Reflexões de final de mês (e começo de outro)

Ê Vida Organizada. Você, que me acompanha há tantos anos. Meu espaço para compartilhar um pouco sobre a minha vida. Que se tornou o meu negócio (trabalho sempre foi, desde o início). Eu sinto que preciso reinventar você. Porque eu estou passando por essa reinvenção. Tantas coisas aconteceram, acontecem. A reflexão sobre o futuro me faz questionar estruturas. E tudo é imanente. Nada é permanente. Mudar faz parte da vida. Aceitar, aprender com os erros, ajustar, cortar o que não faz mais sentido.

Tem sido tão bom para mim trabalhar com outra coisa nesse momento da minha vida! Tirar um pouco do foco e da pressão de ter transformado o meu hobby em trabalho. De ficar sempre preocupada em como pagar as contas da empresa, salários, sustentar a nossa família. Eu construí tantas coisas nesses últimos anos. Publiquei 3 livros. Fiz uma palestra em um evento internacional. Desenvolvi um método. Posso ter puxado isso sozinha, mas só consegui criar porque tive o apoio de inúmeras pessoas que trabalharam para que tais condições acontecessem. Eu teria construído o Vida Organizada se o meu marido não tivesse dado todo esse suporte esses anos todos? Assumindo completamente o papel de pai, a maior parte das atividades domésticas, e me aguentar também (não sou uma pessoa fácil). Mas também todo mundo envolvido – desde, sei lá, a pessoa que montou o teclado do meu computador que uso para escrever os textos do blog e este aqui. Mesmo que tenha sido operado por uma máquina, alguém criou a máquina. Tudo ao nosso redor envolve trabalho humano. Reconheça de quem é realmente o mundo.

Acho que a palavra que melhor resumo o meu mês de julho é: permissão. Eu POSSO tomar decisões e fazer determinadas coisas na minha vida. Não preciso da permissão de ninguém. Sou adulta, responsável e tenho plenos recursos psicológicos (ainda bem) para fazer o que precisa ser feito. Para ajudar os outros, eu preciso estar bem. Compaixão é para os outros mas para mim também. E agora esse é um foco ajustado para daqui em diante.

Observando os últimos anos, percebo que julho sempre é um mês do ano importante para mim. Quase como se fosse o meu janeiro – o meu ano novo. E a organização tem muito disso: aproveitar quando você está bem para se preparar para quando não estiver. Então agora é o momento de preparar todas essas coisas. Aproveitar que eu estou bem para ser produtiva, no sentido bonito da palavra – de aproveitar a vida bem, feliz, talvez um pouco mais animada. E a gente sabe que, nos dias de hoje, fazer isso é praticamente um ato de resistência perante toda a violência que permeia os discursos, a política, o mundo. É sobrevivência – mas sobre vivência também.

Continuemos. Que venha agosto.