Quando falo sobre autocuidado, sei que vou ouvir / ler respostas como “eu adoraria ter mais tempo para cuidar de mim”. Por isso, o intuito deste post é trazer algumas dicas e palavras de alento a quem costuma falar essa frase.
Em primeiro lugar, e digo isso com a maior dose de empatia que conseguir, eu quero que você observe se você não está dizendo essas coisas apenas por hábito. Muitas vezes, vivemos de um jeito em que nos acostumamos, e é mais fácil dizer que não temos tempo para fazer determinada atividade do que analisar o que pode ser mudado no cotidiano e efetivamente fazer essas mudanças. Sei que é delicado falar isso, pois muitas vezes envolve um tipo de conversa entre casal que não existe hoje. Revela problemas de comunicação que talvez estejam mais intricados do que se imagina. Mas, de verdade, meu conselho carinhoso para você é: observe sua vida com o mesmo carinho também. Aquilo que te incomoda pode virar uma frustração, que pode desencadear outras emoções. Cuide-se. 😉
Antes de ter filho, arranjar um tempo para mim era mais fácil, pois dependia apenas da minha organização pessoal. Depois que ele nasceu, no primeiro ano, eu tinha a perspectiva de que o meu papel durante algum tempo era o de estar ali para as necessidades dele, e tava tudo bem. Ele ia crescer e as coisas iam mudar. Então essa é a primeira dica que gostaria de dar, caso você seja mãe. O primeiro ano de um filho sempre é mais sensÃvel, pois envolve uma necessidade maior da parte tanto dele quanto da sua, pelas variações hormonais.
Depois, cada ano vai trazendo uma nova realidade. Eu voltei a trabalhar fora quando nosso filho tinha um ano de idade, e a configuração que fizemos em casa permitiu que meu marido ficasse mais com ele durante a semana e eu, de noite e aos finais de semana. Mesmo assim, e mesmo com o tempo escasso, dá pra gente achar um tempinho pra gente. Minha técnica sempre foi a dos 15 minutos por dia. Hoje vou usar para testar um produto novo no cabelo, na hora do banho. Amanhã, para fazer as unhas. E assim vai. Claro que não é nada perfeito, que muitas vezes você tem que parar o negócio no meio, mas dá.
Se eu não tivesse marido e tivesse que cuidar do filhote sozinha, eu faria todas essas coisas depois que ele estivesse dormindo, ou enquanto ele estivesse na escolinha.
O que quero demonstrar é que arranjar um tempo para o autocuidado não é um luxo, um mimo ou simplesmente desejável. Fazer isso é caso de priorizar saúde mental mesmo.
Não vou dizer que foi fácil. Nos primeiros anos de idade do nosso filho, eu sempre tive que ficar à disposição dele. Sou a mãe, faz parte. Mas, hoje, ele com nove anos, eu consigo ter um tempinho cada vez melhor de qualidade não apenas comigo mesma, mas com ele também. Porque, aos poucos, toda criança vai aprendendo a desenvolver atividades mais independentes. Quando meu filho está lendo, desenhando ou jogando vÃdeo-game, eu aproveito para fazer algo só para mim.
Outro dia ele e meu marido estava maratonando a série Stranger Things para assistirmos todos juntos a terceira temporada. Eu já tinha assistido a primeira e a segunda (meu marido também), então optei por dedicar esse tempo a outras atividades minhas enquanto eles assistiam de novo. Eu tenho uma dissertação do mestrado para defender em outubro. Preciso ler materiais e escrever. Então foi um preço que aceitei pagar, como tudo na vida. Não dá pra gente fazer tudo. A vida é feita de escolhas. Preferia estar no sofá vendo série? Sim, mas também me sinto satisfeita por estar dedicando tempo a algo só meu, como no caso do mestrado. E é isso aÃ. A gente só tem que ficar satisfeito com as escolhas que toma.
Eu tenho uma equipe de apoio, que é meu marido, minha sogra, minhas cunhadas, minhas sobrinhas, meu sogro. Eles ajudam quando eu preciso me dedicar a outras atividades. E entendo que isso é uma posição de privilégio, pois muitas mães não têm nem o pai por perto para dividir as tarefas. O que quero dizer é que, independente da sua condição, não se anule. Seu filho vai crescer, e as coisas ficarão mais fáceis. Tenha perspectiva. E sinta-se abraçada. <3
Olá Thais, o seu post foi direto ao meu coração. Estamos passando por uma fase de adaptação devido a chegada do nosso bebê, já com 1 ano e 7 meses. Nossa rotina até uns meses atrás estava muito confusa. Retornei ao trabalho quando meu bebê ainda estava com 4 meses e meio e não foi fácil deixa-lo, menos ainda nos virar com tudo pois somos pais de primeira viagem, meu marido trabalha trocando turnos a cada seis meses, então temos que estar sempre nos adaptando em relação a horários. Hoje, posso dizer que estou começando a respirar, mas desde janeiro estou tentando criar uma nova rotina, gostaria muito de voltar a ler meus livros, cuidar mais de mim e manter minha casa organizada como era antes. Não digo que não tenho tempo pois acredito muito que através da organização as coisas poderão voltar aos eixos novamente. Sabe quando você sabe o que precisa ser feito mas ainda não conseguiu colocar em prática? Não tirou um tempo para planejar? Pois é, este é o meu caso. São muitos sentimentos envolvidos, meu filhote está na fase do: Mamãe, mamãe!!! Quer ficar grudadinho o tempo todo. Por eu ficar o dia todo trabalhando e ele no hotelzinho acabo não fazendo muitas coisas para compensar o tempo longe dele.
