Como um(a) seguidor(a) fiel do Vida Organizada, você já deve ter ouvido a Thais dizer que “não podemos organizar tralhas”. Essa frase virou um clássico para reforçar o hábito de destralhar, um dos passos mais importantes do MVO. Â
“Se você mantém em casa (e na vida) aquilo que não ama, não é útil nem faz sentido para você, nunca terá espaço físico e mental para o que realmente importa.”
Mas o que é necessário ter antes de começar a colocar a mão na massa e iniciar o destralhe em casa?
Disposição
Destralhar pode levar tempo a depender do tamanho da casa e da quantidade de itens. í‰ necessário querer fazer e estar disposto(a). Até mesmo para não correr o risco de começar e parar no meio, o que pode trazer a sensação de projeto abandonado.
Lugar temporário para colocar os itens do destralhe
No processo de destralhe você vai selecionar o que quer manter e o que vai se desfazer. A recomendação é definir lugares temporários para os objetos que não vão mais fazer parte da sua casa. Você pode escolher caixas ou cestos e colocar etiquetas com cada destino: doação, reciclagem, venda, presente.
Paciência
O processo de destralhe é considerado um projeto. E se você não for concluí-lo de uma única vez, precisa ter paciência. Justamente por causa da bagunça que pode causar no ambiente, mas lembre-se também que a bagunça é temporária.Â
Neste post, eu pretendo explicar como você pode revisar os seus projetos pessoais.
A definição de projeto que trabalho aqui é a construída dentro do Método Vida Organizada. Clique aqui para saber mais.
Com que frequência revisar os projetos?
Depende muito da complexidade da sua vida no momento. Você sempre pode adaptar. Pode ser que você esteja em um momento de novo emprego, por exemplo. Como tudo é muito novo, você pode querer revisar os seus projetos com mais frequência – todo dia, até. Isso significa que você vai precisar alocar um espaço na sua agenda todos os dias para essa revisão. Se você estiver em um período muito atribulado, o que eu recomendo é que você não deixe passar mais de 10 dias. Algumas pessoas gostam de revisar semanalmente.
O que significa revisar um projeto?
Revisar não é executar. Muitas pessoas perdem tempo demais nessa revisão justamente porque, enquanto revisam um projeto, ficam querendo resolver todas as coisas possíveis relacionadas a ele. Você está transformando o seu projeto em um contexto quando faz isso. Não há problema algum, desde que você tenha um momento dedicado apenas a revisão dos projetos, que não seja para executar nem para planejar o projeto em si. Se precisa trabalhar no projeto, planejando ou executando, crie ações para isso, como:
fazer o brainstorm de tal projeto
planejar tal projeto
montar o cronograma de tal projeto
trabalhar no projeto X
Independentemente disso, o que estou recomendando neste post é que você tenha um espaço separado na sua vida, que não seja de execução, para apenas revisar. E o que é revisar, afinal?
Revisar é bater o olho no projeto para saber se:
mudou o status dele
ele teve atualizações
há novas ações relacionadas que devam ser inseridas na sua lista de afazeres
A maioria dos projetos é simples e você revisará em menos de 1 minuto, mas pode ser que tenha projetos mais complexos cuja revisão demande ver cronogramas e outras informações que levam mais tempo. A pergunta que você deve se fazer ao terminar de revisar um projeto é: ficarei tranquila/o com relação ao que preciso fazer nesse projeto até a próxima revisão dele? Se não, defina o que precisa ser feito e insira na sua lista de afazeres. Eu uso o Todoist para essa lista, mas você pode usar literalmente qualquer aplicativo de listas para isso – ou até mesmo um caderno, se preferir.
App: Notion
Para revisar, seus projetos precisam estar organizados
A imagem que você vê acima é um print de tela da ferramenta que uso no momento para organizar a minha lista de projetos (Notion). Eu já usei outras como o próprio Todoist, o Asana, o Trello, o Evernote… A escolha da ferramenta depende muito do seu gosto e das suas necessidades no momento. Escolha aquela que tiver mais a ver com você. Não tem ferramenta “certa”. Caso você já tenha alguma que precise ou queira usar, faça uso dela mesmo. Caso queira conhecer mais ferramentas, o arquivo aqui do blog é imenso e tem um amplo repertório de opções – digite “projetos” na busca e confira os posts anteriores.
