Como está sendo a minha pesquisa na Polônia

Depois de alguns meses fazendo esse trabalho, acredito que agora eu consiga escrever com uma percepção melhor e atualizar vocês aqui no blog.

Fui convidada pela Universidade de Varsóvia, capital da Polônia, para um intercâmbio de pesquisa. Eu e uma outra pesquisadora da PUC em São Paulo fomos selecionadas por nossos projetos atenderem os requisitos do programa. Todo o processo demandou um investimento enorme de tempo e dinheiro da minha parte, pois a bolsa não cobre todos os custos. Seria um investimento que eu faria profissionalmente.

Os primeiros meses foram dedicados a reuniões com professores e assistir algumas aulas. Agora, que a universidade está em férias, meu trabalho deve se concentrar na pesquisa, usando a enorme base de dados da biblioteca da universidade, para finalizar na sequência com algumas apresentações e voltar para o Brasil.

Eu confesso que não esperava que fosse tão difícil como tem sido. Eu conversei muito com o Paul antes de viajar e, estando longe, nos falamos o tempo todo. Mas não tem sido fácil para mim nem para ninguém. Eu voltei a tomar um medicamento para controle da ansiedade – o que eu já tinha tirado há algum tempo. Esse “jogo” neurológico também custou caro, e eu tive dias em que cheguei a passar mal de verdade, achando que teria que ir para o hospital. A solução que encontrei foi esperar menos da faculdade e ter mais autonomia com a minha pesquisa, e também não ficar tanto tempo sozinha na cidade.

Eu confesso a vocês que eu cheguei a decidir largar o doutorado. Mas quando o meu medicamento estabilizou eu tive condições de refletir melhor e decidi que é importante aproveitar essa oportunidade que eu estou tendo da melhor forma possível e terminar o meu trabalho o quanto antes pra poder voltar logo e de uma vez para o Brasil. Para isso acontecer, vou precisar arquivar ou adiar alguns outros projetos, o que faz parte.

Com meu professor orientador!
A maravilhosa biblioteca da Universidade

São alguns os objetivos desse intercâmbio:

  • Complementar a base teórica da minha pesquisa para o doutorado no que diz respeito a religião, trabalho e sociedade.
  • Conhecer outros professores, pesquisadores e cultura universitária.
  • Esboçar outros artigos e trabalhos científicos que sejam interessantes ao campo.
  • Desenhar uma primeira versão do que seria a minha pesquisa para um pós doutorado (trabalho dentro dos campos de concentração nazistas).

Com esse projeto, o meu doutorado foi estendido por mais seis meses. Eu deveria defender a tese em março de 2025 e, com a entrada do intercâmbio, ela vai ficar para o segundo semestre do ano que vem. No entanto, se eu conseguir concluir antes, tanto melhor.

Pierogi é o prato típico da Polônia

Minha impressão da Polônia em si tem sido boa. Eu fico mais na universidade, o que é uma bolha, em certo sentido, e as pessoas são amistosas e prestativas. Na rua, tem muito turista. Imagino que em outras cidades menores a Polônia deva ser diferente. Por enquanto eu só fiquei na capital mesmo. Pretendo conhecer Cracóvia e Auschwitz, mas como eu não estava muito legal ultimamente, achei que não seria uma visita legal a se fazer agora. Mas pretendo fazer antes de voltar.

A comida polonesa é muito boa e temperada. Tem sido a melhor parte, sinceramente. Felizmente a Polônia não é um país caro para se viver, e eu tenho gasto menos do que gastaria se estivesse no Brasil (mesmo convertendo). A bolsa do projeto basicamente paga a hospedagem, mas todo o resto é por minha conta.

Sobre a autora

Thais Godinho

Autora do Método Vida Organizada, criou este blog em 2006.

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