Não tenha medo de pedir ajuda. Ou pagar por ajuda. Quando aprendi isso, tudo ficou mais leve.
Sim!!!
Bom dia! Sou mãe de um menino de 1 ano e 8 meses. Sem rede de apoio. Me senti super abraçada. Precisava ler isso hoje. PS.: Adoro o Paul.
Obrigada, Ellen <3
ThaÃs te acompanho há anos e queria agradecer de coração esse post. Meu filho tem 9 meses e tem sido desafiador a maternidade, optei por ficar esse primeiro ano com ele, depois volto a trabalhar e meu marido vai conseguir ficar mais com ele, exatamente como sua configuração familiar. Esses meses foram sufocantes, acho q só uma mãe para entender a outra. Ler que vai melhorar, de uma pessoa que eu acompanho há tanto tempo e confio, me ajuda demais….me ajuda a não pirar e a ter esperança que essa fase de super dependência vai passar. Muito obrigada por me dar essa perspectiva, as vezes encontro umas mães que só me colocam para baixo falando q filho fica cada vez mais difÃcil, e nossa isso acaba comigo, pq se já está tão difÃcil agora, a gente imagina q a vida acabou…. obrigada de novo pela mensagem de esperança
Quando nosso filho nasceu, eu ouvia todo dia de alguém diferente:
“você nunca mais vai dormir direito”
“a dor de cabeça da anestesia dura pra sempre”
“só com 18 anos você vai conseguir fazer suas coisas de novo, e olhe lá!”
Na época eu fiquei muito desesperada interiormente. Mas, com o passar do tempo, eu fui vendo que eu tinha a MINHA maneira de fazer as coisas, e cada pessoa tem as suas, com suas próprias crenças e limitações.
O que eu sinto que deveria ter feito na époa era me aproximar de mães que, na verdade, eram mulheres que tinham a visão de vida parecida com a minha, mas eu não tinha essa referência quando nosso filho nasceu (fui a primeira da minha turma de amigas a se tornar mãe).
Penso também que hoje vivemos em uma época que a Internet permite a gente trocar ideias com mais facilidade. Se com o meu blog eu conseguir ser essa fonte de esclarecimento e conforto, fico muito feliz.
Não é fácil, mas não é pra ser desesperador. Vai melhorar SIM. 😉 Cada mês melhora.
Também ouvi e ainda ouço comentários como esses, na verdade aumentaram exponencialmente quando engravidei pela terceira vez (a caçula está com quase 3 meses s2), e sempre penso que deveria ter estado próxima de mães mais tranquilas sem essa visão pessimista. Até hoje não entendo a razão desses comentários ou opiniões não solicitadas, parece que desejam que seja realmente difÃcil e cansativo, ou querem parecer mártires que sofreram e desejam reconhecimento, sei lá.
Enfim, não tive essa oportunidade, mas estou feliz que pude fazer isso por uma amiga recentemente, ela está casada há três anos, sonha em ter muitos filhos e desabafou comigo que me ver com meus filhos e com o cabelo longo trouxe esperança para ela, ouve muitos comentários pessimistas e inclusive que teria de cortar o cabelo (que ela gosta longo) e manter curto rsrs
Hoje meu menino de 2 anos e meio está sofrendo com uma gripe forte, é geralmente calmo, mas hoje quer bastante colo e chora quando a caçula chora. Em determinado momento os dois choravam juntos quando eu fui a cozinha, e, acreditem ou não, eu ri! Ri porque em outros tempos talvez eu tivesse chorado ou estaria reclamando das dificuldades de ser mãe, mas lembrei de todos os comentários que ouvi quando engravidei pela terceira vez e vi que é difÃcil mas não impossÃvel, e muito mais prazeroso do que difÃcil. Sempre sonhei com meus 3 filhos e é uma graça perceber que os comentários ruins não eram reais.
