No final do ano passado eu me apaixonei e trouxe para casa um livro chamado “Culinária Ayurvédica para o seu dia a dia”, da Kate O’Donnell, e desde então ele tem sido o meu guia diário para preparar refeições e me alimentar de acordo com essa linha da medicina oriental. (leia mais sobre ayurveda aqui)
Nesse livro, a autora explica sobre a culinária do ponto de vista da ayurveda (medicina indiana) e traz receitas alinhadas com o ritmo de cada uma das estações. Eu já adoro essa questão das estações porque acredito que nós, como seres humanos, ficamos melhores quando nos conectamos com a natureza. O livro é incrível e recomendo fortemente para quem tem esse mesmo tipo de raciocínio. Ele é totalmente prático e traz receitas e boas práticas em termos de estilo de vida para cada estação.
Para o verão, ela diz que o corpo busca naturalmente evitar alimentos mais pesados e gordurosos, que são alimentos que, no frio, funcionam melhor para o corpo. No verão, queremos alimentos que mantenham o corpo leve e fresco. Segundo a autora: “as receitas de verão exploram o sabor amargo das verduras frescas para resfriar o sangue, a adstringência das frutas da estação para tonificar os tecidos e os alimentos levemente doces, como a erva-doce e o coco, para equilibrar o fogo no trato digestivo”.
Eu funciono muito bem com métodos e orientações assertivas, então o livro realmente tem sido uma “bíblia” da alimentação no dia a dia. Nem preciso dizer que qualquer mudança na sua alimentação deva ser acompanhada por um profissional da nutrição, certo? 😉
Eu achei que seria legal criar um post sobre isso porque o assunto influencia diretamente no planejamento do menu semanal aqui em casa. Como já comentei com vocês, quem costuma preparar as refeições aqui em casa é o meu marido. Estamos em um momento de transição, pois ele está se tornando vegetariano também, mas o filhote não. E ele (meu marido) não faz tanta questão da alimentação da ayurveda como eu, então a gente está se ajustando. Eu costumo preparar então as minhas refeições diariamente, e eles usam muitos alimentos que eu preparo, quando é do gosto deles; se não, meu marido prepara algo separado, o que faz ele perder menos tempo cozinhando do que antes. Foi bom para todos.
Voltando para a nossa estação. Segundo a autora do livro, existem alguns sinais que o corpo dá nessa época que acusam um desequilíbrio: indigestão ácida, inchaço, inflamação (e vermelhidão na pele) e irritabilidade. Tudo isso são sinais de uma alimentação desequilibrada. A solução trazida pela ayurveda é investir em alimentos que tragam esse equilíbrio de volta. No caso do verão, seriam os alimentos com sabores mais amargos, adstringentes e levemente doces.
Alimentos que valem a pena no verão:
- vegetais amargos e adstringentes (abobrinha, brócolis, verduras no geral, aipo, vagem, raiz de erva-doce)
- grãos neutros e leves (quinoa, cevada, arroz branco)
- frutas neutras e doces (uvas, romãs, melões, limão, frutas de caroço)
- proteínas leves e refrescantes (feijão mungo, tofu)
- coco e todos os seus derivados: água, leite, carne e açúcar
- especiarias e ervas refrescantes (sementes de erva-doce, coentro, cardamomo, hortelã, cúrcuma)
Alimentos cuja recomendação é tentar evitar nessa época:
- alimentos picantes de maneira geral
- café
- vinagre
- álcool
- alimentos salgados
- tomate cru
- cebola crua
- suco de laranja
- alimentos que aquecem, tipo pimenta
- frituras e alimentos oleosos de modo geral
As recomendações do que evitar são bem interessantes. Eu já vinha reduzindo o consumo de café, pois interfere muito no meu sono. Evitar alimentos picantes é muito difícil para mim, pois adoro uma pimenta! Mas faz sentido. Tomate a cebola fazem parte da nossa alimentação diária, então também é totalmente “fora da caixa” não consumi-los com tanta frequência. Suco de laranja também é aquele padrão do café-da-manhã, então são observações bem interessantes de se fazer e ver como o corpo reage.
