Avalanche

Quanto mais eu vivo, quanto mais eu vivencio nosso arquétipo na montanha, quanto mais eu convivo com alunos e mentorandos, mais eu vou chegando ao desenvolvimento de um novo conceito dentro do Método Vida Organizada que ajuda a gente a entender melhor o que está acontecendo e, principalmente, nossa atitude perante tais acontecimentos.

Exemplo prático.

Aluna: Thais, estou com dificuldade de criar uma checklist para viagens a trabalho.

Thais: Qual o problema?

Aluna: Eu tenho tudo na cabeça. Já sei o que listar – é só sentar e colocar aqui, na folha de papel. Mas aí eu não quero deixar no papel. Quero organizar em um formato mais bonitinho – talvez com um design diferente no Canva, imprimir e mandar plastificar, pra deixar na mala. Só que, para eu fazer isso, eu perco muito tempo no Canva e prefiro contratar um designer para fazer pra mim. Só que não conheço nenhum designer. Mas eu tenho que ter esse contato porque eu tenho um montão de outras checklists e materiais que quero fazer com ele! Ideias eu tenho muitas, mas tá vendo como não consigo executar? Porque dependo de coisas que eu não tenho tempo de direcionar!

Thais: Querida aluna, estou prevendo uma avalanche.

O termo avalanche deriva de “avalance”, uma palavra francesa. O conceito refere-se a uma massa de neve ou de outra matéria que cai de uma certa altura ou sobre outra coisa violentamente.

Avalanches são geralmente geradas quando as diferentes camadas de neve não têm homogeneidade e, portanto, uma camada se move sobre outra. Vento, chuva e mudanças de temperatura podem causar avalanches.

A noção também pode ser usada em um sentido simbólico. Uma avalanche, neste quadro, pode ser uma inundação, uma torrente ou uma inundação de algo: “Desde que apresentou sua nova linha de empréstimos hipotecários, o banco recebeu uma avalanche de consultas”, “A avalanche de aumentos de preços está empobrecendo a população”, “Avalanche de gols: o time local venceu 7 a 4”.

Fonte: Conceito.de

Na organização pessoal, que é o que nos importa aqui, o sentido simbólico é o da sobrecarga causada (na maioria das vezes) pelo perfeccionismo. É aquilo: se eu não tiver as condições perfeitas, nem começo! E a gente contrapõe com a máxima: feito é melhor que o perfeito não feito.

Por pensar no todo, no enorme, na avalanche, você fica com tanto medo que ele te paralisa para dar simplesmente o primeiro passo.

No exemplo da aluna lá em cima, se ela passasse para o papel a checklist que tinha em mente e a usasse na mala, talvez aquilo já fosse suficiente. Ou, se não for, depois ele terá um outro próximo passo que poderia ser formatar de outra maneira ou levar em uma gráfica para que o façam. Mas ela está deixando de implementar uma solução que vai ajudá-la muito toda vez que ela precisar viajar a trabalho. Uma coisa que não precisa postergar, entende?

Se a gente for levar em consideração outro conceito que gosto muito, que é o de melhoria contínua, basta colocar pra rodar uma primeira versão (o mínimo viável) e depois ir melhorando. Mas “desove” esse negócio! Coloque para rodar!

A pergunta que eu te faço ao final desta leitura é: de qual avalanche você está com medo no momento? Será que simplesmente dar um primeiro passo menor não ajudaria você a avançar no que precisa fazer? Qual seria esse primeiro passo?

Me conta aqui se esse post te ajudou. Vou adorar saber. 😉