Recomendo que você coloque todos os seus projetos em um único lugar. Me refiro í lista, ao índice dos seus projetos em andamento. Arquivos, e-mails, documentos, coisas de apoio aos projetos – tudo isso pode estar organizado em outros lugares, com pastas com o nome do projeto. Quando eu falo em revisar projetos, estou me referindo a olhar essa lista mesmo de projetos em andamento para bater o olho. Facilita se todos os seus projetos em andamento estiverem listados em um único lugar.
Quando eu crio um novo projeto, tudo o que preciso ter nele é:
o nome do projeto, que geralmente traz um verbo que me ajuda a entender a responsabilidade com relação a ele (quando não tem, o verbo oculto é “concluir”)
se o projeto está em andamento ou não
o que eu já posso fazer com relação a ele (pode ser uma ou mais coisas), que entrará na minha lista de afazeres (você pode colocar apenas na lista ou copiar e colar)
Isso é o essencial para o controle do projeto. Com o passar dos dias, as ações vão sendo realizadas, as informações vão chegando e eu posso criar atualizações. Mas, se eu não olhar aquele projeto no dia a dia, sei que na próxima revisão darei atenção a ele.
Espero que este post tenha trazido clareza sobre o processo de revisão de projetos. Caso tenha alguma dúvida, deixe um comentário aqui embaixo. Obrigada!
A declaração do Imposto de Renda 2022 começou no dia 07 de março e vai até o dia 29 de abril. Você deve declarar o IR se teve recebimentos no ano passado (2021) acima de R$ 28.559,70.
A multa para quem perder o prazo será de R$ 165,74. O valor máximo corresponde a 20% do imposto devido. A declaração pode ser feita através de programa no computador, declaração online, celular ou tablet. E uma novidade de 2022 é que a restituição poderá ser recebida via PIX com chave igual ao CPF.
De acordo com a Receita Federal, também estão obrigados a declarar o Imposto de Renda neste ano:
Os contribuintes com rendimentos isentos, não-tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, de mais de R$ 40 mil;
Aqueles que obtiveram receita bruta anual decorrente de atividade rural em valor acima do limite (R$ 142.798,50);
Aqueles que tiveram a posse ou a propriedade, em 31 de dezembro do ano-calendário, de bens ou direitos, inclusive terra nua, acima do limite (R$ 300.000,00);
Quem obteve ganho de capital na alienação de bens ou direitos, sujeito í incidência do imposto;
Quem optou pela isenção de imposto sobre o ganho de capital na venda de imóveis residenciais, seguido de aquisição de outro, no prazo de 180 dias;
Quem realizou operações em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas;
Quem passou í condição de residente no Brasil, em qualquer mês, e nessa condição se encontrava em 31 de dezembro do ano-calendário.
Quanto antes você declarar, mais chances tem de receber a restituição do valor nas primeiras levas. Caso tenha dúvidas, consulte um(a) contador(a). Mas não deixe para a última hora! Este é o período do ano em que eles mais trabalham e podem não ter mais agenda para você.
Uma maneira fácil de organizar os documentos ao longo do ano é ter uma pasta física ou digital (computador ou ferramenta) para guardar exclusivamente os comprovantes para a declaração do ano seguinte, pois assim você não precisa ficar procurando ou buscando em lugares diferentes. Experimente para o ano que vem, se você ainda não faz assim.
Ferramentas digitais para arquivar os documentos ao longo do ano:
Evernote – Possui função nativa para digitalizar documentos através do aplicativo para smartphone ou tablet;
Google Drive – í‰ possível digitalizar documentos através do aplicativo para smartphone ou tablet Android;
OneDrive – í‰ possível digitalizar documentos através do aplicativo para smartphone ou tablet.
Selecionamos também alguns links úteis para te ajudar no processo de declaração:
Passando por aqui para compartilhar como foi a minha volta í s aulas presenciais no Doutorado e í s do Paul na escola.
