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O que eu aprendi sobre produtividade com Tim Ferris: parte 3

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Este é o terceiro post da série O que eu aprendi sobre produtividade com Tim Ferriss, esse cara incrível com dicas tão bacanas sobre a vida. Eu demorei um pouco para dar continuidade a esta série por dois motivos. Primeiro, porque estava tocando a série do GTD com o Evernote, que me tomava bastante tempo. Não dava para levar duas séries ao mesmo tempo. Segundo, que não gosto de escrever com pressa ou por obrigação. Essa é uma das vantagens de ter um trabalho como autônoma – construir meu próprio ritmo de acordo com o nível de energia, disponibilidade de tempo e criatividade.

Hoje eu gostaria de falar sobre o conceito que o Tim chama de “novos ricos” (NR), que basicamente são as pessoas que têm poder de escolha quando se trata de tempo. Pode reparar que, na maioria das vezes, achamos que temos esse poder, mas não temos. Se você consegue mobilidade para os seus compromissos, então você realmente tem. Se não, se você não pode mudar o horário do seu trabalho, por exemplo, você não tem.

[quote]”Ser financeiramente rico e ter a habilidade de viver como um milionário são duas coisas fundamentalmente diferentes.”[/quote]

Ele tem um conceito relacionado que se chama “multiplicador de liberdades”. Bem, obtém-se esse resultado fazendo o cálculo entre o que você faz, quando você faz, em que lugar você faz e com quem você faz. Em termos práticos, se você trabalha 12 horas por dia para ganhar 10 milhões de reais por ano, você é menos rico que uma pessoa que trabalha seis horas por dia e ganha 10 mil por mês. Chocante? Riqueza não se limita a dinheiro, mas em abundância de tempo para fazer o que quiser e liberdade de escolha para fazer “como” quiser. Na verdade, o poder é a habilidade principal. É a coisa de você estar viajando pela Malásia e trabalhando pela Internet, por exemplo, ou vivendo seis meses na Inglaterra sem deixar de lucrar com o seu negócio.

Não existe um modelo certo e cada pessoa pode chegar ao que considera um trabalho ideal, mas tudo começa substituindo dogmas. Veja o post anterior, sobre regras desconstruídas.

Vale citar aqui uma reflexão chave que o Tim faz em seu livro, sobre a eterna questão “eu gostaria de mudar a minha vida, mas realmente não posso por X, Y, Z”. Ninguém nunca terá as condições perfeitas. Todo mundo que arriscou, tomou a iniciativa e assumiu os riscos. Porém, até lá, você pode ir se preparando. A primeira coisa que você deve fazer é definir qual seria a pior situação possível que você passaria. Se você largasse agora o que está fazendo para ir em busca do que você quer, o que de pior aconteceria? Tenha isso em mente para pensar em possíveis alternativas. Muitas vezes, a pior situação possível nem é assim tão ruim. É que, quando a gente não pensa nela, tendemos a superestimá-la.

Outro ponto importante que ele fala sobre empregos mal-pagos e frustrantes. A gente se mantém nesses empregos porque precisa pagar as contas, sustentar a família, porque espera um reconhecimento (e uma promoção), um aumento de salário. Analise seus últimos meses e anos e veja se isso aconteceu alguma vez com você ou com outras pessoas da mesma empresa. Se não aconteceu, o que te leva a crer (de verdade) que acontecerá um dia? E, se acontecer, quanto tempo você está disposto a esperar até que aconteça.

Ele fala uma frase muito legal no livro, que é: o cara trabalha dez horas por dia para ser promovido e trabalhar 12. Qual a vantagem? Ah, dois mil reais a mais no salário. E a vida que você deixa de viver cada vez mais a partir disso? Suas relações familiares, a atividade física que você deixa de fazer, a saúde prejudicada, os amigos que param de te chamar, sua casa em ruínas. Aqui vai uma notícia para você: as coisas não vão melhorar sozinhas. Não compactue com a mediocridade e tome uma decisão para mudar a sua vida. A não ser, é claro, que você queira continuar fazendo isso das 8 às 18 nos próximos 30 anos da sua vida.