Quanto ao tempo para cuidar de mim mesma melhorou quando abandonei as expectativas altas, era como se eu precisasse de um dia livre para um day spa, quando na realidade preciso de uns minutos no banho para um creme no cabelo, no outro dia um hidratante nas cutÃculas, no outro dia uma massagem rápida nos pés, o pouco tempo bem aproveitado se torna muito.
Obrigada de coração pela mensagem de esperança 😘
Belo texto, Thais! Fiz como você comentou para essa leitora, procurei me aproximar de outras mães que tinham realidades similares às minhas (rede de apoio apenas paga/contratada, manutenção das atividades profissionais e desejo de levar a coisa toda sem desespero) e julgo que funcionou e funciona até hoje, me fortalece! Abraço
Luana, considero o primeiro ano muito tenso, em muitos aspectos. Por isso sou mega a favor de fazer festa pq é uma etapa concluÃda com mta renúncia. Aqui as coisas começaram a melhorar quando minha filha entrou na escolinha com 1a5m e, depois dos 2 anos, tudo ficou MUITO mais fácil. Claro que tem dias difÃceis, mas nada que se compare ao perrengue do primeiro ano. O que aprendi foi a sempre tirar uma parte do dia para ficar de verdade com ela, sem celular, concentrada nas brincadeiras. Esse tempo de atenção, que pode ser de meia hora a duas horas por dia, fazem toda a diferença na “carência” dela comigo. Também tento acordar antes dela para dar conta de algumas coisas mas, nesse friozinho, tem sido difÃcil rs e tenho listada no Todoist toda minha rotina de coisas essenciais a fazer no dia, tanto de trabalho quanto de casa e coisas minhas. Assim eu sei o que não posso esquecer e faço logo no inÃcio do dia as prioridades (aprendido com Thais, lógico). E me dá uma noção do que posso delegar ao meu marido quando ele chegar, caso o dia tenha sido punk. Melhora muito com o passar dos meses, tenha confiança nisso.
Nossa… obrigada pelo texto…estava precisando mesmo ler tudo isso…mamãe de um bebê de 6 meses, realmente bem difÃcil nos ver novamente como mulher, nos sentir valorizadas e separar um tempo pra nós mesmas…S2….tudo passa!
Mto obrigada Dalva!! Da aqui um abraço ðŸ˜
Eu sou do time que fala que só piora!
Mas a minha configuração é outra, tive pouco apoio, fui mãe adolescente, o pai do meu filho não ajuda (aliás atrapalha tudo o que contruo), tive que começar a vida depois de ser mãe fazendo faculdade e estágios, meus pais nunca me aopiaram muito, sofri demais!!!!
Hoje meu filho sendo adolescente com 16 anos passo por uns perreguens bravos (muito principalmente pela ausência do pai, ele vê o pai mas o oai nunca fez o seu papel), ele faz terapia já tem uns 4 anos e isso me ajuda um pouco.
Ele se vira, anda a pé, pega uber, lava louça, desce com lixo, troca roupa de cama… enfim. Mas os problemas são mais graves, fico mal e cai a minha imunidade, fico doente, caem os cabelos… no dia a dia não tem essa demanda de criança pequena, mas qdo dá problema é problema de verdade.
Aprendi a apesar de tudo que não devo me anular, tenho 33 anos e hoje viajo sozinha, faço passeios que gosto e as vezes vou para balada beber e dançar pq preciso msm! Faço meu pilates, yoga, ballet e terapia sem culpa de deixar ele ficar algumas horas a mais sozinho durante a semana…
Pq apesar dele ter 16 anos, eu trabalhar e sustentar a nossa casa as pessoas ainda julgam demais.
Minha realidade é outra sim por não ter apoio, mas se não se desprender da culpa mesmo tendo mto apoio a maternidade será sofrida sim!
Eu sempre considerei importante esses momentos de autocuidado, mas depois que me tornei mãe percebi que eles são imprescindÃveis.
Se você não arranjar um tempo para você, você não vai ficar bem e tudo em volta (incluindo seu bebê) vai refletir isso. Sério. Eu priorizo demais o meu bem-estar e percebo claramente como tudo desanda e se torna caótico quando não estou legal.
E nesses 10 meses de aventura como mãe em tempo integral descobri que, como está bem dito no texto, não precisa ser nada extravagante. Ações simples do dia a dia fazem milagres. Adoro um banho demorado, passar meus creminhos, ler, meditar, fazer esteira ouvindo música ou caminhar sozinha, atualizar meu BuJo e usar minhas canetas coloridas, caprichar na arrumação da mesa quando vou me alimentar, sentar na sacada e degustar meu chá em silêncio etc, etc, etc.
