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Aqui em casa estamos em quarentena e, por isso, nossos hábitos de compras mudaram. Queria compartilhar com vocês como temos feito.

Desde o primeiro caso no Brasil, nós já fizemos uma compra um pouco maior de insumos para termos comida para duas semanas em casa, caso não pudéssemos sair. Quando o isolamento virou a recomendação norma, tomamos as seguintes atitudes.

Em primeiro lugar, ir ao mercado apenas quando necessário. Geralmente, uma vez por semana, mas já ficamos mais de duas semanas sem ir. Quem vai é sempre meu marido. Nós acreditamos que ir uma só pessoa reduza os riscos de contaminação. Eu não faço questão de sair de casa, mas ele tem “sentido” mais, então prefere ele ser “o escolhido”. Também aproveita para ir í  farmácia, se precisarmos de algo. Não vamos em mais nenhum lugar além desses, e apenas quando realmente precisamos.

Em segundo lugar, o consumo de alimentos frescos. Para diminuir a possibilidade de contágio com itens expostos no mercado, e também para apoiar pequenos produtores, assinamos uma cesta de alimentos orgí¢nicos, que envia um mix de alimentos toda semana (verduras, frutas e legumes). Assinamos durante quase um mês, mas então achamos que valeria mais a pena pedir os itens separados, mesmo que semanalmente, pois assim pedirí­amos o que estivéssemos precisando mesmo e em uma quantidade mais adequada. O legal de receber toda semana é “forçar” (no bom sentido) a termos sempre alimentos frescos em todas as refeições. Você pode procurar na Internet produtores em sua região que também ofereçam esse serviço.

Em terceiro lugar, temos um mercadinho vegano aqui no bairro que continua trabalhando fazendo entregas, então a cada 7 ou 10 dias eu acabo pedindo algo lá também. Chocolates, queijos veganos, sorvetes e outros produtos do tipo, que são mais difí­ceis de produzir em casa. E também para ajudá-los.

Falando um pouco sobre o trato das compras quando elas entram na casa.

Temos duas “zonas sujas” aqui. Uma na entrada, onde deixamos entregas que cheguem pelo correio (Amazon, por exemplo) e também nossos calçados e produtos de limpeza. Na área de serviço, temos um espaço onde sempre colocamos as compras para higienizar. Esse processo todo é muito importante. Quando meu marido chega da rua, ele coloca máscara e roupas para lavar (o sabão mata o ví­rus), higieniza as coisas (eu guardo) e vai tomar banho.

Produtos com embalagem são higienizados com água e sabão, álcool ou água sanitária diluí­da em água. Produtos sem embalagem (orgí¢nicos) são higienizados da mesma maneira, conforme apropriado. Deixamos de molho, tudo certinho.

Para ir í s compras, meu marido sempre vai com máscara e a menor quantidade possí­vel de pele exposta – até boné ele usa. Distancia-se socialmente de todos no mercado e leva sempre a nossa própria sacola retornável – que também é higienizada no processo, na volta. Fora a própria higiene pessoal dele, sempre redobrada.

Apesar de não ter nenhum “registro oficial” de pessoas que tenham se contaminado através do manuseio de embalagens, já lemos alguns especialistas dizendo que o ví­rus fica “vivo” em embalagens por até cinco dias, então preferimos nos precaver da melhor maneira que conseguirmos. Se estamos fazendo o esforço de ficar em casa, higienizar as compras é realmente o de menos.

Sei que nenhum de nós planejava tratar as compras dessa maneira e provavelmente ninguém achava que, em pleno 2020, estaria lavando saco de arroz em casa. Mas, quando paro para pensar, fico refletindo se não deverí­amos fazer isso sempre mesmo! No final das contas, é sim uma boa prática de higiene que deverí­amos incorporar mesmo sem estarmos vivendo uma pandemia.

Agora, um breve desabafo.

Imagino que, quanto mais rápido todo mundo que puder fazer, fizer a quarentena, mais rápido voltaremos a circular, com cuidados. Por isso, tenho exercitado a minha paciência quando vejo pessoas desrespeitando as recomendações, porque isso só vai prejudicar ainda mais a economia, os comércios e escolas etc. a médio prazo. Vamos demorar mais a voltar, porque estamos apenas adiando o isolamento. Sendo realista, eventualmente todos podem pegar o ví­rus, mas o que estamos evitando é sobrecarregar o sistema de saúde, que já terá que atender pessoas que trabalham nas chamadas “profissões essenciais” e que não podem ficar em casa. Se você pode, agradeça o privilégio e o honre, assim como os profissionais que precisam sair. Fique em casa. Muitos médicos, enfermeiros, faxineiros, recepcionistas, entregadores, policiais adorariam ter a possibilidade de escolha que você tem. Se não for para pensar no coletivo sempre, pelo menos por enquanto acho que vale um esforço, sabe.

Enfim, por aqui seguimos fazendo a nossa parte. Espero que o post ajude você nesse processo também, de alguma maneira.