Para finalizar o post, ficam as reflexões que eu mesma fiz, vivo refazendo e continuamente me ajudam a reposicionar as coisas:

  1. O que de pior aconteceria se você tomasse hoje aquela decisão que vem martelando na sua cabeça há muito tempo?
  2. Caso isso acontecesse, quais seriam as medidas que você poderia tomar para ter o controle da situação de novo?
  3. Quais são os benefícios que resultariam dos resultados mais prováveis das perguntas acima? Quais seriam os prós?
  4. Se você fosse demitido hoje, o que faria para manter a sua situação financeira sob controle?
  5. O que te custa Рfinanceira e emocionalmente Рadiar suas a̵̤es?
  6. O que você está esperando?

Lembre-se: o que mais tememos fazer é o que mais devemos fazer. Durma com essa! ;D

Thais Godinho

Thais Godinho

Meu nome é Thais Godinho e eu estou aqui para te inspirar a ter uma rotina mais tranquila através da organização pessoal.

29 comentários em “O que eu aprendi sobre produtividade com Tim Ferris: parte 3”

  1. Palavras inspiradoras Thais. Eu recentemente deixei um emprego estavel para abrir meu proprio negocio. E confesso que foi um processo que começou ha quase dois anos. Voce foi minha inspiraçao. Nunca fui bagunceira mas evolui muito desde que conheci o seu trabalho. Sigo quase todas as suas dicas (só falta o cardapio hehe) . Tenho cronograma de limpeza, evernot. Hoje considero que cheguei num ideal de organizaçao. Eu sou psicologa e o contato com seu trabalho me fez refletir como as palavras tem poder. Eu nao te conheço pessoalmente e você mudou minha vida. Fico pensando nos pacientes que atendo, nas palavras que digo e no impacto que elas tem sobre a vida de cada um deles. Mas de tudo acho que nosso trabalho tem algo em comum. Fazer com que as pessoas tenham de alguma forma uma vida melhor e sintan-se mais felizes. E isso nao tem preço.

    Sucesso Thais!😉

    http://www.psicologavivianevieira.com.br

  2. Olá,
    Sou leitora assídua do seu blog e percebi q estou sendo direcionada para uma atualização do google chrome e páginas e mais página de pesquisas e sorteios 🙁

  3. Nossa, que timing ler isso agora. Eu conheço e adoro o trabalho do Tim, é muito inspirador… Mas ler isso justo hj, dia que separei pra gravar uma série de vídeos pro blog.sobre medo, mudança e sonhos veio bem a calhar <3
    É lundo ver a nossa relação com o trabalho e o dinheiro mudando.
    Prevejo um futuro com pessoas muito mais felizes e inspiradas 🙂

    1. Espero que sim.

      Hoje tive um exemplo de uma pessoa que foi chamada para uma vaga de trabalho que “pagava a mesma coisa”, mas tinha oportunidade de crescimento, criatividade, exploração de mil coisas. E a pessoa não foi pela estabilidade.

      Então sei lá, espero que sim, mas tenho a péssima mania de achar que todo mundo pensa como eu.

      Obrigada por comentar, Bia.

  4. Oi Thais, o post está maravilhoso, porém o que me chamou mais a atenção foram suas reflexões finais, você já leu algo sobre a Terapia Comportamental Cognitiva ? ( sou psicóloga e essa é minha abordagem teórica) O que você nos passa está muito ligada a ela, se for somente uma grande coincidência, sugiro que você procure ler a respeito, tenho certeza que irá se identificar muito. Se me permite, sugiro o livro TCC para Leigos.

    Um beijo,

    Selma

  5. Olá Thais !!
    Sou sua leitora e seguidora do blog a muito tempo, mas depois de ler esta postagem, me senti na obrigação de lhe agradecer, pois estou em um período de insatisfação com meu trabalho. Obrigado por postar coisas que nos levam a interiorização e a possibilidade de mudança na direção de nossas vidas !

    Sucesso e Brilho para tds nós.

    Taísa

  6. são dicas preciosas. Nunca tinha pensado por esse ângulo, mas lendo esse texto me senti tão feliz.
    Entendo o que ele diz por riqueza pois me sinto muito assim. Tenho amigos que ganham mais do que eu, mas vivem escravos do trabalho, frustrados, sem satisfação. Atualmente o que ganho tem sido o bastante para me manter e viver uma vida mais leve. Posso acordar mais tarde (o que para mim é muito importante), dormir o suficiente (como disse, muito importante), cozinhar, assistir séries do meio da semana, pintar, criar e etc… Coisas que em um trabalho formal não faria.