As aulas dele começaram logo no início de fevereiro e, na primeira semana, houve um caso de COVID na sala, imediatamente isolado. Paul ficou em casa uma semana e depois retornou normalmente. Ele tomou a segunda dose da vacina pouco tempo depois e, esta semana, deu o prazo de 20 dias em que ele pode se considerar imunizado. Com isso, vamos nos sentir mais í vontade para retomar algumas atividades, como academia e outras (eu dei um tempo com a onda da í´micron, enquanto o Paul não estava totalmente imunizado).
As minhas aulas começaram esta semana, no início de março. Foi a primeira vez que fui ao Doutorado presencialmente desde que comecei, no início do ano passado. Foi muito emocionante para mim entrar na faculdade que a minha avó estudou e amava. Eu cheguei a acompanhá-la algumas vezes, quando ela deu aulas, mas não lembrava muito bem e também nunca tinha tido a experiência como aluna mesmo, lá. Foi muito significativo.
Sobre os cuidados: nada de muito diferente do que já vínhamos fazendo antes da volta í s aulas, se fí´ssemos ao mercado, por exemplo. Distanciamento social, máscara, álcool gel, todo o pacote de proteção. Por mais que o Governo de SP tenha liberado esta semana o uso da máscara em ambientes abertos, nós optamos por continuar usando. Eu imagino que, quando estiver subindo uma ladeira, ou depois de ter corrido ou feito caminhada, como exercício físico, eu possa querer tirar para respirar melhor. Mas, tirando isso, ainda acho que não me custa nada continuar me precavendo.
O primeiro dia de aula presencial no Doutorado foi legal, por ver a professora e os meus colegas pessoalmente mas, por outro lado, ainda não está 100% normal. Não teve intervalo, tínhamos que evitar sair da sala, tínhamos que sentar com distanciamento, não podia ligar os ventiladores (nesse calor que está fazendo em SP!), enfim. Mas só de sair de casa, ter a experiência de ir í faculdade, pegar um livro na biblioteca… tudo isso foi muito incrível.
Eu confesso que tive um pouco de ansiedade nos dois dias de aulas que já fui. Faz parte. Afinal, faz mais de dois anos que não entro em uma sala de aula da faculdade.
Eu no #8M
Na nossa opinião aqui em casa, estamos assim: a pandemia não acabou. Ainda demanda cuidados, mas dá pra gente retomar as nossas atividades, evitando aglomerações e tomando os cuidados de sempre. Mas só de o Paul já estar imunizado com duas doses da vacina, isso já deixa a gente MUITO mais tranquilos.
E com você? Como foi o retorno presencial ao trabalho ou í s aulas?
“Dormir é o melhor remédio.” – Essa é a receita recomendada pelo Dr Suhas Kshirsagar, no livro “Mude seus horários, mude sua vida”, para todos os seus pacientes e leitores.Â
Para o educador e médico ayurvédico indiano, Dr Suhas, “o corpo não pode prosperar privado de repouso.” í‰ preciso que haja um equilíbrio entre a atividade e o descanso. E uma noite mal dormida pode gerar desatenção, estresse, ansiedade. Tudo isso, ao longo dos anos, encurta a expectativa de vida de qualquer pessoa.
No Vida Organizada reforçamos a ideia de que dormir bem é o melhor remédio lembrando sempre da importí¢ncia de manter alguns bons hábitos para ter uma boa noite de sono.
Confira algumas recomendações:
Evitar o consumo de cafeína por no mínimo 6h antes do horário de dormir;
Desligar das telas (smartphone, televisão, computador) até 1h antes de dormir;
Fazer atividades que ajudem com relaxamento para dormir – massagens, banhos relaxantes, leitura de livros físicos, escrita em diário;
Evitar conversar/ler sobre assuntos difíceis e estressantes antes da hora de dormir;
Não comer alimentos pesados próximo da hora do sono para não interferir na digestão e relaxamento do corpo;
Buscar dormir entre 6h e 8h por noite;
Manter uma rotina de horário para dormir e acordar também aos finais de semana.
Aproveita e compartilha com a gente: O que você tem feito para dormir bem?
Neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, temos um post colaborativo com algumas integrantes da equipe Vida Organizada sobre livros de desenvolvimento pessoal escrito por mulheres.
