2022: o ano do julgamento

A carta do Julgamento no tarô, não à toa, é o arcano de número XX, que tem a ver com a energia do ano como um todo, visto que temos um 2 triplo em 2022 e, no arcano, um 20 pra trazer mais um pouquinho dessa sincronicidade. Mas, para mim, 2022 foi o ano do julgamento, do “juízo”, no sentido alegórico bíblico da coisa mesmo. Chegou o apocalipse e é isso aí – haverá um arrebatamento. 2022 foi um ano de amadurecimento para mim, mas não que eu tenha ficado mais “séria”, necessariamente, mas de colocar em cheque absolutamente todas as questões da minha existência. Relacionamentos, maternagem, carreira, finanças, saúde mental, saúde física, absolutamente tudo. Então, quando pensei em escrever este post com o resumo do ano, essa carta me veio à mente de imediato.

“Não espere pelo juízo final. Ele acontece diariamente.”

Albert Camus

Agradeço por muitas coisas este ano. Paul ter sido vacinado, as pessoas com as quais eu me conectei, as amizades que retomei, significativas, as mudanças positivas na minha alimentação, ter parado de beber álcool, todos os momentos em equipe e o que elas fizeram por mim quando eu não estava bem, a empresa ter mantido um faturamento mínimo para se manter aberta mesmo com tantas questões ocorrendo.

Sobre questões, acho que a principal, sem dúvida nenhuma, foi o sequestro. Eu sofri um sequestro relâmpago em março e isso impactou completamente a minha vida. Eu mudei radicalmente de lá para cá, no sentido de ir na raiz dos meus problemas para efetivamente solucioná-los. Muitas pessoas falam sobre a minha mudança de aparência e que eu pareço mais autoconfiante, e certamente tudo isso vem justamente desse processo iniciado naquele acontecimento horroroso.

Eu tenho algumas coisas muito boas que gostaria de pontuar como marcos de 2022:

  • Vacina
  • Mudança de Governo (pelamor)
  • Nossa universidade corporativa
  • O lançamento da certificação do MVO
  • A equipe fazendo o VO funcionar enquanto eu estava imprestável
  • A AF, organização que me ajuda desde então com a questão da compulsão
  • Minha nova terapeuta
  • Minha nova psicóloga
  • Voltar a tocar bateria
  • Paul mandando benzaço no teclado
  • A volta do pai dele à banda
  • Parar de tomar Coca zero na minha rotina
  • Os masterminds que participei e que me apoiaram e me mantiveram viva
  • Minha radicalização
  • Todo o meu processo de reorganização
  • A compra da nossa sala comercial para ser a “casinha” do Vida Organizada para sempre
  • Ter conquistado a bolsa no Doutorado
  • Curso de Holacracia que fiz no início do ano
  • Paul ficar bem na escola nova (ele ama!)
  • Ter retomado o Organiza Cast
  • Dinheiro que consegui investir mesmo em um ano tão complicado
  • Minha mãe estar bem
  • As parcerias profissionais que fiz
  • Ter completado 41 anos de vida (esse último foi suado)
  • Ter me centrado novamente no trabalho
  • Ter tido a chance de trabalhar de novo na RNP, o que só precisei sair devido à bolsa do Doc
  • Rotina tranquila
  • Ter conseguido focar na minha saúde mental
  • Artigo concluído para um livro do nosso núcleo de pesquisa da PUC
  • Melhorar no meu tratamento com a ansiedade que veio com a pandemia
  • Imersões presenciais que fizemos com alunos
  • Ter ido finalmente à FLIP em Paraty! Sonho antigo
  • Voltar à Trindade-RJ depois da pandemia
  • A confiança do Paul em mim sobre questões pessoais

Eu não tenho muito mais a dizer além disso. Foi um ano difícil pra caramba, como têm sido os anos da pandemia. Foi um ano sim de arrebatamento, mas cara, como estou melhor agora. Como tenho clareza. Como me sinto preparada para todas as mudanças que preciso abraçar em 2023 e para o restante da minha vida como um todo. Pela primeira vez, desde a “minha idade de adulta” aos 36, eu me sinto adulta de verdade. Mas não apenas no aspecto do compromisso com as minhas responsabilidades, mas me permitindo ser feliz em meio a todas elas. Me redescobrir. Paguei um preço alto por isso? Com certeza. Mas a tempestade foi embora. O julgamento veio, me tomou como tinha que tomar, e agora só me resta o mundo. Tô prontaça.