Mas para isso é preciso ter bem claro as prioridades. O que é mais importante? Eu prefiro usar as horas que minha filha está dormindo para fazer algo para mim do que cuidar da casa, por exemplo. A casa é importante (e obviamente é cuidada tb), mas não mais do que eu. Aà tem que pesar bem as coisas e escalonar, pois como bem sabemos: a gente consegue fazer tudo, mas não tudo ao mesmo tempo.
Por fim, outra coisa que aprendi (já sabia antes, mas a maternidade tornou a coisa visceral) é que quando estamos presentes e curtindo o momento, ele se torna mais satisfatório e também auxilia a nos sentirmos bem e cuidadas. É qualidade de vida, faz toda diferença.
Obrigada por trazer esses questionamentos.
Bjo
Sim <3
Demorou muito mas consegui entender que “não dá pra gente fazer tudo”.
A vida é feita de escolhas!!!
Parabéns Thais, sempre conteúdo de qualidade para ajudar na reflexão que a vida é real e não ideal e perfeita.
Forte abraço :>
Oi Thais!
Obrigada pelo post. Tenho 37 anos, tenho uma filha de 5 e um bebe de 1 ano. Pensa numa rotina puxada. Eu e meu marido somos funcionários públicos, folgamos nos fins de semana, Graças a Deus! Trabalho numa outra cidade, nossas famÃlias são de outra cidade. Em resumo, temos essas válvulas de escape, mas se não fosse nossas rotinas de organizações seria bem pior. Mas temos nosso ponto de apoio, a babá e a escola da minha filha..Obrigada, Thais te sigo deste a minha primeira gravidez, aprendi demais com você e seu blog.
Oi Thais, tenho uma curiosidade.. Você conseguia ler com seu filhinho pequeno? Quando voltou a um ritmo de leitura legal? Sei que tudo na vida são prioridades, mas como você gosta muito de ler, sempre tive essa curiosidade.. =)
Lia enquanto ele estava dormindo ou mesmo amamentando rs
Thais, obrigada por tanta empatia!
Há pouco tempo eu decidi aceitar que ter essa rede de apoio era a melhor coisa que eu podia fazer por mim. Já me culpei muito porque achava que eu tinha que dar conta de tudo sozinha! Hoje não mais! E o VidaOrganizada e o GTD são parte essencial dessa consciência e dessa conquista! Gratidão!
Ahhh, que delÃcia de texto!! Tão necessário, especialmente para mães recém nascidas!! Precisamos lembrar o que, à s vezes, só precisamos de uma “dose mÃnima efetiva” de auto-cuidado. Depois vamos aumentando ou melhorando essa dose, conforme a fase da vida. A mensagem de não se anular, independente da sua condição e do seu momento, foi maravilhosa.
Obrigada, Thais!!
Obrigada você <3
Às vezes eu acho que eu não quero ter filho só por medo de não conseguir lidar com a organização que demanda rs…
ThaÃs,
Concordo com você em todos os aspectos, da sim, devemos aprender a definir prioridades e autorresponsabilidades, será um grande passo.
Obrigada por compartilhar conteúdo tão rico, e aprendo cada dia um pouquinho com você!!
Abraços
Luciana
Obrigada, Thais.
O seu filho é um fofo. Precisa fazer mais o vida organizadinha! Eu estou mais tranquila nesse momento tenho um filho de 13 anos com Tdah que ainda me da bastante trabalho e uma princesa de 5 anos que está começando a ficar mais independente trabalho todos os dias 6h por dia sou técnica de enfermagem e trabalho em Ubs desde que encontrei o vida organizada minha vida melhorou bastante consigo me organizar e ainda sobrar tempo para me cuidar. Acho incrÃvel a maneira como você lida com a sua vida porque não te encontrei antes? Mas você é merecedora de tudo que Deus está colocando em sua vida.
Thais, você é filha única ou tem irmãos?
Filha única.
Thais, excelente texto! Você me inspira muiiiiitoooo há anos (já perdi as contas.rs). No mÃnimo uns 7 anos, pois eu nem tinha filho e o meu mais velho fará 6 anos. Impressionante como você conseguiu me ajudar em diversos momentos na minha vida: no meu primeiro trabalho como engenheira em projetos; no meu primeiro filho (acho até que encontrei um outro blog seu com o tema na época); na minha demissão durante a crise, inclusive me arrisquei como profissional autônoma; até investi em hobbies como cursos para Personal Organizer e arranjos florais. Enfim…esse post me emocionou, pois boa do que eu sou e do que fiz foi inspirado por você. Divulgo você aos 7 ventos, pois vejo que cumpre honrosamente seu propósito de vida. Fica aqui o meu agradecimento. Sou fã daquelas que fica feliz com suas conquistas e irritada quando você recebe uma crÃtica ou cobrança sem sentido.rs Grande abraço.
Obrigada, Ana <3