Confira nossas indicações e boa leitura!
Thais Godinho: O Ponto de Equilíbrio – Christine Carter
Um livro que gostei e a autora aborda nele um conceito que eu quis trazer para a minha vida que é o da Dose Mínima Eficaz.
Andreia Oliveira: Mulheres correm com Lobos – Clarissa Pinkola
Um livro da analista junguiana, autora e poetisa Clarissa Pinkola Estés. Gostei e indico porque me auxiliou na minha busca de compreender os diversos tipos e suas diferenças do universo feminino.
Jeniffer Geraldine: O mundo que habita em nós – Liliane Prata
Um livro que mistura literatura e filosofia. E traz uma discussão bastante necessária: como nos encontrar neste mundo agitado, cheio de demandas e interações, e como diz a própria autora, nestes tempos (in)tensos? í‰ uma produção recheada de referências literárias e filosóficas com um convite especial para refletir sobre nós mesmos em meio ao caos.
Luana Lemos: Tomar a vida nas próprias mãos – Gudrun Burkard
Esse livro é incrivelmente maravilhoso para compreender cada fase da vida e como é possível ter maior autoconsciência de si e das pessoas que estão ao seu redor.
Simone Badana: Grande Magia – Vida Criativa Sem medo – Elizabeth Gilbert
Esse livro foi incrível para me conectar com a minha essência criativa. í‰ um livro que nos faz enxergar o verdadeiro combustível da criatividade.
Aproveita e indica nos comentários um livro escrito por uma mulher que você gostou! 😉
Aqui vai uma dica “faixa preta†para a sua organização diária.
Não se cobre fazer isso diariamente – tenha como referência para fazer o melhor que puder.
Antes de encerrar um dia de trabalho ou logo no início do dia que começa:
Fonte: Tudo Celular
Arquivos baixados
Revise os arquivos que baixou no computador para deletar o que não precisa mais e organizar os que precisa guardar ou usar. Esvazie sua pasta de downloads. Se tiver zilhões de arquivos antigos, crie uma pasta chamada “ver com calma†e comece a tratar de uma nova maneira os arquivos baixados a partir de hoje.
E-mails do dia
O mesmo vale para os e-mails do dia. Zerar a caixa de entrada é uma boa prática. Não quer dizer que você respondeu ou resolveu tudo – apenas leu todos e garantiu que, aqueles que têm algum tipo de demanda, você organizou apropriadamente em pastas / marcadores ou na sua lista de afazeres. Para muitos e-mails na caixa, use a dica para arquivos dada acima.
Veja um post nosso com orientações mais detalhadas para zerar sua caixa de entrada.
Mensagens (What’sApp, Telegram…)
Revise as mensagens recebidas no dia e arquive aquelas que não têm nenhuma pendência.
Revise as fotos que tirou no celular (incluindo vídeos e prints) para deletar o que não vai usar mais e organizar o que vai manter (em pastas ou na nuvem).
Você pode usar apps como Google Fotos, Dropbox, Google Drive, entre outros.
Imagem retirada do Reddit
Tarefas atrasadas
Veja as tarefas com prazo que não conseguiu fazer e reavalie: ainda preciso fazer? qual o novo prazo? preciso delegar? não preciso mais fazer?
Um pequeno esforço diário que te ajuda a manter as coisas minimamente organizadas.
Eu achei importante escrever este post para contar um pouco da minha história sobre esse assunto e descrever como aprender a ser uma pessoa organizada me ajudou a lidar com a depressão (e ainda ajuda muito).
Vale dizer que não sou médica, então este post é um relato pessoal. Se estiver sentindo sintomas de depressão, procure ajuda.
A depressão é uma doença. Não é simplesmente falta de vontade, desí¢nimo ou sensações do tipo, apesar de essas sensações estarem presentes em um quadro depressivo. A depressão é uma doença como qualquer outra. Quando a gente tem pneumonia, por exemplo, vai receber um tratamento adequado. Não adianta dizer para a pessoa enferma “tenha força de vontade e suba essas escadas!”. Se ela estiver com o pulmão comprometido, não vai ter condições de fazê-lo. Com a depressão, é a mesma coisa. Afeta a mente, mas afeta o corpo também. í‰ uma questão química, junto com a mental. Por isso que o tratamento para a depressão, de modo geral, para casos menos graves, é medicação + terapia. Porque você vai cuidar do corpo e da mente ao mesmo tempo.
