada. A solidariedade feminina é uma força poderosa, capaz de nos elevar e nos apoiar em momentos de dúvida.

O autocuidado como ferramenta de empoderamento

Hoje, vejo o autocuidado não apenas como uma prática de saúde e bem-estar, mas como uma ferramenta essencial de empoderamento feminino. Cuidar de si mesma é reivindicar seu poder e espaço, é afirmar sua importância em um mundo que muitas vezes nos ensina o contrário. Quando você tem um sim muito forte dentro de você, fica mais fácil falar não para tudo aquilo que você decidiu não aceitar mais na sua vida. E isso vai incluir um montão de coisas. Só que não dá pra voltar atrás. É uma mudança real.

Um convite à reflexão

Convido cada uma de vocês a refletir sobre suas próprias práticas de autocuidado. Lembre-se de que autocuidado é pessoal e intransferível; o que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra. O importante é encontrar aquilo que ressoa com você e lhe traz paz, alegria e força. Você está feliz hoje? Se não, o que falta? E o que você pode fazer por você neste momento, que seja uma pequena coisa, para tornar sua vida mais legal? Pense nisso. 😉

Que minha jornada inspire você a embarcar na sua própria aventura de autocuidado, descobrindo o poder transformador de cuidar de si mesma. Lembre-se: você é digna de todo o amor e cuidado que oferece aos outros.

Sobre a autora

Thais Godinho

Autora do Método Vida Organizada, criou este blog em 2006.

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2 Comments

  1. Ah, Thais querida, que post necessário. Obrigada por tê-lo escrito, de verdade.
    Mas, cá entre nós (e a minha terapeuta, com quem falo muito sobre isso), acredito que essa coisa de colocar os outros em primeiro lugar é algo comum para muitas mulheres porque – infelizmente – fomos criadas assim. Não por culpa de nossas mães, porque elas também foram criadas desta forma e assim por diante. É um ciclo vicioso a ser quebrado e seus ensinamentos e o próprio MVO são uma inspiração e um estímulo a isso.
    Aqui em casa dividimos as tarefas, meu marido e eu. Mas quando ele está limpando a casa, sinto culpa por não estar ajudando. Sei que é loucura, mas também sei que não sou a única a sentir isso. São anos de machismo estrutural enraizados na nossa mente.
    O MVO me ajuda demais com o autocuidado e sempre compartilho isso com outras mulheres à minha volta. Ainda tenho um longo caminho pela frente e tá tudo bem, porque é uma maratona, não uma corrida de velocidade. O importante é que sinto que, com sua ajuda, estou na direção certa. Seguimos. Beijo e obrigada por tudo.

  2. Oi Thais, estou revisitando o blog e não poderia deixar de comentar esse post tão necessário, saiba que você presta um serviço publico e util na sua partilha a todas nós.. Não quero me estender muito porque ja fiz alguns comentarios em outros posts, kkkk, maravilhoso ler você. Mas, durante apandemia ter entrado para o MVO me salvou de uma depressao severa. Tersido sua aluna e ser sua seguidora, assim como, leitora ávida desse Blog me fez e faz tão bem, que não imaginas. me arrisco a dizer que voc~e me salvou de um lado sombrio meu e do encarceramento da pandemia. Eu fui criada para cuidar do outro, tive tres filhos e durante a craição dos meninos me perdi de quem eu realmente era, me desconectei de mim mesma. E uma luta diária o priorizar se sabe. Sou a prestativa e cuidadora. Preciso ficar muito atenta para não colocar somente o outro como prioridade. E muito louco isso porque as vezes parece puro egosismo optar pelo meu bem estar e dizer os meu sim, e não ao outro. A compassividade do MVO me trouxe clareza e foco em mim, esse autocuidado de que ta tudo bem eu não ser a mulher maravilha, que todos querem e esperam que eu seja, que esse papo de mulher guerreira é sinonimo de sobrecarga, de solidão e falta de apoio. Já houve muita evolução, mas, o machismo estrutural é algo surreal ainda hoje. Tão forte que ainda sobrevive no imaginario coletico e nos sabota e boicota em muitos momentos. Pra mim o autocuidado é orai e vigiai sabes…Tenho 52 anos e faz muito pouco tempo que consegui olhar pra mim, o ninho vazio e aposentadoria me obrigaram a conhecer quem é a Cláudia, do que gosta, do que não gosta, é um exercicio e um processo. Confesso que não tem sido fácil, mas é necessário e libertador. Estou cuidando da pessoa mais importante da minha vida, EU MESMA.

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