Pelo que eu vi, o coco é a grande estrela da estação, e com ele consigo fazer as coisas mais facilmente, pois adoro água de coco, leite de coco, açúcar de coco e o coco puro mesmo. No meu menu, isso se reflete da seguinte maneira:
- sempre tenho água de coco na geladeira
- dos leites vegetais, priorizo o de coco (também acho que o de arroz pode ser legal nessa época)
- procuro receitas com coco ralado (eu adoro!)
- sempre que tenho a oportunidade, como a carne do coco (no mercado que frequento eles sempre têm o coco cortadinho pra vender)
- uso o açúcar de coco em vez do demerara nos preparos diversos do dia a dia
Outros alimentos que ela recomenda nessa época também:
- abóboras
- alface
- beterraba
- ervas (salsa, coentro, tomilho, manjericão, hortelã, endro)
- milho
- pepino
- ameixa
- frutas vermelhas
- maçã
- melão
- pêssego
- tâmara
- feijão branco
- grão de bico
- abacate
Eu optei por compartilhar apenas as opções vegetarianas por motivos óbvios. 😉 Mas no livro ela traz algumas recomendações que envolvem carnes e outros alimentos de origem animal, se você tiver interesse.
Uma vez por semana eu costumo planejar as refeições e então definir o que preciso comprar. Os lugares que frequento são: feiras de rua, Liberdade (bairro japonês em SP), lojas de produtos naturais e o supermercado do bairro, quando necessário (quase não tenho me alimentado com industrializados).
Só de ler as opções acima já me vêm várias ideias de comidinhas na cabeça. 🙂 Mas no livro ela traz receitas para seguir, para quem não souber o que preparar. De modo geral, meu dia a dia tem sido assim:
Café-da-manhã
- tofu mexido, simulando um ovo mexido – basicamente, uso o tofu firme refogado em ghee vegetal, sal e açafrão (cúrcuma, na verdade)
- sopinha – geralmente uso missoshiro como base e acrescento vegetais ou macarrão de arroz (se estiver com bastante fome)
- um suco mais substancioso, como de beterraba
- frutas (melão, morangos, pêssego etc.)
- papinhas de aveia com alguma fruta (ex: pêssego)
- leite de coco com açúcar de coco e quinoa (amo isso, fica uma delícia)
Almoço
- arroz com vegetais – essa acaba sendo a refeição mais prática para mim: preparo o arroz e alguns vegetais no forno, como abobrinhas, e faço uma salada de pepino ou acelga para comer junto
- “canja” sem frango – basicamente a mesma receita da canja, mas caprichando nos vegetais e no arroz
- lentilha refogada – amo amo amo
- algum macarrão com legumes
Aí funciona assim: se eu fiz arroz e vegetais, costumamos preparar alguma proteína animal para o Paul – um frango grelhado, por exemplo. Se for macarrão, mesma coisa. E assim vamos complementando as refeições dele.
Jantar
Eu costumo repetir o que fiz para o almoço ou preparo alguma sopinha.
Sempre tenho aquele Rap10 e massas leves para pizza em casa, porque também acho bem prático de fazer no dia a dia e às vezes dá vontade (amo pizza!).
Lanches
- frutas, sempre
- missoshiro com cebolinha (simples e prático)
- chás
- torradinhas com algum patê (hommus, patê de feijão branco, entre outros)
- um lanchinho que adoro fazer quando estou com bastante fome é dar uma torradinha no pão sírio (ou Rap10), colocar hommus e pepino fresco – fica uma delícia!
Sempre tenho patês na geladeira (faço semanalmente). Hommus é o meu preferido.
Docinhos de maneira geral
Eu não sou muito fã de doces mas de vez em quando bate aquela vontade. Minhas opções são:
- manga congelada (amo, vira um sorvetinho)
- mousse de chocolate feito com leite e açúcar de coco
- saladas de frutas
- frutas, de modo geral
Quando fico fora o dia todo em compromissos diversos, sempre levo algumas frutas para ir beliscando. O segredo para comer bem fora de casa é sempre levar as comidinhas com você.
Eu pretendo ir postando aqui no blog as receitas que comento acima e em outros posts futuros como este. Você gostou desse tipo de post? Se sim, por favor, deixe um comentário com seu feedback, pois assim eu saberei se vale a pena continuar fazendo. Eu AMO esse assunto. <3