Eu tive a minha primeira crise de ansiedade quando era criança, por volta dos 7 ou 8 anos. Eu acordava de noite gritando, sufocando, com a sensação de que estava sendo “amassada” por uma pedra gigante (era como eu conseguia descrever na época, com as referências que eu tinha). Hoje, imagino que tenham a ver com brigas que meus pais tinham na época, e eles acabaram se separando quando eu tinha entre 9 e 10 anos. Na adolescência, esse quadro continuou em ocasiões específicas, gerando desmaios – na escola, pegando metrí´, coisas assim. Já adulta, trabalhando e fazendo faculdade, a sobrecarga dessas duas atividades + cansaço do dia a dia, de dormir tarde, acordar cedo, ter que trabalhar e estudar, me levaram a uma labirintite aguda por conta do estresse, e essa ansiedade só aumentou naquele momento.
Foi apenas na vida adulta que eu recebi o diagnóstico de TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada) e de depressão, mas o diagnóstico também se estende a esses quadros da minha infí¢ncia e da adolescência. Hoje eu sei por que me sentia daquele jeito e consigo me compreender melhor como ser humano.
Ler é um dos meus refúgios
Ter passado por esse episódio mais drástico da labirintite na vida adulta me fez ter um interesse enorme em produtividade e organização pessoal, e foi quando eu criei o blog para compartilhar os meus aprendizados. Eu aprendi que a organização me ajudava a reduzir a ansiedade, pois eu conseguia controlar aquilo que era passível de controle, como prazos no trabalho, vencimento de contas, entre outros. Eu também percebi que ter uma rotina era bom para mim. Toda vez que eu me submetia a condições de vida (principalmente de trabalho) sem essa rotina, eu ficava pior. Por isso, sempre que preciso passar por situações diferentes das habituais hoje em dia (como em uma viagem a trabalho, por exemplo), eu procuro manter a minha rotina o mais próxima possível daquela que tenho em casa – sono, alimentação, atividade física, meditação – porque sei que me faz bem. Não é uma “prisão”. í‰ libertador, na verdade. Porque me sinto bem e sei que, com essa parte, não preciso me “preocupar”.
Não, eu não tenho depressão porque sou uma pessoa organizada. Eu já tinha o diagnóstico antes, vem da infí¢ncia. Aprender a me organizar me ajudou a lidar com a depressão e com a vida de uma maneira mais leve.
(só para reforçar, porque já ouvi isso. sim, acredite.)
Desenvolver esse conceito de uma produtividade compassiva me ajudou a entender onde em me situo dentro do sistema capitalista totalizante que vai sim precarizar o trabalho e vai sim conduzir empresas e trabalhadores sempre í sobrecarga. Logo, não vou ficar me cobrando soluções que não sistêmicas, mas a produtividade compassiva me ajuda como técnica de sobrevivência. Existo neste mundo, dependo do meu trabalho, trabalho com outras pessoas que também dependem dos seus trabalhos, e convivo com família e amigos no mesmo quadro – logo, esse olhar para dentro permite que eu sobreviva dentro das melhores condições possíveis e impacte os outros ao meu redor positivamente com a minha experiência. Se eu me cuido, sou uma mãe melhor, por exemplo. í‰ isso.
Não sei se é correto dizer que a depressão é quase como uma doença crí´nica, mas o fato é que ninguém se cura de uma depressão. Ela é um quadro que existe para quem tem, e ponto. Você vai aprender a conviver com ela. Vai ter momentos melhores e momentos piores, em que ela vai te pesar mais. O tratamento, o autoconhecimento, tudo isso vai te ajudar a identificar seus gatilhos, seus momentos, e as providências que precisa tomar quando não estiver tão bem.
