Como a saúde influencia em quem exerce um papel de liderança e, consequentemente, em toda a equipe?
Pode ser que você já tenha passado por isso: deixar a saúde de lado porque foi promovida/o a um cargo de liderança ou se tornou empresária/o e alguns problemas começaram a surgir. O que talvez você não saiba é como esses problemas de saúde influenciam o todo quando se trata de liderança e times.
Lembre-se que saúde é fÃsica, mental, emocional e espiritual. Quando estamos doentes, ou com algum problema de saúde, isso não permite que a gente esteja na nossa melhor versão, digamos assim. E, sempre que não estamos bem, outros problemas vão decorrer disso.

Eu escrevo este texto após passar vários meses com problemas pessoais que afetaram a minha saúde. E tudo o que aconteceu comigo, eu pude observar depois que aconteceu, quando eu já estava bem, e pude aprender as lições que trago neste post a fim de te deixar atenta/o para as mesmas questões. O recado final você já sabe antes mesmo de ler as minhas lições: se cuida.
Porque, vamos lá: quais são as boas caracterÃsticas de quem exerce um papel de liderança? Inspirar, ter foco, saber tomar decisões com assertividade, orientar, se concentrar, ter equilÃbrio emocional, resiliência. Agora adivinha o que acontece quando você não consegue ter tudo isso? Você se sente sobrecarregada/o e estressada/o. E essa sobrecarga e estresse levarão a resultados não muitos legais como:
- Desânimo. Falta de energia para olhar para a frente, ter perspectiva sobre o seu negócio e conseguir não apenas planejar mas inspirar quem trabalha com você a se engajar nesse trabalho. Se você não consegue olhar adiante, como poderá orientar e encorajar aqueles que trabalham com você? Fora que você pode perder o interesse pelo que está fazendo, levando-a/o a pedir demissão ou querer encerrar as atividades da sua empresa.
- Se você estiver cansada/o, doente ou com algum problema de saúde qualquer, isso pode levar você a cometer erros com mais facilidade, porque tudo isso afeta a sua concentração. Um dia com dor de cabeça já mata uma série de questões importantes – você sabe disso. Imagina só passar um bom tempo doente e sem conseguir focar direito no que precisa ser feito. É provável que o delegar se torne o famoso “delargar” e, mesmo com uma equipe alinhada e processos claros, todo mundo precisa do lÃder ali junto para não ter aquela sensação de abandono, mesmo que inconsciente. Então você precisa estar bem para simplesmente estar presente e conseguir tomar decisões para questões importantes da sua rotina. Doente, você pode cometer erros com mais facilidade ou sua percepção não estará tão aguçada a ponto de compreender a situação de maneira mais ampla mas também nos detalhes.
- Se você estiver com dor, músculos tensos, gastrite ou o que quer que seja – isso incomoda. E esse incômodo impede você de permanecer uma pessoa calma e feliz. A felicidade impacta tudo. Seu nÃvel de felicidade impacta você, como você encara a sua rotina, e as pessoas que trabalham com você. Se você não se sentir bem, não apenas os deslocamentos ficam comprometidos, como até mesmo o home-office pode ser desafiador.
- Se você passa por uma depressão ou se sente estressada/o o tempo todo, você não conseguirá elaborar uma mente positiva para você e para os outros. Você não conseguirá ter ânimo nem para levantar da cama nem para inspirar positivamente outras pessoas.

O que fazer então
- Compreenda e aceite a sua fase difÃcil. Se você estiver passando por um perÃodo pós-traumático, depressivo ou com doença (internação etc.), aceite que precisa se cuidar, fazer tratamento adequado, dar um tempo. Não adianta se forçar a tomar decisões importantes nesse perÃodo, a não ser que seja obrigada/o. Tudo o que puder adiar por um tempo deve ser adiado, mas coloque uma data para retomar a ideia. Converse com a sua equipe. Explique a situação. Encoraje-os a buscar soluções em conjunto para o perÃodo em que você não estará 100%. Não tente ser 100% se você está em 20%. Foque sim 100% da sua atenção em melhorar os 80% restantes. Quanto antes isso acontecer, mais rápido você voltará a se sentir bem e poderá tocar as suas atividades. Mas, se estiver mal, o foco deve estar em você ficar bem.
- Tome providências para evitar problemas de saúde priorizando essa área da sua vida de verdade. Reorganize a sua agenda para poder fazer atividade fÃsica, planeje as suas refeições saudáveis para a semana, veja como pode melhorar a qualidade do seu sono. Leve essa área da vida mais a sério. Busque sempre melhorar nela. Mude seu estilo de vida.
- Lembre-se sempre que a saúde não é apenas a fÃsica, mas a mental, espiritual, emocional… Ir à academia é importante sim, assim como é importante meditar, fazer terapia, orar, rezar, revisar seu propósito e seus valores pessoais regularmente…
- Tenha em mente duas coisas. Primeira: se você não estiver bem, não poderá cuidar dos outros. Segunda: a sua mente é o seu bem mais precioso. Você precisa estar bem para você mesma/o, em primeiro lugar, mas também para a sua famÃlia, a sua equipe e todos que são impactados pelo seu trabalho.
- Exercite o lema: nada paga a minha saúde. Você pode ter o trabalho dos sonhos, expressar seu propósito através do que faz mas, se sua saúde for prejudicada, você não poderá fazer absolutamente nada disso. Logo, sua saúde deve ser prioridade sempre.