    Aqui em SP a gente vê muita gente que só trabalha, só trabalha e nunca vive a vida. Eu mesma só percebi o quanto estava errada quando visitei o norte do país, onde a vida era mais leve e mais “vivida”.

    Precisamos muito dessa reflexão, tem gente morrendo sem viver a curta vida que nos foi dada.

  7. Olá Thais, minha pergunta foge um pouco do assunto do post, mas gosteria de saber se tem algum artigo ou sugestão de como eu poderia me organizar melhor em relação a frases, textos, citações, resumos motivacionais que eu gosto de colecionar, isso digital e impresso. Gosto de reler essas coisas mas as vezes elas estão em tantos lugares, não estáo centralizadas e isso me deixa perdido, obrigado pela atenção!

  8. Parabéns, Thais! Adorei o post. Você escreve muito bem e seus textos sempre são inspiradores.
    O que mais me chamou a atenção neste foi a parte de aproveitar a vida agora, de viver agora. Nunca fui muito adepta do conceito de trabalhar a vida inteira para só descansar e aproveitar a vida na velhice.
    Queria aplicar esse conceito em minha vida, mas estou justamente na situação contrária: acabei fazendo, por falta de opções, algo que gosto, mas não tenho retorno suficiente para pagar minhas contas. Minha situação se complica a cada dia. Mas estou esperando a luz no fim do túnel. Sei que tudo vai dar certo um dia.

    Tenho uma sugestão de leitura para você, Thais! O livro “Pai Rico, Pai Pobre” apesar de ser mais voltado para finanças, também joga por terra os conceitos de felicidade e estabilidade impregnados na sociedade e considera como um verdadeiro rico aquele que tem controle sobre sua vida, que é o proprietário, não o empregado ou o chefe que tem que ficar sempre ali em supervisão constante. Você já o leu? Se não leu, recomendo que leia, é um livre muito interessante.

    Abraços!

  9. Não é assim tão fácil colocar a teoria em prática. Soa muito bem este texto mas nem toda a gente tem condições financeiras para colocar em prática! Em período de crise (em Portugal), onde as contas têm de ser pagas, temos filhos para criar e as oportunidades não estão ao virar da esquina, ter emprego é um tesouro mesmo que eu não goste do que faça e me sinta frustrada todos os dias 🙁

    Mas obrigada pela partilha, é sempre uma mais-valia! 🙂
    Beijinhos

  10. Thaís,
    Espero que não me leve a mal, mas sinceramente, acho que a proposta de “trabalhe poucas horas por semana” simplesmente não funciona para todas as pessoas e eu diria, inclusive, que não funciona para a maioria das pessoas, pois elas possuem aptidões, necessidades, histórias de vida diferentes…
    E isso me faz lembrar de um post que vi aqui mesmo, com o link para esse ótimo texto http://contente.vc/blog/a-armadilha-do-faca-o-que-voce-ama/
    Eu sou uma dessas pessoas que, por razões extremamente pessoais, prefere o dinheiro líquido e certo na conta todo começo de mês a se arriscar “no que gosta”, simplesmente porque o que eu gosto é de ter segurança financeira! E ficar na praia, de papo pro ar, mas isso não dá dinheiro, né?
    São escolhas e, desde que a pessoa esteja consciente delas, ok. O que acho um pouco chato é essa pressão moderna do “faça o que você ama”, que oprime, de certa forma, as pessoas que não têm essa opção e que, na minha opinião, corresponde à maior parte da população.
    bjs

  11. Olá, Taís!
    Parabéns pelo belo trabalho que você desenvolve! Seu blog é fonte de inspiração para minha vida!
    Tenho uma filha de 21 anos que concluirá a Faculdade de Farmácia em 2015. Gostaria de uma indicação de livro sobre gestão de carreira, pois as dúvidas são muitas e não há, na família, alguém mais experiente, que possa orientá-la.
    Obrigada!

  12. então…adoro o que voce escreve, tem muita faciidade para isso.
    só que eu tenho um problemao danado.
    tenho leitura dinamica…dificuldade para gravar o q leio pois leio sempre com o passar dos olhos.
    queria ser organizada, . fico lendo primeiro os últimos paragrafos e voltando como folhearuma revista sempre do finaal para o começo…que voce me aconselha?????.
    eu fico aqui, no queria ser como você quando eu crescer…..(tenho 63 anos)…rsrs
    te admiro viu????

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