Uma pessoa com um quadro debilitante de depressão encontra dificuldade nas pequenas coisas do dia a dia. Levantar da cama é cansativo – você se sente uma toalha molhada, pesada. Não dá vontade de fazer nada. Não tem por que tomar banho, limpar a casa ou fazer qualquer outra atividade que não seja descansar, dormir, olhar para o nada. E tudo é lento, incrivelmente lento. Quando você vê, já é de noite e você precisa enfrentar outra noite com sono difícil (muitas pessoas com depressão têm insí´nia ou sono “picado”), para chegar ao mesmo ponto de ser difícil de acordar no dia seguinte.
Quando uma pessoa com depressão está assim, qualquer atividade que ela conseguir fazer no dia, por mais trivial que seja, é uma pequena vitória, porque essas atividades todas demandam um esforço tremendo que ela não consegue alocar. Exemplo: separar os documentos para o imposto de renda. Nossa, ela pode ter uma pasta ali com tudo guardado ao longo do ano, mas até pegar essa pasta parece uma colina imensa que ela tem que subir. Agora: imagina se não tiver a pasta? Pior ainda. Por isso que a organização ajuda. Naqueles momentos em que você está bem, você cuida das coisas para facilitar quando não estiver tão bem. E, quando não estiver tão bem, você sabe que precisa descansar, dar-se esse tempo, vai fazer as coisas de maneira mais devagar e por aí vai. Você se compreende. Vê a coisa toda de uma maneira mais pragmática. Consegue, depois de um tempo, separar a depressão de você. Você não é a depressão. Você tem depressão. í‰ uma diferenciação importante.
í‰ muito comum também uma pessoa com depressão se apegar a pequenas coisinhas do dia a dia que trazem pequenos prazeres na rotina, e que são um primeiro degrau para começarem a se sentir melhor. Para mim, por exemplo, são meus livros, desenhar, pintar, compí´r músicas, tocar piano, violão etc. Para outras pessoas, é cozinhar. Para outras, é fazer as unhas. Sabe? Cada um com seus pequenos prazeres. Infelizmente, alguns descambam para vícios, então tem que ter cuidado. Mas o fato é que fazer essas pequenas coisas é uma pequena vitória para quem está passando por uma fase difícil da depressão. Então não seja aquela pessoa que fala “aff, você só lê” ou “como uma pessoa depressiva tá com a mão sempre feita” ou ainda “quem tem depressão não vai viajar”, coisas desse tipo. São comentários que denotam ignorí¢ncia, falta de empatia e um tom de julgamento completamente desnecessários, que não ajudam quem ouve nem quem comenta.
Ter aprendido a me organizar e desenvolver esse conceito que hoje consigo denominar como produtividade compassiva foram essenciais para mim. Eles não substituem (obviamente) o tratamento adequado para a depressão, assim como acontece com qualquer outra doença que depende de tratamento apropriado, mas ajudam, complementam, e muito, no dia a dia. Porque a vida continua acontecendo mesmo quando você não tá muito legal. E a organização das coisas e esse olhar compassivo para dentro, entendendo como está o seu nível de energia e se respeitando, fazendo o possível, foram essenciais para mim – e ainda são – em momentos mais difíceis.
Espero que este relato pessoal tenha sido útil de alguma maneira para ajudar quem tem depressão e também para quem convive com pessoas próximas que tenham.
Ficam ainda algumas recomendações de leituras que me ajudaram e que indico para saber mais:
Além de dúvidas mais técnicas, duas perguntas são recorrentes nos comentários dos canais Vida Organizada sobre ferramentas de organização. São elas:
í‰ possível usar apenas uma ferramenta para organização?
Muitas ferramentas não causam confusão?
Vamos começar pela primeira: í‰ possível usar apenas uma ferramenta para organização?
Não é possível. Ainda precisamos do analógico e do digital para nos organizar. O que torna nosso sistema de organização híbrido e difícil de manter em apenas uma ferramenta. Um exemplo simples é o arquivamento de um documento oficial, como o diploma da faculdade. Recebemos o arquivo original impresso que será preciso guardar em um local físico – uma pasta sanfonada com divisórias pode servir. E é uma boa prática digitalizar e arquivar em uma ferramenta digital para facilitar o envio por e-mail quando necessário.
