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Amor, identidade e trabalho

Outro dia, uma leitora do blog me perguntou se a única maneira de ser feliz no trabalho seria trabalhando com o que ama fazer. Essa pergunta tem várias camadas e abordagens, então este texto de hoje é uma tentativa de resposta.

Quando eu penso em felicidade, não consigo acreditar que seja possível ser feliz de maneira “fragmentada”, ou seja, em apenas uma área da vida enquanto a outra está desabando ou indo meio mal das pernas. Por exemplo, ser feliz no trabalho mas ter um casamento desastroso. Felicidade, para mim, tem a ver com o sentimento de completude – com estarmos satisfeitos com a vida de maneira geral.

O problema é: quando estamos satisfeitos? Nunquinha! Sempre temos problemas ou questões diversas a serem resolvidas. Sempre queremos melhorar um pouco aqui ou um pouco ali. Se a felicidade depende de vivermos plenamente satisfeitos, nunca seremos felizes?

Caio então na reflexão de que a felicidade – e essa satisfação – não esteja atrelada a “ter tudo” ou viver “situações perfeitas”, ideais. Está atrelada a escolhermos, optarmos, diariamente, pela felicidade, desenvolvendo um aspecto positivo na vida.

A gratidão também me vem à mente quando penso em felicidade. Trazendo para o mundo do trabalho, eu não posso deixar de lembrar de todos os trabalhos que eu já tive antes de ter o trabalho que eu tenho hoje. Durante a maior parte da minha vida, eu tive trabalhos cheios de intempéries. Apesar disso, o que me motivava a acordar cedo, pegar trânsito, passar o dia (às vezes, mais de oito horas) dedicada a uma atividade que não tinha a ver com a minha “missão pessoal”? Oras, os propósitos são muitos.

Se eu pensar apenas no trabalho em si, encontrarei diversos propósitos em tudo o que eu costumava fazer em todos os empregos que eu tive. Sempre fui essa pessoa. Gostava de refletir sobre o propósito para ter motivação diária. Mas, indo além, pensando nas consequências do meu trabalho, eu encontrava outros pontos relevantes: sustentar a minha família, pagar as contas, construir uma carreira, ajudar as pessoas, ou mesmo lutar para construir um estilo de vida X dali em diante, que me proporcionasse trabalhar com outras coisas alguns anos depois.

Então não, eu não acho que, para ser feliz, a gente tenha que, necessariamente, trabalhar com o que ama. Mas viver todos os dias, no trabalho ou fora dele, em uma situação que nos deixa para baixo, não é legal – isso se aplica não apenas no trabalho como em todas as áreas da vida. O que eu não sou a favor é de mantermos uma situação que nos faz mal, porque a vida é vivida só uma vez. O tempo não para nem volta. Procuro ver todas as coisas de uma perspectiva mais elevada e a ideia de perder tempo com o que quer que seja é assustadora para mim. Será que eu estou aproveitando a minha vida da melhor maneira – da melhor maneira para mim? E isso inclui o trabalho.

Como eu falei, encontrar o propósito no que se faz, seja o que for, pode ajudar com a tal felicidade. Mas, além disso, envolve uma percepção da vida como um todo e o “estalo mental” de que esta vida é uma só, e que depende de cada um de nós planejar mudanças. É aqui que a organização entra para nos ajudar.

Estamos em maio – mês do trabalho, das mães, dos casamentos. Muita coisa legal para a gente abordar por aqui, tanto no blog quanto no canal de vídeos no YouTube. Aliás, já se inscreveu lá? Tem rolado vídeo todo dia, e tem sido uma oportunidade bacana de abordar em outro formato alguns assuntos que já apareceram por aqui, além de temas e abordagens inéditas também.

Que seu mês seja feliz, bacana e cheio de realizações ou, pelo menos, início dessas reflexões! Conte comigo.

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2 comentários em “Amor, identidade e trabalho”

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