- Seja um lÃder para a sua equipe também quando se trata de saúde. Converse com eles sobre estresse, carga horária de trabalho, modos de se organizar para uma rotina mais tranquila, ergonomia, alimentação saudável, entre outros temas. Traga opções e benefÃcios, se puder, para que todos cuidem da sua saúde preventiva e curativa. Mas, maior do que tudo isso: seja você o exemplo. Não é para ser uma pessoa perfeita, que não erra nunca – pelo contrário. Errar faz parte e conversar sobre a vulnerabilidade, enriquecedor para todos. Mas se você mostrar na prática como é importante cuidar da saúde, todos verão os benefÃcios disso e você será um exemplo positivo, como toda liderança deve ser.
Esses são alguns aprendizados que trago como reflexão dos meses que passei do final do ano passado para o inÃcio deste ano. Foram inúmeros acontecimentos e eu agradeço por ter conseguido tirar esses aprendizados de todos eles. Não estar no meu melhor impactou não apenas a minha empresa, a equipe, como a mim mesma e a minha famÃlia. Espero que o post seja útil para você também e impacte nas pessoas ao seu redor através das ações que você pode implementar depois dessas reflexões.
Sim, eu pretendo trazer mais sobre esse assunto aqui no blog, então se você quiser que eu fale sobre algo especÃfico, pode deixar sua sugestão aqui nos comentários. Obrigada!
Eu moro em um paÃs que idolatra a super produção atropelando a própria saúde. Hoje aprendi que menos é mais. É necessário aprender a dizer não para aquilo que não vai somar na vida. Dirigir com o pneu furado não faz a pessoa ir mais longe. O mesmo acontece no campo das emoções, mente e espÃrito. Beijos!
Gisley Scott
http://www.vivendolaforanoseua.blogspot.com
Thais, comecei o MVO6 no ano passado e tinha estabelecido cuidar da minha saúde. Mesmo assim, andei negligenciando alguns pontos sérios dessa área, por conta de alguns medos. E acabei focando na ‘superprodução’, ‘mudança de vida’, e afins… O resultado foi uma internação de emergência em junho, com 25 dias hospitalizado e alguns episódios de quase morte.
É muito fácil a gente esquecer como é estar doente quando se está bem. Agora, a saúde se voltou MESMO para o centro da minha vida, justamente porque ‘nada paga a minha vida’. Me recuso a acreditar que a vida seja trabalhar incessantemente só pra ganhar dinheiro e pagar boleto. Não é.
Retomei o MVO, e tenho tentado (e conseguido na maior parte dos dias) seguir uma rotina tranquila, voltando aos poucos ao meu ritmo ‘normal’, mas levando sempre (ou tentado levar) em consideração a minha saúde em primeiro lugar.
Você é MUITO necessária, viu? Se cuida por aà também porque você impacta muitas vidas; e sua mensagem é muito importante nesse mundo 24/7. ♥
Thais, mais uma bela reflexão.
Agradecemos mais artigos sobre o tema da liderança compassiva.
Um problema que eu tenho é lidar com pessoas da equipa que te cobram por sair mais cedo ou por chegar mais tarde, sem saberem que no dia anterior trabalhamos até muito mais tarde (sendo que eu como coordenadora deixo as pessoas à vontade em relação aos horários de entrada e saÃda porque valorizo muito a conciliação entre vida pessoal e profissional) ou por acharem que há outros membros que não “SUPER producem” como eles…
Você está linda em ambas fotos, especialmente os cabelos ondulados. Pode soar um pouco fútil meu comentário, mas acredito que é o reflexo do bem estar interior.
Postagem mais que necessária para o dia de hoje.
Com a correria do dia a dia a gente esquece de se priorizar.
Eu, por vezes, tenho que lembrar dos meus 4 pilares que me mantém de pé, para entender que o trabalho não vem em 1º lugar.
Amei demais os insights e reflexões.
oi, ThaÃs. Importante seu relato e gostaria de entender sim o que aconteceu contigo e o que fazer nessas “marés”. Eu tive COVID, pós covid, mudança de casa, obra ao mesmo tempo e tenho um sonho ligado à maternidade que está tendo que ficar de lado com tudo isso atropelando. Faço acompanhamentos nutricionais e holÃsticos tão complexos que cansei. Acompanhe o ciclo assim chá assado, alimentos y, gotas z, cosméticos, panelas, esmaltes desodorante… Como repriorizar a saúde sem ficar sobrecarregado também com ela?
Que post necessário! De fato, o ritmo de trabalho impacta muito na saúde, e é comum sermos engolidos pela rotina, pelos prazos curtos e pelo excesso de demandas e com isso relaxarmos no cuidado com a saúde.
Thais, seus conteúdos são sempre luz, mas esse post veio para mim no dia certo, pois estou em crise de endometriose profunda e com um endometrioma que descobri essa semana que precisarei operar, com dores intensas todos os dias, o dia todo, e me cobrando muito (e sofrendo muito com isso) de não estar conseguindo dar conta de tudo, nem de muita coisa, na verdade. Continuo esticando o fio forçando o corpo para fazer tudo que “tenho que” fazer, mas estava conversando ontem com minha psicóloga que preciso de um olhar de mais compaixão, empatia e auto cuidado para conseguir me recuperar e retomar um ritmo mais produtivo que o atual. Seu post sendo lindo por mim hoje é a certeza que preciso mesmo me colocar na agenda e na lista de tarefas, colocar minha saúde como prioridade, cuidar de mim para assim poder cuidar de quem precisa de mim. Muita obrigada por espalhar a ideia da compaixão em uma sociedade que prioriza a produção a qualquer custo.