Outro exemplo é querer utilizar um planner para se organizar no ano e agrupar todo tipo de informação nele. Mas você ainda vai precisar de um gerenciador de e-mails, que também é uma ferramenta de organização, para conferir as demandas do trabalho ou de algum curso.Â
No Método Vida Organizada há a recomendação de utilizar uma ferramenta para agenda e outra para lista de afazeres. Isso porque manter informações de naturezas diferentes em um único lugar podem confundir e bloquear o início do trabalho. A Thais Godinho diz que “As ferramentas também representam foco.” E essa frase nos ajuda com a outra questão inicial do texto: Muitas ferramentas não causam confusão?
Não causam desde que você defina um objetivo para cada uma delas. Esse objetivo está relacionado com seu processo pessoal de organização. E do que você precisa no momento, o seu foco. Assim como é necessário entender para que serve uma ferramenta como um planner ou agenda e utilizá-las de acordo com suas finalidades.
No canal Vida Organizada, no Youtube, você encontra a aula aberta sobre Ferramentas de Organização Versão 2022 que vai te ajudar mais com as questões do post de hoje. Confira:
Mais um mês chegou e, com ele, a minha revisão mensal de áreas da vida e papéis no trabalho.
Neste momento atual, eu sinto que devo me dedicar essencialmente a três tipos de atividades:
O crescimento da empresa. Isso significa estar í frente de estratégias, buscar metas e parcerias, de modo que a gente consiga manter toda a estrutura que foi criada.
O desenvolvimento da equipe. Minha maior mentoria.
A consolidação do Método Vida Organizada. Sou a autora do Método e, se eu não me dedicar a ele, quem se dedicará?
Levando isso em conta, a revisão dos meus papéis este mês ficou assim:
Notion
CEO: sim, a pessoa que direciona a empresa, cuida do desenvolvimento da equipe, dos projetos etc.
Professora
Estrategista de marketing: sou eu quem define as estratégias de lançamentos, branding e outras
Criadora de conteúdo e escritora: juntei os dois porque acredito que faça sentido
Outra observação interessante: cada papel terá responsabilidades e essas responsabilidades deverão ser cuidadas em uma determinada frequência. Tem atividades que preciso fazer diariamente para manter aquela área rodando ok. O segredo está em identificar o mínimo viável diário para cada uma delas.
Quero te encorajar a entender como essa reflexão deve ser LEVE. Não é para deixar de fazer porque está de férias ou “está corridoâ€. í‰ uma reflexão sobre a SUA VIDA. Mesmo que seja uma “batida de olhoâ€, vale a pena revisar mensalmente porque isso te ajuda a ter mais clareza no que é prioridade no momento em sua vida profissional e escopo de trabalho.
Se você está passando por um momento de sobrecarga no trabalho, tente colocar em prática as sugestões abaixo.
Desligar todas as notificações do celular
As notificações do celular podem ser mais um motivo de estresse. A recomendação é desligar todas, exceto de alguns serviços que julgue de extrema importí¢ncia, como entrega de delivery, transporte, ligações, alarmes, etc. A intenção é diminuir o barulho externo e criar um momento de foco e silêncio para a atividade que deseja realizar no momento.
Destralhar projetos
Analise sua lista de projetos em andamento e veja o que pode ser movido para a lista de espera. Na sua lista pode existir algum projeto que não está totalmente alinhado ao seu momento atual. E colocá-lo em modo de espera pode ajudar a aliviar a pressão e sobrecarga.
Destralhar compromissos
Após realizar o planejamento semanal, avalie qual compromisso pode ser desmarcado sem que haja algum prejuízo. Talvez seja aquela reunião que pode virar um e-mail. 🙂
Delegar tarefas
Confira tudo que você tem que fazer e veja se pode delegar alguma ação para alguém. Pergunte-se: “Eu sou a única pessoa que pode fazer essa ação?â€
A resposta trará clareza para sua lista e também vai te ajudar a priorizar o mais importante neste momento de sobrecarga.
Esperamos que essas ações te ajudem a diminuir a sobrecarga no trabalho. E, aproveita, para compartilhar com a gente alguma outra recomendação nos comentários!