“O melhor do mundo” (Seth Godin, 2019)

Eu tinha lido esse livro em inglês (“The Dip”) há alguns anos e, recentemente, tive vontade de reler na versão em português. É um livro bem fininho (105 páginas) mas que fica o tempo todo te ajudando a entender a seguinte questão: vale a pena desistir ou insistir? Então minha recomendação de leitura vai para você caso esteja em um momento desse tipo de decisão.

Quando eu comecei a fazer o meu mestrado, eu percebi como é comum na vida acadêmica todo mundo ter uma certa “síndrome do impostor”. De alguma maneira, isso é alimentado por todos os envolvidos. É esquisito. O professor te faz perguntas que sabe que você não vai saber responder, na frente de uma classe inteira que, em vez de agir com empatia, acaba alimentando a vergonha com “risadinhas”. Você sai se achando uma porcaria, mas sem querer acaba fazendo o mesmo com os seus colegas. E veja: não estou dizendo que todo mundo, sem exceções, é assim. Mas, via de regra, a maioria é, e isso infelizmente gera toda uma questão no meio acadêmico.

Por que eu estou falando especificamente do meio acadêmico? Simples escolha de recorte. Eu poderia ter falado sobre operadores de caixa de supermercado que são obrigados a trabalhar em tempo de COVID e são humilhados pelos gerentes na frente dos clientes. Ou sobre professores que estão se desdobrando para ministrar aulas em formato EAD mesmo sem ter a estrutura necessária ou um direcionamento por parte da escola sobre como fazer.

Porque é justamente nos piores momentos que a gente tem vontade de chutar o balde, e várias questões como 1) pagar boletos (a principal) e 2) será que devo mesmo desistir? surgem na mente de todos que passam por isso. E, quando a gente está no calor da situação, fica muito difícil ter a clareza necessária para decidir. Será que eu estou de saco cheio deste momento ou realmente estou dando murro em ponta de faca e devo mudar o meu foco de vida? Não é fácil decidir isso e, sinceramente, mesmo tendo amigos, terapeuta, parceiro, para conversar, é uma decisão solitária, que só cabe a você, mesmo que outras pessoas estejam envolvidas.

E aí, como decidir? É exatamente isso o que o livro do Seth propõe ajudar. É um livro inteiro (fininho, vá lá) mas que aprofunda nisso, para você chegar ao final dele sem dúvida alguma sobre qual caminho deve seguir. Porque sabe, às vezes vale a pena passar perrengue porque você sabe que está em um vão que vai te levar lá na frente a alguma coisa que vale a pena. Mas às vezes não é um vão, e sim um abismo. Só você pode identificar, e o livro te ajuda nisso.

E se por acaso você entender que é melhor desistir de algo, que bom. Porque é isso, a gente não consegue fazer tudo. O segredo da coisa toda está em desistir das coisas que são erradas para você.

O título do livro em português, “o melhor do mundo”, é porque o Seth diz que, se você quer alcançar algo que vale a pena, se você quiser ser o melhor do mundo em alguma área, precisa focar nela e desistir de todo o resto. Eu não colocaria como título do livro, mas não tenho a pretensão de julgar qualquer escolha editorial. Penso que “o vão” é o ponto chave da coisa toda, mas certamente seria um título complicado e talvez não muito comercial.

Mais uma vez, recomendo para quem está em dúvida sobre o que fazer na vida, se deve continuar insistindo em algo ou não. Se você estiver nesse momento, o livro pode ser útil para você.

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Sobre a autora

Thais Godinho

Autora do Método Vida Organizada, criou este blog em 2006.

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4 Comments

  1. Muito obrigado pela resenha e pela recomendacao. Acertiva como sempre =)

  2. Talvez me ajude! Decidi desistir de estudar para magistratura depois de muito insistir e me ver afundar, mas mesmo com a decisão, essa questão continua me assombrando, como uma grande derrota interna 🙁

  3. Muito obrigado pela recomendação, Thais! Me interessou muito, com certeza vou pegar para ler.

  4. Eu estou precisando mesmo ler esse livro. Curseu matéria como aluna especial do mestrado, fiz um processo seletivo pra aluna regular. O processo teve falha na apuração e fui prejudicado e depois disso, desanimei. Comecei a refletir se era isso que eu queria, se erapenas por ego, vaidade. Sei que preciso disso para dar aulas em universidades, mas nao sei, ainda, se estou disposta a arcar com toda a bagagem que vem com o mestrado.

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